Aprender como parar de arrancar cabelo desnecessariamente não é fácil. Emoções intensas têm relação com o ato de arrancar fios de cabelo, da sobrancelha e/ou dos cílios. Logo, quem tem mania de arrancar cabelo não precisa apenas testar vários métodos para não mexer no couro cabeludo, mas, sim, resolver conflitos internos e incômodos emocionais que promovem a manutenção desse hábito.
A mania de puxar fios de cabelo, na verdade, é uma enfermidade. Muita gente deve conhecê-la como “doença de arrancar cabelo”, mas o seu nome real é tricotilomania.
Trata-se de um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo em que a pessoa arranca cabelos ou pelos do corpo constantemente. Normalmente, os cabelos do couro cabeludo são o alvo principal de indivíduos com essa condição, mas eles também podem arrancar fios das sobrancelhas, cílios e pelos pubianos.
De acordo com o DSM V, 90% dos adultos diagnosticados com este transtorno são mulheres, o que acarreta sofrimento para a população feminina.
Já que o cabelo é costumeiramente visto como símbolo da beleza feminina e é tratado com muito carinho por elas, mulheres com tricotilomania sofrem com a mudança gradual de sua aparência. Mesmo assim, elas não conseguem controlar a compulsão.
A pessoa com a doença de arrancar cabelo não consegue controlar a vontade de fazê-lo. Nos momentos antecedentes ao ato, ela fica ansiosa ou demasiadamente tensa. Ao puxar os fios de cabelo, é inundada por uma sensação prazerosa de alívio.
Esse prazer é momentâneo uma vez que ela logo sente culpa ou vergonha por ceder à compulsão. Ou seja, este transtorno causa uma desagradável montanha-russa de emoções.
Apesar de alguns indivíduos terem um nível maior de consciência dessa atividade, a maioria o faz de modo automático, sem perceber que estão arrancando fios. Alguns podem até chegar a engolir os cabelos.
Os sintomas normalmente variam de intensidade conforme o bem-estar emocional e a faixa etária dos pacientes.
Pessoas ansiosas, por exemplo, tendem a arrancar mais cabelos e/ou pelos. Quem frequenta ambientes estressantes ou está passando por uma fase de vida complicada, também costuma puxar uma quantidade maior de fios.
Em seguida, veja os sintomas da tricotilomania.
Em casos graves, a pessoa fica com diversas regiões calvas no couro cabeludo e extremamente angustiada por ser a principal culpada da mudança de sua aparência. Ela pode desenvolver depressão em razão da baixa autoestima e da sobrecarga de sentimentos negativos.
O diagnóstico da doença de arrancar cabelo é feito por um médico ou psicólogo. Através de uma avaliação de critérios, esses profissionais determinam se a compulsão por puxar fios de cabelo é ou não patológica.
Embora essa condição cause muita vergonha a ponto de ser mantida em segredo por vários meses ou anos, é aconselhado que a pessoa que arranca cabelo não esconda essa mania de amigos e familiares. Eles podem ajudá-la a buscar ajuda para combater a compulsão.
Quem tem mania de arrancar cabelo precisa passar por um processo longo e muitas vezes doloroso para parar de fazê-lo. Como questões emocionais estão associadas a esta mania, diversas tentativas, métodos e consultas com o psicólogo podem ser necessárias para que a pessoa pare de arrancar cabelo.
Veja abaixo alguns métodos utilizados por pessoas que sofrem de tricotilomania e conselhos de especialistas para evitar o hábito de puxar fios de cabelo. Imite as técnicas que achar pertinente em seu cotidiano, variando-as conforme elas deixam de fazer efeito.
Quando os dedos formigarem ou a ansiedade ameaçar se tornar insuportável, oriente a si mesmo para parar antes de arrancar fios de cabelo. Se necessário, diga “PARE!” em voz alta e com firmeza, como se estivesse educando uma criança. Essas repreensões surtirão efeito com o tempo.
Algumas pessoas que procuram se informar sobre como parar de arrancar cabelo passam vaselina nos fios de cabelo, nas sobrancelhas e em outras partes do corpo. Dessa forma, o ato de arrancar é dificultado. Como a maioria das pessoas tende a puxar fios quando estão sozinhas, esse método não causa constrangimento público.
Uma das dicas mais comuns para combater a doença de arrancar cabelo é usar chapéus, boinas ou bonés para cortar o acesso ao cabelo. Quem tem cabelo comprido pode, ainda, prendê-lo em um coque apertado no topo da cabeça, como fazem as bailarinas. Esta também é uma maneira de tirar o cabelo do rosto e desviar o foco para outras atividades.
Uma forma de controlar a compulsão é manter as mãos ocupadas. Baixe jogos no celular, tenha uma caneta ou lápis na bolsa e carregue bolas antiestresse e elásticos consigo. Sempre que a vontade de puxar fios de cabelo surgir, ocupe as suas mãos por alguns minutos para que ela desapareça naturalmente.
Em um aplicativo de celular, caderno ou documento do Word, anote todos os dias que passou sem tocar no seu cabelo. Sempre que atingir um novo marco, como “uma semana sem arrancar cabelo” ou “um mês sem arrancar cabelo”, faça uma pequena comemoração para se manter motivado. Compartilhe o seu progresso com pessoas de confiança e o seu psicólogo.
Algumas pessoas carregam pinceis de maquiagem consigo para mexer nas cerdas quando a vontade de puxar fios aparecer. Outras aprenderam a bordar ou fazer tricô para concentrar a mente em uma atividade produtiva.
O movimento de puxar a agulha e a linha do bordado, por exemplo, é semelhante ao de puxar cabelo, sendo uma alternativa saudável para desviar o foco da compulsão. Cortar pedaços de roupa ou de panos para puxar os fios dos retalhos é igualmente eficaz para tirar a atenção do cabelo.
As pessoas queridas são indispensáveis no tratamento da tricotilomania. Elas são motivadoras e apoiadoras natas, que incentivam as pessoas que puxam cabelo a se manterem no caminho certo. Então, peça ajuda de familiares e amigos para combater a compulsão até que não sinta mais a necessidade de arrancar os próprios cabelos.
Você pode, por exemplo, mandar uma foto sua para pessoas queridas com a intenção de registrar o crescimento do cabelo. Deste modo, você também compartilha as suas pequenas vitórias com quem ama.
Outra forma de pedir ajuda de amigos e familiares é criar uma palavra de segurança que servirá de alerta para os momentos em que você inconscientemente começar a mexer no cabelo. Assim, você conseguirá parar antes de puxar fios.
Para quem também puxa cílios e fios da sobrancelha, uma boa ideia é usar armações de óculos sem lente ou usar óculos de sol quando estiver fora de casa. Deste modo, você dificulta o acesso a essas regiões e diminui a mania de arrancar cabelo como um todo.
As dicas acima são um conjunto de métodos usados no dia a dia por pessoas com tricotilomania e recomendações do DSM V. Embora sejam muito úteis, não são o suficiente para curar a doença de arrancar cabelo.
Como se trata de um transtorno obsessivo-compulsivo, é ideal buscar a terapia para investigar as emoções e crenças associadas à necessidade de puxar fios de cabelo.
Além disso, a terapia é uma fonte sólida e consistente de apoio. O psicólogo conforta e orienta o paciente durante períodos de recaída, assim como celebra grandes marcos do tratamento.
É normal que indivíduos com tricotilomania se sintam incapazes, fracos, desmotivados e até mesmo patéticos, principalmente nas primeiras tentativas de cessar a mania de arrancar cabelos. O apoio de um profissional, amigos e familiares é essencial para que recuperem a autoestima e a vontade de lutar contra a doença.
A terapia também ajuda o paciente a modificar padrões de pensamento e de comportamento que alimentam a vontade de puxar fios. Com o passar do tempo, ele aprende como parar de arrancar cabelo e controlar as suas emoções.
Se você ou alguém querido tem tricotilomania, não hesite em buscar ajuda profissional para investigar a origem desse hábito e, eventualmente, cessá-lo.
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muito obrigado graças a vc eu não puxo mais o cílios muito o brigado mesmo eu não sabia o que eu tinha e graças as soluções que vc citou eu não puxo mais. obrigado