Gerenciamento de equipes: quais as melhores estratégias?

Conseguir fazer um bom gerenciamento de equipe é a principal tarefa de um líder. Neste sentido, ele é o mediador entre empresa e funcionários. O maestro que coordena as demandas da alta gestão e as necessidades dos colaboradores. 

E, claro, é algo que requer um grande nível de responsabilidade. Mas não é um bicho de sete cabeças! Construindo algumas habilidades específicas, você transforma ruído em música. Assim, você gera valor para ambos e terá muito mais reconhecimento no seu cargo. 

Mas, atenção: fazer gestão de equipes não é só garantir que todos estejam produtivos e engajados com o trabalho. Isso é fundamental, mas saber se comunicar de maneira saudável, incentivar a segurança psicológica e se posicionar de uma maneira humilde são, muitas vezes, ainda mais importantes. 

Por isso, neste artigo, vamos te mostrar alguns segredos para esta função que você talvez ainda não saiba. Ou não sabe como construir. Então continue a leitura para ter uma visão muito mais ampla sobre o assunto!

Veja, a seguir: 

Gerenciamento de equipe: o que é e porque é importante?

O gerenciamento de equipe envolve uma série de práticas, comportamentos e estratégias necessários para que os colaboradores melhorem constantemente o seu desempenho. 

Com uma liderança inspiradora, os colaboradores ficam extremamente motivados, aumentam seu nível de proatividade e até os relacionamentos entre os colegas melhoram. Uma parte muito importante disso é a distribuição de tarefas, como falaremos nos tópicos abaixo. 

Assim, as metas estabelecidas para os times são alcançadas e todos ficam satisfeitos: dos profissionais C-level até o aprendiz que acabou de entrar na equipe. 

Outra vantagem desta função é a de gerar soluções para as crises que sejam mais eficientes e ágeis. Relacionado a isso está a construção de soft skills, como a resiliência, que fica muito mais favorecida quando o relacionamento é coeso entre a equipe. 

Ainda ficam favorecidos o fortalecimento da cultura, a construção de um clima organizacional saudável, a funcionalidade do grupo e um ambiente fértil para a inovação e o aprendizado. 

O papel da saúde mental na gestão de equipes

Mas… talvez isso não seja uma grande novidade para você. A questão é: você vai promover uma liderança punitiva, que só cobra por resultados e mantém todos numa cultura de medo? 

Ou vai ter uma liderança saudável, em que tenta desenvolver as habilidades dos colaboradores, sob uma atmosfera de compreensão, empatia e manutenção do bem-estar?

São dois jeitos completamente diferentes de liderar. E não é difícil ver qual tende a dar mais certo, não é? Considerar não só a qualidade e quantidade das entregas a serem realizadas, mas também quão saudável foi o processo para os funcionários faz toda a diferença. 

Por quê? 

Os trabalhadores brasileiros estão exaustos de empresas tóxicas. Estamos no epicentro do Burnout, com as empresas gastando rios de dinheiro com despesas de afastamento de funcionários (e contratação de temporários) e também com um turnover crescente. 

Aliás, um dos principais motivos para isso é justamente a conduta das lideranças, sabia? 

O estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho 2022, da The School of Life, mostrou que quase metade (45%) dos trabalhadores já pediram demissão por causa de um relacionamento ruim com líderes ou colegas de trabalho. 

E que 57% dos liderados dizem trabalhar com uma pessoa desafiadora – com comportamentos instáveis, agressiva e manipuladora. 

Além disso, funcionários descansados e saudáveis são mais produtivos, além de se conectarem melhor com o trabalho. Ou seja, atua na sua melhor performance. 

Por isso é fundamental que os líderes saibam quais habilidades precisam adquirir de modo a coordenar melhor o funcionamento da equipe. 

Quais habilidades as lideranças precisam desenvolver?

Agora que você já sabe quão importante é a gestão de equipes, sabe também que as habilidades que os líderes precisam desenvolver não são só as mais comuns. Neste sentido, é preciso falarmos tanto das hard skills quanto das soft skills que envolvem a posição.

Veja, a seguir, algumas das principais!

Distribuição de tarefas

Essa pode ser considerada a competência mais básica de um gestor. Afinal, ele está ali justamente para supervisionar o trabalho e garantir que cada um cumpra com o que foi combinado e, mais do que isso, realize entregas de qualidade.

Mas, antes disso, cada colaborador precisa saber exatamente quais são as suas atribuições, em quanto tempo deve realizá-las e todas as outras especificidades da função. 

Isso pode parecer muito óbvio; mas, na prática, é muito fácil que um líder, que lida diariamente com tanto estresse, não preste muita atenção nesta etapa. Felizmente, com um diálogo aberto – tanto entre líder e empresa quanto líder e liderados – tudo pode ser resolvido. 

Outra questão importante aqui é conhecer cada um dos membros da sua equipe para que assim a distribuição de tarefas seja feita de modo mais assertivo. 

Desta forma, é possível aproveitar melhor as competências de cada colaborador quando eles ficam responsáveis por algo que tem facilidade ou experiência. 

Estratégia com foco em resultados

O que acontece quando a liderança vê, durante o processo, que as coisas não estão saindo como deveriam? Bom, ficar assistindo o navio afundar de maneira passiva não é a melhor opção, certo?

Por isso, é importante que o líder sempre esteja atento ao desempenho de cada colaborador. Mudar a estratégia no meio do caminho pode ser necessário com frequência. Isso significa que, junto à estratégia, o planejamento é outra habilidade imprescindível no gerenciamento de equipe. 

Inteligência emocional

Imagine que as entregas de um colaborador estão aquém da qualidade esperada. 

Existem duas opções de conduta aqui: esbravejar porque o trabalho não está bom ou pensar “o que será que está acontecendo?” e conversar com ela considerando-a na sua integralidade – ou seja, quem ela é para além do trabalho que realiza. 

A inteligência emocional é uma habilidade cada dia mais importante para todos os colaboradores e um líder com esta competência desenvolvida pode fazer toda a diferença. Assim como um líder sem ela pode causar um grande estrago.

Garantir segurança psicológica, humanizar os colaboradores, analisar o seu próprio comportamento para melhorar a relação com os liderados são alguns dos aspectos em que ela é extremamente benéfica.

Mas talvez a mais importante seja a qualidade da comunicação. Veja mais no tópico seguinte. 

Comunicação saudável e assertiva 

Você já ouviu exaustivamente a importância deste tópico. E nossa intenção não é repetir, mais uma vez, o que você já sabe. Mas, é um fato que a comunicação é uma das skills mais importantes de um gestor.

Situações como mal entendidos, que podem gerar consequências muito negativas para o trabalho de todos, podem ser corrigidas logo no começo. 

Manter uma cultura de feedbacks individuais também é fundamental. E deve, inclusive, existir como uma via de mão dupla: dos colaboradores para o líder e vice-versa. Aqui, também é importante considerar qual tipo de feedback é mais eficaz para cada colaborador. 

Influência positiva

Um líder inspirador é aquele que realmente consegue influenciar a sua equipe. Mas, muito se engana quem acha que isso é se posicionar como autoridade o tempo todo. Não há nada mais cansativo do que alguém que acha que não possui defeitos. Que não está também aprendendo.

Por isso, apresentar humildade também é uma característica importante para manter um relacionamento. Só assim as pessoas se sentirão à vontade para se aproximar do seu líder. E, assim, o poder de influência aumenta muito. 

Além disso, é importante ser autêntico, mas equilibrar seriedade e bom humor. Manter uma atmosfera positiva também gera motivação e foco. 

A importância da gestão de conflitos e suas etapas

Outra habilidade que não foi citada até agora, mas é extremamente importante é justamente a de gerenciar conflitos entre os colegas. Algo que é normal que aconteça. Porém, gera consequências muito negativas para a empresa. 

Assim, a atuação do líder diante de um conflito se torna fundamental e pode fazer muita diferença em indicadores como a taxa de turnover, clima organizacional, produtividade e até na imagem externa da empresa. 

Segundo Warren Bennis, a melhor conduta de um líder diante de um conflito na equipe é vê-lo como uma oportunidade. Não negá-lo, nem ignorá-lo ou reprimi-lo. Afinal, no ambiente organizacional todos são adultos. 

Veja mais sobre as quatro etapas da gestão de conflitos:

  1. Identificação 

Quem está envolvido no conflito, quais os motivos e qual a gravidade? Deparar-se com uma situação assim nunca é agradável, mas é importante olhá-la com seriedade e flexibilidade ao mesmo tempo, mantendo um mindset positivo e voltado para a sua resolução. 

  1. Análise 

Em seguida, é importante avaliar mais a fundo. Será que os motivos são apenas  profissionais ou têm relação com disputas de território, personalidades dissonantes ou até projeções de situações fora do trabalho? Bom, pode até ser um simples mal entendido. 

Seja o que for, este é o momento de pesquisa para que não haja erros a partir da próxima etapa, o que poderia piorar muito mais a situação. 

  1. Intervenção e resolução

Agora é hora de buscar uma solução. Para isso é importante contar com um número de estratégias para que – a depender de características específicas do conflito e das pessoas em questão – a mais eficaz seja escolhida. 

A negociação é a escolha mais comum, mas também pode ser preciso que o líder faça uma mediação ou que o desfecho venha de uma iniciativa gerada das partes em conflito – neste caso, a comunicação não-violenta pode ser uma ótima ferramenta. 

  1. Avaliação e prevenção

O que fazer para que situações como essa não se repitam? Afinal, prevenir situações conflituosas é sempre mais interessante do que apagar um incêndio. 

Nesta etapa, tanto o líder quanto os colaboradores podem ser envolvidos. Desta forma, todos se ajudam, gerando benefícios para a empresa. Mas, além disso, é possível que os próprios colaboradores se sintam mais seguros sabendo que a empresa não está sendo negligente.

Esse processo é fundamental para eliminar a insegurança psicológica no trabalho, o que contribui para que os colaboradores queiram continuar na empresa e ainda demonstra um cuidado com a sua saúde mental, algo cada vez mais valorizado pelos trabalhadores.

Vale lembrar que o Brasil é o segundo país mais estressante do mundo e que conflitos no trabalho contribuem substancialmente para a evolução do quadro, que pode gerar a síndrome do esgotamento profissional (burnout). 

Promoção de bem-estar no trabalho 

Veja, então, que muitos aspectos precisam ser considerados no gerenciamento de equipe e a saúde mental dos liderados é uma das principais. Ela influencia em todos os aspectos relacionados ao trabalho: produtividade, engajamento, motivação, relacionamentos, desempenho, tc. 

Por isso, não é uma estratégia inteligente pensar nela como um gasto. Ao contrário, é um investimento tanto nos colaboradores quanto na própria empresa. Assim, é fundamental que ela se envolva neste sentido.

Veja, a seguir, algumas possibilidades para gerar promoção de bem-estar psicológico no trabalho de maneira eficaz!

Treinamento de lideranças

Para que as lideranças façam uma boa gestão de saúde mental nas equipes, é fundamental que, antes de qualquer coisa, elas sejam capacitadas para isso. 

Afinal, muitas vezes os próprios líderes estão esgotados, estressados e não sabem como fazer o autogerenciamento da própria saúde mental. Ou seja, eles podem acabar tendo a pior conduta para o relacionamento em equipe. 

Realizar este letramento, então, é importante para que eles possam cuidar de si mesmos e também reconhecer quando os colaboradores estão precisando olhar para a própria saúde. Neste sentido, é fundamental que o líder e os profissionais de saúde organizacional mantenham um diálogo constante. 

Desta forma, é possível prevenir adoecimentos e poupar tanto os colaboradores quanto a empresa de consequências mais graves. 

Diagnóstico populacional em relação à saúde mental

Para realizar uma gestão de saúde eficiente, ou seja, que foque nos problemas mais urgentes dos colaboradores, é preciso saber quais são eles. Por isso, ferramentas de diagnóstico são fundamentais!

Na Vittude, este é um dos pilares do nosso ecossistema de saúde mental! Esta é uma etapa tão importante que produzimos duas escalas: a de Percepção de Segurança Psicológica e a de Estresse e Propensão à Síndrome de Burnout

Com elas, conseguimos medir a qualidade do relacionamento no trabalho e também como cada colaborador está individualmente. 

Estas informações se tornam guias essenciais para a próxima etapa: a criação de iniciativas estratégicas para gerenciar a saúde mental dos colaboradores. 

Conscientização dos colaboradores

Como você pode ver, cuidar da saúde mental dos colaboradores não é só oferecer sessões de psicoterapia. Não é raro, inclusive, que empresas ofereçam este benefício, mas ele tenha baixa adesão.

E por quê? Infelizmente, cuidar da saúde emocional é algo muito estigmatizado. 

Até pouco tempo atrás era comum as pessoas acharem que terapia era só para “louco”, que a ansiedade deve ser reprimida ao máximo (especialmente  no trabalho), entre outros mitos bem problemáticos disseminados no senso comum. 

Por isso, depois das etapas anteriores, e já em posse dos dados gerados pelas escalas, é importante realizar ciclos de palestras, workshops e rodas de conversa com temas específicos. 

Mas atenção: isso não significa fazer dois ou três eventos e achar que o problema será resolvido. Nenhuma mudança acontecerá desta forma. É fundamental levar esta missão a sério. 

Isso significa continuar falando sobre o assunto – seja o estresse, os transtornos psicológicos ou até problematizar o estigma sobre saúde mental – enquanto for necessário. É bem diferente de fazer um workshop no Janeiro Branco e uma palestra no Setembro Amarelo, percebe?

Por isso é tão importante contar com empresas parceiras!

A Vittude é a principal empresa de saúde mental corporativa no mercado brasileiro. Já ajudamos grandes empresas como o grupo Boticário, a Vivo, a Ambev e a L’Oréal Brasil a construírem programas de saúde mental com foco nas suas necessidades.

Podemos te ajudar a fazer o gerenciamento de equipe com um programa feito por especialistas com rodas de conversa, diagnóstico, análise de dados e psicoterapia (online ou presencial). 
Converse com um dos nossos especialistas para estruturar uma solução personalizada e que funcione para a sua empresa!

Autor

Carol Motta

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Redatora sênior, especialista em SEO On Page, cientista social e com experiência em conteúdos de saúde e RH. Trabalha para viver num mundo em que as pessoas sejam mais saudáveis e as organizações, mais inclusivas.