Cloreto de Magnésio: sua deficiência no organismo pode causar depressão

Por que o cloreto de magnésio se transformou num dos suplementos mais consumidos e recomendados? Quais suas funções e benefícios? Ele é mesmo eficaz como tratamento de depressão?

Neste post, esclarecemos todas as suas dúvidas sobre esse mineral tão popular. Você descobrirá se vale a pena investir na suplementação ou se ela não passa de um mito.

Spoiler: ao final da leitura, provavelmente você correrá à farmácia mais próxima e providenciará um estoque!

O magnésio é importante para a saúde humana?

Resposta objetiva e categórica: sim! Nosso corpo precisa de magnésio para realizar centenas de funções essenciais.

De forma simplificada, podemos dizer que o magnésio atua nos ossos, músculos, crescimento e regeneração de tecidos, digestão, sistema nervoso, sistema cardiovascular, além de ser necessário para mais de 100 reações enzimáticas.

Qual a dose diária recomendada de magnésio?

A quantidade de ingestão recomendada varia entre 320 a 420 mg. Seria fácil obter essa disponibilidade através de alimentação adequada. E, sem dúvida, essa é a principal indicação.

No entanto, dois fatores contribuem para que, apenas com esse recurso, não tenhamos o magnésio na proporção ideal.

Um deles é nosso estilo de vida, que nem sempre se pauta por hábitos regrados e saudáveis. O outro é a qualidade dos alimentos que chegam à nossa mesa. Com uso de pesticidas, agrotóxicos e pobreza do solo, boas fontes naturais de magnésio acabam comprometidas, entregando quantidade muito inferior do mineral.

Por isso, a insistência em opções por produtos orgânicos e de boa procedência é cada vez mais acentuada. Não basta apenas consumirmos certos alimentos. Eles precisam chegar íntegros às nossas refeições, para que ofereçam seus reais benefícios.

Com essa recomendação em mente, confira uma lista de boas fontes de magnésio para incorporar aos seus hábitos diários:

  • sementes de abóbora (541 mg de magnésio a cada 100 g);
  • amêndoas (268 mg de magnésio a cada 100 g)
  • castanha de caju (236,6 mg de magnésio a cada 100 g);
  • espinafre cru (123 mg de magnésio a cada 100 g);
  • cacau puro (550 mg de magnésio a cada 100 g);
  • arroz integral (43 mg de magnésio a cada 100 g);
  • linhaça (346,9 mg de magnésio a cada 100 g);
  • grãos de soja (86 mg de magnésio a cada 100 g);
  • peito de frango (22 mg de magnésio a cada 100 g);
  • feijão cozido (1 xícara contém 120 mg de magnésio);
  • banana (1 unidade contém 32 mg de magnésio).

Por que recorrer a suplementação com cloreto de magnésio?

Sempre que utilizamos um suplemento é porque entendemos que nossa alimentação não nos fornece todos os nutrientes dos quais precisamos, nas quantidades ideais.

Sabendo da importância do magnésio para a saúde, os recursos que permitem adicionar o mineral à dieta, de forma simples e eficiente, acabam sendo cada vez mais requisitados.

Para escolher um suplemento de boa qualidade, procure pela inscrição “cloreto de magnésio PA” no rótulo do produto. A sigla PA significa “Puro para Análise” e implica em maior concentração e melhor absorção do mineral pelo organismo.

Cloreto de magnésio: como tomar?

As apresentações do suplemento costumam ser em cápsulas, pó ou líquido.

No caso da versão em pó, geralmente mais acessível, é preciso misturar a quantidade indicada pelo fabricante à água filtrada.

As cápsulas e o líquido (cuja medida se dá em gotas, sempre obedecendo às orientações do rótulo para dosagem correta) são um pouco mais caros, mas também acabam sendo mais práticos.

Fica a seu critério qual versão escolher. Apenas lembre de acompanhar o consumo do magnésio a uma boa ingestão de água.

Embora não seja regra, uma sugestão comum, quanto ao melhor horário para administração do suplemento, é fazê-la antes do café da manhã ou antes de dormir, para que não tenha interferência de cálcio proveniente das refeições — o que prejudicaria sua absorção.

Quais são os principais benefícios do cloreto de magnésio?

A lista de benefícios é tão vasta que precisamos optar pela seleção de “alguns”, para não deixar esse post interminável! Confira:

  • atua na saúde óssea, favorecendo o desenvolvimento regular em crianças, manutenção da integridade e prevenção de osteoporose, em adultos e idosos;
  • promove relaxamento muscular;
  • diminui ocorrência de espasmos e câimbras;
  • auxilia no controle da diabetes;
  • otimiza o sistema imunológico;
  • contribui para a saúde cardíaca, atenuando quadros de arritmia e hipertensão;
  • alivia sintomas da TPM e menopausa;
  • melhora a absorção de outros minerais e vitaminas;
  • reduz a enxaqueca;
  • melhora a qualidade do sono, sendo eficaz contra insônia;
  • inibe a formação de cálculos renais;
  • combate a fadiga crônica, estresse, ansiedade e depressão;
  • proporciona mais energia, disposição e concentração;
  • favorece a digestão;
  • reduz crises de asma;
  • previne e trata a perda de audição;
  • melhora funções hepáticas.

Sintomas de deficiência de magnésio no organismo

Uma vez que o magnésio participa de tantos processos, pode-se supor que, consumido em quantidades inferiores ao recomendado, alguns problemas se façam notar. Dentre esses, podemos ressaltar:

  • pele ressecada, acne, celulite e unhas fracas;
  • vômitos, náuseas, perda de apetite ou prisão de ventre;
  • espasmos e fraqueza muscular;
  • dores nas articulações;
  • ritmo cardíaco desregulado (arritmia);
  • sensação de cansaço e apatia;
  • irritabilidade, ansiedade e ataques de pânico;
  • fotofobia;
  • pressão alta;
  • tremores;
  • cólicas menstruais;
  • tonturas;
  • insônia;
  • colesterol alto;
  • depressão.

Certamente, os sintomas da deficiência do mineral podem ocorrer por vários outros motivos. Logo, é importante realizar todos os exames solicitados pelo médico para averiguar a origem dos transtornos.

Relação entre cloreto de magnésio e depressão

Conforme pontuamos no tópico anterior, a deficiência de magnésio pode causar depressão.

Essa associação passou a receber maior atenção nos últimos anos, especialmente a partir de 2017, quando um estudo conduzido pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, demonstrou que o cloreto de magnésio pode ser tão efetivo quanto antidepressivos convencionais, nos casos de depressão leve ou moderada.

Emily Tarleton, autora da pesquisa, atesta que o magnésio combate alterações químicas no cérebro, tais como os baixos níveis de serotoninaneurotransmissor responsável, dentre outras funções, pela estabilidade do humor.

Além de ser uma alternativa barata e bastante segura, os resultados da suplementação com cloreto de magnésio são rápidos: em apenas 2 semanas de uso contínuo, pacientes com depressão já demonstram melhoras significativas.

Mesmo em casos de depressão grave, o mineral traz contribuições. Não se sugere, principalmente nessas circunstâncias, que a medicação tradicional seja abolida. No entanto, o magnésio pode representar um interessante apoio e complemento ao tratamento.

Cloreto de magnésio emagrece?

É possível que a suplementação de magnésio ocasione perda de peso. Isso em virtude de seus efeitos reguladores, que promovem a saúde e funcionamento adequado do organismo.

Assinalamos que, dentre os sintomas da deficiência do mineral, estão os episódios de ansiedade e depressão. Esses, por sua vez, podem levar à compulsão alimentar, que ocasiona a obesidade. Quando esses quadros clínicos estão sob controle, os excessos alimentares — bem como outras propensões a abusos e vícios — tendem a diminuir. Como consequência esperada, o emagrecimento pode ser observado.

Além disso, o cloreto de magnésio ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, o que diminui a vontade de consumir doces e alimentos gordurosos. Logo, o emagrecimento seria uma decorrência da alteração na alimentação, com a redução desses hábitos.

O magnésio também está envolvido no processo de quebra de gordura. Porém, para que essa quebra ocorra, é preciso que exista um estímulo prévio, como mudança na alimentação e/ou adesão a atividades físicas. Apenas a partir desse estímulo a suplementação com cloreto de magnésio pode agir, como coadjuvante, no processo de perda de medidas.

Em resumo, podemos afirmar que as pessoas que atribuem seu emagrecimento ao cloreto de magnésio não estão erradas. Contudo, sua ação ocorre indiretamente e não como um “remédio” específico para esse fim.

Quais os efeitos colaterais do cloreto de magnésio?

Em quantidades adequadas, o magnésio não apresenta reações adversas. Entretanto, quando consumido em excesso, podem ser verificados episódios de enjoo, vômitos, diarreia, urticária, queda de pressão e fraqueza.

Em casos extremos, que seriam categorizados como overdose de magnésio, pode gerar insuficiência renal aguda, hipotensão, depressão do sistema nervoso central, problemas respiratórios, sede crônica, arritmias cardíacas e inibição da calcificação óssea.

Quais são as contraindicações do cloreto de magnésio?

Antes de iniciar a suplementação, consulte seu médico para saber se não há incompatibilidade com sua condição de saúde.

Na bula ou rótulo dos suplementos, também constam alertas que você deve averiguar antes de iniciar o consumo.

O cloreto de magnésio não é indicado, principalmente, para pessoas que apresentem:

  • insuficiência renal;
  • desidratação;
  • diarreia preexistente;
  • úlceras.

Em certas ocasiões, pode apresentar interação medicamentosa, devendo ser evitado por pessoas que estejam tomando antibióticos, diuréticos, remédios para osteoporose, pedras nos rins, dentre outros.

Dicas para fazer o melhor uso do cloreto de magnésio

Em primeiro lugar, destacamos a importância de conversar com seu médico, antes de iniciar qualquer tipo de suplementação. Ele será a pessoa mais adequada para lhe aconselhar sobre a posologia indicada para você, considerando sua idade, sexo e condição física.

Outro ponto que precisa ser enfatizado é que o suplemento deve ser um coadjuvante em sua nutrição. Privilegie uma dieta balanceada e a escolha de produtos de boa qualidade, pois a alimentação é a fonte essencial de recursos para manutenção da saúde.

Se optar pelo cloreto de magnésio com a finalidade de utilizá-lo para tratamento de depressão ou ansiedade, não interrompa sua medicação habitual! Novamente, vale a recomendação de conversar com seu médico, para fazer o uso conjunto e, num determinado prazo, tentar uma substituição.

Lembre-se que, no caso de transtornos psíquicos, qualquer tratamento é mais efetivo quando se faz acompanhar por sessões de terapia. Em nosso site, você pode contar com o recurso de terapia online. Gostou do artigo? Assine nossa newsletter e receba, em sua caixa de email, notificações sobre nossas publicações e promoções!

Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta