Os sintomas de crise de ansiedade e pânico são os mesmos? Existem diferença entre ambas as crises? Quem experimenta os sintomas de uma também pode experimentar os da outra? São muitas as dúvidas acerca das crises de pânico e ansiedade.
Como os casos de transtornos ansiosos e de transtorno do pânico têm crescido tanto no Brasil quanto no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a necessidade de esclarecer as características de cada tipo de crise é grande.
A ansiedade é considerada saudável até certo ponto. O seu dever é nos auxiliar a manter distância de situações perigosas e nos preparar para um momento difícil ou desconhecido. Ela desaparece assim que eles passam e leva a preocupação com o futuro consigo.
Quando isso não acontece e a ansiedade parece crescer a cada dia, ela pode gradualmente se tornar debilitante, bem como incentivar o surgimento de outras condições, como o transtorno do pânico.
Embora esses termos sejam utilizados como sinônimos, eles representam tipos de crises distintas.
Quando se manifestam, ambas as crises enviam mensagens ao sistema nervoso que ativam o nosso instinto de “fugir ou lutar”, necessário para quando enfrentamos uma ameaça ou situação perigosa.
Nesse processo, ocorre uma descarga de cortisol no organismo e uma série de respostas do corpo físico, como o tensionamento dos músculos, aumento dos batimentos cardíacos, aceleração da respiração, entre outras.
Elas normalmente acontecem diante de situações corriqueiras que não apresentam ameaça alguma à vida, segurança ou bem-estar individual. No entanto, para a pessoa ansiosa ou em pânico, elas são intimidadoras ou assustadoras.
As principais diferenças entre a crise de ansiedade e pânico estão na causa e na forma como os sintomas são percebidos.
As crises de pânico, também conhecidas como ataques de pânico, acontecem de repente enquanto as de ansiedade se intensificam com o passar do tempo. Os primeiros sintomas costumam ser ignorados pelas pessoas dado que se assemelham a desconfortos ocasionais e sem conexão com a ansiedade, como um súbito aperto no peito.
Outra diferença é que os sintomas da crise de pânico desaparecem em uma questão de minutos (dependendo do caso, pode levar mais ou menos tempo) e os da ansiedade persistem por longos períodos.
Os sintomas tendem a atingir o seu ápice após 10 minutos de crise e decair gradativamente a partir de então. Entretanto, outra crise de pânico pode acontecer em seguida, alongando a experiência desagradável.
A crise de pânico pode tanto acontecer subitamente quanto a partir de um gatilho. Ela pode até mesmo se manifestar durante o sono ou momentos de relaxamento. Os sintomas incluem:
A sensação de perda de controle e de que se está ficando “louco” também são sintomas característicos do pânico. O indivíduo pode sentir, ainda, que pode morrer a qualquer momento e intensificar o medo durante a crise.
Outro sintoma é a despersonalização, quando ocorre a sensação de que a pessoa não está conectada ao seu corpo ou aos seus arredores.
Após uma crise de pânico, muitas pessoas se sentem cansadas, estressadas ou preocupadas. Essas sensações desagradáveis tendem a acompanhá-las pelo restante do dia.
A crise de ansiedade acontece depois de um período de preocupação excessiva.
As pessoas têm dificuldade para pensar logicamente sobre um acontecimento, evento que está para acontecer ou indivíduo. Assim, passam longos minutos ou horas sofrendo por antecedência. Enquanto isso, seus níveis de ansiedade crescem sem que elas notem.
Os sintomas da crise de ansiedade são tipicamente de menor intensidade que os da crise de pânico. Confira-os abaixo.
As causas para a crise de ansiedade e pânico são variadas. Elas são mais comuns quando há o diagnóstico de um transtorno ansioso, como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) ou Ansiedade Generalizada, ou do pânico.
O Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) também pode ocasionar crises. Quando as memórias do trauma retornam à mente sem aviso, pessoas com TEPT costumam entrar em pânico. Elas podem ter esse sintoma repetidas vezes até que o evento traumático seja digerido corretamente.
Do mesmo modo, o encontro – imaginário ou real – com o objeto de uma fobia, sintomas depressivos, sintomas do transtorno bipolar e estresse prolongado são causas comuns.
Esse último pode ser oriundo de problemas matrimoniais, caso de doença na família, conflitos no trabalho, insatisfação com a vida, preocupação com as finanças, dentre outras situações.
O medo o qual não chega a ser uma fobia, como de dirigir ou de falar em público, também pode desencadear uma crise. Para evitar sentir esse desconforto emocional, a pessoa passa a evitar as circunstâncias que causam medo.
Indivíduos que abusam de álcool e outras substâncias, possuem uma personalidade naturalmente ansiosa, têm histórico de crises de ansiedade e pânico na família, e vivem com doenças crônicas, como diabetes e tireoide, são mais suscetíveis a terem crises em algum momento de suas vidas.
Fatores ambientais são outra possível causa uma vez que influenciam nosso comportamento, modo de pensar e emoções. Vivemos em uma sociedade acelerada que valoriza resultados imediatos e coloca o “indivíduo multitarefa” como ideal. Desta forma, sobra pouco tempo para aproveitar o presente e digerir o estresse.
Quando os sintomas são percebidos, a primeira coisa a fazer é buscar um médico. A reação de grande parte das pessoas é, de fato, correr para a emergência quando sentem o peito doer, o coração bater mais forte e os membros do corpo formigarem.
A primeira experiência da crise de ansiedade ou pânico pode ser facilmente confundida com um ataque cardíaco. Mas, após efetuarem os exames necessários para investigar a sua condição de saúde, nada fora do normal é encontrado. Assim, as pessoas aprendem que seus sintomas são emocionais.
Algumas pessoas podem alegar não sofrer de ansiedade e pânico mesmo após terem tido uma crise.
É verdade que qualquer pessoa, independentemente se possui um transtorno mental, pode ter uma crise de ansiedade e pânico. Isso acontece, contudo, somente em situações de extremo estresse, como um acidente de trânsito ou uma situação de violência.
Quando os sintomas de crise de ansiedade e pânico se manifestam no dia a dia, em circunstâncias corriqueiras e que fazem parte da rotina do indivíduo, é um sinal de que sua saúde mental precisa de cuidado.
Se as crises acontecerem múltiplas vezes, pode ser que ele esteja sofrendo de ansiedade ou pânico sem saber. Os sintomas da ansiedade, sobretudo, não são facilmente notados. Eles são confundidos com características da personalidade, desconforto físico passageiro ou respostas emocionais a uma ocasião específica.
Deste modo, as pessoas tendem a se dar conta da ansiedade somente quando os sintomas já estão mais acentuados. Elas começam a perceber que não tinham determinados pensamentos, emoções ou reações antes.
Em todo caso, é recomendado visitar um médico para descartar a possibilidade de uma patologia física estar por trás dos sintomas.
A psicoterapia pode auxiliar o indivíduo a encontrar um sentido para tudo aquilo que foge ao seu controle. São identificados gatilhos para os sintomas de crise de ansiedade e pânico, traumas e questões mal resolvidas do passado, e estratégias de enfrentamento.
Como cada caso é um caso, é preciso revisitar a história de cada paciente para saber como eles chegaram ali. Essa jornada costuma ser um tanto dolorosa no começo, por isso, a presença do psicólogo é útil.
Muitos dos acontecimentos do passado que causam sofrimento hoje não foram bem digeridos na época. Dessa maneira, para deixá-los partir de uma vez por todas, é preciso fazer as pazes com eventos traumáticos e desagradáveis.
Em casos cujas crises são frequentes e interferem no aproveitamento da vida, é importante haver intervenção psiquiátrica em conjunto com a terapia.
Mudanças no modo de vida são igualmente fundamentais. O indivíduo ansioso, depressivo ou que sofre de síndrome do pânico pode adotar certos hábitos para criar uma rotina mais saudável, como a prática de exercícios físicos três vezes por semana e a busca por momentos de serenidade.
A meditação, relaxamento, hobbies e acupuntura, por exemplo, são bons aliados do acompanhamento psicológico no combate à ansiedade, estresse e pânico.
Infelizmente, a maioria das pessoas só busca ajuda psicológica quando as crises de ansiedade e pânico já se tornaram incapacitantes. Nesses casos, o tratamento costuma ser longo e a mudança de hábitos, mais urgente. É por essa razão que se deve buscar atendimento o mais cedo possível.
Se você tem se sentido incomodado por alguns dos sintomas de ansiedade e pânico relatados neste post, você pode procurar um psicólogo ou psicóloga e começar sua jornada de terapia online na Vittude!
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Seu artigo foi de grande ajuda para mim.
Esclarecedor.
Muito obrigada!