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Dor no maxilar pode ser sintoma de ansiedade!

Nem todo mundo sabe, mas a dor no maxilar pode estar ligada a questões emocionais, como a ansiedade. Este transtorno mental é capaz de causar diversos sintomas físicos e psicológicos, sendo o incômodo maxilar um deles.

Por isso, não adianta tratar somente a dor, visto que a causa pode ser muito mais profunda e estar ligada a algum problema mental que precisa de análise e acompanhamento psicológico.

Neste artigo, você poderá conferir as principais informações sobre este assunto para tirar as suas dúvidas. Assim, caso note os sintomas em si mesmo ou alguém próximo, poderá procurar ajuda especializada. Vamos lá?

O que é a ansiedade?

A ansiedade é uma reação natural do corpo, que faz parte do dia a dia de qualquer ser humano. Trata-se de um mecanismo de sobrevivência para lidar com situações de perigo. Assim, em uma tentativa de “proteção”, o organismo dispara o sistema de “luta e fuga”.

É normal ficarmos ansiosos em momentos em que é preciso falar em público ou realizar uma entrevista de emprego, por exemplo. E é importante saber que, até certo ponto, ela impulsiona o indivíduo para a ação. O problema é quando começa a trazer prejuízos para a saúde e o bem-estar.

Os transtornos de ansiedade são diferentes do medo ou da ansiedade normais porque se caracterizam pela preocupação excessiva ou constante de que algo ruim vai acontecer.

Durante uma crise de ansiedade, a pessoa não consegue focar no presente e se sente muito tensa e preocupada sem razão aparente. Nesse momento, podem surgir sintomas físicos e psicológicos, que impactam a qualidade de vida e o convívio social.

Quais são os sintomas da ansiedade?

O transtorno de ansiedade pode se manifestar de diversas formas e não necessariamente uma pessoa tem todos os sintomas. Confira, em seguida, quais são os mais comuns:

  • apetite desregulado;
  • mudanças no sono;
  • tensão muscular;
  • enxergar perigo em tudo;
  • pensamentos obsessivos;
  • inquietação;
  • náuseas;
  • problemas digestivos;
  • preocupações em excesso;
  • falta de ar;
  • tremores;
  • diarreira;
  • suor excessivo;
  • coração acelerado;
  • tremores;
  • dor de cabeça;
  • sensação de desmaio.

Quais são os tipos mais comuns de ansiedade?

Quando estamos falando sobre transtornos de ansiedade também é importante ressaltar que existem vários tipos, cada um com características específicas. Em seguida, confira quais são os principais:

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

Conhecido como TOC, o Transtorno Obsessivo Compulsivo é caracterizado por ações repetidas, rituais compulsivos e situações com ideias obsessivas. Quem sofre com o distúrbio costuma ter consciência de que o comportamento não faz sentido, mas não consegue evitá-lo.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

 A TAG diz respeito a um transtorno mais geral em que a pessoa tem dificuldade para relaxar, pois o tempo todo está preocupada excessivamente com a sua vida e as questões que a cercam como família, saúde, estudos, trabalho etc. É comum que apresente sintomas  como irritabilidade, tensão muscular, insônia, problemas digestivos etc.

Fobia social

A fobia social, por sua vez, se trata do medo intenso e desproporcional em relação a algo que não existe ou que não apresenta perigo real. Pessoas com esse transtorno podem sentir um medo inexplicável diante de coisas ou situações comuns, como multidões, animais inofensivos, entre outros.

Síndrome do pânico

É comum que a primeira crise de pânico se manifeste na adolescência ou começo da vida adulta, sem motivo aparente. O episódio pode se repetir várias vezes em um mesmo dia ou demorar semanas, meses ou anos para ocorrer novamente. É um transtorno que caracterizado pela ocorrência repentina e inesperada de crises de ansiedade agudas que causam muito medo e desespero.

Os sintomas são bem intensos, sendo os mais comuns: falta de ar, tontura, coração acelerado e a sensação de que a morte se aproxima. Além disso, como a pessoa não sabe quando e onde terá uma próxima crise, fica em estado de tensão e ansiedade constante.

Ansiedade por estresse pós-traumático

As crises de ansiedade por estresse pós-traumático são decorrentes de flashbacks e pesadelos relacionados a um evento traumático do passado que não foi superado. Quando a situação não é bem resolvida ou não há o tratamento adequado, é comum que a condição dure meses ou até mesmo anos, podendo trazer de volta memórias do trauma que são acompanhadas de sintomas físicos e emocionais.

Qual é a relação entre a dor no maxilar e a ansiedade?

Agora que você já entendeu um pouco mais sobre o assunto, vamos falar sobre a relação entre a dor no maxilar e a ansiedade, afinal, muita gente não se dá conta de que pode se tratar do sintoma de um transtorno mental.

Para falar sobre isso, é preciso explicar o que é a Disfunção Temporomandibular (DTM), que se trata de uma alteração funcional da articulação que conecta a mandíbula (queixo) ao crânio (têmpora), a Articulação Temporomandibular (ATM).

Esta articulação é responsável pelos movimentos mandibulares. O que muita gente não sabe é que há uma conexão entre quadros emocionais e psicológicos (estresse, ansiedade e depressão) e a DTM.

Os principais sinais de que há uma alteração são:

  • dores de cabeça frequentes;
  • sensibilidade e dores nos ombros e pescoço;
  • sensibilidade ao redor das orelhas durante a mastigação, a fala ou ao abrir a boca;
  • mandíbula travada ou deslocado;
  • estalos na mandíbula ao abrir e fechar a boca;
  • escutar zumbidos com frequência;
  • dificuldades para mastigar.

Os transtornos psicológicos afetam a saúde mental e o bem-estar de milhares pessoas, mas nem todas sabem reconhecer os sintomas dessas doenças e continuam vivendo sem receber o diagnóstico adequado.

É importante saber que estresse, depressão e ansiedade podem ser gatilhos que desencadeiam outros problemas de saúde, sendo um deles a dor no maxilar. Entre outras questões, o bruxismo também é um problema que pode ser ocasionado por fatores emocionais não resolvidos.

Portanto, tudo está associado: corpo e mente se comunicam de forma surpreendente e estão sempre dando sinais quando algo não vai bem em alguma dessas esferas.

As diferenças entre a DTM e o bruxismo

Muita gente confunde, mas bruxismo e DTM não são a mesma coisa. A DTM é caracterizada por um conjunto de problemas que envolvem o músculo e esqueleto do aparelho mastigatório. O bruxismo, por sua vez, é o ato de apertar ou ranger os dentes inconscientemente, sendo muito comum durante o sono.

Além disso, é importante entender que a DTM e bruxismo podem ou não estar associados.

Como tratar a dor no maxilar?

O mais importante para o tratamento eficaz é identificar a origem real do problema para conseguir agir sobre ela. Vamos supor, por exemplo, que a causa da dor no maxilar seja a ansiedade.

Nesse caso, não adianta tratar apenas a DTM. É essencial agir sobre a raiz do problema, que tem fatores emocionais e psicológicos relacionados. E, para isso, é preciso buscar auxílio especializado como psicólogos e, em alguns casos, psiquiatras. O tratamento, portanto, é personalizado e pode ser realizado por meio de uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de diferentes áreas.

Normalmente, a principal indicação para tratar a DTM é o cirurgião-dentista, que irá solicitar vários exames físicos e imagem para compreender os níveis da dor sofrida e analisar os músculos da região. Este profissional deve estar sempre atento às questões emocionais do paciente e ter consciência de que o problema pode ser decorrente de fatores psicológicos, afinal, se for necessário, precisará indicar a avaliação de outros especialistas, como psicólogos e psiquiatras.

Qual é o papel da psicoterapia no tratamento da dor no maxilar?

Algumas pessoas podem achar esquisito um psicólogo atuar no tratamento de uma dor física no maxilar, mas o ponto aqui é que o problema pode estar relacionado a fatores emocionais e psicológicos.

Nesse caso, o psicólogo irá atuar para auxiliar o paciente no entendimento de seus padrões de comportamento, gatilhos e questões que podem estar ocasionando o transtorno mental. As sessões de psicoterapia têm como objetivo promover o autoconhecimento e ajudar a pessoa a lidar melhor com as suas angústias, criando estratégias voltadas para o bem-estar e qualidade de vida.

Em casos mais intensos e graves, o psicólogo pode recomendar que o paciente faça uma consulta com um psiquiatra, médico que poderá analisar se há a necessidade de introduzir uma medicação para amenizar os sintomas.

Fique atento aos sinais e, se precisar, procure ajuda

A conexão entre o corpo e a mente é muito poderosa. Por isso, é fundamental ficar atento a tudo aquilo que, eventualmente, sinaliza questões mal resolvidas que, de alguma forma, estão se manifestando por meio de sintomas físicos.

Não tenha medo de procurar ajuda e marcar uma consulta com um psicólogo para aprofundar o seu autoconhecimento e investir em uma vida muito mais saudável e equilibrada.

Para mais artigos, acompanhe o blog da Vittude!

Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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