Colaboração: como os líderes podem promover?

A cultura da competitividade ainda é a mais comum nas organizações brasileiras enquanto a colaboração sempre fica para “quando der tempo”. Mas será que isso não está relacionado ao alto número de assédios e também de adoecimentos no trabalho?

Inclusive, uma pesquisa feita pela FIA mostrou que as empresas que adotam a postura competitiva ficam em penúltimo lugar no ranking de clima organizacional. O que só reforça a hipótese levantada acima. 

Cada vez mais estudos mostram que o excesso de competição no trabalho pode ser prejudicial e, nesse sentido, cultivar a colaboração no trabalho é uma tarefa muito mais importante do que era no passado. 

Se você deseja construir uma cultura colaborativa na sua organização, veja o que iremos abordar neste texto: 

Colaboração: o que significa no ambiente de trabalho?

A colaboração no trabalho acontece quando indivíduos unem suas habilidades, conhecimentos, recursos e esforços para alcançar objetivos em comum. 


Em um ambiente colaborativo, as equipes são capazes de aproveitar a diversidade de talentos, ser mais inovadoras e resolver desafios de forma mais eficaz.

Isso acontece porque a colaboração fortalece a coesão e o engajamento das pessoas, o que se reverte em maior produtividade coletiva.

Um dos pilares da colaboração no trabalho é uma boa comunicação.  

Mas também é preciso que os profissionais adotem uma postura proativa na resolução de problemas, assumam a responsabilidade atribuída à sua função e confiem ética e na expertise dos colegas. 

Pois é, não é tarefa fácil estimular a colaboração nas equipes. Mas existem ferramentas para encurtar este caminho com assertividade. 

As lideranças precisam estar atentas, já que essa é mais uma das suas responsabilidades. E uma que faz toda a diferença na retenção de talentos!

Mas, para haver uma cultura colaborativa, é preciso que as necessidades básicas dos trabalhadores sejam atendidas. 

Estamos falando de proporcionalidade entre atribuições e:

  • salários;
  • responsabilidades; 
  • volume de tarefas;
  • carga horária.

Além de benefícios atrativos, plano de carreira e ambiente de trabalho seguro física e psicologicamente.

Tudo isso é básico, mas muitas organizações ainda não cumprem o mínimo e esperam espírito de colaboração dos seus funcionários. Ou seja, quer receber o máximo dando menos do que deveriam. 

Nesses casos, os esforços das lideranças nunca serão suficientes. Por isso, o alinhamento entre empresas e colaboradores é essencial para que os líderes possam fazer seu trabalho. 

É preciso entender que o mundo mudou e os profissionais também. Estes estão cada vez mais colocando suas necessidades em primeiro lugar, o que inclui equilíbrio entre vida profissional e pessoal. 

Portanto, as organizações que esperam crescimento a longo prazo precisam definir estratégias para construir uma cultura colaborativa, sem deixar de fazer o básico. 

Entenda agora porque a colaboração no trabalho é tão importante.

Por que é importante existir uma cultura colaborativa no trabalho?

Uma pesquisa da Gallup revelou que apenas dois a cada dez funcionários nos Estados Unidos acreditam ter um melhor amigo no trabalho. Segundo o estudo, se essa proporção passa de dois  para seis a cada dez, as organizações poderiam ter:

  •  36% menos acidentes de trabalho, 
  • 7% mais clientes engajados e 
  • 12% mais de lucro. 

A ideia é que quanto maior o senso de pertencimento dos trabalhadores, mais motivados estarão a realizar ações positivas em prol do negócio. 

Esse sentimento de pertencimento, confiança nos colegas e lideranças e segurança para expor suas ideias gera vontade de colaborar nas pessoas, o que resulta em uma série de benefícios para todo o ecossistema. 

Veja!

Aumenta a retenção de talentos

A cultura colaborativa promove o engajamento das pessoas e esse é um aspecto muito importante para a retenção de talentos. 

Os relacionamentos construídos no ambiente profissional são um elemento importante para a satisfação no trabalho. Cada dia mais, os trabalhadores estão optando por estar em ambientes onde encontrem propósito e felicidade. 

Estimula inovação e propicia resultados melhores

O ambiente colaborativo é propício para o compartilhamento de ideias por conta da comunicação aberta que costuma fazer parte. Mas também a cooperação e o apoio de colegas no desenvolvimento das ideias uns dos outros é um grande estímulo para a inovação. 

Tudo isso contribui para melhores resultados das equipes e, consequentemente, da organização.

Melhora o engajamento e satisfação

A cultura colaborativa promove o engajamento e a satisfação e estas também são capazes de aumentar a colaboração. Ou seja, colaboração, engajamento e satisfação se retroalimentam, o que é muito benéfico e produtivo para todos.

Torna o trabalho individual e em equipe mais produtivo

Segundo Tom DeMarco e Timothy Lister, os maiores desafios enfrentados no trabalho não são de natureza tecnológica, mas social. Desta forma, a colaboração entre as pessoas é uma parte importante da solução.

No livro Peopleware: Productive Projects and Teams, os autores defendem que a colaboração no trabalho:

  •  gera mais produtividade, pois reduz o tempo necessário para a execução de tarefas, 
  • aumenta a capacidade de resolução de problemas complexos, 
  • melhora a comunicação e 
  • facilita o processo de aprendizagem.

A tomada de decisão também é facilitada, pois profissionais colaborativos discutem entre si as diferentes opções para os problemas, pensam novas possibilidades e apoiam as ideias uns dos outros.

Parece um cenário muito romantizado? Vamos te mostrar que não é! 

Existe um método para chegar até lá e que, como citamos, envolve tanto a empresa quanto os líderes. Veja mais no tópico abaixo.

Qual o papel do líder para que essa soft skill faça parte da rotina?

As lideranças assumem um papel decisivo na construção de uma cultura colaborativa no trabalho. 

Além de servirem de exemplo para os colaboradores, os líderes também podem incentivar a colaboração por meio de recompensas pelos resultados coletivos, ao invés de focarem em metas individuais. 

Entre os estilos de liderança, o líder mentor é um dos que têm maior possibilidade de contribuir para a colaboração no trabalho, pois está baseado no compartilhamento de conhecimento e experiência por meio de relacionamentos sólidos com os liderados. 

O líder mentor age como orientador dos seus liderados, compartilhando sua bagagem, orientando, oferecendo escuta ativa, feedback construtivo, aconselhamento, suporte emocional. 

Além de tudo isso, sua postura colaborativa serve de modelo e inspiração para os demais profissionais. Por meio da própria atuação deste líder com seus liderados, inicia-se a construção de uma rede colaborativa na equipe, que pode se disseminar por toda a empresa.

Como implementar a prática colaborativa?

Para que a colaboração realmente seja uma prioridade, ela precisa fazer parte da agenda. Do contrário, todas as obrigações mais urgentes ocuparão seu lugar. 

E, enquanto só os resultados forem importantes, a competição será a personagem principal da organização. Ou seja, um clima organizacional pior, menos engajamento, menos retenção de talentos, menos pertencimento e muito mais adoecimento. 

Realizando workshops e rodas de conversa

Falar sobre a importância e os benefícios da colaboração no trabalho tanto para os profissionais como para a organização é um primeiro passo fundamental. 

Workshops e rodas de conversas com especialistas no assunto que possam trazer exemplos práticos do exercício da colaboração no dia-a-dia são muito bons. 

Mas também é importante ouvir os profissionais para compreender suas necessidades e quais as dificuldades que possuem para a prática colaborativa.

Priorizando as relações interpessoais

Indivíduos colaboram de maneira mais eficaz com aqueles que conhecem e confiam. Portanto, busque meios para promover conexões sólidas entre os membros da equipe.

Isso pode acontecer por meio de:

  •  criação de ambientes que contribuam para a interação entre as pessoas,
  • realização de reuniões regulares de equipe (presenciais e online) d
  • agendamento de atividades descontraídas, como happy hours, sessões de cinema, clube do livro ou a prática de atividades físicas coletivas.

Tudo isso permite que os membros da equipe possam interagir em contextos diferentes do laboral.

Definindo com clareza as responsabilidades de cada um

É muito importante que as lideranças definam com clareza as atribuições de cada profissional. Com limites bem definidos, não haverá mal entendidos sobre quem deve fazer o quê. 

Com isso, as iniciativas de colaboração poderão ocorrer de maneira mais assertiva, sem o receio de estar invadindo as responsabilidades de outra pessoa. Ou ao contrário, sem estimular que algum profissional se aproveite da disponibilidade de outro para deixar de fazer seu papel. 

A ideia da colaboração é que os profissionais contribuam entre si com ideias, orientação, recursos e tudo o que for possível. Além de oferecerem feedbacks e opiniões embasadas para tomadas de decisão, além de suporte para a concretização dos objetivos comuns.

Promovendo segurança psicológica

Definitivamente, a colaboração será muito mais precária ou rara em ambientes onde não há segurança psicológica

As pessoas precisam se sentir seguras para compartilhar suas ideias e dar sua contribuição sem medo de serem constrangidas, ignoradas ou ridicularizadas em público.

Oferecendo psicoterapia como benefício

Um recurso muito importante para cultivar o autoconhecimento e o fortalecimento da autoestima é a psicoterapia. 

As empresas que oferecem esse benefício certamente terão profissionais mais dispostos a tomar iniciativas de colaboração.

Afinal, descobrir o que está por trás da necessidade de competição no trabalho pode ser algo importante. Muitas vezes isso vem da empresa, mas pode tanto ser internalizado pelos colaboradores quanto reproduzido “naturalmente”.

Por outro lado, falar sobre como a cultura de competição está fazendo mal, descobrir os caminhos para lidar com isso e até propor conversas, caso haja espaço para isso no trabalho, pode ser muito importante.

Tanto para a saúde mental quanto para o bom desempenho profissional.

Estruturando programas de mentoria

Além da presença do líder mentor, criar programas de mentoria organizacional é uma excelente maneira de estimular a colaboração no trabalho. 

Os programas de mentoria possibilitam que o conhecimento e a experiência acumulados pelos profissionais sejam compartilhados com seus colegas. 

Quando isso é feito de maneira estruturada, fazendo uma intersecção entre os objetivos da empresas e os gaps de conhecimento dos colaboradores mentorados, os ganhos podem ser multiplicados. 

O processo de mentoring impacta diretamente os indivíduos que formam as duplas de mentor-mentorado, mas também beneficia os demais integrantes das equipes, pois quem participa do programa tende a agir de maneira muito mais colaborativa com todos. 

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Nós acreditamos que saúde mental é inegociável. E, além disso, cuidar de aspectos organizacionais que a influenciam pode ser a chave para resultados muito melhores.

Afinal, é isso o que as pesquisas internacionais mais recentes têm apontado. Nosso portfólio de serviços é personalizável de acordo com as necessidades da sua empresa!

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Autor

Carol Motta

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Redatora sênior, especialista em SEO On Page, cientista social e com experiência em conteúdos de saúde e RH. Trabalha para viver num mundo em que as pessoas sejam mais saudáveis e as organizações, mais inclusivas.