A falta de autocompaixão fica evidente na vida das pessoas quando, ao cometerem um erro, são naturalmente muito autocríticas. O primeiro comportamento tende a ser se envergonhar ou se repreender por ter sido tão burro ou incompetente.
Por outro lado, quem tem autocompaixão entende que falhas fazem parte de qualquer ser humano e, apesar de ser importante se atentar para evitar os mesmos erros, também é preciso se acolher com carinho e ternura diante das dificuldades.
Mas, afinal, por que é importante tratar a si mesmo como você trataria a um amigo e, nem sempre, ser tão exigente consigo mesmo? A resposta para esta pergunta você encontra ao longo da leitura deste artigo, vem conferir!
A autocompaixão se trata da capacidade de ter um olhar mais compassivo para as adversidades e desafios da vida, o que é o oposto de se julgar, se punir e se criticar excessivamente por não ter conseguido ser ou fazer algo.
É sobre compreender que você é um ser humano imperfeito, que vai errar em determinadas situações. E a forma mais saudável de lidar com tudo isso é se acolhendo e se aceitando, o que não significa que não se deva cultivar uma postura de aprendizado para sempre evoluir cada vez mais.
Além disso, para entender o que é autocompaixão, é necessário ter clareza que não se trata de sentir pena de si mesmo, ser uma pessoa fraca ou conviver com pensamentos irrealistas.
Para compreender melhor, é preciso se aprofundar nos três elementos que definem a autocompaixão:
Contribui para o combate do comportamento autocrítico em relação aos seus erros, substituindo-o por atitudes mais amorosas e encorajadoras consigo mesmo.
Aceitação do fato de que desconfortos e imperfeições fazem parte da vida e é preciso reconhecer que todos erram e enfrentam dificuldades. É a humanidade compartilhada que nos coloca em pé de igualdade.
Estar consciente em relação ao aqui e ao agora e, mesmo que o estado atual seja de sofrimento, aceitá- lo com gentileza e amorosidade, ou seja, sem julgamentos.
Muitos confundem autoestima e autocompaixão, mas são conceitos distintos. Vamos entender cada um deles?
A autoestima, segundo a psicologia, é definida como a avaliação subjetiva que uma pessoa faz sobre si mesma, sendo que esta pode ser positiva ou negativa.
Na cultura ocidental, a autoestima está muito atrelada a “se destacar em meio à multidão”, ser acima da média. No entanto, é impossível que todo mundo esteja acima da média o tempo todo, não é mesmo?
Por mais que você possa se destacar em determinados assuntos e segmentos, a partir da sua avaliação subjetiva sempre haverá uma pessoa mais inteligente ou bem-sucedida por aí. Dessa forma, você está suscetível a oscilar entre se sentir bem e mal com mais facilidade, o que impacta a autoestima.
Cria-se, portanto, um looping infinito de altos e baixos, em que você passa por momentos de prazer e alegria, elevando os níveis de autoconfiança, mas em seguida se sente inseguro e insatisfeito.
E é nas horas difíceis que colocamos à prova a nossa capacidade, o que, em muitos casos, gera autocrítica em excesso e um olhar impiedoso e pouco acolhedor. Pensamentos negativos tendem a invadir a sua mente e desencadeiam ainda mais medo, ansiedade e inseguranças.
Em uma sociedade que demanda perfeição, a avaliação subjetiva que fazemos sobre nós mesmos muitas vezes é ruim a ponto de levar a autoestima lá para baixo. Mas pare e pense um pouquinho: será que você trataria assim um amigo ou familiar que cometeu um erro ou está passando por uma fase ruim?
Ou seria mais compreensivo, amoroso e gentil? Normalmente, é assim que tratamos quem precisa de cuidados em um momento difícil. Oferecemos palavras de incentivo, consolo e ternura: isso é compaixão!
A dificuldade está em ter o mesmo comportamento consigo mesmo, que é a autocompaixão. Ou seja, diante de um desafio ou adversidade, é ter um olhar mais compassivo e oferecer a si mesmo compreensão e acolhimento, exatamente como você faria com outra pessoa.
Ao cultivar um olhar compreensivo e gentil consigo mesmo, você gera retornos positivos nos seus relacionamentos pelos seguintes motivos:
Em muitos casos de relações tóxicas, o abusador consegue manipular a vítima de tal forma que ela se sente inferior ou incapaz diante de seus erros.
A autocompaixão, por sua vez, ensina a pessoa a ouvir e validar seus sentimentos, lidar com a culpa e se acolher. Ao cuidar de si, você não está sendo egoísta e sim contribuindo para a construção de relações saudáveis.
A autocompaixão gera diversos efeitos positivos na vida de uma pessoa. Confira os principais:
A falta de autocompaixão gera sentimentos de raiva e frustração, afinal, você começa a acreditar que não é capaz de lidar com as adversidades que a vida coloca no seu caminho.
Por outro lado, quando se tem um olhar gentil, amoroso e compreensivo com os seus erros e dificuldades, você passa a entender que faz parte ser imperfeito e precisar se desenvolver em alguns aspectos. Afinal, ninguém nasce perfeito, não é mesmo?
Com isso, você se sente muito mais confiante porque muda a maneira de encarar equívocos, inseguranças e medos, lidando com eles de maneira mais natural e positiva.
A resiliência é a capacidade de encarar os problemas e se recompor, ou seja, continuar mesmo depois de se sentir abatido e abalado pelas situações difíceis. É sobre se adaptar e superar os obstáculos, algo que é muito difícil de se fazer quando não há autocompaixão.
Conforme você reconhece a importância de olhar para os seus erros de outra forma, passa a responder às frustrações e estresses do dia a dia de uma maneira mais saudável, sendo capaz de se recuperar mais rápido após as quedas.
Analisar o seu comportamento e entender onde errou é importante, mas até onde a autocrítica é saudável?
É preciso se atentar à punição excessiva, afinal, se não for controlada acaba se tornando extremamente nociva para o seu bem-estar e a saúde mental.
Vivemos em uma sociedade que, de certa forma, demanda a perfeição. Por isso, quando erramos, nos culpamos demais.
A autocompaixão, por sua vez, reduz essa voz autocrítica tão severa e nos faz entender que falhar é humano e completamente normal e esperado.
Reconhecer os seus erros é fundamental, mas entrar em uma espiral de culpa sem fim não é saudável (e não muda o fato de que você errou e precisa seguir em frente).
Ao aprender a se acolher nos momentos difíceis, você tende a sair mais rápido daquela situação e enxergar os seus erros como um aprendizado. Ou seja: errar se torna uma oportunidade de aprender algo sobre si mesmo e a sua evolução como ser humano.
A autocompaixão eleva o seu autoconhecimento, afinal, você passa a entender melhor as suas dores e dificuldades. Além disso, também aprofunda uma visão mais realista sobre as próprias limitações.
A falta de autocompaixão faz com que você se critique excessivamente e cultive a culpa, fazendo com que sentimentos negativos aflorem com mais facilidade.
Com isso, há uma tendência maior a desenvolver esgotamento, ansiedade, depressão e insatisfação com a vida no geral.
Conviver constantemente com sentimentos de culpa e autocrítica é muito nocivo para o bem-estar de qualquer pessoa.
Desenvolver a autocompaixão, portanto, é essencial para viver melhor, com mais equilíbrio e saúde mental, afinal, você passa a aceitar as suas imperfeições e lidar de maneira muito mais saudável com os erros e as dificuldades.
Existem várias formas de desenvolver a autocompaixão. Para alcançar os resultados desejados, é preciso transformar a sua mentalidade e o seu comportamento, ou seja, não é algo simples, mas possível.
Mindfulness, ou atenção plena, é sobre estar concentrado no momento presente. E qual é a sua relação com a autocompaixão?
Bom, em primeiro lugar é necessário reconhecer e compreender o seus erros e sofrimentos, aceitá-los para, assim, tratar a si mesmo com gentileza e amorosidade.
Viver o presente tem uma relação direta com não se preocupar com o que aconteceu no passado ou o que pode vir a acontecer no futuro. É lidar com sabedoria com os equívocos, aceitando que eles fazem parte do processo da vida e não são motivo para julgamentos e punições.
Diante dessa visão, existem algumas formas de praticar a autocompaixão no seu dia a dia. São elas:
A terapia é uma ferramenta bastante valiosa em termos de autoconhecimento.
O processo é contínuo e acontece com o auxílio de um psicólogo, profissional que pode ser especializado em uma ou mais abordagens da psicologia, e é capacitado para conduzir todas as questões que são trazidas pelo paciente.
As sessões podem ser trabalhadas de formas diferentes de acordo com a abordagem, mas, no geral, a terapia é uma vivência que coloca o indivíduo frente a frente com seus padrões de comportamento e o auxilia na compreensão de seus gatilhos.
Além disso, o profundo autoconhecimento gerado ao longo da terapia contribui para que, pouco a pouco, o indivíduo vivencie mudanças de comportamento e mentalidade a fim da conquista de mais qualidade de vida e bem-estar.
Neste artigo você aprendeu que a autocompaixão é muito importante para a manutenção do bem-estar. Para continuar aprendendo sobre outros assuntos relacionados à saúde mental, navegue pelo blog da Vittude!
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