Neuropsicólogo

Neuropsicólogo: o que faz e quando procurá-lo

Muita gente ainda tem dúvidas sobre quando procurar um neuropsicólogo ou que profissional escolher quando percebe a presença de sintomas negativos ligados ao seu mundo mental e emocional.

Pensando nisso, fizemos, na semana passada, um texto explicando as diferenças entre o clínico geral, o neurologista, o psiquiatra e o psicólogo, explicando quando o paciente deve procurar cada um deles.

Para completar esse quadro, esta semana nós trazemos a explicação do trabalho do neuropsicólogo, esse profissional que faz uma importante ponte entre a psicologia e a medicina.

O que faz um neuropsicólogo

A neuropsicologia é uma ciência que ensaia nascer desde pelo menos o século XVII, com trabalho de importantes nomes, inclusive Descartes. Mas ela surge mesmo como uma ciência mais estruturada da primeira metade do século XX, após o advento da psicanálise, a partir dos trabalhos de Alexander Romanovich Luria e outros pioneiros.

Em resumo, a neuropsicologia faz parte da psicologia, sendo uma especialidade dessa ciência que faz interface com a neurologia, uma especialidade médica. Portanto, para trabalhar na área, o profissional deve ser formado em psicologia e se especializar no tema, comprovando seu conhecimento para obter o título com o Conselho Federal de Psicologia.

A função do neuropsicólogo, em essência, é avaliar, investigar e criar hipóteses diagnósticas, depois desenvolvendo um plano de tratamento para o paciente.

Avaliação neuropsicológica

O trabalho de avaliação do neuropsicólogo é uma atividade complexa, que envolve a investigação das funções cognitivas como memória, atenção, linguagem e função executiva.

Para isso, são feitas entrevistas com pacientes e familiares, aplicados testes e escalas e utilizados exames de imagem. No final, é elaborado um relatório do perfil neuropsicológico do paciente.

Vale explicar que o neuropsicólogo não fecha um diagnóstico. Quem faz isso é um médico. O neuropsicólogo descreve as habilidades e dificuldades do paciente e, com esses resultados, o médico fecha um diagnóstico.

Uma característica importante desse trabalho, é que o neuropsicólogo une uma avaliação de personalidade com uma avaliação cognitiva do paciente. Isso é importante porque muitos transtornos de personalidade vêm acompanhados de déficits cognitivos, e podem confundir a avaliação do quadro. Além disso, questões de humor, ansiedade ou depressão podem também estar causando um quadro de déficit cognitivo.

O neuropsicólogo propõe um tratamento?

Após o diagnóstico, o neuropsicólogo deve oferecer um plano de tratamento ao paciente. Nesse plano, o próprio neuropsicólogo pode atuar diretamente ou pode encaminhar o paciente para profissionais indicados, dependendo do caso.

Em resumo, a função do tratamento é apresentar estratégias para que o paciente possa compensar aquilo que está deficitário em seu quadro por aquilo que ainda está preservado. Vale dizer que não cabe ao neuropsicólogo receitar remédios, pois isso é função do médico.

Quando procurar um neuropsicólogo

Como explicamos no texto da semana passada, existem dois profissionais essenciais para se procurar: um clínico geral, quando os sintomas são muito ligados ao quadro físico, e um psicólogo, quando estamos falando de problemas ligados aos pensamento, comportamentos e emoções. Esses seriam os profissionais que podem fazer bem um diagnóstico inicial, indicando um tratamento ou encaminhando o paciente para outros profissionais, como o neurologista, o psiquiatra ou o neuropsicólogo.

Porém, há alguns quadros que podem indicar uma ida direta ao neuropsicólogo. Quem apresenta prejuízos cognitivos que interfiram nos relacionamentos pessoais, na escola, no trabalho, na sua rotina diária é um bom exemplo.

Outro exemplo são as crianças com muitas dificuldades escolares, notas baixas, dificuldades na aquisição da linguagem, em leitura e escrita, muitas brigas e queixas dos profissionais responsáveis.

Depois dos 60 anos de idade, é importante que qualquer alteração de memória seja investigada para se tratar possíveis quadros degenerativos progressivos. Outros sintomas são contar muitas vezes a mesma história sem lembrar que contou, tremor nos membros e alteração da marcha.

Na maioria desses casos, um neuropsicólogo pode ajudar o paciente.

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