O bem-estar físico e psicológico dos colaboradores é uma responsabilidade legal das empresas. Muitas pessoas pensam que as estratégias de ergonomia no escritório só tem relação com os instrumentos de trabalho, mas esse é um equívoco que pode custar muito caro.
Transtornos psicológicos e doenças fisiológicas aparecem quando há mais pressão do que os colaboradores podem aguentar. E isso vai desde ficar horas sentado e digitando sem fazer pausas até realizar um número abusivo de ho4as extras, diminuindo o descanso do profissional – um direito que consta inclusive na CLT.
Para evitar que a empresa e os funcionários corram qualquer risco ergonômico, veja o que diz a NR 17, como a ergonomia afeta as empresas e o que fazer para promover um ambiente saudável.
A ergonomia é a ciência que estuda as melhores formas com que as pessoas podem se relacionar com máquinas e ferramentas de trabalho sem prejudicar a sua própria saúde física, neurológica e emocional.
A postura com que ficamos trabalhando na frente de um computador, por exemplo, é uma das formas mais comuns de pensar a ergonomia no escritório.
A angulação na cadeira em relação ao quadril e joelhos, à altura da mesa, à inclinação do computador, à existência ou não de apoio para os pés, entre uma série de outras características podem ser positivas para a manutenção da saúde ou a causa de doenças ocupacionais.
Uma prova disso é que LER (Lesões por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteoarticulares Relacionados ao Trabalho) são as principais doenças ocupacionais, segundo o Governo Federal.
Só em 2019, mais de 39 mil trabalhadores tiveram que ser afastados do trabalho por LER/DORT.
Ambas estão muito relacionadas a questões ergonômicas. Elas são causadas pelo excesso de movimentos repetitivos, que acionam músculos, nervos, tendões e articulações específicas, sem a quantidade de pausas necessárias para a recuperação do corpo.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, 16% das pessoas acometidas ficam com incapacidades. Ou seja, nada mais é do que explorar o trabalhador até acabar com a sua saúde.
Mas o alarme não é só para as doenças físicas: o crescimento dos transtornos mentais e da síndrome de burnout também merecem destaque.
Isso é tão sério que estas e outras doenças ocupacionais levaram à criação da Norma Regulamentadora 17, que existe há 45 anos e exige que as empresas cuidem da ergonomia no escritório e em outros ambientes de trabalho.
Veja mais a seguir!
O objetivo da norma é justamente melhorar aspectos da relação com o trabalho como a segurança e o conforto ao mesmo tempo que diminui os riscos psicofisiológicos. Tudo isso, além de proteger o trabalhador, melhora seu desempenho e, consequentemente, os resultados da empresa
A NR 17 funciona através de alguns pilares:
A empresa que não estiver em conformidade com suas regras tem 60 dias para se adaptar. Caso isso não seja feito, pode sofrer sanções que vão desde multas a processos judiciais.
Ao contrário do que muitos pensam, a ergonomia no escritório não considera só questões físicas. Também envolve características organizacionais, cognitivas, operacionais, entre outras.
Isso significa que o bem-estar aos funcionários, a cultura e o clima da empresa também são levados em consideração.
Neste sentido, existem muitos aspectos que podem gerar problemas na rotina de trabalho. Separamos alguns deles nos tópicos abaixo Para que você já possa iniciar a conscientização mencionada na norma e, assim, proteger a empresa e as equipes.
Segundo um estudo da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), pelo menos 37% da população brasileira sofre com dores crônicas, ou seja, dores que persistem há mais de três meses.
Elas são o principal sintoma da LER/DORT e outras doenças reumatológicas, além de estarem relacionadas com doenças neurológicas e transtornos psiquiátricos.
Isso porque a dor constante pode causar incapacidades no trabalho ou nas tarefas domésticas, além do sofrimento físico, e ainda afeta a saúde mental, podendo causar depressão, ansiedade e estresse elevado.
Assim, o tratamento é complexo, longo e envolve profissionais da saúde de diversas especialidades. Até a situação se estabilizar, a produtividade do funcionário pode cair e afastamentos podem ser necessários, principalmente no período mais crítico.
Estamos vendo cada vez mais como a saúde mental e o trabalho estão relacionados. A síndrome de burnout foi considerada uma doença ocupacional pela OMS, ou seja, é algo que envolve tanto comportamentos disfuncionais do indivíduo quanto práticas organizacionais adoecedoras.
Atualmente, 25% da população ativa já foi diagnosticada com a síndrome do esgotamento profissional. E não para por aí: somos a população mais ansiosa do mundo, a segunda mais estressada é a quinta mais depressiva, segundo dados da OMS e do ISMA.
O tempo de recuperação da burnout é de dois anos, da depressão não é muito menor e a readaptação ao ambiente de trabalho após o afastamento, que pode ser bem longo, também não é algo simples.
Com transtornos psicológicos ativos, o foco, a produtividade e o engajamento no trabalho ficam prejudicados. Assim como as relações interpessoais podem ser afetadas, já que o isolamento, por exemplo, é um comportamento comum.
Tudo isso pressupõe a existência de problemas ergonômicos que precisam ser resolvidos.
Ambientes altamente estressantes geram, no limite, o aumento de demissões voluntárias.
Afinal, não é só a empresa que precisa contar com o desempenho dos funcionários. Estes também precisam confiar que a organização vai ser responsável com a sua saúde física e mental.
Na prática, o cenário vira uma bola de neve: a falta de ergonomia, seja física ou organizacional, gera estresse físico e mental, que gera cansaço e adoecimento. Estes, por sua vez, geram diminuição na satisfação e felicidade no trabalho.
Tudo isso junto constrói o cenário ideal para os funcionários quererem sair correndo da empresa.
Por mais que se diga o contrário, movimentos como Quiet Quitting e Great Resignation não aconteceram sem motivo. Na verdade, eles são uma resposta à negligência das empresas em relação aos colaboradores.
O gasto das empresas com plano de saúde só não é maior do que com a folha de pagamento. Em segundo lugar nas despesas organizacionais, uma boa gestão de saúde é fundamental para prevenir aumentos ainda maiores.
Sem ergonomia no escritório, há maior prevalência e doenças. Com isso, o número de sinistros aumenta, assim como o valor do plano na renegociação anual.
Por isso, cuidar da saúde dos funcionários não é só bom para eles, mas é bom para a empresa também!
Como você já percebeu, existe uma relação direta entre saúde física e mental.
Vemos isso quando analisamos que transtornos mentais geram sintomas físicos, como tensão muscular ou aceleração dos batimentos cardíacos. E, por outro lado, doenças físicas podem favorecer o aparecimento de crises ansiosas ou depressivas diante da insegurança causada pela enfermidade.
O fato é que o sistema nervoso é o grande comunicador entre todos os sistemas do corpo humano. As mensagens do que acontece no nosso organismo são enviados ao cérebro (principal órgão do sistema nervoso central) pelos nervos que se ramificam por todo o nosso corpo (sistema nervoso periférico).
Existem inúmeras pesquisas comprovando isso e, uma das mais interessantes para pensarmos a ergonomia, é o estudo da Universidade de Michigan que mostrou que a rejeição social e a dor física são processadas da mesma forma no cérebro.
Ambas levam os cérebros a produzirem opióides naturais para diminuir a intensidade da dor e têm o mesmo antídoto: resiliência (física e mental).
Já que a ergonomia no escritório se faz tão importante assim, é fundamental que além de ter conhecimento sobre isso, você saiba desenvolver ações de cuidado com a saúde dos funcionários da empresa.
Não só para estar de acordo com a lei, mas para prevenir adoecimentos e, assim, cuidar do maior ativo das organizações.
Vamos lá?
De acordo com a pirâmide de Maslow, a segurança física é uma das necessidades básicas do ser humano. Sem isso, nossa sobrevivência fica ameaçada por diversos motivos. Por isso, cuidar da ergonomia física é o primeiro foco.
Mas, antes, preciso dizer que não adianta sair trocando todas as mesas, cadeiras e materiais de trabalho. Reestruturações ergonômicas precisam ser personalizadas de acordo com cargos e funções, mas também de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa.
Assim, esta é uma ação que precisa ser planejada previamente. Inclusive porque envolve utilizar recursos da empresa, ou seja, quanto mais assertivos os resultados, melhor para a empresa e para você.
De maneira geral, é importante observar a postura no trabalho, a iluminação do local, a temperatura, a limpeza, a qualidade de instrumentos e outros.
Você também não precisa mudar tudo de uma vez. Fazer essa adaptação aos poucos pode ser mais eficiente e pesar menos no bolso da organização.
Doenças profissionais são causadas quando o trabalho não oferece o tempo para os colaboradores se recuperarem das atividades exercidas, lembra? Agora, você também sabe que isso vale tanto para o corpo quanto para a mente.
Ter longas jornadas de trabalho, por exemplo, demonstra uma falta de ergonomia organizacional. Assim como insegurança psicológica, pressão excessiva sob os colaboradores, comunicação ruim, etc.
A quantidade de pausas diárias para recuperar o bem-estar físico e psicológico, além do que já está instituído na lei, varia de acordo com a função. Mas, em geral, tirar 10 minutos a cada duas horas de trabalho é o mínimo, segundo recomendações oficiais.
Além disso, um estudo publicado na Harvard Business Review mostrou que existem formas mais eficazes de fazer isso.
“Micropausas” mais frequentes tendem a ser mais eficazes do que uma pausa longa, por exemplo. Além disso, aproveitar este tempo para meditar ou praticar atividades físicas gera mais benefícios para a saúde integral. E, ainda, descansar ao ar livre e/o na companhia de pets pode ser ainda mais proveitoso.
Se algumas dessas orientações não forem possíveis na sua empresa, saiba que outro fator também influencia muito: a postura dos líderes. Para que as pausas funcionem de maneira coletiva, eles precisam vestir a camisa e ser o exemplo desta prática.
Atividades físicas ainda são a melhor forma de prevenir doenças físicas e também de tratá-las.
Para LER/DORT, dores na coluna, hipertensão e uma infinidade de outras doenças crônicas, movimentar e fortalecer o corpo pode ser mais eficaz do que o uso da medicação.
É claro que o mais importante é seguir as recomendações médicas, mas os exercícios são a recomendação mais comum.
Tanto para doenças físicas quanto transtornos psicológicos, uma vez que eles também favorecem a produção de endorfina e serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e vitalidade.
Fazer rodas de conversa, workshops e palestras sobre os diferentes tipos de ergonomia pode ser uma iniciativa extremamente importante. Até porque os colaboradores precisam se envolver para que a estratégia funcione na prática.
Workshops de mindfulness, por exemplo, ajudam os colaboradores a fazeres pausas eficazes. Mas você também pode começar pelo básico: falando que ergonomia no escritório não diz respeito apenas a questões físicas, mas envolve uma série de questões.
Neste sentido, pode ser útil realizar eventos de ergonomia organizacional para lideranças e profissionais C-level, já que as mudanças do design corporativo depende principalmente deles.
Por fim, a criação de um programa de saúde mental também é uma forma excelente de combinar várias destas orientações.
Construindo uma ecossistema de saúde mental, é possível fazer os ciclos de workshops sobre o assunto, ajudar a empresa a realizar as mudanças, além de oferecer a gestão de dados, que ajuda a medir a eficácia das estratégias de ergonomia.
Ainda faz parte de um programa como esse disponibilizar uma plataforma de psicoterapia para cuidar de cada colaborador de maneira individualizada.
Nunca foi tão importante olhar para este assunto, que está gerando adoecimentos psicológicos em massa e afetando de maneira drástica as empresas.
Mas, já pensou se você pudesse contar com uma empresa especializada em saúde mental para te ajudar na sua estratégia de ergonomia?
A Vittude é a líder do mercado de saúde mental corporativa.
Já impactamos mais de 650 mil vidas através de parcerias com empresas como O Boticário, Vivo, Ambev, Telhanorte, Olist, entre outras.
Nosso ecossistema de saúde mental é diferente para cada empresa. Não aceitamos um desfecho que não seja positivo, por isso personalizamos nosso programa de saúde mental de acordo com as necessidades de cada organização.
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