Resiliência humana para gestores e cargos de confiança

O mundo corporativo é repleto de desafios e adversidades. O tempo todo os profissionais são obrigados a lidar com imprevistos, dúvidas, relações conflituosas e muitas outras questões que se tornam obstáculos no dia a dia de trabalho. Uma habilidade que ajuda muito nesses momentos é a resiliência humana.

Cada vez mais os recrutadores estão avaliando esta característica nas pessoas, principalmente aquelas que irão assumir cargos de confiança e de gestão. Afinal, é essencial para uma empresa poder contar com colaboradores que conseguem lidar de maneira saudável e inteligente com as dificuldades, não é mesmo?

Agora fica a questão: será que a sua organização conta com profissionais com resiliência humana? Neste artigo, vamos nos aprofundar nesta habilidade e te ajudar a entender como contribuir pra o desenvolvimento dos seus colaboradores. Continue a leitura para conferir tudo.

O que é a resiliência humana?

Nem todo mundo sabe, mas a resiliência humana é um termo que tem origem na física e está relacionada à propriedade que alguns corpos têm de retornar à forma original depois de terem sidos submetidos à deformação elástica.

Na psicologia, por sua vez, a resiliência está relacionada à capacidade que uma pessoa tem de lidar com positividade com problemas, mudanças e adversidades. O diferencial é que este indivíduo consegue passar por tais situações ruins e voltar “à sua forma original” mais forte, maduro e preparado.

Você provavelmente conhece ou já ouvi falar sobre alguém que foi demitido, recebeu um diagnóstico de uma doença grave ou perdeu um ente querido e, mesmo assim, conseguiu se manter forte, positivo e superou a dor. Esse tipo de pessoa tem resiliência.

E é muito interessante conhecer as características de uma pessoa resiliente e saber que elas acreditam mais em si mesmas e em sua própria capacidade de lidar com os desafios e problemas da vida.

Como desenvolver a resiliência humana?

A resiliência humana está diretamente relacionada ao autoconhecimento e à inteligência emocional.

Quando a pessoa se conhece melhor, tem consciência sobre as suas limitações e é capaz de identificar suas qualidades e pontos de melhoria, consegue lidar ainda melhor com as adversidades e desafios. Na vida profissional, se sente mais preparada para tomar decisões e lidar com cenários de crise que exigem adaptação e flexibilidade.

É aquela velha história sobre a importância de se conhecer para lidar melhor com si mesmo, com os outros e com o mundo.

A inteligência emocional, por sua vez, é uma habilidade essencial para reconhecer e controlar as próprias emoções, o que também é muito importante. Isso porque, muitas vezes, o emocional interfere diretamente na maneira que uma pessoa encara os problemas. Por outro lado, quando se tem controle e equilíbrio emocional, o indivíduo se torna mais resiliente por ter mais clareza sobre como lidar com as frustrações e solucionar problemas.

Mas, se isso ainda parece um pouco abstrato, veja algumas medidas práticas para desenvolver resiliência humana!

Ser autoconfiante

É impossível ser resiliente sem ser autoconfiante. Afinal, se você não acredita que é capaz de superar um obstáculo, superar um trauma ou encarar um desafio, vai ser muito difícil chegar do outro lado, certo?

Mas a autoconfiança também não se constrói da noite para o dia. Algumas pessoas são naturalmente mais propensas a acreditar em si mesmas; mas, em geral, isso tem muito a ver com ter sido apoiado e incentivado, principalmente na infância e na adolescência. 

Porém, ela também pode ser desenvolvida na vida adulta através de uma mentalidade positiva, do processo psicoterapêutico e até de incentivos que a própria empresa pode dar, como capacitação dos profissionais. 

Afinal, para que uma pessoa acredite que pode solucionar um problema, ela precisa ser os meios necessários para fazer isso. 

Ter uma rede de apoio no trabalho

Em qualquer situação desafiadora, enfrentá-la sozinho é muito mais difícil do que fazer isso contando com a ajuda de outras pessoas. 

Na vida pessoal, o apoio da família e dos amigos pode ser determinante. Quando você perde um ente querido, por exemplo, o apoio emocional é importantíssimo. Se você vai mudar de casa, poder contar com a ajuda de outras pessoas torna o processo muito menos extenuante. 

Mas e no trabalho? Quando você perde um grande cliente ou a empresa passa por uma mudança organizacional, é importantíssimo contar com o auxílio tanto da própria empresa quanto de colegas. 

Afinal, um sinônimo de conduta tóxica é deixar toda a responsabilidade na mão dos funcionários ao invés de dividi-la com eles. Especialmente quando a situação é gerada pela alta gestão. Todos têm obrigação de se esforçar para buscar uma solução e aliviar os impactos. 

E é obrigação da empresa cuidar deles ao invés de gerar traumas que causem adoecimento! 

Criar um plano de ação

Qual é a primeira palavra que nos vêm à mente quando pensamos em crises? Soluções

Mas, muitas vezes, elas não são tão visíveis. Por isso, é preciso criar uma estratégia para a resolução do problema. Neste momento, é muito importante envolver toda a equipe. Mais mentes pensam melhor, não é? 

É aqui também que é notável a diferença entre pessoas esgotadas e pessoas com equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho.

Neste momento, a engenharia reversa pode funcionar muito bem. Pense no problema que existe e, em seguida, em cada passo que guiará os envolvidos na busca ativa pela solução. 

Essa é só uma maneira de fazer isso. O importante é ter resiliência para ter autoconfiança e gerenciar o estresse para conseguir ver o cenário da maneira mais objetiva possível para ter um desfecho assertivo.  

Reduzir a autocrítica

Quem se critica muito acaba diminuindo sua autoestima (ainda mais) e, consequentemente, deixa o medo e a insegurança dominarem. Já ouviu falar da Síndrome do Impostor? O excesso de autocrítica é a maneira mais eficaz para chegar lá.

Como ninguém quer que isso aconteça, façamos o contrário. Seja gentil consigo mesmo. Talvez você tenha errado, mas ficar se punindo não vai melhorar as coisas. Inclusive, isso afasta qualquer nível de autoconfiança, coragem e foco. Tudo o que você precisa na hora de solucionar uma situação problemática. 

E a gentileza precisa ser exercitada! Ela não acontece naturalmente num mundo que favorece a comparação, a competitividade e o individualismo. Para isso, um trabalho psicoterapêutico pode ser fundamental. 

Estabelecer uma rotina diária

Dormir e fazer refeições todo dia no mesmo horário não é só uma modinha de estilo de vida. É algo embasado pela ciência, já que assim nós mantemos o nosso ciclo circadiano mais assertivo. 

Isso significa que, ao se deitar para dormir, você pega no sono mais rápido; ao almoçar, seu corpo desacelera mais facilmente – algo super importante, inclusive, para a manutenção da produtividade. 

O seu cérebro também precisa gastar menos energia desta forma, já que esses hábitos vão se automatizando. Mas o que isso tem a ver com resiliência?

Ao ter uma rotina diária, você pode se sentir mais seguro. Essa segurança interna já é meio caminho andado para uma mentalidade mais positiva, ágil e eficaz. E toda a cascata de comportamentos que leva à resiliência acontece com menos resistência.

Praticar mindfulness

Exercícios de atenção plena podem ser incrivelmente positivos para o desenvolvimento da resiliência humana. Eles permitem que você faça uma “limpeza” no cérebro e, assim, mantenha o seu foco ao mesmo tempo que aumenta o bem-estar. 

Segundo Camila Vorkapic, doutora em psicologia pela UFRJ, o mindfulness ativa regiões do cérebro importantíssimas para tudo o que dissemos aqui. Por exemplo, a rede de saliência, no córtex pré-frontal, responsável por orientar um pensamento para a ação. 

Além disso, o número de neurônios (massa cinzenta) também aumenta, favorecendo o desenvolvimento da flexibilidade. Já o aumento de GABA, dopaminas e endorfinas favorece a sensação de bem-estar e gera analgésicos naturais para o corpo. 

Ou seja, melhora a saúde física e mental, “silenciando” desconfortos físicos que nos distraem do nosso objetivo em questão: resolver um problema. 

Fazer terapia

Também não podemos deixar de falar dos inúmeros benefícios que a psicoterapia oferece para não só o desenvolvimento da resiliência humana como para o de todas as soft skills. 

É através da escuta de qualidade de um psicólogo que você tem a oportunidade de rever padrões disfuncionais, que podem ter sido reproduzidos a vida toda. É uma maneira de desfazer nós emocionais que podem existir desde a infância e comumente são a origem de muitos dos problemas psicológicos na vida adulta. 

Qual é a importância da resiliência humana?

Com certeza já deu para perceber que a resiliência humana é essencial tanto para a vida pessoal como profissional, né? E a boa notícia é que se trata de uma característica que pode ser desenvolvida com o tempo.

No âmbito pessoal, é muito importante, afinal, ao longo da nossa vida lidamos com lutos, perdas e angústias. Quem é mais resiliente consegue encarar as adversidades com mais otimismo, positividade e tranquilidade, até mesmo prevenindo o desenvolvimento de transtornos psicológicos.

Já na esfera profissional, ser uma pessoa resiliente também é mais do que necessário, pois o dia a dia de trabalho também exige adaptação e a capacidade de encarar desafios e problemas a partir de diferentes perspectivas.

Por que desenvolver a resiliência no ambiente de trabalho?

Em um cenário de trabalho permeado por mudanças e pressões constantes, saem ganhando aqueles que conseguirem trabalhar melhor todos estes conflitos. A resiliência humana no ambiente corporativo tem um papel essencial nesse sentido, pois ajuda os profissionais a lidarem com as pressões e adversidades, aprendendo com o processo e se tornando pessoas mais maduras e preparadas.

Não adianta a pessoa ser perfeita tecnicamente e não conseguir lidar com problemas, imprevistos e obstáculos. Dessa forma, a performance e a produtividade ficarão comprometidas. O estresse e a ansiedade, por exemplo, são efeitos colaterais de adversidades enfrentadas no trabalho e só serão melhor administrados por indivíduos resilientes.

Como gestores e cargos de confiança se beneficiam da resiliência?

A resiliência humana é imprescindível para todos os tipos de profissionais, independentemente de área e cargo. No entanto, os líderes têm maiores responsabilidades e precisam estar ainda melhor preparados para cenários de crises.

São eles que tomam decisões estratégicas, lidam com fortes pressões e direcionam os membros da equipe. Por isso, eles precisam:

  • conseguir aceitar o momento presente e analisá-lo de maneira clara para tomar decisões objetivas;
  • ter flexibilidade para tentar e experimentar coisas novas e fazer testes, ou seja, ser capaz de improvisar é importante;
  • possuir crenças profundas em valores que dão sentido à vida, que ajudam a gerar autoconfiança.

Um ótimo exemplo foi o cenário de pandemia causado pelo novo coronavírus, que mudou a realidade da maioria das empresas. Assim, os líderes precisaram absorver as nova realidade para, assim, direcionar seus times. Já deu para imaginar como a resiliência humana foi importante nesse momento de adaptação, não é mesmo?

Um gestor que consegue encarar positivamente das dificuldades e mudanças e orientar os membros da equipe de maneira clara e estratégica, sem pânico, estresse e ansiedade excessivos contribui para o crescimento de todos.

Como as empresas podem contribuir para o desenvolvimento da resiliência?

Já foi estudado que as pessoas necessitam de proteções para serem resilientes, ou seja, não adianta apenas querer desenvolver esta habilidade. Também é necessário identificar mecanismos que possam auxiliar o indivíduo a ser resiliente.

Diante disto, fica claro que é muito importante que os colaboradores de uma empresa contem com suporte para o desenvolvimento da resiliência humana no ambiente de trabalho. O ambiente tem um poder de influência que pode ser utilizado de maneira positiva.

Confira, em seguida, como a organização pode contribuir para  um cenário positivo em termos de desenvolvimento da resiliência.

Oferecer psicoterapia como benefício corporativo

O primeiro e mais importante ponto está ligado à psicoterapia. Já foi explicado no início deste artigo que a resiliência está relacionada ao autoconhecimento e à inteligência emocional e ambos podem ser desenvolvidos com auxílio de um psicólogo.

A psicoterapia se trata de um processo profundo, um mergulho que cada ser humano faz dentro de si mesmo para analisar a sua forma de viver, se posicionar e se relacionar com as pessoas. Ao longo das sessões, o paciente é estimulado a refletir e enxergar muitas questões a partir de uma nova perspectiva, que antes era nebulosa.

Dessa forma, ao se conhecer melhor e entender como lidar com as emoções, desenvolve a resiliência, ou seja, a capacidade de lidar com as adversidades de maneira inteligente e eficiente.

A boa notícia é que apesar da psicoterapia ainda ser um serviço caro para a maior parte da população brasileira, as empresas já podem oferecê-lo como um benefício corporativo, ou seja, por meio de um subsídio parcial ou integral para sessões de psicoterapia. O Vittude Corporate, por exemplo, é parceiro de diversas empresas.

Criar uma cultura de feedback

Outro ponto importante é o feedback. Trata-se de uma ferramenta muito importante para que os colaboradores entendam o que estão fazendo bem e o que pode ser melhorado.

Quando a empresa conta com uma cultura de feedback forte e bem estabelecida, a resiliência no ambiente de trabalho é construída também. Isso porque quando as pessoas absorvem críticas construtivas, seja de um líder direto ou de pares, passam a reconhecer melhor seus erros e trabalhar para melhorá-los, conseguindo aprimorar o desenvolvimento e lidar de maneira mais eficiente com as adversidades.

Fomentar uma cultura flexível e positiva

A flexibilidade também é extremamente relevante, pois a resiliência está ligada à capacidade de conseguir se adaptar a diferentes cenários e lidar com instabilidades e crises. A flexibilidade, por sua vez, ajuda a enxergar os cenários de maneiras diferentes e pensar em soluções e alternativas.

Dentro das empresas, é importante que haja uma cultura voltada para a flexibilidade, que incentive as pessoas a saírem da caixinha e não ficarem totalmente presas aos padrões e caminhos já estabelecidos.

Além da flexibilidade, também é importante cultivar um ambiente permeado pela positividade. Quando as pessoas dentro de uma organização encaram os problemas como oportunidades e mudam o foco para o lado positivo, deixam de lamentar pela adversidade e passam a trabalhar para encontrar uma solução.

Pensamento positivo, otimismo e resiliência proporcionam forças para continuar lidando com as adversidades e surpresas da vida sem nos deixarmos abater e permitindo uma evolução maior.

Conte com colaboradores mais resilientes e colha os frutos

A resiliência é essencial para viver melhor. No âmbito profissional, as organizações estão cada vez mais analisando esta característica no momento das contratações. Porém, o mais importante é entender que a resiliência humana pode ser desenvolvida.

Por isso, é essencial garantir um ambiente que incentive o desenvolvimento desta habilidade para que, juntos, todos os funcionários consigam lidar melhor com cenários de crises, instabilidade e dificuldades.

Assim, todo mundo sai ganhando, afinal, a resiliência bem desenvolvida é imprescindível para profissionais mais produtivos, estratégicos e eficientes.

Se você sente que precisa de ajuda especializada para desenvolver profissionais resilientes na sua organização, saiba que pode contar com a Vittude!

Nós somos a empresa líder em saúde mental corporativa no Brasil e já ajudamos gigantes da nossa indústria como a Vivo, a Ambev, o grupo Boticário e muitas outras. 

Veja como podemos construir uma estratégia para desenvolver essa e outras soft skills necessárias para a rotina profissional contemporânea.Fale com um dos nossos especialistas para criar um projeto que aborda as necessidades da sua empresa!

Autor

Carol Motta

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Redatora sênior, especialista em SEO On Page, cientista social e com experiência em conteúdos de saúde e RH. Trabalha para viver num mundo em que as pessoas sejam mais saudáveis e as organizações, mais inclusivas.