Como os exercícios físicos impactam na sua saúde mental

Você já deve escutado o conselho para praticar exercícios físicos de muitas pessoas: amigos, familiares, médicos, instituições da saúde, e até mesmo de empresas privadas que, atualmente, procuram promover estilos de vida saudáveis.

Isso porque se exercitar com frequência traz muitos benefícios tanto para a nossa saúde mental quanto física. As incessantes recomendações não são à toa. Quanto mais movimentarmos o nosso corpo, mais saúde estaremos cultivando para nós mesmos. 

É preciso combater o sedentarismo

O sedentarismo pode ser considerado um dos muitos “maus do século”. No passado, os seres humanos tinham um estilo de vida ativo. Motivados pela necessidade de sobrevivência, caçavam ou trabalhavam no campo. Foi apenas nas últimas décadas, com a modernidade, que esse modo de vida começou a mudar para uma grande parte da população mundial. 

Agora, muitos de nós não vemos necessidade em exercitar o físico a não ser em casos de paixão pessoal por esportes. Essa realidade se reflete até mesmo no mundo profissional, onde posições que demandam o intelecto são mais bem remunerados e reconhecidos. Assim, muitos de nós acabamos por deixar os exercícios físicos de lado. 

Usamos milhares de desculpas para evitá-los, sendo o “não tenho tempo” a mais famosa. Como as nossas prioridades geralmente são o trabalho e a família, evitamos preencher os minutos livres do cotidiano com atividades físicas para focar neles. 

O sedentarismo, todavia, é extremamente prejudicial para a nossa saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a inatividade física é considerada o quarto maior fator de risco de mortes no mundo. 

Dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2017, dos 1.3 milhões de óbitos registrados no ano, 34 mil estavam relacionados às doenças cardiovasculares e a diabetes. Ambas estão associadas ao sedentarismo. Os exercícios físicos, então, combatem doenças físicas debilitantes e aumentam a longevidade. 

A importância dos exercícios físicos na saúde mental

Na saúde mental, a história é parecida. A atividade física regular não reduz apenas medidas. Ela melhora a capacidade cognitiva, reduz os níveis de ansiedade e estresse, fornece mais energia e aumenta autoestima. 

Além disso, os movimentos motores realizados durante as atividades liberam endorfinas no cérebro. Apesar de ser popularmente conhecida como o hormônio da felicidade, a endorfina traz muitos outros benefícios, como:

  • Melhora da memória
  • Elevação do humor
  • Aumento da disposição física e mental
  • Melhora da concentração 
  • Fortalecimento o sistema imunológico 
  • Alívio de dores e tensões musculares
  • Melhor qualidade do sono

A serotonina, neurotransmissor responsável pelo bom humor e regulação do sono, entre outras funções, também é liberada. 

Todos esses fatores exercem impactos positivos em diversos transtornos mentais, como a ansiedade, a depressão, a síndrome do pânico e o déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

Você não precisa malhar na academia ou praticar um esporte se não tem o desejo. Há dezenas de práticas que melhoram a resistência, como a hidroginástica, e relaxam a mente, como o pilates e o yoga. 

Se nada lhe agradar, você pode simplesmente tirar o tênis do armário e caminhar por 30 minutos à uma hora semanalmente. Aliás, é comprovado que a caminhada ajuda a combater a depressão leve a moderada. 

O papel dos exercícios físicos no tratamento de transtornos mentais

Mas, por que exatamente os exercícios físicos são tão eficazes para tratar transtornos mentais? 

Acredita-se que as atividades físicas combatam aspectos específicos dos transtornos mentais, podendo, dessa forma, catalisar o tratamento psicológico. Para exemplificar lembre-se ou, se nunca teve o hábito de praticar exercícios, visualize você mesmo executando movimentos. 

É comum, neste momento, que a nossa atenção esteja plena no que estamos fazendo. Caso contrário, acaba-se lesionando algum músculo ou agravando desvios posturais. Com a mente ocupada com o exercício, temos uma folga de nossas preocupações e emoções negativas. É por isso que muitas pessoas utilizam o exercício físico como uma forma de terapia. 

A sensação de controle é outro aspecto que contribui para o tratamento de transtornos mentais, pois normalmente a pessoa com um distúrbio acredita que não possui controle sobre a própria mente e corpo. Com a prática contínua, começa a construir mais segurança em si mesma. 

Outra explicação bastante simples de entender é a quebra de rotina. A depressão, a ansiedade, o pânico, o transtorno de estresse pós-traumático e o estresse crônico são paralisantes. Eles conseguem nos manter estagnados, com medo de tudo e de todos, mas, principalmente, de situações novas.

Ao deixar a segurança do lar para praticar uma atividade física ou um esporte, é possível quebrar esse ciclo de estagnação. Para a pessoa com transtorno mental, são esses pequenos passos dados em direção à recuperação que contribuem para a sua qualidade de vida e felicidade.

A atividade física também possui papel importante na prevenção de doenças variadas que debilitam o corpo e a mente.  

Dicas para se movimentar já!

Yoga

É uma prática que engloba o físico, o emocional, o psicológico e o espiritual. Cada postura de yoga ativa músculos e órgãos específicos. A respiração promove a união do corpo e da mente, voltando à atenção para o momento presente. 

Como ela ajuda: a yoga transforma a mente dominada por desejos, paixões e necessidades de fatores externos. A prática ensina que o mais importante está dentro de nós e, ao movimentarmos o corpo em sincronia com a respiração, focamos em nosso interior. No tratamento de transtornos mentais, auxilia exatamente na anulação de pensamentos opressivos. 

Pilates

Pilates é um conjunto de exercícios realizados em solo ou com equipamentos próprios. Além de fortalecer os músculos, tratar dores musculares e desvios posturais, o pilates também trabalha a união do corpo e mente. A respiração, como no yoga, é aplicada em cada movimento. 

Como ele ajuda: similarmente ao yoga, o pilates promove a concentração no presente. A prática também diminui a produção acelerada de hormônios prejudiciais que elevam os níveis de estresse e ansiedade. Um dos maiores pontos positivos é a tranquilidade que o pilates proporciona. Por ser uma atividade menos intensa, é apropriada para quem nunca se exercitou. 

Musculação

A musculação é a atividade mais conhecida entre as pessoas que se exercitam ou desejam começar a fazê-lo. Existem incontáveis estudos sobre os benefícios dos exercícios aeróbicos para a saúde mental, mas saiba que levantar pesos também reduz os sintomas de diversos transtornos mentais.

Como ela ajuda: independente da quantidade de pesos que você levantar ou quantas vezes na semana fizer o treino de força, a musculação é capaz de reduzir os sintomas da depressão quase na mesma proporção que os exercícios aeróbicos. O levantamento de pesos também melhora o humor, reduzindo a tristeza e a melancolia.

Natação

A natação é um dos exercícios mais completos, pois movimenta o corpo inteiro. É também um dos esportes mais recomendados por médicos e psicólogos, servindo um grande público-alvo. É acessível para todas as faixas etárias e níveis de experiência.

Como ela ajuda: é uma atividade aeróbica feita na água, capaz de reduzir o estresse, auxiliando na regulação da respiração. A natação também fornece muita energia. Por conta disso, especialistas recomendam nadar todas as manhãs para aproveitar bem o dia. O esforço físico promove a circulação do sangue, transformando a natação em um eficaz treino de cardio.   

Corrida ou caminhada

A corrida e a caminhada são atividades que podem ser feitas em qualquer lugar. 

Para a corrida, no entanto, é necessário um pouco mais de conhecimento postural e fortalecimento dos membros inferiores. Já que causa maior impacto no corpo, especialmente na região lombar e nos joelhos, você precisa se certificar que seu corpo está preparado para aguentar a intensidade do exercício antes de começar a correr.   

A caminhada, por outro lado, é um exercício mais tranquilo que não possui muitas exigências além de disposição, tempo e o tênis correto. 

Como elas ajudam: como em todos os exercícios físicos citados, a corrida e a caminhada melhoram a capacidade cognitiva, dissipam as emoções negativas e funcionam como um desintoxicante sanguíneo, expulsando, assim, substâncias danosas. 

Como escolher o melhor para você

Todos os exercícios físicos alcançam os mesmos resultados: liberação de hormônios, redução de estresse, promoção das interações sociais, aumento da autoestima e do bom humor, além de diversos benefícios para a saúde física. 

O que está por trás de tudo isso é a movimentação corporal. Todos nós precisamos fazer o sangue circular de vez em quando. 

É primordial encontrar tempo para se exercitar, mesmo que isso não seja muito do seu gosto. Se você nunca teve este hábito, comece devagar, escolhendo a atividade mais adequada ao seu nível de resistência corporal e modo de vida. Pessoas sedentárias encontram dificuldades no início por não terem a coordenação motora adequada ou a força muscular exigida para executar o exercício. Assim, elas desistem antes mesmo de notarem melhorias.   

Se você se encaixa neste grupo, não se sinta mal. A destreza e a força se constroem apenas com a prática e a determinação. Escolha um esporte ou atividade prazerosa e se force a passar pelos desafios iniciais para que tudo fique mais fácil.  

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Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta