Além da preocupação: como os psicólogos ajudam em casos de ansiedade
16 de janeiro de 2017
Tempo de leitura: 7 minutosTodo mundo se preocupa ou se sente nervoso de vez em quando. Ansiedade é uma reação humana normal para situações estressantes. Mas, para pessoas com transtorno de ansiedade, esses medos e preocupações não são temporários. Sua ansiedade persiste, e pode até piorar com o passar do tempo.
Transtornos de ansiedade podem comprometer a capacidade de uma pessoa evoluir no trabalho, na escola e em situações sociais. Ela também pode interferir nas relações de uma pessoa com os membros da família e amigos. Felizmente, porém, existem tratamentos eficazes para a ansiedade.
Em alguns casos, os medicamentos podem ter uma papel importante no tratamento do transtorno, controlando sintomas físicos como tremores e sudorese, por exemplo. No entanto, pesquisas comprovam que o tratamento psicológico, sozinho ou em combinação com medicação, é um tratamento altamente eficaz para a maioria das pessoas com transtorno de ansiedade.
Compreendendo o transtorno de ansiedade
Os transtornos de ansiedade são comuns em adultos e crianças. De acordo com o IBGE, 3 em cada 10 brasileiros sofre de ansiedade. Já a OMS afirma que 33% da população mundial sofre com a doença. Nos EUA, cerca de 4 por cento dos adultos, e quase 6 por cento dos adolescentes, têm transtorno de ansiedade classificados como grave, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental (Americano).
Existem vários tipos principais de transtorno de ansiedade:
Transtorno de ansiedade generalizada: caracterizado por preocupação persistente ou sentimentos ansiosos. As pessoas com este quadro se preocupam com uma série de fatos, como problemas de saúde ou finanças, e podem ter uma sensação geral de que algo ruim vai acontecer. Os sintomas incluem inquietação, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade de concentração e alterações no sono.
Transtorno ou síndrome do pânico: marcado por ataques de pânico recorrentes que incluem sintomas como sudorese, tremor, falta de ar, sensação de sufocação, taquicardia e sentimentos de medo excessivo. Tais ataques acontecem de repente, sem aviso prévio. As pessoas que experimentam esses ataques frequentemente sofrem com medo de quando o próximo episódio ocorrerá. Isto faz com que eles mudem ou restrinjam suas atividades normais. Recentemente alguns jornais noticiaram uma crise de pânico da atriz Cleo Pires. A atriz teve um ataque de pânico que a impediu de entrar em um avião.
Fobias: são medos intensos sobre certos objetos (aranhas, cobras e baratas por exemplo) ou situações (andar de avião ou medo de altura) que são angustiantes ou estressantes.
Fobia social: as pessoas com esse distúrbio têm medo de situações sociais em que possam se sentir envergonhadas ou julgadas. Elas normalmente se sentem nervosos em ambientes sociais, se sentem inseguras na frente dos outros, e se preocupam em ser rejeitado ou ofender os outros. Outros sintomas comuns incluem dificuldade em fazer amigos e afastamento de situações sociais. Eles costumam ficar preocupados dias antes de um evento social e sentem-se instáveis. Podem aparecer sinais como sudorese e náuseas ao passarem muito tempo em um ambiente social.
Transtorno obsessivo-compulsivo ou TOC: é caracterizado por sentimentos e pensamentos persistentes e incontroláveis (obsessões) e rotinas ou rituais (compulsões). Alguns exemplos comuns incluem lavagem compulsiva das mãos em resposta a um medo de germes, ou repetidamente verificação de trabalho para erros.
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): um indivíduo pode desenvolver TEPT após um trauma físico ou emocional grave, como um desastre natural, acidente grave, assalto ou sequestro relâmpago. Os sintomas incluem flashbacks do trauma, pesadelos e pensamentos assustadores que interferem na rotina diária da pessoa durante meses ou anos após a experiência traumática.
Como um psicólogo pode ajudar
Embora existam muitos tipos de transtornos de ansiedade, pesquisas sugerem que a maioria ocorre por processos semelhantes. Pessoas com transtorno de ansiedade tendem a tornar-se facilmente sobrecarregadas por suas emoções. Elas tendem a ter reações particularmente negativas diante de sentimentos e situações desagradáveis.
Muitas vezes, as pessoas tentam lidar com essas reações negativas, evitando situações ou experiências que as deixam ansiosas. Infelizmente, a tentativa de evitar uma situação pode alimentar ainda mais a ansiedade.
Os psicólogos são treinados para diagnosticar transtornos de ansiedade e ensinar aos pacientes formas mais saudáveis e eficazes de lidar com as reações. Uma das abordagens, conhecida como terapia cognitivo-comportamental (TCC) é altamente eficaz no tratamento de transtornos de ansiedade. Através da TCC, os psicólogos ajudam os pacientes a identificar e gerenciar os fatores que contribuem para sua ansiedade.
Através do componente cognitivo da terapia, os pacientes aprendem a entender como seus pensamentos contribuem para seus sintomas de ansiedade. Ou seja, ao aprender a mudar esses padrões de pensamento, eles podem reduzir a ocorrência e a intensidade dos sintomas de ansiedade.
Com o componente comportamental, os pacientes aprendem técnicas para reduzir comportamentos indesejáveis associados aos transtornos. Especificamente, os pacientes são encorajados a relatar atividades e situações que provocam ansiedade (como falar em público ou estar em um espaço fechado) para elaborar que as situações que temem (como perder a linha de raciocínio ou ter um ataque de pânico) são improváveis de acontecer.
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Psicoterapia para transtorno de ansiedade
A psicoterapia é um processo colaborativo, onde psicólogos e pacientes trabalham juntos para identificar preocupações específicas. Desenvolver habilidades e técnicas concretas para lidar com a ansiedade. Os pacientes podem esperar para praticar suas novas habilidades fora das sessões para gerenciar a ansiedade em situações que podem torná-los desconfortáveis. No entanto, os psicólogos não empurram os pacientes para tais cenários até que eles estejam seguros de que têm as habilidades que necessárias para efetivamente enfrentar seus medos.
Psicólogos podem utilizar abordagens para casos de ansiedade além da TCC. A terapia em grupo, onde todos os membro do grupo sofrem com transtornos de ansiedade, pode ser uma técnica eficaz tanto para o tratamento da ansiedade, como para fornecer apoio aos pacientes. A psicoterapia familiar pode ajudar os membros da família a entender a ansiedade da pessoa amada. Pode ajudá-los a aprender novas formas de interagir que não reforçam os hábitos ansiosos. Da mesma forma, a terapia familiar pode ser particularmente útil para crianças e adolescentes que sofrem de transtornos de ansiedade.
Transtornos de ansiedade têm tratamento. A maioria dos pacientes que sofre de ansiedade é capaz de reduzir ou eliminar os sintomas após meses de psicoterapia. Muitos pacientes notam melhora após apenas algumas sessões.
Se você reconheceu algum dos sinais citados acima, procure ajuda. Agenda uma consulta.
Fontes:
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
American Phsychologial Association
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