Pensamentos suicidas — 7 maneiras de combatê-los

Pensamentos suicidas podem surgir quando uma pessoa se encontra em um profundo estado de desesperança. Relatos levam a crer que eles aparecem de repente, como se tivessem vida própria, e permanecem em nossa mente até encontrarmos uma maneira de expulsá-los. 

Na maioria dos casos, a existência desse tipo de pensamento só é percebida quando eles se tornam mais recorrentes. Em outros, a pessoa os vê como normais, já que convive com isso há muito tempo. 

De fato, o aparecimento de pensamentos suicidas é um forte indicativo de que precisamos procurar ajuda, pois algo está errado em nossa vida. A sua origem, no entanto, é de difícil identificação. Esses pensamentos podem ser fruto de diversas circunstâncias diferentes, por isso, o tratamento é complexo e multifacetado. 

Felizmente, independente da situação, é possível combatê-los e fazer a prevenção. 

Características dos pensamentos suicidas

Quando estamos com dificuldades, automaticamente estamos mais sujeitos a nos entregar para pensamentos negativos. A maneira como pensamos exerce grande influência sobre nós. Notamos apenas os problemas e nos preocupamos constantemente com o cenário catastrófico que criamos em nossa mente. 

Com o passar do tempo, esses pensamentos se tornam naturais. A cada dia, dedicamos mais e mais tempo para contemplá-los, especialmente quando algo ruim acontece em nossas vidas. Na verdade, sentimos até um pouco de conforto em pensar de forma negativa. 

É assim que eles evoluem para pensamentos suicidas. A constante negatividade, baixa autoestima, preocupação, ansiedade, entre outros sentimentos que nos ferem, abre caminho para doenças e transtornos psiquiátricos. 

Por conta dessa inconformidade com a vida e, possivelmente, impotência para mudá-la, surge o desejo de morrer. Assim, pensamentos como “a vida não vale a pena” ou “não há nada que posso fazer para mudar”, bem como planos para tirar a própria vida se manifestam. Eventualmente, esse comportamento autodestrutivo pode levar ao suicídio. 

Entretanto, ao mesmo tempo em que há o desejo de morrer, a vontade de viver conforme as suas próprias expectativas também existe. Pode-se dizer, então, que os pensamentos suicidas idealizam uma fuga e não a morte, necessariamente. 

A origem da infelicidade

Pode parecer que há uma conspiração contra nós quando vivenciamos um período ruim e prolongado. Este pode ser uma demissão, uma morte na família, uma crise existencial, uma doença física ou psicológica e problemas financeiros. Aqueles momentos em nada parece dar certo, sabe?

A vida, contudo, é composta de picos de felicidade e tristeza. Embora não seja possível fazer os momentos infelizes desaparecerem como mágica, podemos abrandá-lo ao tratar nosso humor, pensamentos e emoções. A junção desses fatores consequentemente modificará a nossa perspectiva de vida. 

Se você desconfia que está tendo pensamentos que fortalecem o desejo de morrer, primeiramente, pare e faça uma reflexão sobre tudo isso.. 

O que lhe traz tanta infelicidade? O que você gostaria de modificar para ser mais feliz? O caminho para a mudança pode ser longo e apresentar alguns obstáculos, mas sempre há uma solução. 

Como combater os pensamentos suicidas?

Uma vez identificada a origem da infelicidade, você pode começar a observar os pensamentos suicidas e combatê-los. 

Para isso, existem 7 dicas:

  1. Admita que você pode ter um problema;
  2. Aceite que há solução para seu problema;
  3. Não se deixe levar pelos pensamentos
  4. Deixe o medo e a vergonha de lado;
  5. Cultive bons hábitos;
  6. Compartilhe seus problemas;
  7. Procure ajuda profissional.

Veja mais detalhes sobre cada uma dessas atitudes:

Admita que você pode ter um problema

Seus pensamentos podem ser o reflexo de um transtorno mental ainda não identificado. Muitas pessoas não conseguem compreender seus sentimentos e os associam à loucura.

Transtornos psicológicos são doenças passíveis de tratamento como qualquer outra. Negá-los causa ainda mais miséria para quem os têm. 

Se você quebrou o pé, você vai até o hospital e se consulta com um médico, certo? É o mesmo para doenças psicológicas. O correto é ser honesto consigo mesmo.

Aceite que há solução para seu problema

Mergulhados em nossos problemas, não conseguimos encontrar nem acreditar que existam soluções para eles. Chegamos até a afastar qualquer possível ajuda das pessoas que amamos.

Essa crença de que ninguém pode ajudar não levará a lugar nenhum. Independente das circunstâncias é possível encontrar outro caminho. Combata a desesperança com o desejo de mudar e aja para ter a vida que deseja.

Não se deixe levar pelos pensamentos

Pessoas com comportamento autodestrutivo têm uma crença fiel em seus pensamentos suicidas. Inventam cenários e verdades equivocadas de que ninguém se importa com elas.

No entanto, não podemos deixar que eles dominem nossa vida. Para isso, você deve confrontá-los como se confrontasse um inimigo. 

Por mais que a voz em nossa mente repetidamente diga “a vida não vale a pena”, não acredite nela. Revide com “vale a pena porque sou uma pessoa maravilhosa e farei coisas maravilhosas para mim e para os outros”.

Você está no controle dos seus pensamentos, os quais nem sempre condizem com a realidade.

Lembre-se que os pensamentos negativos podem, a qualquer momento, ser substituídos por positivos. Não há ninguém, além de nós mesmos, que possa impedir que isso aconteça. 

Deixe o medo e a vergonha de lado

Escondemos quando estamos mal por inúmeros motivos. Não queremos chamar atenção, preocupar a família ou sermos vistos como “fracos” e “incapazes”.

Olhamos para a vida das pessoas à nossa volta e tudo parece perfeito, por isso, acreditamos que devemos fingir que tudo está bem e insistir em seguir o mesmo padrão. 

A verdade é que todo mundo está ou já esteve insatisfeito com algum aspecto da vida. Apesar de não ser abertamente compartilhada, essa experiência é muito comum.

Não tenha vergonha de admitir que também é humano e precisa de ajuda. Buscar alternativas para se sentir melhor não é fraqueza!

Se não se sentir confortável, não é necessário compartilhar os detalhes dos seus pensamentos. Mas tente superar a vergonha ou o medo, e não permita que eles o impeçam de procurar ajuda. 

Cultive bons hábitos

Quando se sentir sem esperança, procure o que há de bom em sua vida. Coisas singelas como ter uma cama para dormir ou comida para se alimentar.

Pequenos detalhes que deixamos escapar em meio ao estresse da vida diária. Em vez de escutar os pensamentos autodestrutivos, seja mais otimista e agradeça por tudo o que tem.

Outros hábitos positivos que você pode, aos poucos, inserir em sua vida são:

  • exercícios rotineiros — se não gostar de atividades físicas, tente caminhar por 30 minutos;
  • escreva todas as suas conquistas e as relembre constantemente — isso pode soar arrogante, mas é sempre bom estarmos cientes de nossa capacidade. Inclua até mesmo pequenas vitórias.
  • Durma mais cedo;
  • Saia de casa — não importa para onde ou com quem, somente reserve horários em sua semana para deixar o conforto do lar. De preferência, faça algo que goste muito e deixe sua mente descansar por alguns minutos;
  • doe seu tempo para ajudar alguém — pode ser um voluntário em uma ONG ou instituição local, ou pela internet mesmo. Ajudar o próximo é uma ótima maneira para entrar em contato com outras histórias de vida e expandir nossos horizontes. O voluntariado também nos dá um propósito, especialmente quando estamos temporariamente desempregados ou sem atividades.
  • trabalhe em sua autoestima — isso mesmo. Autoestima elevada é a consequência de exercícios constantes. Liste suas qualidades. Lembre-se dos elogios já feitos a você. Se você possui traços que não lhe agradam, não se acanhe e mude-os.

Cada novo hábito deve ser integrado à sua vida em um ritmo confortável para você. Se não gostou das sugestões, procure atividades que lhe deem prazer.

A intenção deste ponto é encontrar algo que o ajude a aliviar a negatividade. 

Compartilhe seus problemas

Ao contrário do que se acostuma pensar, guardar o que sentimos dentro de nós é prejudicial. Tentamos parecer fortes para os demais e nos esquecemos de cuidar de nós mesmos.

Desabafar com pessoas de confiança não traz apenas um sentimento positivo, mas também nos auxilia a enxergar o que antes estava invisível para nós. 

Os pensamentos suicidas podem nos fazer sentir que ninguém se importa conosco ou que não somos amados. Em nossa vida, porém, há dezenas de pessoas que podem nos ajudar em momentos de tristeza ou desespero.

Essa interpretação pessimista é criada por nós mesmos. As pessoas raramente têm consciência do que sentimos. Ou seja, precisamos comunicá-las de alguma forma. 

Se você não se sentir à vontade para se abrir ou realmente não tiver ninguém de confiança por perto atualmente, pode recorrer ao aconselhamento on-line ou grupos de apoio.

Ações como as do Setembro Amarelo também são uma boa ideia para quem precisa de auxílio, já que têm como objetivo ajudar a busca de ajuda para esse problema, além de conscientizar não só você, mas também quem está a à sua volta a respeito da questão do suicídio.

Se desejar, escreva seus sentimentos para entendê-los melhor assim que algo o atormentar. 

De qualquer forma, saiba que sempre haverá alguém que o entenderá e estará disposto a ajudá-lo. 

Procure ajuda profissional

Para encontrarmos paz em nossas vidas, precisamos identificar os fatores que nos roubam o prazer de viver. Os problemas atuais estão, quase sempre, relacionados aos acontecimentos do passado, especialmente a lembranças da nossa infância. 

Sozinhos, podemos fazer somente uma parte do trabalho de descoberta. Porém, para termos certeza, é preciso conversar com um psicólogo.

Além disso, o trabalho do profissional é nos ajudar a ter uma vida mais saudável e condizente com nossos desejos, objetivos e interesses.

Todos os aspectos negativos são, então, analisados e erradicados ao longo do tratamento psicológico. Assim que perceber os pensamentos suicidas, procure ajuda o mais breve possível. 

Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!

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Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

View Comments

  • Eu até entendo fornecer suporte e ajuda para adolescentes e pessoas beirando seus 20 anos contra o suícidio.. pois há muitas coisas pela frente ainda, a vida é muito mais acessível e favorável para pessoas jovens.

    Porém... acho um erro querer ajudar pessoas beirando seus 30 anos como eu, no qual já possuem maturidade e visão suficiente para perceber a situação desfavorável e a potencial capacidade horripilante e tétrica de piorar cada vez mais.

    Me diga.. o que você acha de viver como um mendigo? Viver na rua, na miséria..? Sem nada, nem ninguem, completamente sozinho, na sujeira, pedindo dinheiro pros outros? Eu sinceramente prefiro morrer do que ter uma vida assim.
    E ao que tudo indica minha vida esta indo para essa direção...
    Agora eu tenho uma casa, e meus pais... porém depois que meus pais se forem, não sei o futuro medonho que me espera.
    Não consigo emprego, e já até desanimei de procurar.. a vida só faz patifarias comigo.

    Textos com mensagens clichês.. sobre criar habitos melhorar sua rotina e bla bla.. apenas pioram mais ainda nossa situação. Se for um texto.. falando de Jesus então.. vish...
    Eu procuro por todos os cantos da internet, algo pró-suicidio, talvez algum método.. algum veneno.. não encontro nada..
    Devo então continuar vivendo essa vida miseravel?

    Sério.. o ser humano precisa evoluir sobre essa questão, inclusive do ponto de vista biológico.. existe superpopulação no planeta...
    O que vou dizer agora pode parecer meio bruto e insensível mas é assim que funciona na natureza.
    O objetivo principal de todas as formas de vida, é perpetuar sua espécie, evoluir seus genes com seleção natural e descartar seres fracos e defeituosos.
    Um suicida pode ser considerado fraco, logo para a natureza não a nenhum beneficio em continuar gastando recursos, tempo e energia em manter um ser assim, logo o melhor é que ele seja descartado.
    Um suicida não tem nada a contribuir na sociedade, não gera economia, para ele continuar vivendo é um constante sentimento de desânimo e apatia.

    Engraçado... como querem te ajudar para você continuar vivo.. querem que você continue aqui sofrendo.. se querem ajudar de verdade.. então de um emprego, de dinheiro, faça algo realmente que possa ajudar, palavras bonitinhas sobre a vida ser um arco-iris não ajudam. Pelo menos não a mim.

  • Até eu um suicida potencial tenho e sempre tive capacidade para mostrar o caminho certo, as virtudes e a resignação nesta existência terrena a todas as pessoas com quem me envolvo. E olhem: não tenho religião, não acredito absolutamente em nada divino e não acredito em outras vidas. Minha única crença é que após a saída desse mundo é a desintegração total. E além de não acreditar em nada, pasmem; ainda sou covarde e não tenho a maldita coragem de sumir mesmo tendo a certeza absoluta em saber que não existirei em qualquer lugar do que chamamos Universo. No entanto, jamais qualquer profissional ou orientador experiente por mais capacitado que seja são capazes de dissuadir uma pessoa a deixar de odiar sua existência, simplesmente porque é impossível saber o que se passa no mais íntimo do cérebro humano. Então digo e posso dizer com toda sabedoria que jamais alguém foi curado a não ser que se use as piores drogas já inventadas pelo homem para deixar o potencial suicida na condição de submissão transformando-o em um não-ser-humano. É a realidade, antes a morte! Palavras não curam doentes mentais. Prolonga-se a vida com medicamentos das origens mais terríveis, que fazem os doentes virarem animais, mas na realidade - não deixa de ter o lado cômico, inescapável e certeiro - ajudam o infeliz antecipando sua morte. É preferível um trilhão de vezes morrer do que enfrentar psiquiatras, psicanalistas, e todos os estudiosos do cérebro. Deixem de bobagem! Não existe cura para doentes mentais. Tudo que se fala desde os primórdios é hipocrisia, pois todos sabem que o doente mental se ‘cura’ aos olhos dos outros virando um vegetal. Claramente, no íntimo dos que cuidam é preferível que morra – alguns até que nutrem uma pequena esperança de ver no infeliz a aparência de alguns comportamentos humanos e para o desgraçado do doente o que ele deseja é apenas que seu espírito seja aniquilado, caso ele tenha noção que é possuidor de um. Acho que é apenas uma interação de átomos muito bem-dispostos que nomeamos como alma ou espírito, ou seja, lá o que for. Não faz a mínima diferença! Não existem indícios de alguém que não deseja viver a partir do momento em que seus pensamentos, desejos, determinação e vida cotidiana estão em uma normalidade satisfatória. Talvez até exista, aí complica mais ainda e será mais um na lista dos infortunados do espírito. São evidentes em suas vidas, à época de seu surgimento, características bem padronizadas para passar o tempo certo aqui nesse mundo. Deve ser interessante gostar da vida, isso se a entidade Deus, que a maioria crê, colocasse os neurônios nos lugares certos de todos seres humanos. Nunca será assim, pois os normais já surgem nesse mundo, sem saberem como, com seus átomos e moléculas em seus devidos lugares e sincronia. A preocupação com as pessoas talvez seja até desnecessária – necessária, sim, para o isolamento - porque tudo é ilusão e outras moradas são inexistentes. Vivam os que possuem as mentes e corpos saudáveis seus 70, 80 ou por infelicidade do destino até mais anos. E tudo terá um final idêntico tirando a vida ou esperando os órgãos deteriorarem-se e desaparecer.

    Saúdo e parabenizo todas as pessoas que acreditam na possibilidade de cura deste tipo de doença. Mesmo sem acreditar em nada, jamais eu poderia ter pensamentos negativos que algo desconhecido provindo das boas origens não dessem resultado. O que posso dizer é que desejo que haja a recompensa! 

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