TDAH, déficit de atenção, dislexia e hiperatividade são condições facilmente confundidas devido à semelhança dos sintomas. Elas também podem passar despercebidas por familiares e professores. Eles chegam a notar comportamentos atípicos na criança, mas desconhecem a origem ou o caminho para descobri-la.
Quando o diagnóstico não é feito, as crianças com esses distúrbios crônicos crescem acreditando ser incapazes, pouco inteligentes, preguiçosas, excessivamente distraídas e outros adjetivos que as diferem dos demais.
Já quando ocorre o diagnóstico dessas condições, os portadores podem buscar o tratamento de imediato. Acredite: é perfeitamente possível que os portadores tenham uma vida feliz, realizada e bem-sucedida. São pessoas capazes, diferentes apenas nos mecanismos cerebrais.
Essas condições tendem a ser identificadas quando a criança começa a ir à escola. Como este ambiente a incentiva a pensar logicamente, adquirir vários conhecimentos e desafiar-se com atividades e projetos escolares, as suas dificuldades de aprendizagem começam a ficar evidentes.
Atualmente, os pedagogos são mais capacitados para identificar sinais de transtornos de aprendizagem e contatar os pais sobre as suas preocupações. A partir de então, as famílias podem buscar o diagnóstico adequado para identificar com exatidão a dificuldade dos filhos.
É importante que essa atitude seja tomada antes que especulações sobre o comportamento da criança sejam feitas. Elas acabam fortalecendo falsos estigmas, como o da “burrice” e da “criança elétrica demais”, e abalando a autoconfiança da criança.
Os diagnósticos do TDAH, déficit de atenção, dislexia e hiperatividade costumam ser feitos de modo multidisciplinar. Ou seja, envolvem testes de fonoaudiologia, oftalmologia, neuropsicologia e psicopedagogia, entre outros. Quanto mais cedo ele ocorrer e o tratamento for iniciado, melhor.
“Já tivemos casos de pessoas de 60 anos que se sentiram aliviadas ao finalmente descobrir o que tinham e iniciaram um tratamento satisfatório, mas a essa altura da vida elas já acumulavam muitos prejuízos”, diz Rosemari.
A pessoa com um transtorno de aprendizagem não diagnosticado sofre não somente em razão das suas dificuldades de aprender. Outros fatores abalam a sua autoestima e incentivam o isolamento, como o bullying escolar e os comentários maldosos que duvidam da inteligência dessa pessoa.
No trabalho, por exemplo, adultos com TDAH, TDA, dislexia ou hiperatividade são comumente discriminados por cometerem erros e por terem dificuldade de seguir instruções corretamente. Como eles desconhecem a sua condição, se sentem culpados e frustrados por não conseguirem ser profissionais adequados.
Essa mentalidade pessimista abre portas para a aversão a si mesmo e pode corroborar para o surgimento de transtornos incapacitantes ao longo dos anos, como depressão, síndrome do pânico e ansiedade.
Essas formas de tratamento também podem afastar esses indivíduos de oportunidades de encontrar e aprimorar talentos e aptidões naturais. Afinal, ao contrário do que lhes é dito, eles são inteligentes. Só precisam encontrar as metodologias certas para desenvolverem o seu potencial.
Precisar de ajuda para reter informação, seguir instruções, prestar atenção em determinados elementos, entre outros, não implica que uma pessoa seja incompetente.
Hoje, já aprendemos que as pessoas precisam de instrumentos que satisfaçam as necessidades que surgem das diferenças em seus mecanismos cerebrais. “Diferente” não quer dizer ruim, menos importante ou qualquer outra conotação negativa.
Se você apresenta dificuldades de aprendizagem, o ideal é procurar um especialista para fazer um diagnóstico e iniciar um tratamento. Deste modo, você aprenderá a melhor maneira de conviver com a sua condição.
Enfim, qual as diferenças entre essas siglas e nomenclaturas? Todas se tratam de condições que afetam o processo de aprendizagem de alguma forma. Por terem sintomas semelhantes e, às vezes, surgirem concomitantemente, é importante compreender a diferença entre cada uma delas.
Frequentemente ouvimos adultos falarem que uma criança é “levada” ou “elétrica” por ter muita energia. A hiperatividade é justamente caracterizada por um estado de energia excessiva. Ela é dividida em duas categorias:
O comportamento hiperativo pode diminuir gradualmente quando a criança entra na puberdade e desaparecer por completo na vida adulta, como também pode persistir. Neste caso, os sintomas se manifestam de formas diferentes, como tendência a ser viciado em trabalho, dificuldade de fazer atividades calmas e ansiedade.
De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ocorre quando, além da falta de atenção, o indivíduo apresenta comportamento hiperativo.
Durante o processo de diagnóstico, é comum que seja feito um teste de TDAH para identificar quais sintomas do transtorno são mais frequentes nas condutas do dia a dia. Adultos com suspeita podem consultar um especialista e requerer essa avaliação.
Já o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) apresenta um diagnóstico possível quando a criança demonstra ter comportamentos excessivamente dispersos, principalmente durante as aulas. É comum que ela tenha dificuldade para tirar notas boas e concluir atividades devido à dispersão.
Se seu(sua) filho(a) é aéreo demais, daqueles que parecem estar “viajando” em outro mundo o tempo todo, vale observar os seus comportamentos com mais cuidado. No entanto, existem ao todo 18 sintomas de TDA.
Além da desatenção, a criança pode ser letárgica, não ter motivação para estudar ou fazer tarefas simples, não conseguir expressar sentimentos, falar excessivamente ou falar pouco, ter dificuldade para aguardar a sua vez, entre outros. Assim, a avaliação dos pais pode ficar confusa.
Não é burrice! O disléxico tem a cognição preservada e muitas vezes acima da média. Ele só precisa das ferramentas correspondentes ao seu modo de raciocinar para atingir o seu potencial.
De causas genética e hereditária, a dislexia caracteriza-se pela dificuldade de aprendizagem para ler e escrever. Em diferentes graus, os portadores não conseguem associar os fonemas às letras. A dificuldade similar nas ciências exatas, chamada discalculia, provoca transtornos similares em relação aos números e operações matemáticas.
Outros sintomas incluem dispersão, dificuldade de prestar atenção, fraco desenvolvimento da coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas), fraca capacidade de memorização, falta de interesse por conteúdos impressos, dificuldade em ler mapas e usar dicionários, desorganização (seja com objetos ou com compromissos escolares), entre outros.
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.
Independentemente da idade, a psicoterapia é fundamental para ajudar o indivíduo a conviver com as suas dificuldades de aprendizagem e afastar sentimentos de incompetência, os quais prejudicam a sua autoestima.
Tanto adultos quanto crianças se beneficiam do acompanhamento psicológico. Dependendo do quadro do paciente, o tratamento com o psicopedagogo ou o neuropsicólogo pode ser necessário. Ambos os profissionais são psicólogos com especialidades específicas que ajudam pacientes a viver com mais qualidade.
A psicoterapia para TDAH, TDA, dislexia e hiperatividade auxilia indivíduos de todas as idades a reencontrarem o prazer em aprender e os encoraja a realizar atividades que sempre tiveram interesse.
Além disso, o psicólogo ajuda o paciente a desenvolver uma rotina adequada e se organizar tanto em questão de compromissos quanto de arrumação de cômodos e objetos. Ele passa a viver em mundo que enfim corresponde as suas necessidades, o que o leva a perceber o seu potencial.
É essencial que o paciente receba apoio da família e de pessoas queridas durante o tratamento. No caso das crianças, o apoio dos pedagogos é outro fator indispensável para o avanço delas durante o acompanhamento psicológico.
“O importante é fazer uma análise criteriosa. Sem tratamento e sem apoio da família, da escola e do meio social, o indivíduo pode sentir-se excluído, ter seu potencial subaproveitado ou procurar uma fuga nas drogas ou na delinquência”, finaliza a especialista.
Seja para você, para um filho ou alguma pessoa próxima, vale anotar as características de cada distúrbio e procurar auxílio profissional para um tratamento em caso de dúvidas acerca dos sintomas.
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Tenho uma filha de 12anos que foi diagnósticada desde os 8 com dislexia Qi médio inferior e depressão, bullyn e faz uso diário de ritalidade .
Gostaria de saber se ela tem direito a algum benefício ou auxiliar do governo para o tratamento
Tenho um neto que foi diagnosticado com tdah mais seu comportamento e identico ao de um altista ele podera ser autista
Oi Antonia, publicamos hoje um artigo sobre autismo. Aconselhamos sempre a buscar um segundo diagnóstico. Uma equipe multidisciplinar (psicólogo, fonoaudiólogo, psiquiatra infantil e pediatra) pode ajudar em um diagnóstico mais preciso. Caso precise de informações mais detalhadas, entre em contato conosco pelo contato@vittude.com. Ficaremos felizes em ajudar.