Complexo de inferioridade, saiba como encontrar seu valor!

Complexo de inferioridade pode ser definido como aquele sentimento de não estar à altura dos padrões sociais. Está diretamente relacionado a uma dúvida constante e incerteza sobre si mesmo, além de falta de autoestima.

O complexo de inferioridade geralmente é inconsciente. Acredita-se que ele leva indivíduos afetados a compensar demais, resultando em realizações espetaculares ou em comportamentos sociais exagerados.

Quantas vezes na sua vida você se sentiu inferior aos demais? Quantas vezes se sentiu menos importante que as pessoas por conta de suas próprias habilidades, intelecto e aparência? É assim que o complexo de inferioridade se alastra.

Sentir-se inferior é comum em determinadas situações. Por exemplo, quando conhecemos pessoas que, aparentemente, têm mais conhecimento e habilidades para desempenhar funções que nós ainda não conseguimos. A vida dessas pessoas parece ser perfeita: conquistam tudo o que desejam, são queridas por todos e reconhecidas onde quer que vão. Mas, será que é isso mesmo? Ou, essas conclusões são criadas por nós?

Ninguém tem a vida perfeita, simplesmente porque o “perfeito” é irreal e impossível. Na verdade, essas pessoas de talentos naturais apenas sabem quem são e como utilizar suas qualidades da melhor forma. Todos podemos aprender a fazê-lo assim que aprendermos a valorizar os nossos traços positivos. Para isso, é importante investirmos energia em nosso autoconhecimento!

O complexo de inferioridade, porém, não permite a chegada dessa conclusão. A pessoa que sempre se sente menos desenvolve hábitos extremamente tóxicos, como autossabotagem e auto anulação. Ela não consegue ver além dos próprios problemas, defeitos e fracassos. Se você tem se sentido inferior, continua comigo no artigo abaixo e confira algumas técnicas para dar um “chega pra lá” nesse sentimento!

O que é complexo de inferioridade?

É um comportamento desenvolvido por pessoas com baixa autoestima, com algum transtorno mental ou que passaram por situações ruins recentemente. Ele surge do sentimento de extrema desvalorização do ser. 

A pessoa pode começar a cultivá-lo ainda quando criança ou adolescente, se apegando a ocasiões em que foi criticada, rejeitada, sofreu bullying ou se sentiu pressionada para agir de determinada maneira. Assim, desenvolve uma opinião negativa (e também irreal) sobre si mesma.

Porém, para uma vida adulta saudável e feliz, essas ideias equivocadas precisam ser combatidas. É crucial compreender nossas próprias crenças limitantes para tirarmos maior proveito da vida. Caso contrário, por onde passar, o indivíduo com traços do complexo se sentirá inferior aos demais, sabotando oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Características do complexo de inferioridade

Quem tem complexo de inferioridade apresenta condutas e pensamentos semelhantes. Se você acredita que está sofrendo ou desenvolvendo esse complexo, fique atento aos seus pensamentos e sentimentos.

Comparação constante

A pessoa é incapaz de fazer qualquer coisa sem comparar seus métodos e resultados com o de outras pessoas que considera terem mais sucesso. Em vez de vê-las como inspiração, a pessoa idealiza o que o outro faz como o correto e se repreende por ter ideias diferentes.

Alta sensibilidade

Aquele que se sente inferior é ultrassensível a críticas e comentários alheios, sentindo-se imediatamente mal ao recebê-los. Mesmo quando se trata de uma brincadeira, ele leva para o pessoal. 

Falta de autoestima

A incapacidade de reconhecer suas qualidades torna a pessoa infeliz. Ela começa a acreditar que não tem nada de bom para oferecer ao mundo, mesmo que já tenha recebido elogios e reconhecimentos. Quando o problema está relacionado a aparência, a pessoa pode compulsivamente buscar maneiras de melhorar o que não lhe agrada em seu corpo. Procedimentos estéticos se tornam uma prática comum.

Ausência de amor-próprio

A pessoa não consegue se amar ou sentir-se amada. Embora amigos e familiares digam o contrário, ela apenas acredita em suas próprias convicções. Como consequência, desenvolve diversos hábitos negativos, podendo até se tornar autodestrutivos, à procura do alívio do sentimento de vazio.

Constante busca por reconhecimento

Este deve vir de fora, do ambiente externo. A pessoa faz tudo para agradar os demais, colocando a própria segurança e saúde mental em risco para alcançar esse ideal. Ela anula os seus gostos e sonhos para que os outros se sintam melhor.

Esquiva

O comportamento esquivo, em que o indivíduo procura se afastar de interações sociais, também é uma característica da pessoa com complexo de inferioridade. Este pode levar ao isolamento social, que é o afastamento voluntário ou involuntário de grupos sociais. Este é comumente causado pela inadequação.  

Comportamento defensivo

Como não consegue digerir críticas de maneira apropriada, a pessoa reage com agressividade. Aponta defeitos alheios ou faz fofoca para sentir-se melhor consigo mesmo. 

Você percebeu que os últimos três comportamentos são contraditórios? Um é referente a uma preocupação em excesso para agradar, o outro envolve o afastamento de situações sociais, e, por fim, o último é carregado de agressividade e raiva

O complexo de inferioridade se manifesta de várias formas. Isto é, cada pessoa reage conforme acredita ser o mais eficaz para compensar seus sentimentos. O mecanismo de defesa de cada um está associado ao que sofreram no passado porque são respostas a eventos negativos marcantes. 

Superando o complexo de inferioridade

Olhar para si mesmo e reconhecer as coisas boas que há em você pode ser uma tarefa complicada para quem nunca a fez. Uma vez que escolhemos a mudança, é uma luta diária para não retornar aos velhos padrões de inferioridade. Sozinhos, nem sempre conseguimos dar conta de todas as emoções e dúvidas que surgem ao longo do caminho.   

Entretanto, quando a insegurança ameaçar tomar conta, devemos encará-la com a cabeça erguida. Todos nós temos defeitos e qualidades, coisas boas e ruins. É através da autoaceitação que conseguimos, enfim, ter controle sobre nossos traços de personalidade.

Por mais que você tenha ouvido coisas ruins sobre você no passado, não acredite em todas elas. Há críticas que podemos utilizar com muito prazer para o bem do nosso desenvolvimento pessoal. Mas há outras que servem apenas para nos magoar. Precisamos usar a nossa inteligência emocional para distinguir uma da outra. 

O caminho para sentir-se bem consigo mesmo é mudar a perspectiva. 

Passar a ver o lado bom da vida em vez de focar apenas no negativo. Além disso, apreender a lidar com nossas frustrações e fracassos, os quais são parte intrínseca da vivência de todo ser humano. E, também, reconhecer que temos aspectos maravilhosos os quais, às vezes, precisam de um empurrãozinho para sair da caixa onde os prendemos por tantos anos. 

4 formas de lidar com o complexo de inferioridade

Disseque o problema

Por que você se sente tão inferior? O que o incomoda em você mesmo? Como seria o cenário perfeito para você? Encontre as respostas para essas perguntas e identifique padrões e tendências de comportamento e pensamento. 

Muitas de nossas neuras e condutas são resultantes de acontecimentos do passado. O complexo de inferioridade não é diferente. Revisite-o em busca do causador da rejeição, do medo, da falta de confiança, da insegurança. Assim, você poderá trabalhar em meios de ressignificar essas experiências.

Quando o passado tem muito controle sobre nós, agimos à espera do retorno dos episódios que nos perturbaram. É apenas com a compreensão de que não devemos nos armar contra algo que ficou para trás que conseguimos nos distanciar do passado. 

Se você teme a rejeição, a incompreensão e o bullying porque já passou por essas experiências, procure entender que o presente e o futuro podem ser diferentes.  

Compreenda que é possível falhar

Se você cometeu um erro ou falhou, o máximo que pode acontecer é justamente isso. Já pensou se as grandes mentes da humanidade tivessem medo de errar? Particularmente gosto muito da história de vida do Thomas Edison, um dos maiores inventores da história e criador da lâmpada elétrica. Edison teve mais de 700 tentativas frustradas até chegar na solução que usamos nos dias atuais.

Um dia, um dos seus auxiliares, desanimado com tantos fracassos, sugeriu a Edison que desistisse de futuras tentativas, porque, depois de 700 tentativas, não havia avançado um só passo. Ao que ele respondeu:

“O quê? Não avançamos um só passo? Avançamos 700 passos rumo ao êxito final! Sabemos de 700 coisas que não deram certo! Estamos para além de 700 ilusões que mantínhamos anos atrás e que hoje não nos iludem mais. E a isso você chama perda de tempo?”

Portanto, se você tentou realizar alguma tarefa e falhou, tente novamente até atingir o sucesso.

Sem dúvidas, você conseguirá conquistá-lo com perseverança, excluindo a cobrança para ser perfeito ou o melhor ou igual aos demais. A fórmula para viver bem de outra pessoa pode ser maravilhosa para ela e horrível para você. Comparações, então, acabam se tornando sem sentido. 

Entenda que você é o bastante

Se você se sente menos que os outros por conta de suas atitudes, valores, jeito de ser, aparência ou qualquer outra característica particular, lembre-se daquele conselho de mãe: “ninguém é melhor do que ninguém”. 

A rejeição deixa marcas profundas em nossa personalidade. Reviver as memórias dolorosas dia após dia, como se fosse uma punição por ser diferente, não é a melhor maneira de lidar com as sequelas deixadas por elas. Pare de ouvir a voz em sua mente que concorda com as pessoas que lhe causaram mal.

Você é o suficiente.

E, se não acreditar que é, você pode se renovar até atingir o ideal em sua cabeça. 

Quando a insegurança aparecer, lembre-se que você tem total capacidade para combatê-la. Siga em frente mesmo com medo e dúvidas. 

Enfrente os seus medos

Pessoas com complexo de inferioridade escondem a sua vulnerabilidade para transmitir uma imagem que julgam ser a mais apropriada. Porém, o que mais nos desafia também nos ajuda crescer. A partir do momento em que você abraçar o que não gosta em si, a vida deixará de ser assustadora. Isso porque passamos a conviver melhor conosco quando transformamos nossas falhas em aprendizado e alavanca para o amadurecimento.

Se você sente um desejo extraordinário de agradar o próximo para ser aceito, tente não fazê-lo. Aos poucos, vá dizendo ‘não’. 

O mesmo vale para quem se esquiva de interações sociais. Busque compartilhar um pouco mais sobre você, ouvir mais, ou apenas estar lá, seja em silêncio ou não. O importante é se colocar de forma ativa naquela situação que provoca medo. 

Uma ferramenta que pode ser espetacular nesse sentido é a psicoterapia. Um psicólogo pode ajudar, e muito, a olhar para dentro de si, trabalhar os medos, se desafiar e avançar em busca de uma versão melhor. Sou suspeita para falar de terapia, mas depois de 7 anos colhendo frutos do processo, posso dizer que é o melhor investimento que faço para combater meus medos e angústias.

É apenas com o enfrentamento, no seu ritmo e na maneira que você fique mais confortável, que você conseguirá modificar comportamentos. Além disso, com um pouco de reflexão, conseguirá perceber que a realidade não é tão ruim e que você é muito mais capaz do que pensou.

Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!

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Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta