Terapia para vestibulandos.

Desde pequeno ouvimos a pergunta: “o que você quer ser quando crescer?” e ainda temos casos de familiares que impõem certos padrões desde cedo: “ele vai ser médico quando crescer” ou “todos na minha família são advogados, não existe outra opção”.

Com isso, crescemos com algumas ideias que podem variar ao longo da vida, mas sempre temos em mente que em algum momento teremos que ser “alguma coisa”.

Até o fim do ensino fundamental, ouve-se algumas questões sobre vestibulares e ENEM, mas é no ensino médio que tudo fica mais claro e quando finalmente chega o famoso “terceirão”, tudo vira uma confusão de sentimentos: respira-se vestibular, mas muitas vezes não nos damos conta que o adolescente enfrenta também a elaboração de sair da escola depois de anos dedicados principalmente a isso e isso inclui a separação dos amigos, a incerteza do futuro (que está super perto) e o medo do fracasso nas provas. E como se tudo isso não fosse suficiente, o jovem ainda lida com as questões normais da idade, sexualidade, sentimentos, compreensão de si e do outro e etc.

Sem dúvida alguma é uma fase de muita ansiedade para um autoconhecimento que ainda está se desenvolvendo.

Crescimento, estudos e fatores emocionais

Os professores, normalmente, recomendam uma rotina de estudos bem definida, além da prática de exercícios físicos, boa alimentação e 8 horas de sono. Mas e como fica a parte emocional? Quem sugere uma terapia?

Na hora da prova, o maior problema é lidar com a ansiedade, e um sujeito ansioso dificilmente conseguirá alimentar-se adequadamente e dormir as tais 8 horas. É comum ouvirmos de alunos exemplares a expressão “deu branco”, que nada mais do que um sintoma de um estresse momentâneo. Ou seja, não importa se o adolescente fez toda a rotina sugerida e sabe os conteúdos de forma impecável, se for acometido por uma crise de ansiedade, certamente o desempenho na prova não será proporcional à dedicação de um ano inteiro. Por isso, aliar o estudo com o processo terapêutico é muito importante para o sucesso nos vestibulares.

Não tenho duvidas que a grande parte das pessoas passou nos provas sem terapia e que podem achar que nada disso é desnecessário, porém muitas dessas pessoas também se esqueceram de como esse período foi difícil e como um suporte emocional poderia ter feito toda a diferença.

A concorrência nas grandes universidades está numa linha crescente e por isso está cada vez mais comum os alunos não passarem no primeiro ano de prova e com isso acabam por ingressar em cursinhos pré-vestibulares e cada ano que passa, a expectativa aumenta e a ansiedade também.

Terapia para vestibulandos

A terapia para vestibulandos tem como objetivo inicial ajudar o adolescente a encontrar sua área (curso) de atuação, para os pacientes que já sabem o que querem cursar, o psicólogo ajuda a compreender se essa é uma vontade genuína ou imposição social ou até mesmo uma questão de medo do julgamento de mudar de opinião na “hora H”. Com isso, o psicólogo também orienta quais as faculdades e universidades que podem se aproximar da expectativa do vestibulando, quais são os impactos de estudar e morar em outra cidade e o que ele espera desses novos anos que estão por vir. Todo esse processo envolve a promoção de autoconhecimento e o autoconhecimento promove a melhor administração das emoções.

Muitas pessoas acham que se conhecem muito bem, mas a realidade é que nos conhecemos muito pouco, justamente porque o foco na saúde mental ainda é um processo crescente, mas que evolui a cada dia, não só com a terapia, mais com diversas formas que temos para promover a consciência de nós mesmos.

Por meio da administração das emoções, o individuo mantem-se conectado com objetivos maiores e lida melhor com pensamentos e emoções não construtivos e situações intermitentes. Por isso, em fases decisivas da vida, a terapia pode ser uma grande aliada na construção de uma história de sucesso e não tão sofrida. A terapia não tem o “poder” de acabar com os obstáculos, porém nos coloca de forma positiva frente a eles, nos faz conscientes em momentos difíceis e isso facilita a tomada de decisão.

Então, se você é responsável por um vestibulando, não invalide suas angustias e momentos de estresse, é uma fase realmente complexa e, como já vimos, envolvem muitas questões além do prova de vestibular, mas saiba que aliviar a cobrança e olhar para esse jovem de forma carinhosa, já tornará esse momento muito mais fácil, seja um lugar de segurança, pra onde esse adolescente possa se refugiar quando necessário, busque ajuda se ficar pesado, mas nunca esqueça que essa fase passageira, porém de grande importância.

Por outro lado, se você é um vestibulando e sente que tudo está saindo do controle, busque o apoio daqueles que estão sempre ao seu lado, fale sobre as suas dificuldades e angustias, não tente resolver tudo sozinho.

E com isso, só me resta a desejar excelentes dias de estudo e boas provas.