
Entendendo a Autoestima
22 de novembro de 2018
Vamos começar com algumas perguntas:
- O que, para você, é autoestima?
- Como você avalia a sua autoestima?
- Em quais momentos da sua vida você se sente com mais autoestima?
No senso comum, muitas vezes autoestima é associada a se sentir bonita. A mídia utiliza muito esse termo para vender fórmulas milagrosas, com a promessa de ajudar as pessoas a terem uma boa autoestima. Autoestima não é um produto que conseguimos comprar na loja. Nas redes sociais, é comum vermos frases de autoafirmação para aumentar a autoestima ou coisas do tipo: “se olhe no espelho e veja como você é linda, mentalize isso”. Gente, sinto dizer que isso não funciona!
Autoestima na Psicologia
A construção da nossa autoestima é mais complexa do que imaginamos. Essa construção se dá a partir das nossas interações sociais. A forma que nos percebemos é a partir da percepção do outro, pois tendemos a acreditar mais no que os outros nos dizem.
Por exemplo: Você já assistiu ao filme Preciosa? No filme, a protagonista Preciosa é uma adolescente de 16 anos que sofre abuso do pai, e constantemente é xingada, humilhada e invalidada pela mãe. Em várias cenas, a mãe se refere à filha como feia, e diz que a adolescente não serve para nada. Então, imagina como deve ser a autoestima de Preciosa? Ela não se sente amada e cresce ouvindo crítica o tempo todo.
A autoestima depende da forma que se sente em relação a si mesmo e da forma como se percebe, ou seja, das suas autodescrições (sou incapaz, sou feio, não consigo fazer nada direito, nada do que eu tento dá certo etc.). Mas o que sentimos em relação a nós mesmos e a forma que nos descrevemos é fruto de nossa história.
Importante frisar que a construção dessa percepção negativa de si mesmo é resultado de interações sociais (familiares, escolares, profissionais, entre outras). Nelas, a pessoa vivencia situações nas quais é colocada numa posição de sentir-se inferiorizada e de menor valia.
É possível o psicólogo auxiliar o cliente a desenvolver autoestima?
Quando a cliente relata ao terapeuta que tem baixa autoestima, a primeira coisa que o terapeuta irá investigar é em qual ambiente o sentimento de baixa autoestima foi desenvolvido. Para isto, o terapeuta vai identificar, na história do sujeito, as situações de fracasso e punições, para auxiliar o cliente a entender a sua condição atual e como ela se estabeleceu a partir da sua história. Concomitante a isso, o terapeuta também vai estimular o cliente a se expor a situações que gerem maior sentimento de autoestima.
Então, respondendo à pergunta lá de cima, sim, é possível!
Algumas características de pessoas com baixa autoestima:
- Pessoa com baixa autoestima, em geral, fica extremamente sensível à crítica. Não aceita e leva para o lado pessoal, mesmo que a crítica seja para ajudar.
- Numa relação a pessoa se sente inferior as outras e, normalmente, é submissa, não se posiciona e se rebaixa.
- Normalmente é uma pessoa não assertiva nas suas relações. Tem dificuldade em expressar seus sentimentos e desejos, não questiona e tem dificuldade em dizer não.
Dicas para desenvolver autoestima:
- Avaliar quais são os repertórios comportamentais que você tem. Por exemplo, durante a nossa vida aprendemos alguns repertórios e outros não. Ter repertório social significa saber ouvir o outro, iniciar uma conversa, elogiar o outro, etc. Uma pessoa que possui repertorio social bem desenvolvido, normalmente apresenta uma boa autoestima.
- Manter amigos. A amizade é um importante espaço para desenvolver autoestima. Quando estiver num relacionamento amoroso, não se afaste dos amigos. É muito comum isso acontecer com alguns casais, e isso é um erro.
- Autoestima está mais relacionada à realização pessoal do que a se sentir bonita. Então, invista mais em atividades que dependem de você, como seu sucesso profissional e pessoal.
- Realize atividades que lhe tragam felicidade, seja cuidar de forma física, dançar, ou ler um bom livro.
- Nossa autoestima é constantemente abalada pelas redes sociais. Utilize a rede social com moderação e foque mais na vida real.
- Amar e ser amada melhora a autoestima. Então, aproxime-se de pessoas que gostam de você, e prezem pela sua presença, invista nos vínculos e nas suas relações.
- Valorizar a si mesmo, tendo autocuidado. Se você não cuidar, quem vai?
Para conquistar a tão almejada autoestima, não basta apenas repetir frases positivas. É preciso mais que isso. É preciso autoconhecimento e o ponto de partida é um mergulho dentro de si.