Orgasmo feminino: um guia completo sobre prazer

Até hoje, o orgasmo feminino permanece um mito para muitos. Embora já se tenha estudado muito sobre ele, poucas mulheres são capazes de experimentá-lo. Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que 55% das mulheres brasileiras não atingem o orgasmo durante a relação sexual.

Há diversos fatores que podem explicar esse dado, os quais serão vistos mais a frente. Além das diferenças biológicas entre os gêneros, que resultam em formas distintas de sentir prazer, homens e mulheres tendem a ver o sexo de forma diferente. Para elas, a questão é mais abrangente que uma relação com penetração.

Na verdade, a autoestima, a confiança, as consequências do ato sexual, as pressões sociais, as memórias negativas relacionadas ao sexo, entre outros elementos, influenciam a experiência sexual das mulheres.

Orgasmo feminino não precisa ser tabu
O orgasmo feminino não precisa ser um tabu!

Mitos sobre o orgasmo feminino

Primeiramente, vamos falar sobre os mitos que circundam a capacidade das mulheres de terem orgasmos já que muitos acreditam ser um feito impossível.  

1.      A mulher deve ter orgasmo com a penetração

A maioria das mulheres não atinge o orgasmo somente com o sexo vaginal. É preciso estimular o clitóris para que isso aconteça. Afinal, este órgão é uma das maiores fontes de prazer para elas. A distância entre o canal vaginal e o clitóris influencia as sensações sentidas durante o sexo com penetração. Quanto mais próximo eles forem, melhor.

Como a anatomia feminina é única, este não é sempre o caso. Para estimular o orgasmo, então, o casal pode fazer uso de vibradores ou recorrer à masturbação. Esta ajudinha não quer dizer que o sexo é ruim ou que existe algo errado com a mulher.

A crença de que a mulher deve somente sentir prazer com a penetração é equivocada e deve ser combatida para que ambos os parceiros tenham relações sexuais memoráveis!

2.      Masturbação dificulta ter orgasmos no sexo

A convicção de que a masturbação atrapalha o sexo com o parceiro também não está certa. Isto é, as mulheres devem se masturbar para conhecer o próprio corpo bem como a melhor forma de estimulação sexual.

Orgasmo feminino e masturbação
A masturbação feminina é fundamental para a mulher conhecer o próprio corpo

Assim, esse conhecimento pode ser compartilhado com o parceiro para que o sexo seja mais proveitoso. Você pode usar os dedos ou vibradores. Para obter os melhores resultados, é recomendado diversificar para que o corpo não fique viciado somente em um tipo de sensação.

3.      Todas as mulheres têm orgasmos

Mulheres que não conseguem chegar ao clímax ou encontram dificuldades não devem se sentir mal. Existem algumas explicações para isso, como o uso de medicamentos contínuos, como os antidepressivos, dispareunia, histórico de trauma, disfunção hormonal, vaginismo, entre outros.

Às vezes, o problema está relacionado ao parceiro. Por isso, deve-se cultivar um relacionamento sincero para que temas geralmente embaraçosos possam ser conversados sem gerar conflitos.

Outro fator que pode comprometer o prazer na relação sexual é uma condição chamada anorgasmia. A mulher tem dificuldade de alcançar o orgasmo mesmo com excitação ou estimulação sexual suficiente.

Felizmente, existe tratamento! Se você suspeita que pode ter essa condição, um sexólogo pode ajudá-la a chegar a um veredicto.

4.      Mulheres que não têm orgasmo possuem transtornos mentais

Embora os transtornos mentais tenham tendência a influenciar a vida sexual tanto de homens quanto de mulheres, este nem sempre é o caso. O orgasmo feminino pode acontecer com ou sem a presença de um transtorno.

O problema é quando especulações sem base científica começam a circular entre as pessoas, rotulando a parceira como problemática.

A verdade é que o orgasmo é uma reação psicológica e física. Logo, inúmeras patologias de ambos os tipos podem impedir que ele aconteça. Ao suspeitar de alguma doença, a conduta correta é procurar uma solução com um especialista de confiança.

Infelizmente, muitos casais não o fazem devido à vergonha ou medo de serem alvos de zombarias. Não há nada de anormal em buscar ajuda para melhorar a vida sexual, seja na terapia ou em um consultório médico.

Conversa sexualidade

É uma decisão madura que pode não somente ajudar o presente, mas também prevenir condições graves no futuro.

Como estimular o orgasmo feminino?

O sexo vai além da penetração vaginal. Uma experiência sexual envolve beijos ardentes, carícias demoradas, elogios sinceros, segurança no parceiro, posições variadas, sexo oral e estimulação do clitóris.

Além disso, os momentos antecedentes ao ato, como as mensagens quentes trocadas ao longo do dia, também interferem na relação como um todo.

A qualidade do relacionamento ou do laço com o parceiro também são de extrema importância. Se a noite acabar logo após o orgasmo do parceiro, você ficará frustrada e insatisfeita, certo?

O parceiro precisa ter consciência de buscar o seu prazer até o momento final. Pode parecer óbvio, mas este é um problema comum nos relacionamentos heterossexuais.

Outra questão é a autoestima. Sentir-se segura de si colabora para que o sexo seja melhor. Mulheres extremamente críticas de seus corpos costumam ter mais dificuldade para ter orgasmos.

Trilha autoestima

A baixa autoestima oriunda da opinião deturpada sobre a própria personalidade é igualmente prejudicial. A autopercepção negativa pode ter diversas raízes, as quais costumam estar adormecidas no interior de nossa mente.

Para melhorar a compreensão, vamos ver abaixo alguns elementos comuns que dificultam o orgasmo feminino.

Fatores que dificultam o orgasmo feminino

  • Crenças negativas sobre sexo: em nossa sociedade ainda é mais comum ensinar coisas negativas sobre relações sexuais para as meninas. Frases como “sexo é sujo”, “mulher precisa ter postura recatada em relação a sexo”, “mulher que tem muitos parceiros sexuais não merece respeito” acompanham a menina que as escuta até a vida adulta. Assim, se manifestam durante encontros sexuais ou relacionamentos, tornando mais difícil para ela se soltar durante o sexo.
  • Traumas: os traumas não precisam estar ligados somente ao sexo com penetração. Experiências negativas com masturbação, sexo oral, palavras pejorativas, ou com o vislumbre do órgão genital masculino quando criança influenciam a vida sexual. Muitas vezes, esses traumas se transformam em memórias reprimidas.
  • Dor: mulheres que sentem dor com a penetração devem consultar um médico porque dor constante não é comum. Se o parceiro estiver sendo vigoroso demais, converse com ele para que o incidente não se repita. Juntos, vocês podem encontrar formas mais prazerosas de fazer sexo.
  • Ir sempre direito ao ponto: a rotina pode azedar qualquer relacionamento. Se o parceiro somente pensa no “vamos ver”, ignorando os desejos da parceira de tentar algo diferente ou ir mais devagar, o sexo não será prazeroso.

Maneiras de estimular o orgasmo feminino

Como estimular o orgasmo feminino dentro do relacionamento ou nas relações casuais? A primeira coisa a se fazer é estar de acordo consigo mesma, pois este é o seu relacionamento mais importante.

Você precisa se ver como a pessoa que é em vez da versão criada em sua cabeça. Caso contrário, pode até mesmo pensar que não merece sentir prazer.

Com mais autoconfiança e amor-próprio, você conseguirá aproveitar o sexo e, ainda, ter coragem para conversar com o parceiro sobre problemas sexuais.

Confira abaixo mais algumas formas de promover orgasmos.

  • Usar brinquedos sexuais e vibradores;
  • Estimular o clitóris mais intensamente;
  • Ter uma noite romântica;
  • Realizar fantasias sexuais;
  • Fortalecer a confiança no relacionamento;
  • Tentar posições diferentes;
  • Usar lubrificantes;
  • Sexo oral;
  • Buscar estimular outras áreas erógenas, como os seios, o pescoço, as orelhas, o interior das coxas.

Um sexólogo pode ajudar?

O sexólogo é o profissional indicado para ajudar casais ou indivíduos que desejam melhorar as suas vidas sexuais.

As pessoas são complexas, logo as suas relações sexuais possuem diversas camadas. Por vezes, o medo de se abrir e de se tornar vulnerável em um relacionamento pode estar dificultando o prazer no sexo. Em outras, o problema possui uma explicação mais dolorosa, enterrada no fundo do inconsciente.

Pode parecer um pouco intimidador falar sobre os desejos e os problemas sexuais com uma pessoa que não faz parte da vida sexual. Porém, essa vergonha inicial é comum entre pacientes.

Todos precisam de algumas consultas para se soltarem e começarem a conversar sobre o que está incomodando. O sexólogo online acaba sendo uma opção mais eficiente para burlar a timidez.

De qualquer forma, o profissional está ciente da ansiedade gerada no casal ou no indivíduo, portanto, cada sessão é conduzida conforme a resposta do paciente.

Como é feito o acompanhamento com o profissional

Na primeira consulta o paciente fala sobre a vida sexual e os problemas que deseja superar. O sexólogo também pode fazer perguntas sobre a infância, o relacionamento dos pais, e a relação do paciente com o sexo. Como o orgasmo feminino costuma ser um mistério para muitos, essas questões pessoais podem ser mais abordadas.

Conforme o assunto é aprofundado nas sessões, o sexólogo consegue identificar os principais impasses dentro do relacionamento, assim como os bloqueios emocionais dos pacientes.

Não existe mistério! O sexólogo é o profissional certo para ajudá-la a compreender mais sobre o seu corpo e ter uma vida sexual saudável e cheia de prazer!

A Vittude possui sexólogos prontos para atendê-la de forma ágil e prática por meio de consultas online.

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Confira outros conteúdos originais do blog Vittude sobre condições que podem atrapalhar o orgasmo feminino:

  • Dispareunia: a dor que compromete o ato sexual
  • Anorgasmia: saiba como tratar e ter uma vida sexual satisfatória
  • Vaginismo: esta condição pode comprometer seu prazer
Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta