A vida é regida por ciclos

A vida é regida por ciclos

Você já deve ter ouvido esta frase: A vida é regida por ciclos! Mas o que de fato isso significa? Antes de tudo, convém mencionar que um ciclo pode ser entendido como um conjunto de transformações que asseguram a continuidade de uma categoria ou de uma espécie. Nesta perspectiva, isso quer dizer que algo nasce ou é criado, se desenvolve, cresce e depois de um tempo deixa de existir ou se transforma.

Este é o percurso natural da vida que permeia todos os nossos ecossistemas. De acordo com o dicionário ambiental, um ecossistema corresponde a um complexo de interações que envolvem os organismos vivos como pessoas, plantas, animais (componentes bióticos) e os elementos químicos e físicos, tais como os recursos minerais: ar, fogo, terra e água, também conhecidos como componentes abióticos. Todos esses segmentos interagem entre si e se influenciam mutuamente, criando redes de interconexões que sofrem constantes transformações.

Estamos em constante mutação

Dito isso, estamos – inevitavelmente, em processo mutação. Um exemplo concreto a esse respeito desta dinâmica, refere-se à capacidade impressionante de reiteração de nossas células corporais, algumas se aperfeiçoam, se reconstituem, se transformam outras tantas morrem, dando lugar para células novas. Esse grande “poder” do nosso sistema celular salvaguarda a integridade do nosso organismo, oportunizando, inclusive, os processos de cura. À vista disso, é importante mencionar que para que toda essa engrenagem possa ocorrer com fluidez, o encerramento dos ciclos se torna imprescindível, possibilitando renovações, transfigurações, refazimentos o que contribui efetivamente para nosso processo evolutivo.

Quando não enxergamos a importância dos fechamentos dos ciclos ou não entendemos a sabedoria deste fluxo vital, procuramos (ilusoriamente) controlar tudo que nos afeta, desde pessoas, circunstâncias, momentos até sentimentos e emoções, na tentativa manter o que temos, de não permitir que as coisas mudem ou que sigam seu próprio movimento, seu curso natural… Neste sentido, gastando tanta energia que acabamos por nos sentir esgotados, sem perspectivas, ficamos paralisados, sacrificando nosso bem-estar, correndo o risco de adoecer em todas as esferas da vida: física, emocional, espiritual, social, etc.

No processo de autoconhecimento e retomada de fluxo vital, um dos pontos que considero essenciais é se colocar em uma posição de investigador de si mesmo, realizando alguns questionamentos como, por exemplo:

O que estou tentando controlar? O que está difícil deixar ir? O que me impede de seguir o fluxo da vida? O que não quero encerrar? O que não quero começar? Do que tenho medo? O quanto estou disposto a sair da inércia, recuperar minha saúde e investir no meu autodesenvolvimento?

A investigação de nós mesmos

Essas e outras perguntas podem ser úteis, uma vez que nos auxiliam na investigação do que está acontecendo, de que modo estamos nos posicionando neste processo, quais são os entraves que nos deparamos e, também, identificar que tipo de recurso iremos precisar para modificar nosso comportamento. Claro que não é tarefa fácil, exigirá tempo, disposição, planejamento, energia, força de vontade, perseverança, esforço, bem como, consciência de nossas próprias limitações e habilidades.

Ademais, será necessário depositar fé em nós mesmos e em nossa capacidade de crescimento e transformação, mas isso não significa que precisamos fazer tudo sozinhos, podemos acionar redes de apoio como amigos e familiares que venham a nos ajudar nesta tarefa árdua de reconhecimento dos bloqueios ou empecilhos que não nos permitem caminhar, prosseguir em nosso trajeto. Se mesmo assim ainda encontrarmos grandes dificuldades, considerar o auxílio de um profissional da área da saúde como um psicólogo pode ser de grande valia para que venhamos recobrar a confiança e ter a coragem de mergulhar em nosso autoconhecimento e nos aventurar no desconhecido, desfrutando de todas as etapas desta jornada que é a vida, apreciando cada novo desafio, recebendo-o como um presente a serviço de nossa evolução.

É importante termos em mente que quando insistimos exageradamente em algo, seja uma situação, um relacionamento, um trabalho ou qualquer coisa que já esteja saturado e necessita partir, tal atitude pode ser tornar um grande impeditivo para que possamos desfrutar das novas oportunidades de evolução que nos ajudariam a exercer todo o nosso potencial e alcançar mais alegria, mais qualidade de vida, mais saúde e, consequentemente, mais bem estar.

Se você se encontra neste impasse, lembre-se, como mencionado anteriormente, você não precisa passar por isso sozinho, pense em suas redes de apoio e considere a ajuda de um profissional qualificado, aceite o convite da vida de se lançar na experiência e experimente novas formas de viver. Pense nisso com carinho. Cuide sempre de seu bem mais preciso: você! Abraço afetuoso.

Psicóloga Vanessa Brito
CRP: 06/146517

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