O tratamento medicamentoso focado nos cuidados com a saúde mental é importante, mas por si só não garante resultados positivos a longo prazo. Para que o paciente alcance qualidade de vida e bem-estar, também é necessário unir os remédios psiquiátricos a outras estratégias, como psicoterapia e mudanças de hábitos.
De acordo com os dados do Conselho Federal de Farmácia, a comercialização de antidepressivos e estabilizadores de humor vem aumentando a cada ano e cresceu por volta de 58% entre 2017 e 2021.
Diante disso, é preciso que haja um processo de educação da população sobre a importância de aliar os medicamentos a outras frentes de tratamento. Para isso, é importante se aprofundar no assunto, algo que você pode começar por meio da leitura deste artigo!
Os medicamentos para a saúde mental, como estabilizadores de humor, ansiolíticos, antidepressivos e sedativos, atuam no sistema nervoso central.
A função deles é “corrigir” disfunções na produção dos mediadores químicos, que são responsáveis pela regulação do humor de um indivíduo. A dopamina e a serotonina são alguns exemplos desses mediadores.
Por mais que o corpo humano seja capaz de produzir essas substâncias, em alguns casos os níveis de neurotransmissores relacionados ao emocional são deficitários.
Pessoas com questões de saúde mental como depressão e ansiedade, por exemplo, sofrem com a alteração do funcionamento dos mediadores químicos e os medicamentos agem na sua regulação e produção visando a estabilização emocional.
Como o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o mais depressivo da América Latina, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, os remédios para depressão e controle da ansiedade são alguns dos mais procurados.
Não podemos generalizar, afinal, cada quadro exige cuidados e medicações específicas, mas alguns dos medicamentos mais utilizados são:
É um dos medicamentos mais prescritos pelos psiquiatras no tratamento de depressão e ansiedade, mas não se limita somente a esses transtornos mentais. A fluoxetina tem ação focada na regulação da serotonina.
Questões de pânico, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), depressão, ansiedade e fobia social são algumas das que podem ser medicadas com escitalopram.
Trata-se de um remédio bastante seguro, que melhora os níveis de serotonina e costuma trazer bons resultados já no primeiro mês de uso.
Contribui para o aumento de noradrenalina e serotonina, o que ajuda a tornar mais leves os sintomas de depressão.
Quem convive com ansiedade generalizada se beneficia de tratamentos medicamentosos com diazepam, pois é um remédio com efeito sedativo e calmante. Justamente por isso também pode ser utilizado em casos de insônia.
O lorazepam atua em diversas áreas do sistema nervoso central e é recomendado para quadros de ansiedade generalizada por inibir estímulos nervosos que geram ansiedade. Além disso, também pode ser prescrito em casos de tratamento de surtos psicóticos e depressão profunda.
Muito utilizada para o tratamento da esquizofrenia com alto risco de cometer suicídio, a clozapina costuma ser prescrita em casos em que o paciente já cometeu alguma tentativa de tirar a própria vida.
O medicamento age no bloqueio do receptor de dopamina.
A quetiapina é um antipsicótico que auxilia no controle de episódios de delírio e alucinações em casos de esquizofrenia e comportamento compulsivo.
Além disso, também é utilizada em casos de insônia e ansiedade e diagnósticos de transtorno bipolar.
O Bromazepam costuma ser prescrito para o tratamento de casos mais graves de depressão, quando o paciente fica incapacitado de realizar suas atividades rotineiras.
O tratamento medicamentoso é indicado em diversos casos, mas é necessário ter alguns cuidados para evitar problemas. Os principais pontos de atenção são:
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), quase metade dos brasileiros se automedica pelo menos uma vez por mês. Preocupante, não é mesmo?
Não é à toa que o tratamento medicamentoso para saúde mental só pode ser prescrito por médicos psiquiatras. O uso indiscriminado é capaz de gerar várias consequências negativas para a saúde.
A dependência é um dos principais riscos quando uma pessoa se automedica sem nenhum controle ou critério. Ao submeter o organismo aos remédios por muito tempo, o corpo se acostuma e, assim, pode ser necessário ingerir cada vez doses maiores para obter o efeito desejado.
Além disso, em alguns casos o uso de vários remédios em conjunto pode causar vômitos, convulsões e perda de consciência. Em situações mais graves, até mesmo leva ao óbito.
Quantos casos não aparecem na mídia sobre pessoas que morrem de overdose de medicamentos mesmo quando não há a intenção de tirar a própria vida? Isso é mais comum do que imaginamos.
O processo do “desmame” também precisa ser acompanhado, pois o psiquiatra analisa a situação e faz recomendações sobre a redução gradual do remédio a fim de evitar efeitos adversos e prevenir o que é conhecido como “efeito rebote” (quando os sintomas podem voltar mais agressivos).
Outro ponto de atenção é o fato de que, antes de receitar qualquer medicamento, o psiquiatra deve realizar uma avaliação individual do caso, analisando as necessidades particulares de cada paciente.
Portanto, não há uma “receita de bolo” a ser aplicada para todas as pessoas. É necessário entender o histórico e prioridades individuais, levando em consideração que, para alcançar resultados positivos, a estratégia de tratamento não deve considerar apenas os medicamentos.
Justamente por isso o acompanhamento psicológico contínuo é tão importante também.
Para atingir os resultados esperados com o tratamento medicamentoso, é importante que haja a adesão do paciente.
Isso significa que é necessário realizar o uso adequado do fármaco de acordo com os horários, doses e tempo de utilização do mesmo.
Visto que a resposta do medicamento pode levar dias ou semanas para acontecer, é imprescindível que o paciente continue com o tratamento de acordo com o que foi recomendado pelo psiquiatra até o período de reavaliação.
Uma estratégia de tratamento de questões de saúde mental vai muito além dos remédios psiquiátricos. Aliás, não são todos os casos que exigem medicamentos para alcançar resultados positivos e somente o médico poderá avaliar essa necessidade.
No geral, o que precisa ser considerado é um tratamento individualizado, de acordo com as necessidades do paciente. O que costuma ser regra é a abordagem multidisciplinar, levando em consideração mais do que somente os medicamentos.
Alguns exemplos de outras ações que podem ser incluídas no plano de tratamento são:
Não há regra sobre o que deve fazer parte da abordagem multidisciplinar, pois cada caso é um caso. O mais importante é ter em mente que remédios sozinhos não fazem milagres. Podem até trazer bons resultados a curto prazo, mas o mais importante é garantir saúde e equilíbrio a longo prazo para viver melhor em todos os aspectos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cactus junto da AtlasIntel revelou que apenas 5% dos brasileiros fazem terapia, mas 1 a cada 6 usam medicamentos.
Vários especialistas afirmam que os tratamentos têm mais eficácia quando psicoterapia e remédio são aliados.
No caso da depressão, por exemplo, quando a pessoa ingere medicamentos, costuma ter melhora nos níveis de energia e menos ansiedade, porém, muitas vezes, os fatores estressores vivenciados a impedem de melhorar totalmente apenas com medicação.
O tratamento medicamentoso, portanto, é um suporte para que o paciente possa sair do turbilhão causado pelos sintomas nocivos ao seu bem-estar, mas os gatilhos que geram tais situações negativas são existenciais e, por isso, precisam de acompanhamento psicoterápico para que sejam trabalhados e os seus padrões reorganizados.
Justamente devido a toda essa conexão, é importante que os profissionais que atuam no caso dialoguem, afinal, não é papel do psicólogo prescrever medicação, mas as sessões semanais o fazem ter um olhar aprofundado sobre a evolução do paciente. Por isso, é necessário ter contato com o psiquiatra para relatar se está havendo uma resposta positiva à medicação.
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