Entender de fato como conviver com a depressão pode ser um grande desafio. Não só para a pessoa que tem a doença, mas para quem está próximo dela.
A depressão é uma doença psicológica que abrange cerca de 5% da população do planeta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem com sintomas de depressão.
A “doença do século 21” ainda é de difícil diagnóstico por diversos fatores: é difícil superar o medo, há descaso por parte de familiares e amigos, vergonha, conclusões equivocadas sobre os sintomas de depressão (como sendo apenas “tristeza” ou “preguiça”) e preconceitos da sociedade.
Embora tenhamos evoluído muito tecnologicamente, ainda não conseguimos encontrar um meio eficiente de cuidar da saúde mental ou desmistificar crenças sobre doenças psicológicas.
Depressão é uma doença psicológica crônica caracterizada pela tristeza profunda. Ela está associada a sentimentos de dor emocional, amargura, desânimo, falta de autoestima e desesperança.
Os sintomas de depressão, na verdade, são diversos. Por isso, à primeira vista, podem ser confundidos com os de outros transtornos. Além disso, eles são sorrateiros. A pessoa com depressão geralmente não percebe os sintomas até atingir um estado avançado da doença. Seu comportamento, para ela, é normal.
Ela não consegue se livrar do abatimento, da tristeza, das dúvidas, das aflições que a doença causa. Por vezes, apenas se dá conta quando alguém próximo menciona a mudança em seu comportamento.
Entretanto, há casos menos frequentes em que a pessoa percebe a má qualidade de seus pensamentos e atitudes, tal como a constante mudança de humor, por conta própria.
Diferentemente da tristeza comum, que é passageira e atrelada ao presente, os sintomas causados pelo transtorno são recorrentes e acompanham a pessoa em qualquer situação: no trabalho, na universidade, nas reuniões de família, entre outros.
Veja abaixo uma lista dos sintomas mais comuns:
A pessoa crê que sabe o que irá acontecer por causa de acontecimentos passados. Desse modo, se afasta de novas experiências. Além disso, ela passa a generalizar a personalidade dos outros. “As pessoas são todas egoístas” ou “as pessoas não valem nada” são pensamentos generalizadores comuns.
Conclusões irreais sobre acontecimentos também costumam ser algo corriqueiro em um quadro depressivo. A pessoa passa a ter conclusões precipitadas, complicando situações simples.
Em vez de confirmar suas especulações por meio do diálogo, a pessoa se afasta e escolhe viver na própria fantasia. Ela inventa os mais diversos cenários como uma forma de consolo ou de punição por seus atos.
Conviver com a depressão envolve, muitas vezes, ver apenas o lado ruim da vida. Mesmo quando há um final feliz, a pessoa prefere continuar alimentando a negatividade. Ela também opta por ignorar elogios e reconhecimentos. Esse comportamento é prejudicial, pois fortalece pensamentos e emoções negativas.
Realizar comparações constantes também agrava a situação. A pessoa se sente inferior diante do sucesso alheio. Neste permanente estado de comparação, encontra dificuldades para se concentrar em seus próprios atributos positivos e conquistas.
O sentimento de constante culpa até mesmo por pequenos atos acompanha a pessoa com depressão. É normal, para ela, se culpar por tudo e utilizar essa culpa como combustível para autodepreciação.
Muitas vezes esse sentimento é ilógico, pois a pessoa se culpa até por ocasiões além do seu controle.
O entusiasmo pela vida se esvai. A pessoa passa a ver a vida apenas como uma obrigação. Ela se afasta dos outros e deixa de fazer o que antes lhe dava prazer e alegria.
O desânimo rouba a força de vontade e, mesmo que ela deseje fazer algo a respeito disso, não consegue se manter motivado para tal.
Esses são alguns dos sintomas que transformam a vida das pessoas com depressão. Eles trazem, acima de tudo, infelicidade e aborrecimento.
A persistência com que eles se apresentam amplifica os sentimentos de tristeza, melancolia, desvalorização, inferioridade e inutilidade. Assim, a pessoa entra em um círculo vicioso de autoaversão e é, geralmente, incapaz de deixá-lo sozinha.
Não é fácil pontuar uma causa específica. Embora a doença possa se desenvolver após experiências traumáticas ou negativas, como bullying, agressão, fim de um relacionamento, crises financeiras, demissões ou brigas familiares, elas também não são regra.
Se não cuidarmos de nós mesmos, levando um estilo de vida prazeroso e saudável, qualquer um de nós pode desenvolver depressão. Respeitar os limites do nosso corpo e da mente é essencial para garantir mais saúde nos dois sentidos.
Existe também a possibilidade da depressão surgir por conta da predisposição genética. É cientificamente comprovado que a doença pode passar de pais para filhos. Portanto, é recomendado para pais que já tiveram depressão em algum momento da vida, ficarem de olho no comportamento dos filhos.
É possível aprender como conviver com a depressão, mas é um processo.
O tratamento comumente baseia-se em acompanhamento psicológico e auxílio de remédios prescritos pelo psiquiatra.
Enquanto eles vão fazendo efeito na mente e no organismo, a pessoa também precisa fazer um esforço para amenizar o impacto dos sintomas e retomar a sua vida diária.
Por exemplo, lutar contra a vontade de querer ficar apenas dentro de casa, vivenciando a mesma rotina continuamente. Será difícil combatê-la no início, mas é necessário se forçar a deixar a zona de conforto e fazer um passeio ou atividade que ache interessante.
Obviamente, o indivíduo deve começar devagar, aos poucos, engajando-se em atividades aqui e ali para identificar o que é mais agradável.
Atitudes pequenas, que à primeira vista podem não parecer eficazes no combate à depressão, são, na verdade, poderosos remédios em longo prazo.
Lembre-se: “mente sã, corpo são”. Atividades físicas e saúde mental andam juntas. Encontre alguma que goste e se force a fazê-la. Esta pode ser dança, aeróbico na academia, natação entre outros. Qualquer coisa que ajude a movimentar o corpo.
Você não precisa entender como conviver com a depressão sozinho. Não guarde sentimentos negativos para você! Se não se sentir bem conversando com as pessoas, escreva em um diário ou converse com um profissional. Ele terá uma visão imparcial dos acontecimentos, o que pode deixar você mais à vontade.
Diversos estudos comprovam que a forma mais eficaz de combate à depressão é a combinação de psicoterapia com a medicação prescrita pelo psiquiatra.
Assista aquele filme que você adora, saia para visitar um ponto turístico local ou compre algo você tanto desejava. Às vezes, precisamos nos presentear com a simplicidade da vida para adicionarmos pitadas de felicidade em nossos dias.
A gratidão tem o poder de mudar a nossa perspectiva. Agradeça por todos os objetos materiais que você possui, por todas as pessoas em sua vida e pelas experiências vivenciadas. Todas elas trazem lições valiosas e acrescentam valores à nossa personalidade, até as mais dolorosas.
Cultive laços de amizade positivos. Você não precisa necessariamente conversar abertamente ou participar de eventos ou atividades se ainda não se sentir pronto. Apenas estar próximo de quem gosta é o suficiente.
Se entender como conviver com a depressão já não é fácil, Tampouco é fazer parte da vida de alguém que está nessa luta diária.
Familiares e amigos raramente compreendem a intensidade dos sintomas de depressão se estes não forem incapacitantes.
Para eles, os problemas criados pela pessoa com depressão podem não parecer tão sérios, e essa confusão pode gerar desentendimentos.
Se você notou sinais de depressão na pessoa querida, confira as dicas para ajudá-la:
Se você perceber que está sendo afetado pelo comportamento da pessoa querida, se afaste por um período para cuidar da sua própria saúde mental.
Mesmo se o desejo de acabar com o sofrimento da pessoa for grande, lembre-se que você precisa estar bem antes de ajudar o próximo. Caso contrário, estará comprometendo a si mesmo.
Quando a suspeita de qualquer um dos sintomas de depressão surgir, é indispensável a consulta ao psicólogo ou psiquiatra para ter a certeza do diagnóstico.
O aparecimento de pensamentos como “ninguém se importa comigo”, “a vida é muito difícil” ou “não tenho motivos para sair da cama” já é um grande sinal de alerta. Se não forem combatidos, podem até mesmo evoluir para pensamentos suicidas ou desejos de automutilação.
Portanto, é importante procurar ajuda assim que a existência dos sintomas de depressão for percebida!
Se você tem dúvidas sobre o que sente, faça um teste de depressão para começar a confirmar suas especulações.
O resultado por si só, contudo, não é o suficiente. É necessário buscar tratamento.
Na Vittude, você encontra diversos profissionais especializados na doença que podem auxiliar e explicar para a pessoa como conviver com a depressão, melhorando continuamente. Encontre um psicólogo ideal e conheça!
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Concordo com tudo, menos na parte em que diz "Se você perceber que está sendo afetado pelo comportamento da pessoa querida, se afaste por um período para cuidar da sua própria saúde mental."
Se a pessoa é querida, se trate junto. Afinal nenhum psicólogo se afasta de um cliente porque aquilo está te afetando. Psicólogos também fazem terapias para justamente se manter em equilíbrio e aprendem na faculdade a entender sem levar para si o problema do paciente.
Então se afastar, só vai tornar a pessoa em depressão ainda mais aflita, se achando cada vez mais um estorvo na vida dos outros.
Eu tenho depressão há mais de 15 anos. Algumas pessoas queridas se afastaram. Como acha que eu me senti? Hoje em dia, as mesmas recorrem a mim para desabafar e dizer que me entende, por enxergar está passando pelo mesmo.
Por fim, sua matéria foi ótima, apenas acho que errou um pouco nessa parte. Abraços.
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