Sente falta de ar? Pode ser alguma questão emocional!

Muitas pessoas se assustam quando sentem falta de ar, especialmente em meio à pandemia da COVID-19. Logo pensam estar sofrendo de alguma patologia física grave já que este sintoma está relacionado a diversas doenças. Porém, essa dificuldade ao respirar também pode estar associada a uma condição emocional ou psicológica.

Sempre que se sente um desconforto físico, um médico deve ser consultado. Se não for encontrada nenhuma explicação fisiológica para ele, é provável que a causa esteja no emocional. Assim, o próximo passo é analisar a qualidade da sua vida e visitar um especialista em saúde mental. 

A saúde mental afeta muito a saúde física, embora nem sempre seja feita essa conexão. As doenças psicossomáticas, por exemplo, surgem de perturbações emocionais e psicológicas. 

Quando a falta de ar é preocupante?

Você se deita para dormir, pensando nas obrigações do amanhã e nas conquistas de hoje. De repente, sente um aperto no peito incomum e, em seguida, tem dificuldade para respirar. Como não sabe o que está acontecendo, você fica com medo e o coração dispara em seu peito.

Você sai para fazer uma caminhada tranquila para espairecer e cuidar da saúde do coração. De súbito, sua respiração se torna dificultosa e você logo experimenta a falta de ar. A caminhada (ou corrida) cessa para que você consiga recuperar a respiração.

Você está em uma fila para resolver um problema, aguardando para falar com a pessoa que finalmente poderá ajudá-lo. Em sua mente, visualiza os passos a serem dados após a conclusão daquela pendência. Do nada, a sua respiração fica estranha. Você também sente dormência nos dedos e uma agitação incomum no estômago. 

Identificou-se com alguma das situações acima ou sentiu o mesmo em circunstâncias semelhantes? 

Elas possuem alguns aspectos em comum, como o aparecimento súbito da falta de ar e a manifestação de um conjunto de sintomas desagradáveis. Além disso, existe outro fator que pode estar agindo nessas situações: a ansiedade

Falta de ar e ansiedade

A ansiedade causa uma reação física no corpo que desperta o instinto de “lutar ou fugir”, também conhecido como o da autopreservação. Graças a ele, nos preparamos fisicamente e psicologicamente para nos defendermos contra uma ameaça iminente.  

Quando isso acontece, os batimentos cardíacos aumentam para que o sangue seja rapidamente bombeado aos órgãos. Esse esforço também faz a respiração acelerar para levar uma quantidade maior de oxigênio aos músculos. Assim, os mesmos ficam prontos para a ação. 

Outras reações físicas podem aparecer, como dormência dos membros, pensamento acelerado, dor no estômago, náusea, dor de cabeça e tontura. Os múltiplos sintomas sentidos de uma única vez podem significar que você está sofrendo uma crise de ansiedade.

Como normalmente não se tem esse conhecimento, é normal ficar assustado ou se preocupar com a existência de outras condições físicas. 

De fato, a maior preocupação das pessoas quando sentem o conjunto de sintomas da ansiedade é o ataque cardíaco e, agora, a COVID-19. Você deve consultar um médico para anular patologias cardíacas ou respiratórias. Caso não seja encontrado nada, é provável que os sintomas sejam emocionais. 

Como dizer se estou com ansiedade?

A ansiedade causa uma diversidade de sintomas físicos e emocionais. Além dos já mencionados, também pode-se experimentar boca seca, tremores no corpo, arrepios, sudorese, agitação, dificuldade de concentração, confusão mental, alterações na fala e medo de perder o controle. 

No entanto, pode ser difícil notar a manifestação de sintomas menos intensos devido à preocupação que surge com a falta de ar. Assim, a identificação da ansiedade ou da crise de ansiedade não costuma acontecer antes da visita ao médico. 

Outros aspectos que devem ser considerados para identificar a ansiedade são: 

Pensamentos desconexos

Geralmente, pessoas ansiosas possuem devaneios desconexos e acelerados. A desconexão se dá pelo acúmulo de pensamentos sobre assuntos variados, os quais se comunicam sem lógica nenhuma. 

Ora são sobre as pendências do dia ora contém reflexões sobre a família, o parceiro, os amigos e até acontecimentos do passado. Os pensamentos transitam pela mente em grande velocidade, sendo quase impossível acompanhá-los. 

Os pensamentos também tendem a possuir caráter negativo. A pessoa ansiosa enxerga lá na frente e, geralmente, os cenários futuros são trágicos ou elencam os possíveis fatores que podem roubar o seu sossego. É o famoso “sofrer por antecedência”. 

Esses pensamentos elevam o estresse e a ansiedade no dia a dia, ocasionando crises súbitas. Logo, as pessoas ansiosas devem buscar práticas para reduzir a preocupação excessiva e transformar a qualidade de seus pensamentos, como a meditação ou yoga

Situações de alta tensão

A ansiedade também pode resultar de uma situação estressante vivida no presente, como um acontecimento desfavorável no trabalho, uma crise no relacionamento ou, mais recentemente, uma pandemia global. 

Cabe à pessoa ansiosa analisar a situação e buscar cortar os estímulos estressores. Obviamente, essa tarefa também não tende a ser simples. A maioria das situações que afetam em demasia a nossa saúde mental está atrelada a fortes emoções. Essas, por sua vez, nos impedem de enxergar a realidade com clareza e imparcialidade. 

Então, se você está passando por uma situação desagradável e não sabe como administrar as emoções resultantes dela, é provável que a falta de ar esteja ligada ao seu estado emocional desarmônico. 

Você pode se blindar contra fatores estressores através do fortalecimento da inteligência emocional e da construção da resiliência, geralmente conquistas adquiridas através do acompanhamento psicológico. Dessa forma, você não resolve apenas o problema atual, mas também se protege contra os próximos. 

Pânico

O pânico é um sentimento intenso ocasionado por um medo incontrolável e sensações muito desagradáveis, como de morte ou de perigo. Ele tende a se manifestar diante de fatores desencadeadores, os quais tornam a pessoa apavorada incapaz de analisar a origem do sentimento com lógica. 

A síndrome do pânico possui sintomas semelhantes à ansiedade patológica e também pode causar falta de ar, principalmente durante um ataque de pânico. A depressão é outro transtorno que pode desencadear ataques de pânico e, portanto, ser a causa original da dificuldade de respiração. 

É preciso fazer uma análise meticulosa do quadro da pessoa ansiosa para chegar a um diagnóstico conclusivo.

Como tratar a falta de ar oriunda da ansiedade?

Embora possa soar estranho, o combate efetivo da falta de ar é feito através da própria respiração

Quando você perceber que ela se tornou mais difícil, deve lutar contra a apreensão e se concentrar em recuperar o seu ritmo regular. Ao focar na respiração acelerada, você consegue controlá-la e, ainda, enviar a quantidade adequada de oxigênio para os pulmões. 

Para isso, você pode praticar a respiração diafragmática

Ela acontece quando você enche os pulmões de ar ao mesmo tempo em que o seu abdômen sobe. Popularmente, as pessoas se referem a ela como “respirar pelo abdômen” para facilitar a compreensão e execução da mesma. Se você tem tido dificuldade para respirar com frequência, o ideal é praticar essa respiração diariamente. 

Ela também funciona como um método de relaxamento. Por desacelerar a respiração bem como reduzir a quantidade de esforço e energia utilizados para respirar, o corpo relaxa com mais facilidade. De tal modo, é recomendado praticá-la antes de dormir ou para combater o estresse. 

Outras formas de normalizar a respiração são:

  • mindfulness;
  • meditação;
  • respiração profunda;
  • ouvir músicas tranquilizadoras ou mantras;
  • contar até um determinado número;
  • técnicas de visualização para promover a distração da ansiedade;
  • lavar o rosto com água fria para quebrar o fluxo de pensamentos catastróficos;
  • escrever os seus sentimentos para interpretá-los por meio do pensamento lógico em vez do emocional;
  • exercícios físicos, especialmente a corrida ou a caminhada quando sentir o estresse e a ansiedade se instalando;
  • conversar consigo mesmo mentalmente ou em voz, reassegurando-se que a falta de ar é passageira e pode ser controlada;
  • conversar com alguém para se distrair das sensações ruins que afloram com a dificuldade para respirar.

Como tratar a ansiedade?

Se você suspeita que sofre com ansiedade, seja após uma consulta médica ou a partir de suas próprias avaliações, você pode procurar um psicólogo para ter certeza e dar início ao tratamento da mesma. O profissional poderá lhe informar com precisão qual é o grau de sua ansiedade. 

Na terapia, as pessoas ansiosas descobrem a origem da ansiedade, os gatilhos para as crises aparentemente súbitas e inexplicáveis e como controlar os sintomas ansiosos durante a rotina diária. Dessa forma, devolvem à serenidade para as suas vidas.  

As consultas podem prosseguir tanto por um curto período quanto por meses ou até anos. O ideal é seguir as orientações do psicólogo sobre a duração do tratamento para que você seja capaz de administrar recaídas emocionais, inevitáveis durante o processo de reconhecimento e de controle da ansiedade.

Se você não sabe por onde começar, não se preocupe. A Vittude está pronta para orientá-lo!
 
Aqui você encontra dezenas de psicológicos experientes no tratamento da ansiedade para ajudá-lo a combater a falta de ar e outros sintomas debilitantes. Encontre seu psicólogo e agende agora mesmo uma consulta!

Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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