Dia Mundial da AIDS e HIV: conheça o Dezembro Vermelho

O Dezembro Vermelho é o mês internacional de luta contra a AIDS e o HIV. Assim como o Setembro Amarelo, Outubro Rosa e outras datas voltadas para a conscientização de uma condição de saúde, a sua intenção é levar informações sobre a AIDS e o HIV para conscientizar as pessoas sobre as formas de prevenção. 

Segundo dados da UNAIDS, 38 milhões de pessoas vivem com HIV em todo o mundo. Até o fim de 2019, foram registradas 1,7 milhões de novas infecções pelo vírus. Também em 2019, 690 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS. Este número é muito menos expressivo que o de 2010, quando ocorreram 1,1 milhão de mortes.  

Essas estatísticas indicam a necessidade de conversar mais sobre o HIV e a AIDS não somente no Brasil, mas em todo mundo. Além disso, o acesso ao tratamento e aos métodos de prevenção deve ser facilitado para reduzir a quantidade de pessoas infectadas.

Como surgiu o Dezembro Vermelho?

Durante a terceira Conferência Internacional de AIDS em Washington, nos Estados Unidos, em 1987, 200 mil pessoas que viviam com o HIV foram ouvidas pela comunidade científica. Para elas, o silêncio era uma forma de violência. 

Como não havia tratamento na década de 80, quem contraía o HIV morria em questão de meses ou anos. Esse período da história internacional e nacional ficou marcado pelo terror e incerteza decorrentes da epidemia de AIDS.  

Um ano depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estipulou o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial da AIDS. O objetivo era, sobretudo, combater a desinformação e o preconceito contra os soropositivos (indivíduos que possuem o vírus HIV em seu organismo). 

O dezembro vermelho ganhou notoriedade somente em 1991 com a associação do laço vermelho à luta contra a AIDS. O projeto foi lançando pelo grupo de profissionais de arte Visual AIDS em Nova York. 

Eles desejavam homenagear amigos, parentes e colegas que morreram devido à doença. Por isso, considera-se que quem usa o laço escolhe demonstrar abertamente a sua solidariedade aos pacientes de AIDS. 

O que acontece durante o Dezembro Vermelho?

O mês de dezembro é dedicado para esclarecer as dúvidas em relação ao HIV e a AIDS. Instituições públicas e privadas e organizações não governamentais (ONGs) realizam atividades de conscientização que envolvem rodas de conversa, palestras proferidas por médicos, distribuição de material informativo, oficinas educativas, entre outras ações. 

Os municípios brasileiros geralmente possuem programações próprias de conscientização durante o dezembro vermelho, voltadas para a realidade local. 

Esse movimento global de prevenção e de combate à desinformação é vital para alcançar o maior número possível de pessoas, especialmente as que residem em locais afastados ou em situações que dificultam o fácil acesso ao conhecimento. 

O Dezembro Vermelho luta contra o preconceito

Dia Mundial da AIDS e HIV: conheça o Dezembro Vermelho

A discriminação na década de 80 era muito forte. Muitos não tinham conhecimento sobre como, de fato, se contraía o vírus e acreditavam que somente homossexuais eram acometidos. 

No auge da epidemia de AIDS, a patologia era conhecida como “câncer gay”. O apelido pejorativo alimentava o preconceito e passava a falsa impressão de que a doença não atingia heterossexuais. Hoje, compreende-se que essas concepções são falsas. Ainda assim, alguns brasileiros ainda carregam esse preconceito passado de geração para geração. 

A discriminação contra pessoas com AIDS foi definida como crime somente há seis anos, em 2014, por meio da lei n° 12.984. A necessidade de uma proteção judicial implica na ocorrência de casos de preconceito. 

É importante mostrar à população mundial que a doença é apenas contraída através de relações sexuais desprotegidas, transfusão de sangue e compartilhamento de objetos perfurocortantes contaminados, como seringas e agulhas. 

Ou seja, a AIDS não é facilmente transmitida. Não há necessidade de evitar ou isolar pessoas que vivem com o HIV. 

Um dos objetivos do dezembro vermelho também é coibir os estigmas com conhecimento. 

Mesmo com a facilidade ao acesso à informação em virtude da internet, as pessoas ainda não tem a consciência ou o hábito de fazer buscas sobre o assunto por conta própria. São as iniciativas que se comprometem em interagir cara a cara com o público que fazem a diferença. 

O Dezembro Vermelho promove a solidariedade

O laço vermelho usado durante o mês de dezembro faz alusão tanto ao sangue (forma de transmissão do HIV) quanto à compaixão. A solidariedade é um dos aspectos mais importantes da luta mundial contra a AIDS. 

A empatia e a postura compassiva são necessárias para combater o isolamento das pessoas soropositivas. O afastamento (desnecessário) desses indivíduos lhes causa muito sofrimento. 

Conviver com uma patologia como a AIDS requer muito otimismo, esperança, apoio e saúde mental. Atitudes preconceituosas ou apáticas não colaboram para o bem-estar emocional dos pacientes de AIDS. Eles devem ser tratados com normalidade e respeito, assim como seria feito com qualquer outro indivíduo.

Uma pessoa com HIV ou AIDS pode se relacionar, trabalhar e viver normalmente. Apertos de mão, beijos e abraços estão liberados! Não é necessário manter distância ou tratá-la de maneira diferente.  

7 perguntas sobre o HIV e a AIDS 

Entrando no clima de conscientização proporcionado pelo dezembro vermelho, a Vittude respondeu a algumas dúvidas básicas sobre o HIV e AIDS. 

O que é HIV?

O HIV é o vírus que pode acarretar a síndrome da imunodeficiência adquirida, popularmente conhecida como AIDS. O corpo humano não consegue combater o HIV da mesma forma que faz com outros vírus. Até o momento, quem contrai o HIV, vive com ele para o resto da vida. Esse cenário pode mudar à medida que as pesquisas científicas sobre o vírus avançam. 

O que é AIDS?

A AIDS é a doença resultante do HIV. Ela enfraquece o sistema imunológico, tornando o organismo vulnerável ao surgimento de outras patologias. Essas vão desde resfriados até graves infecções. Quando não é devidamente tratada, ela eventualmente destrói o sistema imunológico.

Quem tem HIV consequentemente tem AIDS?

Não.

A AIDS aparece quando a pessoa com HIV começa a ficar doente com mais frequência. À medida que o vírus ataca as células que compõem o sistema imunológico, outras patologias começam a aparecer. Neste estágio, ele já está seriamente comprometido.

Há muitos soropositivos, no entanto, que vivem sem contrair a AIDS ou outras enfermidades. Ainda assim, eles conseguem transmitir a doença para outras pessoas.

Como ocorre a transmissão?

Dia Mundial da AIDS e HIV: conheça o Dezembro Vermelho

Como mencionado anteriormente, o vírus é transmitido através das relações sexuais sem camisinha (sexo vaginal, anal e oral), uso de objetos perfurocortantes contaminados e transfusão de sangue contaminado. O HIV também pode ser passado da mãe para o filho durante a gestação, parto ou amamentação. 

O compartilhamento de objetos pessoais, como produtos de higiene, roupas e utensílios de cozinha, não é prejudicial. O HIV também não é transmitido pelo ar nem pelo toque. Utilizar o mesmo assento ou estar no mesmo recinto com uma pessoa soropositiva não gera transmissão. 

Existe tratamento e cura para o HIV?

Embora ainda não exista cura, há tratamento. Ele visa retardar a ação do vírus no organismo para promover a longevidade das pessoas. 

O tratamento é mais efetivo quando feito ao longo dos primeiros estágios de infecção. Ou seja, entre as quatro primeiras semanas após o contágio. Ele é feito com medicamentos antirretrovirais e, graças a eles, as fatalidades resultantes da AIDS diminuíram drasticamente desde a década de 80. 

Esses medicamentos conseguem frear a fragilização do sistema imunológico para que a AIDS não se manifeste ou apareça tardiamente na vida do indivíduo. Eles também evitam a transmissão do vírus nas relações sexuais. 

Quais são os métodos de prevenção?

Casais homossexuais e heterossexuais de todas as idades devem usar preservativo durante o sexo para evitar a transmissão. No Brasil, a população jovem é a que mais se recusa a usar camisinha durante o ato sexual. 

A consequência dessa postura, segundo o próprio Ministério da Saúde, é o aumento do número de contágio de HIV entre a faixa etária de 20 a 34 anos. 

Uma vida sexual ativa e saudável é incentivada por psicólogos para fazer a manutenção da saúde mental. Entretanto, as relações sexuais precisam ser feitas com segurança, especialmente nos relacionamentos casuais. 

O que fazer se o exame der positivo?

A primeira coisa a se fazer é buscar o tratamento antirretroviral para o HIV. Ele é geralmente feito com três medicamentos diferentes. Como existem muitos, as suas primeiras escolhas podem não funcionar. Caso isso aconteça, não se desespere! Pode levar tempo para encontrar o conjunto de medicamentos apropriado para o seu organismo. 

Além disso, a pessoa soropositiva deve manter um estilo de vida ativo com exercícios físicos regulares e alimentação saudável para cuidar da saúde física. 

Buscar acompanhamento psicológico também pode ser muito importante, principalmente logo após receber a notícia do diagnóstico. Pacientes com HIV podem buscar a terapia para cuidar da saúde mental em qualquer estágio de infecção e se fortalecer contra possíveis preconceitos. 
A percepção referente às relações afetivas pode mudar bruscamente com o recebimento do diagnóstico, causando sofrimento para a pessoa com HIV ou AIDS.

A terapia pode ajudar o soropositivo a reencontrar a confiança após o exame positivo.

Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta