Tipos de depressão: como o transtorno se manifesta?

Após muitos anos sendo considerado um tabu, cada vez mais a nossa sociedade fala sobre a depressão, uma doença psicológica crônica. Mas você sabia que existem vários tipos de depressão e o transtorno pode afetar as pessoas de maneiras diferentes?

O Brasil, infelizmente, lidera o ranking de países da América Latina em casos de depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde, por volta de 5,8% dos brasileiros sofrem com o transtorno.

Para prevenir e tratar a doença na população, o primeiro passo é o acesso à informação, por isso, estruturamos este artigo completo sobre o tema para você tirar todas as suas dúvidas. Lembrando, é claro, que é sempre fundamental buscar ajuda especializada para receber o diagnóstico e o tratamento corretos.

Bom, agora continue a leitura para conferir todo o material que preparamos sobre os tipos de depressão, suas principais causas e possibilidades de tratamento!

O que é depressão?

Ainda existem muitos conceitos equivocados sobre a depressão, por isso, é necessário entender sobre o que se trata o transtorno.

Estamos falando sobre uma doença psicológica crônica, que produz mudanças no humor e tem como principal característica a tristeza profunda e o sentimento de desesperança. Está associada a sentimentos de amargura, baixa autoestima, culpa, amargura e até mesmo distúrbios de apetite e sono.

Além disso, é importante entender que há uma diferença entre a tristeza patológica e a transitória. É comum ter momentos ruins e tristes ao longo da vida, que são desencadeados por situações difíceis, como a morte de um ente querido, uma separação, a perda do emprego etc.

Em um contexto em que a pessoa não sofre com a depressão, ela fica triste por um determinado período, mas consegue superar as adversidades e a dor. Por outro lado, quem tem depressão vivencia uma tristeza ininterrupta, mesmo que não haja uma causa aparente. Dessa forma, o humor fica deprimido o tempo todo por muitos dias seguidos. Além disso, as atividades que antes proporcionavam prazer e satisfação não despertam mais interesse.

A depressão, portanto, é um transtorno incapacitante que afeta milhões de pessoas no mundo. Vale ressaltar que os quadros podem variar em termos de intensidade e duração, podendo ser leves, moderados ou graves.

Quais são os sintomas da depressão?

O humor deprimido constante e a falta de interesse e prazer em realizar atividades no dia a dia são grandes sintomas da depressão. Dependendo do quadro e da gravidade, outros sinais podem ser percebidos, entre eles:

  • alteração de peso (perda ou ganho);
  • distúrbios de sono (insônia ou sono excessivo);
  • fadiga e perda de energia;
  • sentimento de culpa constante;
  • inquietação;
  • dificuldade para se concentrar;
  • alteração na libido;
  • baixa autoestima;
  • dores de cabeça, no corpo e problemas digestivos;
  • falta de motivação;
  • tendência a ficar mais doente devido à imunidade baixa.

Lembrando que apenas um psiquiatra poderá realizar o diagnóstico adequado e orientar o indivíduo em relação ao tratamento.

Quais são os tipos de depressão?

Para realmente entender o transtorno é preciso conhecer os tipos de depressão, afinal, se trata de uma doença que pode se apresentar de formas diferentes. Cada caso tem um nível de sintomas, gravidade e intensidade. Por isso, o tratamento pode variar conforme o diagnóstico do paciente.

Caso você perceba determinados sinais em si mesmo ou em pessoas próximas, é importante ter conhecimento sobre os principais tipos de depressão. Confira:

Distimia (Transtorno Depressivo Persistente)

A distimia é uma depressão crônica, caracterizada pela irritabilidade, mau humor e pensamentos negativos.

Apresenta sintomas semelhantes à depressão maior, porém, ela não se instala de repente. Isso significa que o mau humor é constante e a pessoa costuma estar sempre irritada, reclamando e enxergando o lado negativo de tudo. É comum, portanto, que estes sinais sejam considerados características da sua personalidade e temperamento.

Vale pontuar que as pessoas com distimia podem apresentar alguns episódios de depressão mais graves. O diagnóstico leva em consideração a manifestação dos sintomas todos os dias por pelo menos dois anos consecutivos.

Depressão pós-parto (ou Perinatal)

É comum que boa parte das mulheres sintam a tristeza pós-parto. Normalmente, não sabem explicar as causas da melancolia, mas se ela desaparecer em poucos dias, não há razões para se preocupar.

É importante ressaltar que a tristeza pós-parto é praticamente fisiológica e de 50% a 80% das mulheres apresentam um quadro de certa tristeza e irritabilidade a partir do terceiro dias após o parto. Costuma durar por volta de uma a duas semanas no máximo e desaparece espontaneamente.

O problema é a depressão pós-parto, caracterizada pela tristeza que surge algumas semanas depois da chegada do bebê e vai se tornando cada vez mais intensa. Como consequência, a mulher passa a ter dificuldades para executar até mesmo as tarefas mais simples da rotina e perde o interesse pela vida.

Vários motivos podem levar ao transtorno, sendo um dos mais comuns a dificuldade para se aceitar sob a nova condição de mãe.

Depressão psicótica

Entre os tipos de depressão, a psicótica é uma das formas graves da doença. Trata-se de um subtipo da depressão maior e pode surgir nos casos de transtornos bipolares também.

Além dos sintomas depressivos, é caracterizada por sintomas psicóticos, como alucinações e delírios. Assim, a pessoa pode ouvir vozes e acreditar que está sendo ameaçada e perseguida.

Transtorno afetivo sazonal (TAS)

Quem mora em lugares em que o inverno dura muito tempo pode sofrer com o transtorno afetivo sazonal (depressão sazonal). Sintomas como tristeza, sono em excesso, dificuldade de concentração e aumento do apetite, costumam melhorar conforme a estação muda e a quantidade de luz solar aumenta.

Trata-se de um transtorno derivado da depressão, porém, é mais leve. Também é importante pontuar que algumas pessoas desenvolvem os sintomas em períodos com excesso de luz natural, como o verão.

Quando os sintomas forem muito desconfortáveis, é necessário consultar um psiquiatra para iniciar o tratamento, que pode variar entre: fototerapia, medicamentos, psicoterapia etc.

Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM)

Você provavelmente já ouviu falar na TPM que atinge boa parte das mulheres alguns dias antes de menstruar. Entre os principais sintomas, estão:

  • mudanças de humor;
  • sentimentos repentinos de raiva;
  • tristeza;
  • cansaço excessivo;
  • ansiedade.

O TDPM, por sua vez, é uma condição com sintomas semelhantes, porém, mais severos, capazes de levar à incapacitação temporária. Além disso, também pode afetar os relacionamentos e o trabalho.

Entre os sinais, destacam-se o humor deprimido, mau-humor extremo e alta irritabilidade, ansiedade em níveis graves e instabilidade emocional.

Por volta de 2% a 10% das mulheres são diagnosticadas com o transtorno disfórico pré-menstrual, que em alguns casos pode desencadear crises de ansiedade ou depressão.

As causas para o surgimento do transtorno não são conhecidas, mas estudos indicam que pessoas com disposição para variações hormonais têm maior tendência e as alterações hormonais da menstruação impactam bastante a mulher.

Transtorno disruptivo da desregulação do humor

O transtorno disruptivo da desregulação do humor é caracterizado por uma irritação crônica grave. A pessoa tem explosões de raiva frequentes, que são caracterizadas por violência verbal ou física.

O ponto aqui é que as explosões costumam ter uma intensidade desproporcional, são marcadas pela impulsividade e duram muito tempo.

No entanto, é importante se atentar que o transtorno acontece quando essas explosões ocorrem várias vezes ao longo da semana e o humor da pessoa é marcado pela irritabilidade durante o dia.

Quais são as principais causas de depressão?

Um transtorno psicológico pode ter diversas causas, sendo que existem alguns pontos mais comuns que são capazes de desencadear um quadro de depressão.

É comprovado que a predisposição genética pode facilitar o desenvolvimento deste transtorno, no entanto, ter familiares próximos com o diagnóstico confirmado não quer dizer que necessariamente todos os parentes irão desenvolver a doença.

O ponto da depressão é que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do cérebro, mas é importante levar em consideração que cada pessoa reage de um modo aos gatilhos para as crises.

Além disso, outras possíveis causas que podem estar por trás de um quadro depressivo incluem:

  • perda de um ente querido;
  • términos de relacionamentos
  • perda do emprego;
  • acontecimentos traumáticos na infância;
  • estresse físico e psicológico;
  • consumo de drogas lícitas e ilícitas;
  • disfunções hormonais e problemas na tireoide;
  • excesso de peso, sedentarismo e alimentação desregrada;
  • fibromialgia e outras dores crônicas.

Quando estamos falando sobre os sintomas da depressão, é importante ressaltar que nem sempre a pessoa com o transtorno está triste. Há casos em que ela está com a vida muito boa, mas, mesmo assim, os sintomas começam a surgir por diversas razões específicas.

Depressão tem cura? Como tratar?

Agora que você já conferiu quais são os principais tipos de depressão, sintomas e causas, vamos falar sobre tratamento,

É importante ter em mente que se trata de uma doença como qualquer outra: não é preguiça ou loucura. Além disso, pode afetar pessoas em todas as fases da vida, inclusive na infância e na velhice.

Por mais que a doença não tenha cura, é possível tratá-la e preveni-la para evitar o agravamento e recaídas. O acompanhamento de profissionais especializados, como o psiquiatra e o psicólogo, é fundamental ao longo do processo. O tratamento varia conforme o quadro do paciente, mas entre os procedimentos mais comuns, estão:

Medicamentos

Visto que a depressão pode ter uma causa química no cérebro, em alguns casos pode ser necessária a medicação. Junto da psicoterapia, os remédios são capazes de normalizar as alterações cerebrais e, assim, amenizar os sintomas.

Somente um psiquiatra pode prescrever a medicação. Nunca se automedique, pois é preciso regular a dosagem e, em alguns casos, testar mais de uma medicação devido aos efeitos colaterais. Somente um profissional da área de saúde deve fazer isso.

Muitas pessoas ainda têm preconceito ou medo em relação aos remédios, mas é preciso ter em mente que o acompanhamento médico existe justamente para auxiliar no processo. Além disso, o mais comum é tomar a medicação por um determinado período e, aos poucos, fazer o chamado “desmame”. O período varia conforme o quadro de cada um.

Psicoterapia

Como você viu ao longo do artigo, existem vários tipos de depressão. Em casos mais leves, apenas a psicoterapia pode ser o suficiente para um tratamento eficaz. Em outros, é preciso aliar este processo a medicamentos e outros procedimentos.

O importante é ter em mente que a psicoterapia é fundamental para qualquer quadro depressivo, pois é capaz de ajudar a pessoa a entender e trabalhar as causas emocionais do transtorno. Junto do psicólogo, o paciente irá exercitar o autoconhecimento, reconhecer gatilhos e refletir para viver de forma mais saudável.

Quando esse acompanhamento é iniciado antes de o transtorno se tornar algo preocupante, é ainda melhor. A terapia pode trazer mais saúde mental, equilíbrio e plenitude, ajudando a evitar o agravamento dos diferentes tipos de depressão.

A terapia cognitivo comportamental (TCC) é uma abordagem muito eficiente nesses casos, pois tem como base explicar as emoções e pensamentos a partir da relação que eles têm com a forma que a pessoa interpreta os acontecimentos da sua vida.

É uma linha interessante da psicologia porque ajuda o paciente a reconhecer seus pensamentos distorcidos e mudá-los para criar uma visão mais positiva.

Tratamentos alternativos

Os tratamentos alternativos por si só nem sempre são o suficiente, mas podem auxiliar no processo de combate à depressão. Entre eles, os mais comuns estão:

Se praticados com regularidade, proporcionam benefícios interessantes e aumentam o relaxamento e a sensação de bem-estar.

Terapias de estímulo cerebral

Por fim, quando os medicamentos não são capazes de reduzir os sintomas da depressão, uma alternativa é a terapia eletroconvulsiva (ECT).

É um procedimento realizado no paciente sob anestesia geral, que induz a passagem de pequenas correntes elétricas pelo cérebro, capazes de desencadear uma breve convulsão intencional.

Os resultados costumam ser positivos para o tratamento da depressão grave, mas o paciente pode sofrer com alguns efeitos colaterais, como distúrbios de memória, dores de cabeça e desorientação.

Prevenção é o melhor caminho

Quanto antes a depressão for diagnosticada, melhor. Por isso, tanto se fala em prevenção hoje em dia. Ao longo da vida, existem vários fatores e gatilhos que podem desencadear a doença, principalmente em pessoas com predisposição genética. No entanto, com o cultivo de hábito saudáveis a tendência é minimizar os riscos e probabilidades.

Entre as principais formas de prevenção, considere:

  • praticar regular de exercícios físicos;
  • cultivar de laços baseados em confiança;
  • evitar o uso excessivo de álcool e drogas;
  • ter hobbies e momentos de lazer;
  • respeitar seus limites.

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Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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