Ansiedade na adolescência: quais os sinais e como ajudar?

A ansiedade na adolescência é um tema que precisa ser constantemente debatido. Essa fase da vida é crucial para o desenvolvimento de bons hábitos, valores e habilidades socioemocionais (empatia, inteligência emocional) que garantem o bem-estar nas próximas etapas da vida. 

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), entre 10% e 20% dos adolescentes têm problemas de saúde mental, mas são diagnosticados e tratados erroneamente. Por isso, é fundamental conhecer os sinais de transtornos mentais para identificar sintomas e aliviar o sofrimento dos mais jovens por meio do tratamento adequado. 

A adolescência é uma fase em que se vive uma explosão de emoções, pensamentos, ideias e experiências que impactam a autoimagem e autoconfiança dos adolescentes. É normal ficar confuso com tantas novidades. O problema é quando a excitação e confusão se transformam em ansiedade. 

Ansiedade na adolescência 

Adolescentes passam por uma série de mudanças durante a puberdade. Mudanças físicas, emocionais e psicológicas, as quais tornam a adolescência uma fase empolgante, mas confusa. 

A busca por identidade, os primeiros relacionamentos amorosos, a influência das amizades, as primeiras conquistas e o aumento de responsabilidades permeiam a mente dos adolescentes. Em meio a tantas experiências jamais vividas, a ansiedade pode aflorar e passar a conduzir as ações e decisões do adolescente. 

Quando se aproximam da idade de prestar vestibular, surgem novas preocupações. Que profissão seguir? Que curso fazer? Que universidade escolher? A quantidade de decisões que modificarão o curso do futuro do adolescente também aumenta a ansiedade significativamente. 

Como os adolescentes estão em uma fase de descobertas e possuem pouca experiência de vida para lidar com elas, eles são mais suscetíveis a desenvolver transtornos ansiosos ou depressivos que adultos. 

Pais podem ter dificuldade para perceber os sintomas dessas condições já que a dificuldade de controlar emoções é característica dessa fase. O adolescente afronta regras, questiona a autoridade dos pais, reage intensamente às situações e acredita estar sempre certo, dificultando a distinção entre comportamentos típicos da adolescência de sinais da ansiedade. 

Sinais de ansiedade na adolescência

A ansiedade na adolescência apresenta sintomas semelhantes à ansiedade na vida adulta. No entanto, os adolescentes tendem a lidar com eles de maneiras distintas devido ao baixo alcance emocional. 

Como não sabem que o que estão sentindo possui ligação com a ansiedade, eles acreditam se tratar de traços de personalidade. Assim, quando alguém faz um comentário, eles rapidamente se colocam na defensiva. “É só o meu jeito!”, respondem. 

A aquisição de conhecimento sobre o que é ansiedade e como administrá-la ajuda o adolescente a identificar sinais em seu comportamento, facilitando a procura por tratamento adequado. 

Os sintomas típicos da ansiedade são:

  • Preocupação excessiva, especialmente com coisas pequenas;
  • Fadiga e sonolência diurna; 
  • Dificuldade para dormir;
  • Dores musculares inexplicáveis; 
  • Perda de apetite ou apetite excessivo, causando considerável perda ou aumento de peso; 
  • Falta de ar;
  • Apreensão constante com o futuro; 
  • Dificuldade para se socializar;
  • Autoestima baixa; 
  • Roer as unhas ou arrancar cabelo;
  • Desatenção e perda de memória; 
  • Tristeza; e
  • Perda de interesse em atividades e hobbies que antes gostava. 

Além disso, é comum os adolescentes se afastarem dos pais e amigos, se recusando a falar sobre as causas de suas aflições. Dessa forma, é preciso que os pais estejam sempre atentos ao comportamento dos filhos para que possam buscar tratamento psicológico no momento adequado. 

Causas da ansiedade na adolescência

Ansiedade na adolescência: quais os sinais e como ajudar?

Há muitos fatores que podem causar ansiedade nessa faixa etária. As preocupações características da adolescência, como a aparência, decepção amorosa, popularidade, futuro profissional, autoestima, namoro e identidade, podem ser a causa da ansiedade constante. 

A separação dos pais, mudança de amigos para outra cidade ou escola, falta de apoio da família, bullying, vivência em ambientes estressantes e incapacidade de lidar com a frustração também colaboram para o surgimento da ansiedade. 

Além disso, os filhos de pais que já tiveram ou têm algum transtorno ansioso possuem mais probabilidade de desenvolver ansiedade ou depressão em algum momento da vida.

A negligência com os sintomas pode agravar o estado psicológico do adolescente e causar outras condições, como fobias e transtorno do pânico, bem como estimular pensamentos suicidas. O suicídio é a terceira principal causa da morte entre adolescentes mais velhos (15 a 19 anos), de acordo com o OPAS. 

Os pais não devem se sentir culpados pelo diagnóstico de ansiedade dos filhos adolescentes. É difícil não relacionar o estado da saúde mental deles com possíveis falhas da criação, mas a culpa não é um sentimento que deve ser cultivado. Afinal, os pais não são detentores de todo o conhecimento do mundo. 

A culpa atrapalha o julgamento racional da situação e afeta a tomada de decisão. Em vez de se culparem, os pais devem se concentrar em como podem ajudar os filhos nessa empreitada.  

Como ajudar adolescentes com ansiedade?

Os adolescentes ansiosos tendem a não querer frequentar determinados lugares ou engajar em certas atividades sociais, pois sabem que ficarão tensos. Eles também podem aparentar estar desanimados a maior parte do tempo, sem saber o que fazer para remediar o seu humor. 

Os pais podem ajudar os filhos que sofrem de ansiedade a encontrarem o bem-estar emocional no dia a dia. Para tal, precisam ter paciência e perseverança uma vez que os filhos podem se demonstrar indispostos a cooperar nas primeiras tentativas. 

Compreenda que para a vencer a ansiedade é necessário dar um passo de cada vez, respeitando os limites da pessoa ansiosa e fazendo encorajamentos constantes. 

1. Incentivar a prática de exercícios físicos

Os exercícios físicos são ótimos para controlar a ansiedade, reduzir o estresse oriundo das constantes preocupações e promover a diversão individual ou em grupo. Se o adolescente não quiser participar de um esporte coletivo ou fazer academia, incentive-o a fazer caminhada ou se exercitar em casa. Participe com ele dessas atividades para demonstrar apoio.  

2. Se oferecer para superar um medo em conjunto

Os medos das pessoas ansiosas costumam ser de situações corriqueiras, as quais praticamente todos os indivíduos devem vivenciar em algum momento. Deste modo, se ofereça para ajudar o seu filho adolescente a superar um medo junto com ele. Pode ser algo simples, como fazer uma compra na padaria do bairro ou participar de um curso de fim de semana. As situações não são tão assustadoras quando vividas em conjunto. 

3. Conversar sobre sentimentos 

Incentive o diálogo sincero sobre sentimentos. Não faça julgamentos ou pressione o adolescente a mudar da noite para o dia. Ofereça a escuta silenciosa e pergunte antes de oferecer qualquer conselho. Às vezes, o adolescente só tem o desejo de desabafar, sem buscar respostas para os seus dilemas. Assim, ele saberá que pode contar com os pais em momentos de dificuldade. 

Tratamentos para ansiedade na adolescência 

O tratamento para ansiedade na adolescência é efeito através da psicoterapia e, dependendo do quadro ansioso do adolescente, da psiquiatria. O apoio familiar é indispensável durante o tratamento. 

Quando a família vê os sintomas ansiosos como “frescura” ou não dá a devida atenção ao desconforto psicológico do adolescente, a tendência é que a ansiedade se intensifique com o passar dos anos. Ela pode chegar a afetar as decisões dele em relação ao estudo, ao trabalho, ao namoro e outras questões comuns da vida. 

Para tirar dúvidas acerca do que é ansiedade e como ela afeta negativamente as pessoas ansiosas, os pais e outros familiares que convivem com o adolescente podem marcar uma consulta com o médico e/ou o psicólogo para fazer esclarecimentos.  

Medicamentos psiquiátricos

Os pais podem marcar uma consulta para o filho adolescente com o médico psiquiatra para fazer uma avaliação do estado psicológico do mesmo. Ele receberá orientações acerca dos tratamentos adequados assim que o diagnóstico for feito. 

Os medicamentos psiquiátricos aliviam os sintomas mais acentuados dos transtornos mentais, ajudando o paciente a retomar atividades cotidianas. A necessidade de ingestão contínua será determinada pelo médico. 

Psicoterapia 

Já a psicoterapia auxilia os pacientes a lidarem com o transtorno de ansiedade, depressão e outras condições. 

Em conjunto, o psicólogo e o paciente identificam gatilhos emocionais, sintomas debilitantes da ansiedade, angústias do adolescente e possíveis causas para a apreensão constante. Dessa forma, o profissional consegue determinar a maneira mais adequada de tratar a ansiedade do paciente. 

À medida que o próprio paciente compreende como ela afeta suas ações, emoções e pensamentos, ele passa a responder melhor ao tratamento. 

Na terapia, também são ensinadas técnicas de relaxamento para diminuir a ansiedade no dia a dia e em momentos específicos. 

Ansiedade na adolescência: quais os sinais e como ajudar?

Durante o acompanhamento psicológico, os pais também podem ser convidados a participar de algumas sessões tanto em grupo quanto individualmente. É importante para o psicólogo compreender a dinâmica familiar e as opiniões dos pais para incrementar o tratamento da ansiedade. 

A duração da terapia depende da resposta do paciente às sessões. Para alguns, ela pode cessar meses após a primeira consulta e, para outros, pode prosseguir por mais de um ano.  

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Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta