Qual a função da serotonina no combate à depressão?
13 de setembro de 2021
Tempo de leitura: 9 minutosSerotonina é uma palavra frequentemente associada à depressão. Você já deve ter escutado ou lido em algum lugar sobre a relação desse neurotransmissor com o transtorno depressivo. Ele é popularmente conhecido como o “hormônio do bem-estar”.
A função desempenhada por essa substância é muito importante e merece ser conhecida em detalhes. Assim, você consegue moldar os seus hábitos com base no que é considerado recomendável para ajudar a sua produção.
O que é serotonina?
Neurotransmissores são mensageiros químicos responsáveis por transportar estímulos entre neurônios, células nervosas e outras células do corpo. Além disso, possuem o papel de estimular e equilibrar esses estímulos. Eles são produzidos pelo próprio organismo.
A serotonina é um dos mais importantes uma vez que ela faz a manutenção de diversos elementos que envolvem o bem-estar. A lista de funções é grande, como visto abaixo:
- Regulação do humor;
- Controle do apetite;
- Manutenção de funções cognitivas, como memória;
- Controle da temperatura corporal;
- Ajuda na coagulação do sangue;
- Regulação dos movimentos intestinais;
- Controle do ritmo cardíaco;
- Regulação do sono;
- Promoção da saúde óssea;
- Manutenção da libido; e
- Preservação e estimulação de atividades motoras.
Sendo assim, para vivermos bem, precisamos ter a quantidade certa desse neurotransmissor em nosso corpo. Tanto o excesso quanto a escassez podem trazer problemas para a nossa saúde.
O excesso de serotonina, também chamado de Síndrome Serotonérgica, normalmente ocorre com o uso de fármacos. O indivíduo sente os sinais logo nas primeiras 24 horas, sendo possível experimentá-los após apenas seis horas de ingestão do medicamento.
É muito comum haver um excesso dessa substância quando se começa a tomar um fármaco com agentes serotoninérgicos ou se aumenta a dosagem. Elevação da ansiedade, inquietação, taquicardia, febre, hipertensão, rigidez muscular, náusea, diarreia, espasmos oculares e tremores são alguns dos sintomas.
Já níveis baixos desse neurotransmissor comprometem o bem-estar emocional. O indivíduo fica irritado, fatigado, desanimado, com baixo desejo sexual, tem crises de choro e pensamentos negativos abundantes.
Ao perceber a recorrência desses sintomas, é recomendado buscar um médico e psicólogo para fazer uma avaliação.
Relação entre serotonina e depressão
Quando não há a quantidade adequada dessa substância no cérebro, as pessoas experimentam todo o tipo de sintomas negativos. Os sentimentos de tristeza, desesperança e solidão se tornam parte do dia a dia. Assim, fica difícil encontrar alegria no trabalho, no relacionamento, na família e dentro de si.
Elas também encontram dificuldade para se lembrar das coisas e manter a concentração em suas atividades. Para se sentirem bem, buscam comer doces e alimentos calóricos. Essa forma de alimentação ocasiona aumento de peso, glicose, colesterol, triglicerídeos, entre outros, a longo prazo.
A depressão é um transtorno de humor o qual se instala quando as pessoas vivem um estado emocional persistente de tristeza e inércia. Os níveis deficientes desse neurotransmissor no organismo desencadeiam desconfortos emocionais e físicos que corroboram para o seu desenvolvimento.
Em outras palavras, a falta dele não é exatamente a causa da depressão. Fatores genéticos, experiências de vida e outras alterações na bioquímica cerebral também devem ser considerados para que um diagnóstico seja feito. Entretanto, ele tem ligação direta com o transtorno.
O que causa a falta de serotonina?
Alimentação desequilibrada, falta de exercícios físicos e falta de vitamina D podem diminuir a quantidade dessa substância.
Alimentos que combatem a depressão são ricos em triptofano, aminoácido essencial para a sua sintetização, devem ser ingeridos com regularidade. Encontramos o triptofano em cereais, nozes, ovos, amendoim, couve-flor, castanhas, chocolate amargo, banana, queijo e carnes magras.
Se você não tem o costume de comer esses alimentos, pode inseri-los gradativamente em sua dieta ou buscar um profissional para montar um plano alimentar para você.
O sedentarismo é outro aspecto o qual deve ser considerado. Ao movimentar o corpo por um período contínuo de, pelo menos, 20 minutos, você estimula a produção desse neurotransmissor. Outras substâncias igualmente responsáveis pelo bem-estar e felicidade também são liberadas, como a endorfina e noradrenalina.
Em conjunto, elas atuam na regulação do humor, promoção do sono, manutenção de funções cognitivas, estimula a sensação de prazer e, ainda, agem como analgésicos naturais. É por essa razão que indivíduos sedentários sentem mais dores musculares.
Por fim, a ausência de vitamina D no organismo também dificulta a sintetização da serotonina. Quando ela está em baixa, nós sentimos dores pelo corpo, ficamos desanimados, nossos ossos enfraquecem, sentimos cansaço mesmo sem fazer exercício e nos tornamos vulneráveis a viroses e doenças.
Como aumentar os níveis de serotonina?
A fórmula para aumentar os níveis desse neurotransmissor essencial para a saúde mental e física é formada por um conjunto de hábitos saudáveis. São coisas simples que não exigem grandes esforços e podem ser feitas em diversos momentos da rotina.
Praticar exercícios físicos regulares
A prática de exercícios físicos é fundamental para o bom funcionamento do organismo, manutenção da saúde e longevidade. É recomendado praticar 20 minutos de exercícios aeróbicos por dia, como corrida, caminhada, dança, bicicleta, natação e esportivos coletivos. Se você não possui esse tempo disponível todos os dias, aumente a prática de exercícios nos dias em que pode fazê-los com mais tranquilidade.
Ter uma alimentação equilibrada
Como são os seus hábitos alimentares? Quais alimentos você costuma ingerir durante a semana? Faça essa reflexão para saber quais deles devem ser reduzidos e quais merecem ser comidos com mais frequência e em porções maiores.
Com tantas coisas para fazer, facilmente esquecemos ou não temos tempo de consumir determinados alimentos que são excelentes para a nossa saúde, não é mesmo? Uma alimentação saudável, com planejamento feito por um profissional, pode servir como lembrete para a consumação das quantidades adequadas nos horários adequados.
Não fugir do sol
Expor-se ao sol diariamente é uma das maneiras mais eficientes de elevar a produção da vitamina D e, assim, combater a depressão por falta de serotonina. É interessante notar que muitas pessoas têm deficiência dessa vitamina devido ao estilo de vida do século 21.
Passamos muito tempo em locais fechados, trabalhando, socializando e buscar entretenimento. Desde jovens à idosos, é mais fácil encontrar indivíduos com números baixos de vitamina D.
Além de facilitar o desencadeamento da depressão, a escassez dessa vitamina favorece o surgimento de outras doenças, como diabetes, lúpus, hipertensão e patologias autoimunes.
Deste modo, você consegue perceber a importância de não fugir do sol, certo? Os melhores momentos do dia para absorção da vitamina D são entre às 10h e 16h. Esses períodos também são os mais quentes, então faça uso do protetor solar. De preferência, escolha o FPS 50.
Você também pode tomar sol em outros horários, mas terá que fazê-lo por períodos mais longos. Nos horários mais quentes, são recomendados entre 15 e 20 minutos de banho de sol. Já nos demais, esse tempo pode ser estendido para 30 minutos.
Usar suplementos
O uso de suplementos pode ser necessário quando as estratégias naturais de estimulação dessa substância não surtem efeito. Existem muitas opções capazes de chegar ao sistema nervoso e catalisar a sua produção. Se você acredita que esse reforço pode ser necessário, consulte um médico ou nutricionista para averiguar a necessidade de ingestão e pedir recomendações de uso.
Fazer atividades relaxantes
Atividades relaxantes, como meditação, massagem relaxante, yoga, caminhada e leitura, podem ajudar na produção do hormônio do bem-estar. Durante essas atividades, certos sinais nervosos são regulados, o que melhora o desempenho dos neurotransmissores cerebrais.
Outro benefício é a diminuição do cortisol, hormônio do estresse. Quando o organismo deixa de produzir serotonina na quantidade correta, é comum haver um aumento dessa substância. Dessa maneira, passamos a não conseguir lidar com situações estressantes ou nos livrar da sensação de estresse com o passar dos dias.
Então, selecione atividades que você gosta e coloque as mãos na massa, mesmo que não esteja com o humor e motivação certa para praticá-las no momento. Aos poucos, você começará sentir os benefícios de ter encontrado momentos (ainda que breves) em sua rotina agitada para efetuá-las!
Tomar medicamentos
Em alguns casos, a ingestão de determinados fármacos pode ser necessária para regular os níveis do neurotransmissor do bem-estar no organismo. Somente um especialista, contudo, pode lhe dizer qual a necessidade real de ingerir esses medicamentos e orientá-lo sobre o uso.
Assim, se você tentou de tudo e ainda não conseguiu recuperar a sensação de prazer e felicidade em seu cotidiano, consulte um psiquiatra para avaliar a necessidade de consumo de medicamentos psiquiátricos.
Fazer terapia
O que a terapia tem a ver com a serotonina?
É simples! Para você estimular a produção desse neurotransmissor em seu organismo provavelmente terá que modificar ou estabelecer hábitos, certo? A terapia pode ser útil para auxiliar nesse processo de mudança.
Muitas pessoas têm dificuldade para mudar o modo como operam. É comum que questões do passado, hábitos prejudiciais e/ou crenças limitantes estejam envolvidas na sua relutância à mudança. Na terapia, elas conseguem investigar quais fatores bloqueiam modificações comportamentais saudáveis.
Além disso, se você identificou alguns dos sintomas mencionados neste texto em si mesmo, é aconselhável buscar um psicólogo para evitar o desenvolvimento da depressão.
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