Terror noturno só acontece na infância? Entenda o problema e saiba como tratar

Terror noturno é um distúrbio do sono cuja ocorrência é mais comum em crianças entre 2 a 5 anos, mas adultos também podem desenvolvê-lo. Ele não deve ser confundido com o pesadelo. Neste, a criança pode se lembrar sobre o que estava sonhando. 

Além disso, sonhos turbulentos normalmente resultam de experiências, preocupações, filmes, histórias e conversas presenciadas durante o dia. 

Distúrbios do sono, por outro lado, acontecem devido a alterações em uma das quatro fases do sono. Insônia, síndrome das pernas inquietas, apneia obstrutiva, sonambulismo (também mais comum em crianças) e narcolepsia são exemplos de condições que afetam a qualidade do sono. 

O que é terror noturno?

Consiste em episódios de pânico durante as primeiras horas de sono. A criança pode abrir os olhos, gritar, correr e chorar enquanto está dormindo. No dia seguinte, ela não se lembra de nada do que aconteceu. Por causa disso, a experiência costuma ser mais perturbadora para os pais do que para os pequenos. Embora seja raro, crianças menores de um ano também podem ter terror noturno.  

Os sintomas são os mesmos para os adultos. Entretanto, eles podem ser mais agressivos do que as crianças durante um episódio e se lembrar de flashes da noite anterior, embora não seja muito comum. 

As crises noturnas podem acontecer semanalmente ou se manifestarem a cada 10 ou 15 dias. Nos casos mais sérios, elas acontecem diversas vezes na mesma noite. A recorrência depende da severidade dos demais sintomas. 

Sintomas do terror noturno

Além dos sintomas mencionados acima, a criança ou adulto também podem sentir:

  • medo incontrolável;
  • sensação de perigo, como se estivessem diante de algo ameaçador;
  • coração acelerado;
  • tremores pelo corpo;
  • sudorese;
  • confusão ao acordar;
  • falta de ar;
  • olhar fixo e vidrado;
  • agressividade (para se defender do perigo)
Terror noturno só acontece na infância - Entenda o problema e saiba como tratar!

É possível ainda que a criança ou o adulto se sente na cama ou se levante e corra pela casa. Se não estiverem em um ambiente controlado, podem sair da residência e colocarem-se em uma situação de perigo real. Para reduzir a possibilidade de ferimentos, os pais ou demais moradores da casa devem manter a residência segura. 

Debater-se, dar socos ou chutar ao tentar ser ajudado também são sintomas comuns. Como o indivíduo acredita estar correndo perigo no momento do terror, ele provavelmente tentará lutar contra quem se aproximar na tentativa de acabar com a ameaça. Uma agressão pode ocorrer em virtude disso. 

Mesmo após acordar, o medo pode perdurar, anuviando a mente do indivíduo. Ele pode demorar a reconhecer os familiares e os seus arredores. 

Causas do terror noturno

As causas exatas ainda são desconhecidas, mas especialistas acreditam que a condição esteja relacionada a perturbações no sistema nervoso central. A ansiedade, o transtorno de bipolaridade e a depressão também podem desencadear o terror noturno. 

Se a criança estiver passando por uma situação estressante, seja na escola ou em casa, ela também pode ter episódios de pânico durante a noite. A ocorrência é mais comum quando o estresse é prolongado. 

Portanto, os pais precisam ficar atentos para comportamentos incomuns bem como para a manifestação de sintomas dos respectivos transtornos. A criança pode estar sofrendo bullying na escola e, por isso, apresentar dificuldades para dormir. O incômodo também pode ser provocado por familiares ou vizinhos, quando os próprios pais não são os responsáveis. 

A genética também pode ser a responsável pelas crises noturnas. Crianças com pais que apresentaram/apresentam o distúrbio ou outras perturbações do sono são mais suscetíveis ao terror noturno.

Outra possível causa é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático oriundo de experiências traumáticas. Crianças que vivenciaram traumas, por exemplo, podem ter perturbações noturnas na vida adulta. 

Diagnóstico do terror noturno

Crianças costumam ser rapidamente diagnosticadas após os pais notarem os sintomas do distúrbio. Os especialistas que podem ser consultados para fazê-lo são: clínico geral, pediatra, psiquiatra e psicólogo. Para facilitar o diagnóstico, os pais podem preparar uma lista de sintomas e relacioná-los com períodos de manifestação. 

Se você é um adulto e acredita estar tendo crises noturnas, não hesite em procurar um médico ou psicólogo. Algumas pessoas podem ficar assombradas com o ocorrido, mas não há nada de sobrenatural relacionado aos distúrbios do sono. 

Marcar uma consulta com um especialista deve ser o primeiro passo após o início dos episódios. Dessa forma, você conhecerá as possibilidades de tratamento para o seu quadro de saúde.

Tratamentos possíveis 

Apesar de ser muito incômodo, não há um tratamento eficaz para o terror noturno em si.  O distúrbio tende a desaparecer à medida que a criança cresce. Caso os episódios sejam muito comuns ou muito intensos, medicamentos podem ajudá-la a dormir. Esses devem ser prescritos por um médico. 

Já se os episódios de terror estiverem conectados a outras condições de saúde, como transtornos mentais, o tratamento será voltado para elas. Perturbações no sono, especialmente a insônia, naturalmente ocorrem em virtude de transtornos e podem se intensificar caso a condição não seja tratada. 

Para ambos os casos, mas especialmente para os adultos, a psicoterapia é um tratamento válido. As crianças se beneficiam com a psicoterapia infantil, ou a ludoterapia, enquanto os mais velhos podem optar pela terapia individual. A terapia familiar também pode ajudar em ambos os casos já que o distúrbio tende a afetar todos os membros da família. 

O psicólogo descobrirá os elementos estressores causadores das perturbações do sono e tratará os sintomas da ansiedade, depressão e pânico, entre outros transtornos. Assim, as crises diminuirão com o passar do tempo até deixarem de existir. 

Como ajudar durante uma crise

Uma crise noturna pode assustar os pais e quem estiver por perto. As reações iniciais podem ser medo, preocupação e vontade de acalmar a pessoa com toques ou abraço. Entretanto, acordar alguém nesse estado pode assustá-lo ainda mais. 

Assim como é feito no sonambulismo, é preciso deixar a criança ou o adulto vivenciar o episódio de terror e não acordá-los. 

Em vez de consolo físico, concentre-se em deixar o ambiente seguro para evitar ferimentos e acidentes graves. É possível:

  • trancar os objetos cortantes em um local seguro;
  • fechar as janelas e as portas durante a noite;
  • instalar alarmes (eletrônicos, sinos ou qualquer coisa que faça barulho) nas portas para que os pais possam monitorar a movimentação da criança na casa;
  • deixar uma babá eletrônica no quarto para ouvir a pessoa acordar; 
  • bloquear as passagens para escada ou varanda; e
  • guardar quaisquer objetos (fios elétricos, pesos de porta, brinquedos, calçados) que possam fazê-la tropeçar. 

Uma crise pode durar entre 30 segundos e cinco minutos. Durante esse período, é necessário ficar próximo e observar o comportamento da pessoa. Após os momentos de pânico, ela provavelmente voltará a dormir quase que imediatamente. 

Como prevenir o terror noturno?

A partir de mudanças de hábitos simples, os pais podem ajudar a prevenir a ocorrência de crises noturnas enquanto a criança está em tratamento, seja medicamentoso ou psicológico. As dicas também funcionam para adultos! Veja:

  1. Construa bons hábitos noturnos;
  2. Durma sempre no mesmo horário;
  3. Diminua o estresse diário;
  4. Procure um psicólogo.

Quer saber mais detalhes? Confira:

Construa bons hábitos noturnos

Ter uma rotina noturna facilita a chegada do sono. Para as crianças, essa rotina é ainda mais importante. Ela pode ser composta de atividades mais calmas para não agitar ou estressar a criança logo antes de dormir. Brincadeiras que envolvam corrida, pulos ou escaladas devem ser evitadas. 

Alguns bons hábitos são:

  • desligar os equipamentos eletrônicos, como a TV e o celular, pelo menos duas horas antes de dormir;
  • ler uma história para a criança;
  • tomar uma xícara de chá ou achocolatado quente;
  • escovar os dentes e arrumar a cama para dormir;
  • organizar o quarto, guardando peças de roupa e brinquedos; 
  • arrumar materiais escolares para o próximo dia durante a semana de aula; e
  • para os adultos, planejar as atividades do dia seguinte e organizar as pendências pode tranquilizar a mente. 

Durma no mesmo horário

Terror noturno só acontece na infância - Entenda o problema e saiba como tratar!

Dormir e acordar no mesmo horário é muito importante. Esse hábito regula o nosso relógio biológico, ajudando a manter uma rotina de sono agradável. As crianças têm mais facilidade para adormecer e acordar sempre na mesma hora, mas os adultos às vezes precisam se esforçar um pouco mais para fazê-lo. 

Diminua o estresse diário

Busque as possíveis causas do estresse no dia a dia e procure reduzi-las. 

A criança pode precisar de mais períodos de brincadeira para extravasar a sua energia ou, talvez, de mais momentos de relaxamento. Se o estresse maior for notado após a escola, é recomendado conversar com os professores para descobrir se algo está perturbando a criança. 

Os adultos podem diversificar a rotina com exercícios físicos, atividades de lazer, hobbies e encontros com amigos e familiares. 

Veja um psicólogo

Um psicólogo pode ajudar a criar uma rotina noturna mais adequada, descobrir fatores estressores ou mudar comportamentos e hábitos negativos. Ou seja, pode ser uma fonte de apoio em todos os passos para prevenir e tratar o terror noturno. 

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Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta