O que é distimia? Veja os sintomas e tratamentos

Distimia é uma palavra constantemente associada à depressão. Isso porque essa condição é uma forma de depressão crônica e silenciosa. É mais fácil reconhecer quando alguém está deprimido, especialmente quando os sintomas são acentuados.

A pessoa depressiva não tem vontade de sair da cama, está sempre triste e se arrasta por sua vida com desânimo na tentativa de cumprir os seus afazeres, sem perspectiva de que eles poderão lhe proporcionar uma sensação de autorrealização ou de prazer. 

Quando encontramos alguém assim, logo pensamos que pode ser depressão e é comum que essa pessoa já tenha recebido sugestões de procurar ajuda de um psicólogo de múltiplos indivíduos.  

Mas e quando os sintomas são praticamente imperceptíveis e podem ser confundidos até mesmo com a personalidade de alguém? Esse é o caso das pessoas distímicas. Essa forma de silenciosa de depressão passa despercebida e atrapalha diversas áreas da vida dessas pessoas, além de poder evoluir para a forma mais grave da depressão.  

O que é distimia?

A distimia, também conhecida como transtorno depressivo persistente, é caracterizada pelo mau humor crônico. Ela pode ter origem ainda na infância ou na adolescência e persistir por longos períodos, como anos ou décadas. Por essa razão, indivíduos distímicos têm dificuldade para notar os sintomas. 

Como eles fazem parte do seu cotidiano e, até onde compreendem, da sua personalidade, esses indivíduos não desconfiam que podem estar doentes. Assim, são frequentemente conhecidos como “a pessoa difícil” da família, trabalho e/ou grupo de amigos. 

Embora os sintomas não sejam tão intensos quanto os do transtorno depressivo, eles impedem que esses indivíduos aproveitem as suas vidas da melhor forma possível. 

O seu desempenho profissional pode ser mínimo, seus relacionamentos podem ser complicados e sua autoestima pode oscilar com frequência. Indivíduos distímicos normalmente lidam com o o complexo de inferioridade, se acham inadequados, incompetentes e incapazes de receber amor. A falta de compreensão de terceiros também pode fazer com que eles se sintam incompreendidos. 

Consequentemente, vivem sob a influência de pensamentos e emoções negativas, os quais tornam difícil para eles encontrarem motivação e energia para cultivar um estilo de vida saudável e uma mentalidade positiva. Viver com essa condição, então, é um desafio. 

Sintomas de distimia

O transtorno depressivo persistente é observado quando os sintomas perduram por, pelo menos, dois anos. Nesse período, a pessoa distímica não pode ter passado dois meses sem sintomas. Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável em vez de deprimido, como acontece com os adultos, e possui duração mínima de um ano. 

Outros sintomas distímicos são: 

  • Mau humor constante caracterizado por irritabilidade, desânimo e tristeza;
  • Redução ou aumento do apetite;
  • Insônia;
  • Baixa energia;
  • Autoestima baixa;
  • Desatenção;
  • Dificuldade de tomar decisões;
  • Sentimentos de desesperança;
  • Pessimismo;
  • Crise de choro;
  • Desinteresse generalizado pela vida;
  • Impaciência; e
  • Dificuldade para manter contato com amigos.

Como os sintomas são menos intensos, as pessoas não têm problemas para realizar atividades diárias, embora possam ter pouco interesse em fazê-las ou não executá-las com cuidado. Elas levam uma vida funcional, porém menos proveitosa. 

É comum que elas relatem que “sempre foram assim” ou “nunca tiveram muita paciência” ao psicólogo por terem se acostumado com a presença dos sintomas em suas vidas cotidianas, principalmente quando o início é precoce. 

Existe tratamento para distimia?

O estado de humor irritado, impaciente e triste não é o regular dos seres humanos. Embora a vida não seja somente feita de coisas boas, é possível manter um humor positivo e encontrar razões para ser feliz na maior parte do tempo. O desaparecimento da perspectiva de felicidade é um sinal de que algo está errado.  

Se você acredita estar vivendo sem de fato aproveitar a vida, como se estivesse se arrastando por seus dias apenas porque precisa cumprir obrigações, deve procurar um psicólogo e médico. 

Como algumas patologias físicas também afetam o humor e deixam as pessoas sem energia, é ideal também consultar um médico para investigar se está tudo bem com você. Com a possibilidade de uma doença física descartada, você pode voltar a sua atenção para cuidar da sua saúde mental

É preciso ter muita atenção com a distimia dado que ela pode evoluir para a depressão e reduzir ainda mais a sua qualidade de vida. 

Tratamento para distimia com a psicoterapia

As consultas com o psicólogo são de grande ajuda para as pessoas distímicas. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), sobretudo, é uma abordagem muito eficaz para ajudar essas pessoas a identificarem as circunstâncias que desencadeiam o mau humor. Deste modo, elas são ensinadas a ter respostas emocionais mais adequadas a essas situações e indivíduos. 

A TCC também auxilia pacientes a modificarem padrões comportamentos negativos ao identificar o padrão de pensamento por trás dele. O que leva uma pessoa a agir da maneira que age, por vezes adotando condutas que a prejudicam? Essas reflexões são estimuladas para estimular uma mudança comportamental. 

Com o tratamento adequado, o paciente consegue permanecer períodos maiores sem sintomas depressivos. A duração da terapia depende da evolução do indivíduo distímico. Alguns podem ter respostas positivas mais rapidamente enquanto outros precisarem de mais tempo de acompanhamento. 

Em alguns casos, o tratamento medicamentoso para controlar os sintomas também é recomendado. 

Como lidar com uma pessoa com distimia?

Conviver com uma pessoa com essa condição pode ser desafiador. Por mais que entes queridos e amigos tentem ajudá-la a mudar a forma negativa como vê a vida, é comum que a pessoa distímica responda com relutância e acredite “ser assim mesmo”. 

Essa postura pode fazer com que ela desista de possibilidades de tratamento antes mesmo de iniciá-los ou não veja sentido em continuar com eles antes que os benefícios possam ser sentidos. 

Quem convive com uma pessoa distímica pode seguir as seguintes recomendações para melhorar a convivência e ao mesmo tempo ajudá-la a lidar com o transtorno. 

Tenha paciência

A pessoa distímica pode responder com rispidez, “dar patadas”, ignorá-lo e ter comportamentos considerados inadequados em situações sociais por conta do seu estado de humor depressivo. 

Não leve tudo para o pessoal! Lembre-se que os sintomas do transtorno depressivo persistente modificam a forma como ela age e pensa. Mesmo se ela estiver em tratamento, vai levar um tempo para que consiga enfrentá-los e desenvolver condutas mais sadias. Pratique a empatia nesse meio tempo, colocando-se no lugar dela, e seja paciente. 

Incentive a realização de atividades divertidas

Ofereça parceria para atividades! 

Atividades físicas são excelentes para manter o humor elevado, portanto, vocês podem optar por um esporte coletivo ou malharem juntos na academia. Você também pode convidar a pessoa distímica para fazer cursos de fim de semana, aproveitar eventos locais, fazer uma viagem rápida e sair com amigos. 

Ela pode não sentir vontade de movimentar os seus dias com atividades e inventar desculpas para permanecer em sua zona de conforto. Por isso, é importante que alguém tome a liderança e a ajude a se mexer. 

Fique atento a vontade de se isolar

Pessoas distímicas com frequência sentem vontade de se isolar. Momentos sociais podem ser muito intensos para elas, portanto, muitas escolhem manter distância de eventos e interações sociais. Essa postura pode acarretar episódios depressivos mais graves, chamados de “depressão dupla”. 

Amigos e familiares devem, então, prestar atenção à tendência de se isolar da pessoa distímica. Se ela estiver mais triste ou irritada que o normal, pode ser que seu quadro depressivo esteja se agravando. 

Pergunte como você pode ajudá-la

A melhora forma de descobrir como ajudar uma pessoa distímica é perguntando a ela como você pode fazer isso. Embora os sintomas depressivos da distimia sejam bem conhecidos, cada pessoa tem uma experiência diferente, o que requer cuidados únicos. 

Sendo assim, pergunte quais condutas ajudam e quais a deixam desconfortável, bem como o que você pode fazer quando a pessoa distímica se encontra de mau humor. Com essas informações, você aos poucos encontrará formas de manter uma boa convivência com ela.  

Como conviver com a distimia?

Além do tratamento, pessoas distímicas podem adotar alguns hábitos e comportamentos para elevarem o humor no dia a dia. Atividades físicas, como mencionado antes, são excelentes catalisadores de bem-estar e bom humor. Além delas, você também pode: 

  • Ter um hobby que lhe dê prazer;
  • Praticar exercícios de relaxamento, como meditação, yoga e gratidão;
  • Participar de um compromisso social interessante, como um clube do livro ou voluntariado em uma ONG;
  • Fazer um curso para adquirir uma nova habilidade e continuar investindo nela.

É essencial que você encontre atividades que possam ser acomodadas em sua rotina diária para que elas sejam praticadas com regularidade. Se não conseguir encontrar a motivação para fazê-las, chame um amigo para acompanhá-lo!

Embora a distimia tenha impactos em seu estado de humor, lembre-se que você também possui a capacidade de modificá-lo ao decidir cuidar da sua saúde mental. 

Para encontrar um psicólogo para ajudá-lo a lidar com os sintomas depressivos, conte com a Vittude! Agende sua sessão de terapia online agora mesmo utilizando a ferramenta abaixo:

Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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