Quando uma pessoa vivencia um evento traumático e, consequentemente, começa a apresentar mudanças de comportamento, é preciso ficar atento aos sintomas, pois pode ser um transtorno de estresse agudo.
O mais importante nesses casos é fazer o diagnóstico o quanto antes para iniciar o tratamento e, assim, evitar que o quadro traga ainda mais prejuízos para a vida do indivíduo.
Para tirar as suas dúvidas sobre o assunto, acompanhe este artigo que está recheado de informações valiosas sobre esse transtorno e como cuidar da saúde mental.
O transtorno de estresse agudo (TEA) se trata de um período, após a vivência de uma situação traumática, em que a pessoa tem recordações invasivas sobre o acontecimento, que costuma ser ameaçador, extremo ou estressante.
A duração do transtorno é de pelo menos três dias, mas podendo se prolongar por até um mês, gerando alterações físicas, cognitivas e emocionais.
A exposição direta capaz de desencadear o TEA pode ocorrer por meio de uma lesão grave, caso de violência ou uma ameaça de morte. Já a exposição indireta seria testemunhar eventos que aconteceram com outras pessoas ou ficar sabendo dos mesmos.
O transtorno faz com que o indivíduo reviva mentalmente o evento traumático, evitando tudo aquilo que possa trazê-lo à tona.
O principal ponto de diferenciação é a duração dos transtornos.
No caso do TEA, pode persistir por até um mês. Depois disso, a pessoa tende a ser diagnosticada com transtorno de estresse pós-traumático, um distúrbio de ansiedade caracterizado por sintomas físicos, psíquicos e emocionais decorrentes do indivíduo ter sido vítima ou testemunha de atos violentos e/ou situações traumáticas.
Ao reviver o acontecimento, o portador do transtorno recorda tudo o que aconteceu, como se estivesse acontecendo naquele momento presente, além de vivenciar as mesmas sensações de sofrimento e dor. É esse tipo de recordação que gera alterações mentais e neurofisiológicas.
Há tratamento para o transtorno de estresse pós-traumático, que costuma incluir terapia cognitivo comportamental e, se necessário, o uso de medicamentos.
As pessoas com transtorno de estresse agudo podem apresentar diversos sintomas físicos, cognitivos e emocionais, sendo alguns dos mais comuns:
Os sintomas dissociativos, por sua vez, incluem:
O TEA é sempre causado por situações de violência, que podem ser vivenciadas ou testemunhadas pelo portador do transtorno.
Alguns exemplos são acidentes, agressões, desastres naturais, entre outras experiências traumáticas. Pessoas que são expostas repetidamente a detalhes aversivos de um evento traumático, como acontece com socorristas, também estão sujeitas a desenvolver o transtorno.
Após o evento, a pessoa revive o que aconteceu porque é invadida por pensamentos intrusivos persistentes, o que gera intenso sofrimento psicológico.
O diagnóstico é realizado por um médico psiquiatra que leva em consideração alguns critérios.
O primeiro ponto é o fato de que o transtorno de estresse agudo só é diagnosticado quando a pessoa foi exposta direta ou indiretamente a um evento traumático. Este é um pré-requisito!
Além disso, também é necessário estar sofrendo com, no mínimo, nove dos seguintes sintomas, pelo período de três dias a um mês:
Outro ponto que é analisado é se os sintomas causam angústia significativa ou estão prejudicando a qualidade de vida e as atividades do dia a dia.
O transtorno de estresse agudo, se não for tratado adequadamente, é capaz de gerar grandes prejuízos para a vida pessoal e profissional da pessoa que vivenciou ou testemunhou o evento traumático.
Alguns sintomas são paralisantes e fazem com que o indivíduo enfrente dificuldades para vivenciar situações que relembrem o acontecimento em questão. Com isso, pode até mesmo surgir o sofrimento com ataques de pânico.
Isso interfere diretamente no funcionamento diário da pessoa, pois há o perigo de não conseguir realizar atividades comuns da rotina, ao mesmo tempo que impacta negativamente o trabalho e os relacionamentos.
Ou seja: os prejuízos tendem a ser bem severos se o portador de TEA não procurar ajuda especializada para cuidar da sua saúde o quanto antes.
Várias pessoas se recuperam do transtorno de estresse agudo ao receberem apoio de amigos e familiares que praticam a empatia e buscam compreender a angústia pela qual o outro está passando.
Além disso, alguns se beneficiam da experiência de descrever o que aconteceu no evento traumático e como reagiram.
Medicamentos até podem ser receitados para aliviar sintomas de ansiedade ou induzir o sono, mas em boa parte dos casos é possível superar a questão por meio de cuidados pessoais e terapia. Confira mais detalhes sobre cada uma dessas estratégias:
Os cuidados pessoais podem ser divididos em segurança pessoal, saúde física e atenção plena.
A segurança pessoal é muito importante após um evento traumático, pois há a necessidade do indivíduo se sentir seguro. Isso ajuda a processar melhor a experiência. O ponto é que nem sempre é possível se sentir seguro quando há uma crise em andamento, como é o caso de pandemias infecciosas ou casos de violência doméstica.
Por isso, é fundamental buscar ajuda especializada, seja com profissionais da saúde ou, em certas situações, com autoridades de segurança pública.
A saúde física, por sua vez, pode ser afetada durante e após experiências traumáticas. Por isso, é necessário focar em hábitos saudáveis para impedir que o corpo sofra grandes prejuízos.
Aqui, estamos nos referindo à uma alimentação adequada, rotina de sono, prática de exercícios físicos e evitar o consumo de substâncias com efeito intoxicante e sedativo.
Por fim, a atenção plena visa reduzir sentimentos de tédio, raiva, tristeza, estresse e isolamento que costumam surgir quando se vivencia uma situação traumatizante.
É recomendado manter uma rotina normalmente, com horário para acordar e fazer as atividades diárias. Além disso, é importante ter hobbies para se distrair e ocupar a mente, como cozinhar, pintar, ler um livro, assistir filmes etc.
A abordagem de atenção plena também contempla a importância de alongamentos e exercícios de respiração, que tendem a ajudar a controlar os pensamentos recorrentes intrusivos.
E não podemos deixar de citar que atos de bondade espontâneos também fazem bem ao portador do transtorno e às pessoas que estão ao seu redor. Fazer algo bom para um vizinho, amigo ou familiar contribui para diminuir a sensação de impotência causada pela experiência traumática.
Aliás, o envolvimento comunitário, apesar de ser difícil em algumas situações, é um ótimo remédio para lidar com todos os sintomas e prejuízos do TEA. Afinal, a conexão humana é muito valiosa.
A terapia é extremamente importante para o tratamento de casos de transtorno de estresse agudo.
O acompanhamento contínuo de um psicólogo contribui significativamente para a superação do trauma.
Ao longo das sessões, o paciente pode relatar a experiência e as suas emoções para que, com o tempo, seja possível ressignificar o evento traumático e encontrar maneiras de seguir a vida com saúde mental e física.
A terapia cognitivo comportamental (TCC) é uma das abordagens mais indicadas para esse tipo de caso, pois é bastante prática e traz resultados em curto prazo, gerando mudanças positivas na vida do paciente.
Além disso, é um ótimo caminho para prevenir o transtorno de estresse pós-traumático, que pode ser uma consequência do TEA não tratado adequadamente.
A TCC utiliza diversas técnicas no tratamento, sendo algumas delas:
Visto que o TEA está associado ao medo excessivo de alguma coisa ou situação, a técnica de exposição é importante porque permite que o paciente se exponha a circunstâncias cotidianas que costumam acionar o trauma.
O objetivo é desenvolver recursos para controlar as reações e evitar prejuízos no dia a dia.
A dessensibilização visa tornar uma determinada situação menos aversiva.
Para isso, primeiramente o indivíduo é exposto gradualmente àquilo que desencadeia o estresse. Pode começar imaginando a si mesmo na situação e utilizando técnicas para reduzir as reações.
Depois, é colocado na situação real e deve usar os mesmos recursos para manejar a crise de maneira saudável.
As técnicas de relaxamento são muito úteis para reduzir o estresse e a ansiedade provocados pela situação traumática.
A recomendação é realizar exercícios de respiração, meditação e concentração.
Nem sempre o relaxamento é a técnica mais eficiente. Nesses casos, é preciso estruturar estratégias de enfrentamento do estresse, sendo algumas delas:
Quando estamos falando sobre saúde mental, o diagnóstico precoce é sempre primordial para garantir um tratamento eficaz e evitar danos maiores à vida do paciente.
Por isso, diante dos primeiros sinais de que você ou alguém próximo está sofrendo com o transtorno de estresse agudo, procure especialistas da área da saúde, como psiquiatras e psicólogos.
Os cuidados com o bem-estar devem vir sempre em primeiro lugar, afinal, quando a mente não vai bem, todo o resto desanda.
Ao longo deste artigo, você aprendeu sobre TEA. Que tal continuar se informando sobre transtornos mentais no blog da Vittude?
Mais uma vez, o Brasil sai na frente e se torna referência mundial no apoio…
Entenda o que é a tristeza profunda, como diferenciá-la da depressão e confira estratégias de…
Aprender como lidar com a tristeza é fundamental para construir uma vida mais saudável e…
Entenda o que é a motivação e quais fatores internos e externos influenciam essa força…
Os exercícios de mindfulness são uma ótima estratégia para encontrar um pouco de paz, silêncio…
Entenda como saúde mental e qualidade de se relacionam e confira hábitos que você deve…