Tireoide é uma glândula com formato semelhante ao de uma pequena borboleta. Pesa entre 15 e 25 gramas e está situada no pescoço, logo abaixo do pomo-de-adão.
Responsável pela produção de hormônios reguladores do organismo — chamados T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) —, quaisquer distúrbios na tireoide podem comprometer a saúde cardíaca, ciclos menstruais, capacidade de concentração, musculatura, intestino e humor.
Neste post, explicamos o que significa alteração da tireoide, suas implicações na saúde mental, bem como sintomas que alertam para necessidade de exames e possível tratamento.
Siga a leitura e esclareça suas dúvidas!
Uma vez que o correto funcionamento da tireoide é essencial para uma série de funções de órgãos e tecidos do corpo, quando existe alguma anomalia na glândula, sintomas podem ser observados.
A produção excessiva de hormônios tireoidianos, denominada hipertireoidismo (também chamada hipertiroidismo ou tirotoxicose), causa efeitos como:
Já a baixa produção dos hormônios tireoidianos ocasiona um distúrbio chamado hipotireoidismo (ou hipotiroidismo), cujos sintomas perceptíveis são:
Caso perceba tais sintomas, procure auxílio médico. Ele orientará sobre exames — físico, de sangue, de captação de iodo radioativo ou de imagem — que detectarão o estado de saúde da tireoide. A partir dos resultados, indicará o tratamento específico para o transtorno.
As causas de problemas na tireoide, geralmente, são de ordem congênita, resultado de medicamentos ou transtornos autoimunes.
No entanto, certos (maus) hábitos podem prejudicar a produção equilibrada de hormônios pela glândula. Descubra quais são esses vilões:
Note que tanto nos casos de hipertiroidismo quanto nos de hipotiroidismo, sintomas psicológicos se manifestam.
Muitas vezes, são justamente esses indícios que levam a pessoa ao médico. Afinal, quando humores e emoções não vão bem, toda a qualidade de vida sofre impactos.
É importante, portanto, realizar exames prévios de análise da tireoide, antes de começar tratamentos medicamentosos para transtornos mentais. Negligenciar esse cuidado pode levar a administração de remédios ou anos de terapia, sem os resultados esperados.
Insônia e ansiedade estão mais relacionadas aos sintomas de hipertiroidismo e depressão, por sua vez, é mais comum em pessoas que apresentam níveis de hormônios tireoidianos abaixo do normal — ou seja, hipotiroidismo.
Prejuízos cognitivos são similares nos dois tipos de distúrbios da tireoide. Memória deficiente, dificuldade de raciocínio objetivo, capacidade de concentração comprometida são alguns exemplos.
Um diagnóstico apressado pode enxergar, nessa espécie de relato, quadros de transtorno do déficit de atenção — com ou sem hiperatividade.
Uma vez que o comportamento agitado é típico do hipertireoidismo, confundir a somatória de sintomas com o TDAH não é incomum.
O problema maior dos equívocos é que os tratamentos de distúrbios mentais podem agravar a situação, visto que a causa física é ignorada.
Sem tratamento específico, o desequilíbrio da tireoide não se resolverá sozinho e tende a progredir, acentuando os sintomas iniciais. Além de, ocasionalmente, trazer doenças ainda mais complexas, como câncer.
A depressão, assim como a ansiedade, vem sendo discutida como “doença do século”.
A questão é que, quando se procura literatura sobre o assunto, as causas apontadas costumam versar sobre estilo de vida, reações a acontecimentos e padrões de comportamento (ou pensamento) tóxicos.
Certamente, tais fatores são desencadeadores de boa parte dos transtornos mentais em pauta. Contudo, o equilíbrio hormonal também representa uma face a ser investigada.
Perceba que quando falamos em tensão pré-menstrual (TPM), compreendemos perfeitamente como a alteração — temporária e natural — de hormônios pode ocasionar mudanças abruptas nos humores.
O ciclo menstrual é factual e a mulher que sofre com TPM consegue relacionar seu choro fácil, agressividade ou outras indisposições ao período.
Todavia, estas regras não se aplicam a todo sistema endócrino, cuja regularidade é menos objetiva em suas evidências.
Exceto em situações nas quais o mau funcionamento da glândula se manifesta em bócio ou formação de nódulos na região, as doenças da tireoide são silenciosas. Ou melhor, de sintomas subjetivos, que podem ser atribuídos a outras causas.
Se você faz terapia ou toma remédios antidepressivos, mas não vê melhoras em seu estado, fica o alerta. Converse com seu médico, caso não tenha realizado exames que verifiquem os hormônios tireoidianos. É crucial descartar todas as possíveis causas físicas, antes de focar nas emoções.
Por outro lado, caso tenha hipotireoidismo, não tenha receios em comentar, com o endocrinologista, a presença de pessimismo, tristeza, desânimo ou outras indisposições.
Quando não associamos a depressão aos problemas da tireoide, imaginamos que não convém relatar episódios de mal-estar psíquico a outro profissional que não seja o psicólogo ou psiquiatra. Porém, uma vez que tenhamos consciência da conexão entre hormônios e saúde mental, devemos deixar de lado tais pudores.
Em pessoas predispostas à depressão, ocasionada por fatores psicológicos, o adicional da questão hormonal potencializa a vulnerabilidade aos pensamentos negativos e sensação de impotência.
Devemos considerar, ainda, que vários efeitos do hipotireoidismo impactam no dia a dia e na autoestima, favorecendo comportamentos deprimidos como seus reflexos.
Por exemplo, a sonolência, fadiga e dificuldade de concentração. Tais efeitos prejudicam a produtividade no trabalho, a convivência social, a realização de tarefas rotineiras. É natural que alguém, com tal quadro, se sinta cada vez mais deslocado e incapaz do pleno exercício de funções.
Esse sentimento de frustração, especialmente quando se desconhece a origem da queda do desempenho, sem dúvida, pode reforçar a autodepreciação.
Por sua vez, o ganho de peso, o inchaço ocasionado pela retenção de líquido e a queda de cabelo — outros sintomas do desequilíbrio na tireoide — podem comprometer a harmonia com a autoimagem.
Agora, some às mudanças na aparência a falta de ânimo.
Querendo ajudar, familiares e amigos podem sugerir uma dieta restritiva e atividades físicas disciplinadas. Contudo, dependendo da dieta, ela pode até trazer mais danos. E os exercícios físicos se tornarão exaustivos ou impossíveis, dependendo do desequilíbrio hormonal.
Em decorrência, a pessoa pode ser interpretada como preguiçosa, relapsa, descuidada. Não apenas o espelho julga — os conhecidos, também. Isso, sem dúvida, abate ainda mais o estado de espírito, contribuindo para o avanço da depressão.
Esses são apenas alguns exemplos de como efeitos de desordens físicas podem agravar ou desencadear transtornos mentais. Quanto maior a atenção aos sinais do corpo, mais rápidos e assertivos são os tratamentos com os quais podemos contar.
Não ignore nenhuma evidência de que seu bem-estar está comprometido. Busque ajuda médica e comente, com maior detalhamento possível, tudo o que observa como atípico. Seu depoimento honesto é imprescindível para que diagnósticos precisos sejam realizados com agilidade.
Nos casos de hipertireoidismo, a primeira opção de tratamento é a prescrição de medicamentos antitireoidianos — tais como o metimazol — que reduzem a produção hormonal da glândula.
Em quadros mais avançados do distúrbio, a ingestão de iodo radioativo ou cirurgia de retirada da tireoide podem ser as soluções mais indicadas. Nessas ocasiões, a reposição através de hormônios sintéticos orais, consumidos diariamente, será necessária para garantir a saúde endócrina.
Já diante do diagnóstico de hipotireoidismo, é preciso aumentar os níveis dos hormônios tireoidianos, o que é feito através da suplementação com remédios à base de levotiroxina. A dosagem recomendada deve ser ingerida todos os dias, antes do café da manhã, para evitar que a alimentação diminua seu efeito.
A posologia ideal de levotiroxina varia de pessoa para pessoa. Geralmente, o médico receitará uma dose mais baixa, para averiguar a resposta do organismo e, se necessário, a aumentará, gradualmente.
É fundamental que a administração do medicamento obedeça, rigorosamente, a orientação médica. A automedicação oferece grande risco à saúde, sendo capaz de gerar, inclusive, o hipertireoidismo como consequência.
Apesar de ser do tamanho de uma noz, a tireoide desempenha funções vitais. Fique atento aos sintomas de mau funcionamento e, em caso de qualquer suspeita, não protele a visita ao endocrinologista!
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Que perfeito esse texto. Muito detalhado e explicou claramente a situação. Como é complicado chegar a esse diagnóstico... mas assim que se descobre é um alívio. É totalmente compatível o que li aqui e prejudica muito a vida. Agradeço pelo texto esclarecedor e cuidadoso.
Gostaria de agradecer imensamente a oportunidade de ler este artigo. Passei 5 anos da minha vida só engordando , com depressão, sem conseguir gravar informações importantes (falha de memória), sem dormir direito, tendo que tomar medicamento para dormir....sendo que meu único problema era hipotireodismo subclimico, e tireoidite de Hashimoto. Hoje trato a tireoide e todos os problemas foram resolvidos. Parabéns pelo artigo. Muito útil!
Muito bom Tatiana! Seria bom se mais pessoas tivessem acesso ao seu conteúdo, passarei a acompanhar a partir de agora.