Entendendo tudo sobre a Fase Lútea

A fase lútea é a última etapa do ciclo menstrual da mulher, a qual detém uma responsabilidade significativa: manter a gravidez. No entanto, poucas mulheres conhecem a sua função ou como a saúde mental é afetada neste período. 

O ciclo menstrual é composto por três fases: a fase folicular, a fase proliferativa e a fase lútea. Entretanto, algumas divisões o separam em quatro partes, sendo a fase secretora a última.

Já outras preferem juntar a lútea e a secretora. Independente da literatura que você encontrar, o mais importante é compreender a funcionalidade desta fase. 

Como acontece o ciclo menstrual?

Enquanto a menstruação permanece por apenas alguns dias e costuma ser o elemento mais lembrado pelas mulheres quando pensam em ciclo menstrual, este possui permanência de 28 a 30 dias. A duração pode variar de mulher para mulher.

Fase folicular 

Esta fase consiste no período entre o primeiro dia da menstruação e a ovulação. Nela, como o nome sugere, são produzidos folículos, os quais abrigam os ovócitos, células germinativas femininas, em estado de maturação.

Um deles se desenvolve mais rapidamente, tornando-se responsável pela produção de estrogênio. Assim, o ovário conta com um ovócito desenvolvido a cada ciclo menstrual

Se houver relação sexual e o ovócito (popularmente chamado de óvulo) for fecundado, acontece a gravidez. Caso contrário, o ovócito será eliminado com a menstruação. Esta, por sua vez, acontece quando as camadas superiores do revestimento uterino, chamando de endométrio, se rompem. 

Esta fase também é conhecida como ‘período fértil’, em que a mulher tem maiores chances de engravidar. 

Fase proliferativa

Acontece após o fim da menstruação e segue até o período de ovulação. O útero reconstrói o tecido descamado, aproveitando-se da quantidade elevada de estrogênio produzida pelo folículo. O endométrio, então, recupera a espessura. Próximo ao período da menstruação, no entanto, ele afina novamente. 

Este ciclo acontece para facilitar a fecundação. O óvulo fecundado pode se implantar e crescer no útero, já que as paredes do revestimento uterino se afinam.  

Fase lútea 

Possui duração de 11 a 16 dias, dependendo do organismo da mulher, e começa quando o folículo que continha o ovócito durante a ovulação se transforma em corpo lúteo. A partir de então, passa a produzir progesterona e estrogênio. O pico desta produção acontece geralmente no 14º dia da fase lútea

Essa mudança hormonal é conhecida como Tensão Pré-Menstrual (TPM), pois uma série de sintomas começa a aparecer nos dias que antecedem a menstruação. Enxaqueca, acne, inchaço, enjoo e sensibilidade nos seios são os mais comuns.

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Qual é a função da fase lútea?

Muitas mulheres conhecem bem os sintomas pré-menstruais e demonstram o seu desgosto quando eles chegam. Embora os altos níveis de progesterona causem uma bagunça hormonal, eles são importantes para fixar a gravidez na fase inicial.  

Mulheres que possuem uma fase lútea menor, com menos de 11 dias, não conseguem produzir a quantidade necessária de progesterona. Assim, correm o risco de não conseguirem engravidar com facilidade. Neste caso, o tempo de viagem do embrião, saindo das trompas em direção ao útero, é encurtado e ele não consegue se fixar a tempo. 

Em contrapartida, uma fase longa, com mais de 16 dias, pode impedir que a menstruação aconteça, pois o excesso de progesterona impede que o endométrio se desfaça. Dessa forma, a vida útil do corpo lúteo se alonga já que não existe a possibilidade dele ser descartado. 

Confira abaixo outras funções da progesterona:

  • Prepara o útero para o possível surgimento de um embrião;
  • Alarga o endométrio para que ele fique cheio de líquidos e nutrientes para alimentar o embrião;
  • Engrossa o muco no colo de útero para impedir a entrada de espermatozoides e bactérias no útero;
  • Aumenta a temperatura corporal, o que pode servir de indicativo para a existência ou ausência do processo de ovulação. 

Quando não ocorre fecundação, o corpo lúteo se desfaz em um processo que pode levar entre 9 a 11 dias após o término da ovulação. Com a queda dos níveis de progesterona e estrogênio, ocorre a menstruação. 

Fase lútea e saúde mental

O ciclo menstrual é um processo complexo. Apesar do organismo da mulher possuir todas as funções fisiológicas para passar por ele, salvo alguns casos excepcionais, esta fase, em especial, nem sempre é tranquila e imperceptível. 

Como os sintomas são diversos e se manifestam de forma distinta em cada mulher, é um tanto complicado falar sobre uma experiência universal. No entanto, com tanta coisa acontecendo interiormente, não é incomum a saúde mental das mulheres serem afetadas de maneira negativa

Nesta fase, a mulher pode se sentir supersensível, irritada, desconfortável, fatigada e até apática. Crises de choros ou explosões de raiva são comuns, especialmente se a mulher se encontrar em um período estressante da vida. Outros sintomas, como dificuldade de raciocínio e de concentração, podem atrapalhar a execução de tarefas diárias e causar frustração

Além disso, a presença de sintomas físicos, como cólicas, dores musculares e fraqueza, tendem a tornar o cotidiano mais desgostoso. 

Vencendo a ansiedade

Como sobreviver a fase lútea?

Primeiramente, acompanhar o ciclo menstrual através de aplicativos ou um calendário é uma boa ideia para se preparar. Algumas mulheres já devem ter passado pela experiência de notar um comportamento anormal e associá-lo a TPM somente depois, quando a ficha caiu.

Outra forma de lidar com os sintomas é através de medicamentos. Porém, nem todas as mulheres podem usá-los. Diante de contraindicações, elas podem recorrer a tratamentos alternativos para cuidar da saúde mental.

Técnicas de respiração profunda e relaxamento, como a meditação, escrever os sentimentos e focar em uma atividade de interesse são formas de aliviar o mal estar. Ademais, compartilhar a sua experiência pode reduzir as frustrações associadas a esta fase.  

A terapia ajuda a desenvolver técnicas para lidar com os desagradáveis sintomas, através da inteligência emocional, e cuidar da saúde mental no dia a dia. É uma maneira de proporcionar serenidade em um momento de complexidade emocional. 

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Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta