
Quais os motivos para os idosos terem mais dificuldade durante a quarentena?
15 de abril de 2020
Em meio aos esforços para tentar controlar a disseminação do coronavírus no Brasil, tem-se notado que o número de idosos nas ruas, em supermercados, farmácias, postos de saúde e bancos ainda é alto.
Isso ocorre porque muitos idosos não têm com quem contar para fazer atividades fora de casa, por viverem sozinhos, ou mesmo, não terem o apoio dos familiares, sendo assim, não existe outra opção a não ser sair de casa. Somada a este cenário , existe a preocupação de se preparar para a longa quarentena apresentada, com mantimentos e medicamentos que possam suprir o tempo em casa, essa medida requer dinheiro e exposição.
O isolamento social foi uma das formas encontradas em outros países e também no nosso para frear ou reduzir a proporção da propagação do vírus. Estar em isolamento, dentro de casa, é difícil para todos, mas para os idosos tudo isso toma proporções diferentes. É lembrar que estamos no início da pandemia e que novas medidas podem ser aprovadas para os próximos meses configurando um tempo de isolamento ainda maior.
A solidão na terceira idade é uma realidade e o isolamento social configura parte do problema, provocando sintomas como ansiedade, preocupação, medo e irritabilidade. Por isso, é fundamental ter empatia pelos nossos pais, avós, tios e vizinhos. Se a família está longe, a dica é ligar para eles e fazer chamadas de vídeo para diminuir o sentimento de solidão. Para quem está perto, conferir se os remédios têm sido tomados e que não faltem, além de envolvê-los em um planejamento diário com atividade física, atividade mental, para que o tédio e o sentimento de tristeza não se tornem sentimentos comuns. Atualmente existem exercícios online e aulas diversas para ocupar o tempo livre, utilize as plataformas como forma de enviar esses conteúdos para os grupos de risco fortalecendo as relações e outras capacidades físicas e intelectuais.
Muitos não entendem ou minimizam a importância do isolamento social causado por algo que não veem e que ainda não atingiu seus familiares mais próximos e, para piorar, as informações divulgadas sobre o coronavírus são contraditórias, pois diferentes níveis do governo estão dando informações divergentes. Isso pode confundir não só os idosos, como toda a população. Nesse momento é importante conversar com eles, tirar suas dúvidas, ouvir suas dificuldades e prestar mais atenção à sua saúde psicológica.
Os idosos vêm sendo muito criticados por estarem nas ruas, mas você já pensou que se distrair em casa é mais difícil para eles? Em geral, eles não têm a mesma facilidade em usar a internet, Netflix e outras tecnologias para passar o tempo, também acabam sendo alvo de Fake News, por estarem embasados apenas em conteúdo online limitado à grupos de WhatsApp do qual fazem parte. Pesquisas mostram que este grupo tende a confiar mais nas informações repassadas por sua rede de contatos, sem checar sua veracidade. Auxilie o seu familiar ou amigo com paciência e informação e não com críticas e irritabilidade.
Outro ponto importante é frisar que não é indicado que os idosos parem de fazer tratamentos importantes que impactam na sua saúde de maneira séria, é preciso que ele vá ao médico respeitando às indicações dos órgãos de saúde. Os familiares e amigos devem incentivá-los a praticar algum tipo de atividade física leve como, alongamento ou yoga, que melhoram o condicionamento físico e o bem estar de modo geral pois, o tempo de reclusão pode se estender e vai ser importante contar com um bom condicionamento físico para manter o funcionamento otimizado do organismo. Além das precauções por causa do coronavírus, é fundamental seguir o calendário de vacinação contra a gripe como indicado pelas autoridades competentes.
Insisto que os idosos não são crianças, tem suas opiniões e podem colaborar para manter a rotina da casa, por isso também devem ser envolvidos na tomada de decisões da família. Cuidar é permitir espaço para o outro, aqui a palavra-chave é respeito.