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Inteligência emocional no ambiente de trabalho: como impacta a relação entre líderes e colaboradores?

A Inteligência emocional no ambiente de trabalho é o que te faz humano. É o que equilibra a constante busca por resultado e boa performance. 

Até porque, quando isso não acontece, ou seja, os colaboradores são vistos apenas como ferramentas para o lucro, a consequência mais provável é o Burnout. E aí sim a empresa vai ter que lidar com diversas consequências negativas, inclusive financeiras.

Desenvolver competências emocionais é uma das mais importantes soft skills. Na verdade, talvez seja o que ter uma habilidade comportamental significa. Na teoria e na prática.

E esse é o ponto mais importante. Muitas vezes a inteligência emocional se torna um conceito vago, em que líderes e colaboradores não conseguem visualizar no dia-a-dia. Muito menos pensar e agir desta forma.

Por isso, preparamos um artigo que detalha este assunto utilizando exemplos da rotina de trabalho, dando dicas de como desenvolver essa inteligência, além de traçar um plano de ação para que a empresa incentive esta habilidade.

Você vai ver:

Porque as lideranças precisam desenvolver inteligência emocional?

Ter inteligência emocional no ambiente de trabalho não é ser bonzinho, mas é, em primeiro lugar, desconstruir a ideia de que só bater metas é importante. Até porque não há colaborador que fique motivado quando não existem outros ganhos junto.

E esse é o ponto principal: a maneira com que os líderes agem afeta muito os colaboradores. 

Um estudo do Workforce Institute descobriu que o relacionamento profissional com o líder impacta mais a saúde mental dos colaboradores do que seus terapeutas e tanto quanto um parceiro amoroso. 

Esse é um dos motivos pelos quais sempre afirmamos que oferecer psicoterapia sem olhar para as práticas rotineiras da empresa não tem um bom resultado.

Vamos ver com mais detalhes como, então, as soft skills de líderes e de colegas afetam os colaboradores. 

Produtividade

Um conjunto de aspectos faz uma pessoa ser produtiva. Algumas delas são específicas do ambiente de trabalho: 

  • quão saudável é a relação com a liderança,
  • o nível de valorização profissional de cada um,
  • o grau de empatia e colaboração,
  • o fit cultural com a empresa,

etc.

Tudo isso influencia, sem dúvida. Mas, é importante lembrar que, dos cinco pilares da inteligência emocional, três deles marcam a relação de um indivíduo consigo mesmo: autoconsciência, autorregulação e automotivação.

Ou seja, a empresa deve fazer de tudo, sim, para manter os colaboradores motivados e produtivos. Mas essa é uma responsabilidade compartilhada em que cada um também deve fazer a sua parte. 

Ter autoconsciência nada mais é do que trabalhar o autoconhecimento. Já a autorregulação diz respeito à capacidade de gerenciar suas emoções e, por exemplo, não ser impulsivo nos relacionamentos profissionais. E a automotivação é a habilidade de manter a vontade de realizar um bom trabalho.

Para todas elas, a receita é individual. O que funciona para uma pessoa, pode não funcionar para outra. Por isso é tão importante realizar treinamentos, testar métodos diferentes, etc. 

Demissão voluntária

O “Quiet Quitting” pode ser entendido como um movimento pontual ou como o epicentro de uma mudança geracional em relação ao trabalho. 

Vivemos uma epidemia de saúde mental em que 1 a cada 3 pessoas já foi diagnosticada com a síndrome do esgotamento profissional, além dos casos de ansiedade e depressão, que representam uma das principais causas de afastamento do trabalho, segundo o TRT

Tudo isso nos mostra que não está tudo bem. Longe disso. Empresas reiteradamente apresentam uma dificuldade enorme de ouvir e mais ainda de se colocar disponível para compreender os colaboradores. 

Este é exatamente o oposto do quarto pilar da inteligência emocional: a empatia. Mas, se a resposta não vem pelo amor, vem pela dor. Se, mesmo pontuando os problemas, nada é mudado, então quem vai mudar são os colaboradores.

O recado é claro: eles estão exaustos e não vão esperar para sempre. Então é bom que a empresa comece a realmente olhar para o seu bem-estar. 

Construção de relacionamentos

Nossos relacionamentos profissionais são fundamentais e influenciam muito tanto a produtividade quanto a probabilidade de se manter no mesmo emprego, além de muitas outras questões.

Mas é importante dizer que o mais importante aqui não é todos se darem bem. Não é a empresa “ser uma família”. 

Em primeiro lugar, porque isso não é verdade. Uma família não te demite se você não bate metas. Se esse discurso ainda faz parte da cultura da empresa, ele precisa ser revisto.

Em segundo, não importa tanto se todos se dão bem “instantaneamente”. Se as relações forem construídas com empatia, diálogo honesto e colaboração, ou seja, uma boa dose de responsabilidade de ambas as partes, ele tende a se manter saudável.

Porém, isso quase nunca acontece naturalmente. Precisa ser construído através de treinamentos, palestras, workshops, rodas de conversas, etc. 

Inclusive, o quinto e último pilar da inteligência emocional diz respeito justamente às habilidades sociais. 

Inteligência analítica e emocional: a fórmula para ser um líder completo

Você tem um cérebro com dois lados e ambos são necessários para a rotina profissional. 

Um deles rege a inteligência analítica, racional e técnica, e o outro, a inteligência emocional, base dos comportamentos e toda a subjetividade inata aos seres humanos.

Mas será que você está exercendo sua atividade com o potencial máximo de performance?

Será que você está apoiando os seus liderados, por exemplo? 

Essa é uma das maiores falhas percebidas pelos colaboradores nos seus líderes, segundo a pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, da The School of Life com a Robert Half, mas não está listada entre as prioridades destes últimos. 

Por aí, já vemos como muitas vezes as expectativas entre colaboradores e seus superiores não estão alinhadas.

Autoconhecimento: qual a sua inteligência mais desenvolvida?

Como você é visto pelas pessoas à sua volta? Quais os principais feedbacks negativos e positivos você recebe dos colegas, amigos e familiares? 

Entender se a sua inteligência dominante é a analítica ou a emocional é o primeiro passo para saber qual deve ser desenvolvida. Para isso, testes de personalidade são ótimos. 

Destacamos o teste MBTI, que mostra com precisão se você é uma pessoa mais introvertida ou extrovertida, mais racional ou emotiva, mais precavida ou mais espontânea, etc. 

Mas, claro, para conhecer-se a fundo a psicoterapia é indispensável. Talvez, inclusive, conhecer a si mesmo para fins de melhorar seu desempenho no trabalho pode ser o início de uma jornada muito maior.

O Brasil é um país com alguns dos piores índices em saúde mental do mundo. Nosso cotidiano estressante, com grande vulnerabilidade social, é um dos motivos. Mas, isso também reflete quão raso é nosso autoconhecimento. 

Neste momento, as empresas têm uma chance, mais do que nunca, de transformar a vida dos seus funcionários e ainda receber os frutos deste investimento. 

De acordo com a OMS, empresas que investem na saúde mental dos seus funcionários recebem quatro vezes mais lucro em forma de produtividade. 

Fortalecendo a rede neural que não é dominante

Depois que você já descobriu mais sobre a sua personalidade através de testes, feedbacks de pessoas conhecidas e auto reflexão, é hora de criar um plano de ação!

Assim como os músculos, que precisam ser treinados para nos manter de pé, o tipo de inteligência menos desenvolvida também precisa passar por um tipo de fortalecimento para que desperte. 

Se você tem mais inteligência analítica, podem te faltar características como empatia. Um exemplo clássico é quando um colaborador te fala que está frustrado ou chateado por algum motivo e você já corre para apresentar uma solução possível. 

Esse é seu modo de pensar mais comum, mas não é necessariamente o da outra pessoa. Muitas vezes, ela só quer um ombro para desabafar. Afinal, antes de líder e liderado, vocês são duas pessoas que mantêm uma relação com algum nível de proximidade.

Responder desta forma, que não é necessariamente o que ela estava buscando, pode fazê-la te afastar de você. Esse pode ser o início de um sentimento de insegurança psicológica. 

Se você tem mais inteligência emocional, por outro lado, pode te faltar assertividade e lógica. 

Isso pode significar que seu time não está performando bem e talvez você não saiba como influenciá-los. E é justamente neste ponto que entra a lógica, porque para que você seja seguido, as pessoas precisam confiar no seu julgamento.

Confiabilidade também é outra peça-chave para a liderança.

Falando nisso, outro problema costuma aparecer quando o líder tem dificuldade de dar feedbacks negativos. É claro que ninguém gosta destes; mas, muitas vezes, eles precisam acontecer. Inclusive, eles podem evitar problemas maiores que vão se arrastando e culminam numa demissão.

Algo que é muito mais difícil para o líder e, sem dúvida alguma, ainda mais para o liderado. 

Treinar as habilidades que são desafiadoras para você é a melhor forma para conseguir usá-las quando elas forem necessárias. 

Aprendendo a alternar

Conseguir alternar as inteligências de maneira rápida no trabalho, como dito acima, é muito importante. Imagine um cenário de crise em que o lançamento de um produto teve muito menos procura do que o esperado. 

Isso impacta as finanças da empresa e parte dessa responsabilidade recai sobre os colaboradores e ainda mais sobre os líderes.

Mas, em seguida, alguém do seu time tem uma crise de ansiedade.

Se você não souber gerenciar suas emoções, pode lidar com este sintoma do colaborador de maneira pouco empática ou, pior, ainda explodindo em cima dele. 

A relação entre vocês tende a ficar extremamente abalada e os outros membros da equipe podem começar a ficar com medo. O clima organizacional pode sofrer um baque duro e é fácil gerar uma série de consequências negativas, como as já descritas. 

Para evitar uma situação assim, fazer este treinamento neural é imprescindível. 

E não vai ser difícil, afinal essas duas habilidades são usadas o tempo todo no trabalho. A questão é tomar consciência  delas, aprimorá-las e atingir a “fluência” em ambas.  

Como as empresas podem incentivar o desenvolvimento desta soft skill?

Já explicamos por que a inteligência emocional no ambiente de trabalho é tanto importante, especialmente para os líderes. Mas será que toda a responsabilidade deve cair sobre os ombros deles? Nossa resposta é “não”.

Isso seria extremamente injusto, uma vez que eles vivem sob um nível alto de pressão constante no trabalho e, além disso, muitas vezes nem sequer foram ensinados a como ter inteligência emocional. 

A verdade é que a empresa também tem uma grande responsabilidade. Como dito anteriormente, essa deve ser uma responsabilidade compartilhada entre empresa, líderes e funcionários. 

Até porque não adianta exigir inteligência emocional dos líderes se, além de não terem o conhecimento necessário para fazerem isso, eles não estiverem com a saúde mental em dia. 

A grande questão sobre o desenvolvimento de soft skills é justamente que elas se relacionam diretamente com o nosso bem-estar psicológico. 

Mas, existe um caminho possível para essa transformação nas lideranças e nas equipes! Veja abaixo. 

Melhorar a comunicação

Uma das principais questões quando pensamos em inteligência emocional diz respeito à comunicação. Afinal, ela é a base de qualquer relacionamento profissional. 

Ela é fundamental para a resolução de conflitos, para a escuta ativa – essencial para a prática da empatia -, entre muitos outros exemplos. 

Além disso, o modo de falar nos mostra se os outros pilares da inteligência emocional – autoconsciência, autogerenciamento das emoções e automotivação – já estão sendo reproduzidos.  

Uma fala impulsiva pode gerar problemas. Assim como a projeção de questões emocionais mal resolvidas do próprio líder no colaborador, o que reflete pouco autoconhecimento.  

E a situação piora quando o colaborador ainda não tem liberdade para dar feedbacks negativos ou dizer como está se sentindo, algo que acontece com frequência, infelizmente. 

Mas, muitas coisas podem ser feitas. O início ideal é que a cultura da empresa tenha a inteligência emocional e a segurança psicológica como valores fundamentais. Os outros pontos serão abordados nos próximos itens.

Oferecer psicoterapia como benefício

Já mencionamos como o processo psicoterapêutico é fundamental para o desenvolvimento de habilidades emocionais. Todas as citadas por Daniel Goleman, fundador do conceito, são aprendidas ou aperfeiçoadas neste espaço. 

É possível entender muito mais sobre si e trabalhar resistências em relação ao assunto. Quanto isso acontece, há grandes chances de que tenha havido traumas com outras pessoas cuja inteligência emocional não foi desenvolvida. 

Assim, atitudes tóxicas, agressivas ou, em geral, nada saudáveis, podem ter acontecido. E, se isso provoca em alguns, vontade de mudança, em outros, a tendência é reproduzir este hábito disfuncional. 

Por ser um mergulho tão fundo, fazer terapia é muito importante, mas ainda inacessível para a maioria da população. 

Assim, cabe à empresa subsidiar as sessões. Inclusive porque ela também se beneficiará muito de funcionários com soft skills mais desenvolvidas, além do aumento gerado na produtividade quando estes podem desfrutar do bem-estar gerado. 

Treinamento sobre inteligência emocional

Se a inteligência emocional já está presente na cultura da empresa, ela deve guiar o comportamento dos funcionários. E uma ótima maneira de fazer isso é através de rodas de conversa, workshops, palestras e até cursos.

É interessante que seja um evento ao vivo, mesmo se for à distância. Desta maneira, todos podem participar fazendo perguntas ou tirando dúvidas, o que aumenta o engajamento tanto durante quanto após a iniciativa. 

Isso faz com que o conhecimento fique mais claro e, desta forma, faz mais sentido para a realidade de cada um, tornando a aprendizagem mais efetiva e aumentar a probabilidade da transformação na equipe.

Também vale a pena considerar fazer eventos separados para líderes e para colaboradores. Assim, ambos podem se sentir mais à vontade para interagir. Num segundo momento desta jornada, um fechamento com todos pode ser interessante. 

Inclusive para testar as habilidades aprendidas através de dinâmicas. Neste sentido, é importante ressaltar que um evento isolado não fará muita diferença. O que foi aprendido será facilmente esquecido e não haverá tempo para aprofundamento. 

A ideia é que isso aconteça por um período de tempo maior e que haja atividades periódicas para que ele não seja esquecido. 

Tudo isso pode parecer complexo, mas é possível estabelecer parcerias para te ajudar!

A Vittude é a líder no mercado de saúde mental corporativa. Já ajudamos grandes empresas como a Vivo, o Grupo Boticário, a Ambev, a L’Oréal Brasil e muitas outras.

Um dos grandes diferenciais citados por nossos clientes é que nosso portfólio de soluções é personalizável. 

Assim, você elenca os principais problemas que precisam ser resolvidos, e nós criamos um plano de ação baseado em quatro pilares: diagnóstico, educação, clínica e inteligência. 

Vamos juntos fazer essa mudança?

Converse com um dos nossos especialistas para saber mais!

Carol Motta

Redatora sênior, especialista em SEO On Page, cientista social e com experiência em conteúdos de saúde e RH. Trabalha para viver num mundo em que as pessoas sejam mais saudáveis e as organizações, mais inclusivas.

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