Quando a vontade de ficar bonita pode se tornar obsessão?

A vontade de ficar bonita pode se tornar uma obsessão e a linha que divide cuidado com excesso é muito tênue. Veja alguns casos em que o limite é ultrapassado e os danos que pode causar.

Quando se liga a TV ou abre uma revista lá estão mulheres maravilhosas que servem de inspiração para muita gente. Em busca de um padrão de beleza que não existe surge a vontade de ficar bonita que pode se tornar uma obsessão.

Principalmente as mulheres, buscam o corpo perfeito e uma aparência que a faça se destacar. Para conseguir isso muitas buscam procedimentos agressivos, tratamentos estéticos de alto custo, cirurgias plásticas de risco e dietas radicais.

Enquanto uma linha mais tênue como a prática de um esporte e o uso moderado de cremes rejuvenescedores são consideradas formas saudáveis para melhorar a aparência, influenciando positivamente na qualidade de vida e melhora da autoestima.

O grande problema na questão ocorre quando a vontade de ficar bonita se torna interminável e, mesmo com o uso de cosméticos e malhação, não se consegue chegar a um bom resultado.

O próximo passo é buscar por tratamentos estéticos e até intervenções cirúrgicas que possam melhorar a aparência ou se chegar ao resultado desejado. Quando essas intervenções passam a ser constantes, se tornam uma obsessão.

Veja alguns casos que merecem atenção

A vontade de ficar bonita pode se tornar obsessão com os alimentos

Os transtornos alimentares são resultado da compulsão. A pessoa deseja tanto ficar com um corpo perfeito que começa a apresentar problemas em relação à alimentação.

Evitar alguns alimentos não é problema. A preocupação ocorre quando a pessoa sente culpa por ter comido e acha que isso vai prejudicá-la ou que o seu corpo ficará deformado.

Pode ocorrer do corpo incomodar de modo geral e é aí que a situação se agrava.

Surgem problemas como a anorexia e a bulimia nervosa. A pessoa passa a se ver de uma forma distorcida. Normalmente, ao se olhar no espelho enxerga alguém muito mais gorda e que não a representa, entretanto, muitas vezes essa é uma visão distorcida.

Como resultado ela deixa de comer ou ingere alimentos e depois se sente culpada. Para minimizar essa culpa e não engordar, acaba provocando o vômito.

Isso tudo em prol da beleza que espera alcançar.

A vontade de ficar bonita pode se tornar obsessão com cosméticos

Mesmo perdendo posição no setor de cosméticos após a crise econômica, o Brasil continua avançando no setor está em constante crescente porque as pessoas estão mais vaidosas e se preocupando com a aparência.

Só que nem sempre isso pode ser visto como uma coisa saudável. A vontade de ficar bonita pode se tornar uma obsessão. A pessoa passa a comprar mais cosméticos do que precisa e acaba com um armário cheio de produtos sem utilidade e que acabam estragando.

Isso pode ser visto como uma compulsão, muitas vezes apenas pelo fato de comprar. Mas, passa a ser uma obsessão quando a busca pela beleza se torna interminável e mesmo que o produto esteja agindo, a pessoa não consegue perceber os resultados.

A vontade de ficar bonita pode se tornar obsessão com cirurgias

Uma pesquisa apontou que 83% das mulheres se sentem pressionadas para atingir o padrão de beleza e 23% chegam a arriscar sua saúde pensando em atingir um certo padrão.

Isso fica evidente quando observarmos notícias recentes como as que envolvem o Dr. Bumbum, principalmente as mulheres se arriscam em procedimentos estéticos e cirúrgicos sem que esses sigam normas de higiene e segurança ou sem que o profissional esteja habilitado.

A vontade de ficar bonita pode se tornar uma obsessão e a pessoa não pensa racionalmente, está visando apenas a sua estética, sem pensar nos riscos e na sua saúde.

Estudos já denominam esse transtorno em relação ao corpo: é adismorfofobia. Esse é um transtorno psiquiátrico que faz com que a pessoa comece a ver problemas em uma parte do seu corpo.

Todo o foco passa a ser o problema e isso faz com que muitas pessoas busquem uma cirurgia plástica para melhorar a estética. Só que por conta do transtorno, mesmo após passar pelo procedimento, cerca de 61% a 91% dos pacientes não ficam satisfeitos com os resultados.

Logo, começam a buscar por mais cirurgias e procedimentos que possam de alguma forma melhorar a aparência. É, muitas vezes, nessas situações que se recorre a profissionais e estabelecimentos não credenciados, o que resulta em problemas de saúde ou até mesmo em morte.

A vontade de ficar bonita pode se tornar uma obsessão, por isso, se a pessoa perceber que o fato está tomando muito mais tempo de sua vida do que deveria é preciso buscar ajuda profissional.

As terapias para tratar a obsessão pela beleza

A ajuda profissional pode ser obtida de diferentes formas, sendo preciso que a pessoa se dê conta do problema ou que alguém próximo perceba e a faça buscar por ajuda. Mas, para que a ajuda psicológica tenha resultados é preciso que esteja disposta a participar desse processo.

A psicanálise é uma dessas terapias na qual a pessoa fala sobre suas angústias e a obsessão pela beleza e o psicanalista pode guiar a paciente. A psicoterapia analítica tem basicamente a mesma função, porém, ela não vai tão fundo no problema.

A Terapia de Apoio visa apoiar o paciente demonstrando os seus aspectos positivos e mostra que a vontade de ficar bonita nem sempre precisa ser da forma como está sendo feito. Ela vai ajudar a mudar comportamentos.

Já a Terapia Cognitivo Comportamental ajuda na mudança do comportamento avaliando áreas sociais e emocionais e pode ser usado no tratamento de obsessões e fobias.

Em todas as terapias para tratar a vontade de ficar bonita quando ela se torna uma obsessão leva mais de uma sessão e o tempo total dependerá da resposta do paciente, então é importante procurar ajuda o quanto antes.

Jeniffer Elaina é formada em Marketing com pós-graduação em Administração na FGV e atualmente cursa Gestão de Seguros. Trabalha como redatora e revisora e sua maior paixão é poder compartilhar conhecimentos.

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Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta