Psicologia e direitos humanos: precisamos falar sobre isso

Você sabe qual é a relação entre psicologia e direitos humanos? Bom, para falarmos sobre isso, é importante entender a psicologia se trata de uma ciência muito nova que teve a maioria dos seus avanços nos últimos 150 anos.

Mas tudo começou bem antes, por volta de 200 a.C., quando alguns filósofos gregos clássicos começaram a se envolver com questões relacionadas à psicologia. Porém, no Brasil, foi só na década de 1950 que surgiram os primeiros cursos com formação específica na área e, em 1962, a profissão foi regulamentada por uma lei federal.

Por ser uma profissão tão recente, ainda circulam muitas informações equivocadas sobre a mesma. Por isso, é importante falarmos sobre o seu papel, características e relações com outras esferas da vida humana. Neste artigo, você poderá conferir um pouco mais sobre as conexões entre a psicologia e os direitos humanos. Confira!

O que é a psicologia?

A psicologia é o estudo científico da mente e do comportamento humano. Dentro dessa área, há várias linhas teóricas nas quais os psicólogos podem se especializar.

A palavra “psicologia” vem do grego antigo psyque, que significa “mente” e logos, que significa “estudo ou conhecimento”. O psicólogo estuda os fenômenos psíquicos e o comportamento das pessoas com o objetivo de contribuir para a prevenção e tratamento de doenças mentais.

Sendo assim, de uma forma geral podemos dizer que se trata de um profissional que é responsável por ajudar no bem-estar e na manutenção da saúde mental dos indivíduos.

O que são os direitos humanos?

Os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos. Além disso, eles regem como cada um individualmente vive em sociedade e entre si, assim como as relações entre as pessoas e o Estado e as obrigações que o Estado tem com a sociedade. Dessa forma, a lei dos direitos humanos estabelece que cada um deve usufruir de seus direitos ao mesmo tempo que respeita os direitos alheios.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), por sua vez, se trata de um documento muito importante na história dos direitos humanos. Foi elaborada por vários representantes de origens jurídicas e culturais de todas as regiões do planeta e proclamada em 10/12/1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

Criada após os horrores das guerras mundiais, o objetivo da Declaração Universal dos Direitos Humanos tinha como objetivo promover a organização de princípios mais alinhados sobre a democracia e a paz. Ela estabelece a proteção universal dos direitos humanos e já foi traduzida para mais de 500 idiomas.

Qual é a relação entre psicologia e direitos humanos?

Há um código de ética dos psicólogos que é responsável por orientar a prática profissional. Um dos seus pressupostos é de que o trabalho deve ser embasado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que funciona como um norte ético, ou seja, um guia para orientar a atuação destes profissionais.

O psicólogo precisa ter bastante cuidado, pois está imerso em uma cultura de rótulos, categorizações, exclusões e estereótipos. O Conselho Profissional tem como objetivo regular a profissão, fiscalizando e protegendo os psicólogos e aqueles que são atendidos por profissionais desta categoria.

Um grande desafio dos psicólogos é a linha tênue que existe entre o atendimento baseado em conhecimentos teóricos e científicos e as crenças, valores e percepções pessoais do indivíduo que está realizando o atendimento.

Não é incomum ouvirmos sobre casos de psicólogos que querem promover a “cura gay” ou algo do tipo, que são ações totalmente absurdas e que não vão ao encontro do Código de Ética do Psicólogo e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Isso porque todo ser humano tem o direito de ser respeitado, independentemente da sua raça, religião, opção sexual etc.

Os principais cuidados que o psicólogo deve ter

Com isto em mente, é importante que os psicólogos estejam sempre atentos às leis que regem a profissão e tomem cuidado com os preconceitos e rótulos enraizados na sociedade.

Também não devem expor e induzir convicções políticas, morais, religiosas, de orientação sexual ou filosóficas. Além disso, os seus conhecimentos na área não podem, em hipótese alguma, ser utilizados para práticas de qualquer violência. O foco é sempre a saúde mental e o bem-estar emocional.

O que fazer se o psicólogo atuar de forma inadequada?

Caso você tenha uma experiência com um psicólogo que não respeite o Código de Ética do Psicólogo, deve fazer uma denúncia sobre a conduta do profissional no Conselho Regional de Psicologia (CRP) do seu estado.

No site oficial do Conselho Federal de Psicologia é possível conferir o passo a passo.

Para que a denúncia seja feita, o Conselho Regional necessitará de algumas informações, como

  • qual o nome e qualificação da(o) denunciante;
  • qual o nome e qualificação da(o) denunciada(o);
  • a descrição circunstanciada dos fatos;
  • toda prova documental que possa servir à apuração do(s) fato(s) e de sua autoria;
  • a indicação dos meios de que o representante pretende se valer para provar o alegado;
  • o interesse do representante em participar de mediação com a(o) representada(o).

Dicas essenciais para escolher o seu psicólogo

Para fazer uma boa escolha é preciso analisar mais do que a especialidade e os anos de experiência do profissional. Também é muito importante se identificar com o psicólogo para criar uma relação de confiança, mas, além disso, é necessário ficar de olho em alguns pontos. Confira:

Credenciais

Ter certeza de que o psicólogo é credenciado junto ao Conselho Regional de Psicologia é fundamental. Além disso, se não souber onde procurar por profissionais da área, considere pedir recomendações a pessoas próximas, que irão passar nomes de profissionais confiáveis, ou buscar em plataformas de psicólogos.

Sensibilidade

Outro ponto importante é conseguir criar uma relação sincera com o seu psicólogo, por isso, não adianta nada ir apenas atrás de nomes com boa reputação se você não consegue se conectar de verdade com o profissional.

O psicólogo deve ser capaz de perceber as suas características, valores, crenças e a sua personalidade para que você se sinta compreendido.

Abordagem

Existem várias abordagens dentro da psicologia. Dependendo dos seus objetivos, uma pode ser mais interessante do que outra. Os processos costumam ser diferentes e, por isso, entender o que você busca é importante para que a terapia agregue valor e contribua de forma positiva para a sua vida.

Finanças

Muitas pessoas deixam de fazer terapia porque não querem ou não conseguem investir financeiramente. Com isso, há quem escolha o psicólogo levando em conta apenas o valor da consulta e isso não é recomendado.

Há vários fatores que devem ser levados em consideração nessa decisão, afinal, pense que este profissional será responsável por auxiliar no seu bem-estar e saúde mental. Não pode ser qualquer pessoa, né?

Disponibilidade

Seja para realizar sessões presenciais ou terapia online, se a agenda do psicólogo não bate com a sua, a tendência é o que acabe optando por outro profissional. No entanto, se tiver gostado muito do psicólogo em questão, analise com calma as possibilidades para não tomar decisões precipitadas.

Escolha um profissional que contribua positivamente para a sua vida

Agora que você já sabe mais sobre a relação entre psicologia e direitos humanos, que tal começar a cuidar da sua saúde mental com um profissional sério e competente?

Siga as dicas deste artigo e fique de olho na conduta ética do psicólogo para ter certeza de que fez uma boa escolha.

Para mais artigos, confira o blog da Vittude!

Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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