Suicidio_-Previna-se

Suicídio: Previna-se!

A campanha do Setembro Amarelo foi lançada tendo como marco o dia 10 de setembro e a cor amarela para simbolizar a atenção à saúde mental. Nesse mês a OMS(organização mundial de saúde) preconiza que devemos expandir as discussões voltadas para o tema, com a finalidade de orientar pessoas a cuidar de si e de seus familiares, promovendo um olhar acolhedor a dor do outro.

Pensar o cuidado à saúde mental, no contexto de suicídio, é pensar no sujeito como uma pessoa fragilizada diante da dor e do desespero. A dor se torna tão forte para a pessoa que todos os seus critérios de discriminação e prioridades tornam-se turvos.  Seu sentido de vida encontrava-se direcionado a algo (uma conquista, o trabalho, o reconhecimento) ou a alguém (a pessoa amada, aos familiares ou ao chefe) e por não ter um retorno do que imaginou ter se dedicado tanto e não ter tido a atenção desejada, a pessoa “perde o chão”, “o motivo de viver”, não conseguindo mais distinguir o que é melhor para si e também não entende como o resultado de seus esforços foi tão de diferente do esperado. Como pôde nutrir tantas expectativas? Por não entender sua dor e suas escolhas, que imaginava, estarem corretas, passa a ter um enigmas a decifrar, sem forças para seguir, afinal suas bases que antes eram consideradas sólidas, agora são “areias movediças”, não conseguindo encontrar, muitas vezes , a forma de pedir ajuda. Algumas pessoas tentam, mas não são ouvidas ou percebidas e outras, nem tentam por entender que tudo já está perdido e sem saída.

Suicídio e vínculos afetivos

O suicídio, tem a ver com vínculos, com expectativas frustradas, tornando-se difícil pedir ajuda, mesmo que ao amigo ou parente mais próximo, por envolver sentimentos tão íntimos e socialmente desvalorizados. “Como pode uma pessoa não querer viver mais? Como você pensa em morrer por causa de fulano? Falas sociais que impedem e/ou dificultam a real expressão dos sentimentos de alguém que cansa de lutar.

Debater sobre o tema, possibilita a redução do preconceito e amplia o olhar para a dor desse sujeito, para enfim conseguir auxiliá-lo em seu processo de adoecimento, fato que nem sempre é percebido por ele ou pelos seus entes mais queridos,  ou não se sabe como.

Também é importante ressaltar que o suicídio não tem cor, idade ou gênero. Crianças e idosos tem sido vítimas também desse processo de adoecimento, o que nos leva a um grande alerta sobre nosso estilo de vida. Alguns fatores de risco para o suicídio, são: a presença de transtornos mentais, história prévia de suicídio ou deste ato em algum familiar, presença de uso de substâncias psicoativas (álcool e outras drogas), e pessoas que se sentem excluídas socialmente.

Dados da OMS mostram que a taxa de suicídio aumentou 7% a cada 100 mil habitantes no brasil, enquanto o índice mundial caiu para 9,8%, mostrando a multifatoriedade do ato suicida. Desde a qualidade de vida da comunidade em que a pessoa está inserida, do sujeito e sua singularidade, seu ciclo familiar, nível educacional, desemprego, presença de transtornos mentais, perspectiva de vida e outros.

Entendendo o suicídio

Entender o suicídio não significa falar sobre as formas como são executados e a divulgação de sua vítimas, o que na verdade só faz estimular o números de tentativas, mas, esclarecer a necessidade de olharmos de forma mais acolhedora ao próximo estabelecendo vínculos saudáveis ao longo da vida e elaborando nossas frustrações, mantendo uma visão mais positiva sobre o futuro.

Atualmente, temos vários órgãos preocupados em agir na promoção de saúde mental (os CAPS de sua cidade, PSFS e secretarias de saúde, além de empresas privadas engajadas na causa) e profissionais autônomos (psicólogos e psiquiatras, profissionais de saúde mental em geral) preocupados em capacitar-se para atender de forma mais adequada a essa população.

O indivíduo que pensa em se matar, nem sempre avisa, como é preconizado pela sociedade. Nem sempre se programa para o ato e por vezes, o fato não é notificado como suicídio por ser considerado um acidente, mas ninguém sabe as reais intenções que permeiam a situação ocorrida.

E como perceber? Sinais de descuido pessoal, de higiene, descuido alimentar ou de vestir-se,  isolamento deixando de ter prazer em coisas que antes traziam satisfação, despreocupação com a própria vida, colocando-se em situações de perigo sem as precauções devida, desapego às pessoas e ou coisas que antes eram muito próximas, dentre outras.

Precisamos tratar o suicídio como um cuidado de rotina. Cuidar da saúde mental, da alimentação,  do corpo e mais ainda dos nossos vínculos. Estar presente em nossas relações não se trata de horas presente com os familiares, mas horas de qualidade. Participar mais da vida do outro, saber sobre seus desejos e ambições, seus desafetos, perguntar sobre seu dia e estar atento a ouvir e interagir sem interrupções de celulares ou outros mecanismos. Percebendo que você precisa de ajuda ou seu amigo, busque auxílio de um profissional de saúde. Esta é uma abordagem multiprofissional e precisa ser realizada assim que os primeiros sinais sejam percebidos.

‘Você não está sozinho”, busque auxílio.

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