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A importância do apoio familiar no pré e pós operatório da cirurgia bariátrica

Como já abordado em textos anteriores, a cirurgia bariátrica é indicada para aqueles que não conseguem reduzir o peso através de dietas e exercícios físicos. O procedimento permite ao sujeito uma perda de peso rápida e até o primeiro ano essa redução de peso ainda é significativa, após esse período a perda de peso é menor e vai se estabilizando.

Algo que é pouco falado, é sobre a importância do apoio familiar no pré e pós operatório. Antes da cirurgia é importante que a família esteja presente e participe ativamente do processo, que conheça não somente sobre os aspectos do paciente, ou seja, dos seus sentimentos, desejos, medos, receios, mas principalmente as alterações que são próprias do processo cirúrgico, como, dieta a ser seguida, alteração de hábitos alimentares, alterações no comportamento, dentre outras. Compreender esse sujeito e apoiá-lo fará toda a diferença na sua trajetória rumo a cirurgia.

O apoio familiar no processo de recuperação

Quando pensamos em pós operatório a presença da família também é importante. O que chamamos de apoio familiar diz respeito àquele membro da família que ficará responsável por fazer a preparação das refeições quando o paciente tiver alta hospitalar e retornar para casa, de lembrar o paciente que mesmo que não sinta fome será necessário se alimentar nos horários previamente estabelecidos pelo nutricionista, de acompanhá-lo nas consultas, ou seja é realmente apoiar esse paciente no que ele precisar de forma colaborativa e acolhedora.  Algumas pessoas sentem mais dificuldades, outras seguem à risca todas as instruções e passam por esse processo de maneira bastante tranquila. Se a pessoa que tem a função de apoio familiar, e esteve presente desde o início saberá que pode ocorrer possíveis complicações, mas que fazem parte do processo, como: engasgos, vômitos, comer algum alimento gorduroso ou excessivamente temperado e passar mal ou ainda comer algo doce e ter a síndrome de dumping, saberá lidar e auxiliar o paciente da melhor forma para que este vá se acalmando e lidando de forma positiva com aquela situação nova e difícil. O primeiro mês é o mais complicado, com o passar do tempo esse paciente vai se habituando, se adaptando a esta nova condição, portanto terá maior autonomia sobre si mesmo.

O processo de recuperação física e emocional são particulares, cada paciente lidará de uma forma, mas é fato que à medida que vai de reconhecendo sob essa nova ótica, de um corpo que vai se modificando significativamente através da perda de peso e lidando com as coisas que estão por vir, se sentirá mais seguro em relação a evolução clínica e outras mudanças que ocorrerão.

Respeitando os novos limites gástricos é provável que não aconteça os temidos engasgos/entalos e outras sensações de mal estar, por outro lado à medida que essas reações acontecem o próprio sujeito vai se monitorando a cada passo, passa a mastigar mais vezes e mais devagar, fica atento ao tipo de alimento que vai ingerir, sente-se melhor adaptado de uma forma geral e ao final do primeiro mês, até um mês e meio, a restrição já não é mais tão intensa e os meses que se seguem são mais descomplicados e acessíveis.

Nessa fase o paciente já está mais independente na sua rotina diária, já é possível realizar exercícios, sai com mais frequência, até antes desse período já poderia voltar ao trabalho, tudo dependerá da organização da sua dieta. A vida vai voltando a sua normalidade, nesse ponto a família pode incentivar, mostrar os pontos positivos e como as coisas estão indo bem. Uma família que colabora e apoia tem muito mais chances de passar por esse processo de forma integrada, coesa e tranquila, do que as famílias que cobram e são até agressivas com o sujeito que fez a cirurgia, então, quando todos os membros da família principalmente aquele que está mais próximo do paciente se predispõe a entender sobre o processo, conhecer sobre o que pode ocorrer, todos podem se beneficiar no que diz respeito a inserção de hábitos alimentares mais saudáveis, pois sabemos que a forma pela qual um sujeito se alimenta está diretamente ligada á forma como a família se alimenta e quais alimentos estão disponíveis naquela casa, além da cultura. Portando é fundamental que todos, familiares ou não, próximos ao paciente se empenhem para que este obtenha o melhor resultado possível.

Maristela Silva

Extensão em transtornos alimentares e obesidade.

Psicóloga e futura psicanalista

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