Saúde Ocupacional

Turnover: o que é e as suas consequências para as empresas

Como anda o turnover na sua empresa? Acompanhar a rotatividade de funcionários é essencial para garantir o crescimento sustentável de qualquer negócio.

Todo profissional de RH deve ter em mente que é mais barato reter colaboradores do que contratar novos. Por isso, é tão importante ter uma estratégia de retenção realmente eficaz.

Neste artigo, você terá acesso às principais informações sobre o tema e poderá aprender sobre as causas e consequências do turnover nas organizações, além de estratégias para reduzi-lo. Confira!

Turnover: o que este índice significa?

O turnover é uma taxa que indica a rotatividade de funcionários de uma empresa, ou seja, é a média de substituições de antigos colaboradores por novos em um determinado período.

É complexo definir um percentual ideal para o turnover, mas podemos considerar que uma média de 10% ao ano é aceitável e garante uma boa renovação do time.

O turnover está diretamente relacionado à estratégia de atração e retenção de talentos. Se o número for muito alto, pode ter certeza de que algo não vai bem. Vários fatores podem impactar a rotatividade e é preciso entender a causa raiz para traçar melhorias que sejam capazes de reduzir esta taxa.

Vale pontuar também que o turnover tem alguns benefícios quando não é muito alto: é uma boa maneira de modificar ou melhorar processos e o comportamento interno. Portanto, o objetivo não é zerar a rotatividade da sua empresa, mas garantir que ela seja saudável e não prejudique o crescimento organizacional.

Quais são os tipos de turnover?

Há diferentes tipos de turnover e é importante entender as diferenças entre cada um deles:

Voluntário

Acontece quando o pedido de desligamento da empresa é feito pelo próprio colaborador. Vários motivos podem ocasionar essa demissão, entre eles: o profissional encontrou uma oferta mais atrativa no mercado, perdeu a motivação ou não enxerga mais possibilidades de crescimento.

Involuntário

Nesse caso, o desligamento do colaborador é conduzido pela própria empresa. Existem vários motivos que podem orientar esta saída: baixa produtividade, conflitos, quebras de cláusulas contratuais, dificuldade para se adaptar à cultura etc.

Funcional

Outro tipo de turnover é o funcional, em que o próprio colaborador, insatisfeito e com a produtividade abaixo do esperado, pede demissão.

Neste caso, o desligamento pode ser vantajoso para a empresa, pois não é benéfico manter um funcionário que está desmotivado e produzindo pouco. Assim, a organização tem a possibilidade de recrutar um profissional mais adequado para a vaga e ainda poupa dinheiro com o desligamento.

Disfuncional

Já no caso do turnover disfuncional ocorre o oposto do funcional. Trata-se de um profissional capacitado e que dá alto retorno para a empresa, mas que pede o desligamento. Os problemas de retenção de talentos ficam bem evidentes em situações como esta.

Quais são as possíveis causas de um turnover elevado?

Agora que você já entendeu o que é o turnover e os seus principais tipos, vamos nos aprofundar nas suas causas mais comuns. Lembrando, é claro, que nada exclui a necessidade de pesquisas e feedbacks para entender o real cenário da sua empresa.

1. Cultura organizacional tóxica

A cultura organizacional corresponde à essência de uma empresa, ou seja, à forma de ser, agir e se comportar naquele ambiente. Quando é tóxica e nociva de alguma forma, pode acabar gerando consequências negativas para o dia a dia de trabalho, inclusive o aumento da rotatividade.

Alguns exemplos de características de uma cultura tóxica são alta competitividade, fofocas, rigidez em excesso, pouco espaço para inovação etc.

2. Baixas perspectivas de crescimento

Ter planos de carreira bem estruturados e ciclos de feedbacks é fundamental para mostrar ao funcionário que ele é valorizado e mostrar que a empresa está preocupada com o seu crescimento.

Quando os profissionais se sentem estagnados e pouco desafiados, tendem a procurar por outras oportunidades no mercado. Por isso, se atente a tudo aquilo que faz com ele sinta que pode ir além na sua organização.

3. Falta de reconhecimento

Como a sua empresa tem reconhecido aqueles que fazem um excelente trabalho? 

Essa é uma pergunta que precisa ter respostas concretas, pois sem o reconhecimento adequado, os colaboradores se sentirão desmotivados e sofrerão com baixas na produtividade. Se a situação se prolongar, pode se tornar um turnover.

Feedbacks, bonificações, elogios e prêmios são apenas algumas das formas de garantir que todo bom trabalho seja reconhecido da maneira que merece.

4. Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional

Hoje, a maioria das pessoas busca por uma rotina de trabalho mais saudável e equilibrada. A sobrecarga de trabalho e a ausência de bem-estar são fatores capazes de contribuir para o aumento da taxa de rotatividade.

É fundamental implementar um programa de qualidade de vida, com iniciativas voltadas para o corpo e a mente, além de flexibilidade. Tudo isso faz uma enorme diferença para boa parte das pessoas no contexto atual.

5. Contratações equivocadas

Uma contratação equivocada aumenta significativamente as chances de um turnover. Quando o profissional não tem fit cultural ou não atende às necessidades do cargo para o qual foi contratado, é comum que haja o pedido de desligamento por alguma das partes.

Por isso, traçar uma estratégia de recrutamento inteligente é fundamental para evitar o aumento do turnover de forma desnecessária.

6. Salários e benefícios pouco atrativos

Por mais que dinheiro não seja o único fator de interesse de um indivíduo, ainda assim é algo que conta bastante na balança.

Se a sua empresa oferece salários um pouco abaixo do mercado, a recomendação é tentar compensar com outros aspectos, como benefícios, cultura etc.

Aliás, os benefícios corporativos, se bem estruturados, podem ajudar a reter grandes talentos na sua organização. Por isso, pense bem em oferecer aquilo que realmente é um diferencial para os seus colaboradores, pois isso pode fazer a diferença em termos de rotatividade.

Quais são os efeitos negativos do turnover?

O turnover descontrolado, ou seja, acima da média considerada saudável, é um grande problema para as empresas. 

A alta rotatividade impacta os negócios de muitas formas, podendo gerar um grande efeito cascata. Algumas das principais consequências são:

  • problemas na gestão de conhecimento;
  • sobrecarga de trabalho durante o período de contratação/substituição de quem foi desligado;
  • desmotivação dos times, que precisam lidar o tempo todo com novas entradas e saídas;
  • clima organizacional negativo;
  • problemas com a marca empregadora, afinal, ninguém quer trabalhar em um lugar onde a rotatividade é muito alta;
  • aumento de gastos com demissões e contratações, dinheiro que poderia ser investido em outras áreas da empresa.

Como reduzir o turnover na sua empresa?

Por fim, vamos finalizar o artigo com algumas dicas práticas para reduzir o turnover na sua empresa. 

Novamente: não se esqueça de que não estamos trazendo nenhuma fórmula pronta, apenas sugestões que devem ser analisadas e adaptadas para o contexto da sua organização.

Confira algumas estratégias que podem ser implementadas:

1. Treinamento das lideranças

Um dos principais pontos que influencia o turnover é uma liderança despreparada. É fundamental que esses profissionais estejam preparados além do conhecimento técnico e saibam gerir e conduzir equipes.

Algumas habilidades que são essenciais: inteligência emocional, resiliência, comunicação e capacidade de lidar com conflitos são apenas alguns exemplos.

O ponto é que um líder pode ser um fator motivacional ou desmotivacional no dia a dia de trabalho de outros funcionários e, portanto, se não for bem treinado pode acabar desencadeando turnover.

2. Cultura organizacional forte e saudável

Empresas que investem em uma cultura forte tendem a reter mais talentos. Isso porque se trata de um fator que pode contribuir bastante para aumentar a motivação, engajamento e produtividade.

A cultura é capaz de criar uma comunidade de pessoas que trabalham em prol de uma mesma causa e se sentem remando “no mesmo barco”. Quanto melhor definida a missão, visão, valores e todos os outros pontos que impactam a forma de ser e agir de uma empresa, maiores são as chances de garantir bons talentos dentro de casa.

3. Planos de carreira e ciclos de feedbacks

Feedbacks são essenciais para garantir o engajamento e a motivação dos colaboradores. É importante que esses ciclos aconteçam de maneira forma, de tempos em tempos, mas também é válido orientar as lideranças para que elas estimulem a prática de maneira informal sempre que necessário.

Os planos de carreira também são uma excelente forma de reter talentos, pois oferecem perspectiva de crescimento para os funcionários que, assim, se sentem mais valorizados e empolgados com as possibilidades de carreira na empresa.

4. Programas de reconhecimento

Um bom programa de reconhecimento visa, como o próprio nome já diz, oferecer reconhecimentos para quem executa um bom trabalho.

Isso pode ser feito de várias formas, sendo as mais comuns as chamadas bonificações. Vale a pena ir além de prêmios em dinheiro e pensar também em outras formas de recompensa que são atrativas para os seus funcionários.

O mais importante é garantir que todos tenham clareza sobre os critérios de avaliação e a transparência ao longo do processo.

5. Estratégias de atração de talentos

Para atrair profissionais com fit cultural e competências técnicas e emocionais adequadas para cada posição, é importante que o RH conte com boas estratégias de recrutamento.

Vale investir em tecnologia e aparatos que contribuam para uma seleção mais rigorosa e certeira para, assim, evitar desligamentos por conta de contratações equivocadas.

6. Programas de saúde mental

Diante da necessidade de fomentar um dia a dia de trabalho mais saudável, não podemos deixar de citar os programas de saúde mental.

Estamos falando sobre ações que visam cuidar do bem-estar mental dos colaboradores. Por meio de iniciativas de prevenção, identificação e apoio, a empresa consegue reduzir os casos de transtornos mentais e aumentar a qualidade de vida dos profissionais. 

E isso é essencial para reduzir a rotatividade por dois motivos:

  • redução de pedidos de desligamento relacionados aos transtornos mentais;
  • retenção de profissionais que valorizam qualidade de vida e bem-estar.

É válido reforçar que nem todas as organizações têm o conhecimento necessário para implementar um programa de saúde mental eficaz. Por isso, vale considerar a contratação de um parceiro especialista no assunto que irá direcionar todas as etapas e garantir que os resultados sejam os melhores possíveis.

Cuide do turnover para ver a sua empresa prosperar

O capital humano é muito valioso para qualquer empresa. Por isso, cuide muito bem dos seus funcionários e crie estratégias de retenção que realmente façam a diferença.

São as pessoas que tornam qualquer negócio possível e garantem um crescimento sustentável. Lembre-se sempre disso!

Bruna Cosenza

Escritora, produtora de conteúdo freelancer e LinkedIn Top Voice 2019. Autora de "Sentimentos em comum" e "Lola & Benjamin", escreve para inspirar as pessoas a tornarem seus sonhos reais para que tenham uma vida mais significativa.

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