Como reconhecer a ansiedade noturna? Veja causas e tratamentos

O sono é necessário para todos os seres humanos se sentirem dispostos e energizados. No entanto, algumas pessoas enfrentam muitas dificuldades para dormir porque a mente é sobrecarregada com diversos pensamentos e preocupações. Se você se identificou com essa descrição, saiba que talvez possa estar sofrendo com a ansiedade noturna.

Para saber mais sobre este fenômeno, suas causas, sintomas e tratamentos, continue a leitura. Agora é a hora de tirar todas as suas dúvidas e entender como melhorar a qualidade do seu sono!

O que é a ansiedade noturna?

O Brasil tem a maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo, por isso, muitas pessoas também sofrem com a ansiedade noturna. Esta, por sua vez, é caracterizada por preocupações, pensamentos negativos e medos constantes antes de dormir. Dessa forma, a mente não consegue se acalmar e a pessoa tem problemas para dormir.

Quem é mais estressado e convive com preocupações constantes tem mais chances de desenvolver esse tipo de ansiedade no período da noite. Mas, afinal, por que o momento de dormir é propício para desencadear tantos sintomas? Nessa hora, nos livramos de distrações e estimulantes que estão ao nosso redor durante o dia, o que abre espaço para pensamentos intrusivos difíceis de controlar.

Além disso, os afetados pelo transtorno podem ter apneia, síndrome das pernas inquietas e insônia. Assim, a privação do sono reparador pode interferir na qualidade de vida, gerar estresse e atrapalhar o foco e a concentração para executar atividades do dia a dia.

Quais são os sintomas da ansiedade noturna?

A ansiedade noturna impede que o cérebro se desconecte na hora de dormir e, assim, a mente fica em estado de alerta, focada nos medos e preocupações. Os principais sintomas de que você está sofrendo com este problema são:

  • inquietação;
  • necessidade de se levantar de madrugada;
  • respiração intensa ou ofegante;
  • dificuldade para adormecer;
  • pensamento acelerado;
  • necessidade de ficar com os olhos abertos;
  • sono interrompido;
  • cansaço emocional e físico;
  • falta de atenção durante o dia;
  • palpitações;
  • taquicardia;
  • sudorese;
  • tremores;
  • dor ou desconforto no peito;
  • sensação de muito frio ou muito calor;
  • náuseas;
  • pensamentos intrusivos que impedem que o cérebro descanse.

Em situações mais delicadas, quem sofre com a ansiedade noturna pode acordar no meio da noite assustada, com o coração acelerado. E, além desses sintomas, alguns também podem ter comportamentos de compulsão para a busca de um alívio imediato, por exemplo, “assaltando” a geladeira na madrugada ou abusando de álcool e drogas.

Quais são os tipos de ansiedade noturna?

O quadro de ansiedade noturna se manifesta de diferentes formas nas pessoas. Confira quais são os três tipos de transtornos de ansiedade que podem acontecer à noite e suas características:

Ansiedade noturna inicial

Trata-se da ansiedade caracterizada pela dificuldade para dormir, ou seja, para pegar no sono. Ela deixa a pessoa tensa e com sintomas aparentes quando decide se deitar, como palpitações e inquietações.

Quem sofre com o transtorno pode acabar não conseguindo dormir a noite toda e ficar revirando na cama e lidando com os sintomas físicos e pensamentos intrusivos.

Ansiedade noturna intermediária

É aquela pessoa que acorda várias vezes ao longo da noite e tem dificuldades para voltar a dormir. 

Com o auxílio de um terapeuta é possível investigar os motivos que levam a esse despertar e os padrões de comportamento que podem estar relacionados com a ansiedade.

Ansiedade noturna terminal (ou despertar precoce)

Diz respeito ao tipo de ansiedade que faz a pessoa acordar “antes do despertador” e ficar pensando em todas as tarefas, problemas e preocupações do dia. Com isso, a pessoa fica exausta ao longo do dia, pois não conseguiu dormir as horas necessárias para recuperar as energias.

Quais são as causas da ansiedade noturna?

As causas variam em cada caso, mas existem alguns fatores que podem desencadear o fenômeno ou contribuir para a sua piora, entre eles:

Estresse

O estresse constante influencia no aparecimento de diversos problemas de saúde, podendo impactar o sono também. O problema aqui é quando o estresse é tão permanente que os níveis de cortisol no corpo continuam altos e atrapalham o bem-estar do indivíduo.

Falta de rotina de sono

Quando não há uma rotina de sono, os hormônios ficam desregulados e é bem possível que a pessoa se depare com várias dificuldades para dormir. Assistir televisão ou ficar no celular pouco tempo antes de se deitar não é recomendado e não ter horário fixo para dormir e acordar também atrapalha todo o processo.

Preocupações

Aqueles que não conseguem se afastar das preocupações do dia a dia impedem que o cérebro desligue e o indivíduo consiga dormir. Para quem sofre com o transtorno, é muito comum, ao se deitar na cama, se sentir invadido por pensamentos desgovernados e pela antecipação de acontecimentos.

Outros transtornos mentais

Em alguns casos, a ansiedade noturna pode estar associada a sintomas de depressão, pois esse distúrbio tem o potencial de atrapalhar o sono. Por isso, é importante consultar um psiquiatra para ter o diagnóstico correto.

Como tratar a ansiedade noturna?

Felizmente, existem várias maneiras de tratar a ansiedade noturna para voltar a ter noites de sono de qualidade. O tratamento, por sua vez, precisa ser adaptado de acordo com a intensidade e características do quadro de cada paciente. Por isso, é fundamental buscar auxílio médico para cuidar deste problema e receber o diagnóstico correto.

Os principais tipos de tratamento costumam incluir:

Exercícios físicos

A prática regular de exercícios físicos é essencial para o bem-estar do ser humano, trazendo efeitos positivos, como a redução dos níveis de ansiedade, aumento da disposição e sensação de relaxamento.

O ideal é incluir atividades prazerosas na sua rotina e manter a frequência para sentir os benefícios. Podem ser pequenas caminhadas, natação, esportes coletivos ou qualquer outra forma de movimentar o corpo que seja da sua preferência.

Rotina de sono

Criar uma rotina de sono é fundamental também. Primeiro, determine horários fixos para dormir e acordar (é claro que isso não significa que você não possa sair da rotina, mas, no geral, é importante ter isso bem estabelecido).

Outra dica é procurar fazer algo relaxante antes de se deitar, como tomar um chá, ler um livro, fazer exercícios de respiração e meditar. Evitar televisão e celular é importante para se desconectar nesse momento.

Psicoterapia

A psicoterapia é o principal suporte profissional especializado que ajuda no combate à ansiedade noturna. O acompanhamento psicológico é necessário para que o indivíduo aprenda a lidar com seus dilemas e preocupações de maneira mais saudável e consiga criar estratégias de enfrentamento. 

Além disso, a terapia auxilia no entendimento das causas por trás da ansiedade e como elas podem ser trabalhadas da melhor forma.

Medicamentos

Em alguns casos, pode ser preciso também consultar um psiquiatra, que será responsável pelo diagnóstico e irá analisar se é necessário adicionar medicações ao tratamento. Os remédios podem ajudar a aliviar alguns sintomas físicos e contribuir para a melhora do paciente.

Meditação

Por fim, não podemos deixar de citar a meditação, uma prática que, se for executada com frequência, garante muitos benefícios para a mente, entre eles:

  • acalma a mente;
  • reduz o estresse;
  • coloca o foco no presente;
  • promove o bem-estar;
  • aumenta a concentração;
  • alivia dores físicas e mentais.

Identificou os sintomas da ansiedade noturna? Procure ajuda!

Dormir mal não faz bem e, com certeza, não é normal. Caso identifique sintomas recorrentes que estão atrapalhando o seu sono, procure ajuda para receber o diagnóstico correto e começar um tratamento adequado.

Bruna Cosenza

Escritora, produtora de conteúdo freelancer e LinkedIn Top Voice 2019. Autora de "Sentimentos em comum" e "Lola & Benjamin", escreve para inspirar as pessoas a tornarem seus sonhos reais para que tenham uma vida mais significativa.

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