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Distorções cognitivas: quando o seu cérebro tenta enganar você

Nossos pensamentos e comportamentos formam o que chamamos de hábito. Ele é um dos motivos pelos quais consumimos uma xícara de café pela manhã ou nos deitamos do mesmo lado da cama todos os dias, e cada vez que temos um pensamento ou nos comportamos de determinada maneira diante de uma situação, um caminho é criado em nosso cérebro, o qual damos o nome de caminho neural. Ele transmite sinais elétricos que controlam o que fazemos e nos levam a pensar rapidamente. Sendo assim, quanto mais repetimos um certo pensamento ou executamos uma determinada ação, mais profundo esse caminho se torna e mais rápido nosso cérebro se põe a seguir nesta direção.

No entanto, existem ocasiões em que nós defendemos com unhas e dentes o que nossa mente parece estar nos dizendo. Não é que o nosso cérebro esteja mentindo propositalmente para nós, acontece que no decorrer de nossas vidas ele pode ter sido configurado de forma inapropriada ao longo do tempo. Isso não é algo difícil de acontecer pois nossos cérebros estão predispostos a memorizar pensamentos, ações e consequências sejam elas reais ou imaginárias.

Distorções cognitivas, o que são?

As distorções cognitivas são pensamentos exagerados e crenças irracionais, as quais reforçamos inconscientemente com o tempo e nos fazem ter perspectivas tendenciosas contra nós mesmos ou contra o mundo ao nosso redor.

Esses padrões de pensamento costumam ser sutis, pois não é tão simples reconhecê-los quando vivemos no automático e os praticamos com frequência no dia a dia. Esse é um dos motivos da permanência deles serem prejudiciais, já que é difícil mudar o que você não reconhece como algo que precisa ser mudado.

Será que tenho distorções cognitivas?

Pode ser assustador termos que admitir que somos vítimas de pensamentos distorcidos, mas vem cá, em algum momento você já se deparou pensando ou falando com frequência uma das frases abaixo?

Distorção cognitiva

– “Não precisa me responder, eu sei o que você está pensando sobre mim”.
– “ Já que fui mal na prova, isso significa que eu sou um fracasso.”
– “ Pra que vou na entrevista? Vai dar errado, como deu antes.”
– “ A minha mãe deveria saber que eu não estou bem.”
– “ Os meus pais se divorciaram por minha culpa.”

Embora existam pessoas que não sofram com esses tipos de distorções cognitivas, existem outras que são prejudicadas ao tomarem decisões equivocadas quando fazem interpretações errôneas ou quando realizam conclusões sem evidências.

Conheça algumas das distorções cognitivas e procure ajuda caso esteja sofrendo com a presença delas:

  • Pensamento tudo ou nada: você vê as coisas em termos de extremos – algo é fantástico ou terrível, você acredita que é perfeito ou um fracasso total.
  • Supergeneralização: considera uma situação específica e generaliza para um padrão. Por exemplo, reprovei na prova prática da CNH e concluo que sou estúpida e que irei fracassar nas próximas tentativas.
  • Desqualificando do positivo: desconsidera seus esforços e experiências positivas que ocorreram e considera como se elas tivessem acontecido por coincidência.
  • Leitura mental: acredita que sabe o que a outra pessoa está pensando e tirar conclusões antecipadamente utilizando interpretações negativas como evidência. É como se você recebesse comentários positivos sobre sua apresentação para um grupo de colegas do trabalho, mas um deles diz algo levemente crítico e por esse motivo, você desconsidera os comentários positivos.
  • Afirmações do tipo “deveria”: você diz a si mesmo que as coisas devem ser do jeito que você esperava. Esse padrão de pensamento está associado a “obrigações” e “deveres”, é como se você estivesse pressionando a si mesmo a ponto de despertar culpa e frustração.
  • Rotulação: você atribui um rótulo negativo a si mesmo ou aos outros. Em vez de dizer “eu cometi um erro e posso aprender com ele ”, você cria um rótulo para si:“ Eu sou um perdedor ”, “um tolo”. Rotular é irracional porque você pode não ser o mesmo que você pratica.
  • Personalização e culpa: a personalização ocorre quando você se responsabiliza por um evento que não está totalmente sob seu controle. Personalização leva à culpa, vergonha e sentimentos de inadequação. Dentro desse padrão de pensamento pode acontecer o oposto, pessoas que culpam outras pessoas ou suas circunstâncias por seus problemas, e acabam negligenciando as formas de como podem contribuir para a resolução do problema.

Identificou-se com uma das distorções citadas? Explore o que está acontecendo com você, veja sua situação como uma oportunidade de melhoria e procure uma pessoa especialista no assunto para ajudar nesse processo de ressignificação positiva.

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