Comunicação-Não Violenta_ Um Jeito de Ser

Comunicação Não-Violenta: Um Jeito de Ser!

Comunicação Não-Violenta: já ouviu falar?

A Comunicação Não-Violenta – a CNV -, mais que uma teoria ou uma técnica, é um jeito de ser desenvolvido por Marshall Rosenberg e “algumas pessoas usam a CNV para responder compassivamente a si mesmas; outras, para estabelecer maior profundidade em suas relações pessoais; e outras, ainda, para gerar relacionamentos eficazes no trabalho ou na política. (…)

(…) No mundo inteiro, utiliza-se a CNV para mediar disputas e conflitos em todos os níveis.” (ROSENBERG, 2006, p. 32)

O objetivo desse jeito de ser, é encontrar uma maneira de se relacionar e se comunicar deixando vir à tona aquilo que é positivo em nós e nos outros, com amor, empatia, respeito, compreensão, preocupação, gratidão e compaixão.

“A CNV nos ajuda a nos ligarmos uns aos outros e a nós mesmo, possibilitando que nossa compaixão natural floresça.” (ROSENBERG, 2006, p. 32)

A todo momento e em diversos contextos, nos deparamos com violências, nem sempre claras e evidentes, muitas vezes violências sutis, como:

  • Nos relacionamentos pessoais, quando exigimos do outro ou somos exigidos pelo outro que tenhamos uma determinada atitude, “se não…”.
  • No ambiente de trabalho, ao convivermos com comportamentos tóxicos, que causam humilhação, por meio de hostilidade ou sabotagem passiva.
  • Quando, na tentativa de agradar o outro, não olhamos para as nossas necessidades.

E a nossa tendência é responder a violência com a violência, pois a violência aciona a emoção da raiva e o nosso cérebro foi projetado para responder à raiva com raiva!

“De todas as emoções com as quais nascemos, a raiva é a mais primitiva e a mais difícil de controlar.” (NEWBERG e WALDMAN, 2009, p. 36)

“A raiva interrompe o funcionamento do lobo frontal. A pessoa não apenas perde a capacidade de ser racional, mas perde também a consciência de que está agindo de modo irracional.” (NEWBERG e WALDMAN, 2009, p. 36) , ou seja, perdemos a razão!

Portanto, a CNV é um meio de rompermos o ciclo do “olho por olho, dente por dente”, promovendo relações e ambientes mais saudáveis.

Como colocar em prática?

Para vivenciarmos esse jeito de ser, é importante conhecermos os quatro componentes da CNV:

  • Observação: envolve a habilidade de observar o que de fato está acontecendo, o que estão dizendo ou fazendo, sem nenhum julgamento:

“Por exemplo, ‘Zequinha não marcou nenhum gol em vinte partidas’, em vez de ‘Zequinha é um péssimo jogador de futebol’.” (ROSENBERG, 2006, p. 57)

  • Sentimentos: refere-se à descrevermos como nos sentimos em relação ao fato. Tendemos a nos expressar como interpretamos os outros, por meio de pensamentos e não como nos sentimos. Palavras como ameaçado, atacado, menosprezado não expressam sentimentos e sim uma interpretação de como o outro me vê ou em avalia. Já magoado, assustado, triste são palavras que representam sentimentos.
  • Necessidades: compreende em reconhecer qual a minha necessidade diante daquela situação, ou seja, o que eu preciso? De organização, de clareza, de inclusão?
  • Pedido: o último componente refere-se ao pedido e daí é importante pensar que pedido é diferente de exigência. A exigência está relacionada à punição ou recompensa, ou seja, caso o pedido seja ou não atendido, há uma consequência: como tratamos as pessoas quando não fazem o que queremos?

Aqui está um exemplo da comunicação utilizando-se os quatros componentes da CNV:

“Roberto, quando eu vejo duas bolas de meias sujas debaixo da mesinha e mais três perto da TV (observação sem julgamento), fico irritada (sentimento), porque preciso de mais ordem no espaço que usamos em comum (necessidade). Você poderia colocar suas meias no seu quarto ou na lavadora (pedido)?” * (ROSENBERG, 2006, p. 25)

Quando colocamos em prática esses componentes em nossa comunicação, transformamos a comunicação chacal ou lobal (violenta) em uma comunicação girafal. Por que girafal? O coração da girafa é o maior do mundo animal.

Portanto, a Comunicação Não-Violenta é o jeito de agir com o coração, de conexão genuína com as pessoas.

Referências

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução Mario Vilela. São Paulo: Ágora, 2006.

NEWBERG, Andrew. WALDMAN, Mark Robert. Como Deus pode mudar sua mente: Um diálogo entre fé e neurociência. Tradução Júlio de Andrade Filho. São Paulo: Prumo, 2009.

Curso de Comunicação Não-Violenta – FECAP

* os componentes da CNV foram inseridos pela autora deste artigo, para fins didáticos.

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