Como o apoio à saúde mental ajuda a manter a empregabilidade?

A empregabilidade dos colaboradores é fundamental para as empresas e os benefícios de saúde mental são fundamentais para que estas tenham talentos no seu quadro de funcionários. 

Se a sua organização quer ser bem vista no mercado, ter profissionais diferenciados e com alta performance, chegou a hora de ouvi-los. Mais do que isso: planejar e realizar ações para que eles queiram continuar ali. 

Por isso, cuidar do bem-estar psicológico e do clima organizacional não são tarefas opcionais. 

Neste artigo, você vai ver:

Qual a importância da empregabilidade?

Ao falar de empregabilidade, a maioria das pessoas pensa no momento de recrutamento e seleção. Nesta fase, ela é realmente fundamental! É o que define se um candidato está numa posição competitiva no mercado de trabalho ou não. 

E isso pode ser dramático, inclusive influenciando muito a saúde mental, uma vez que conseguir ou não um novo emprego tem diversas implicações. 

Segundo a pesquisa “Impactos do Desemprego na Saúde, Emoções e Relacionamentos”, do SPC Brasil, após serem demitidas do trabalho:

  • 70% das pessoas sentem-se ansiosas
  • 60% consideram-se deprimidas
  • 64% ficam ansiosas ou nervosas
  • 56% dizem estar com a autoestima baixa

Ou seja, não tem nada positivo em romantizar o layoff. Qualquer demissão afeta gravemente a saúde mental das pessoas que foram desligadas, por isso, isso deve ser feito com muito cuidado.

Mais do que isso: toda a ação (ou falta de ação) da empresa para manter funcionários felizes nos seus empregos deve ser revista.

É papel dos líderes, antes de demitir alguém, perguntar se ele e a organização fizeram tudo o que podiam para que isso não precise acontecer. E, caso não tenha sido feito, pensar em como realizar o mais rápido possível. 

A relevância da empregabilidade para empresas

A empregabilidade continua sendo importante mesmo quando o trabalhador está empregado, pois possibilita a sua manutenção no cargo. 

Neste momento, inclusive, a empregabilidade torna-se relevante não só para os funcionários quanto para a empresa que os contratou. 

Através dela as empresas retém talentos e, consequentemente, diminui os diversos gastos com demissão e contratação de novos funcionários. Isso é especialmente importante, porque não vivemos mais num mundo em que os empregados ficam 20 ou 30 anos na mesma empresa. 

Atualmente, metade dos trabalhadores brasileiros considera mudar de emprego – segundo uma pesquisa realizada pelo LinkedIn. Ou seja, está cada vez mais difícil manter o quadro de funcionários estável e isso gera impactos muito negativos nas empresas. 

Além dos gastos já mencionados, isso afeta o clima organizacional, a relação entre colegas e líderes, a saúde mental dos colaboradores e, consequentemente, seu desempenho profissional.

Por outro lado, manter-se no atual emprego é também algo desejável para os colaboradores. A questão é que qualquer contrato de trabalho é uma via de mão dupla. 

O colaborador, num primeiro momento, quer continuar na empresa que o contratou; mas, para que ele continue querendo, o local de trabalho precisa ser saudável, ter um plano de desenvolvimento individual, oferecer bons benefícios, entre outros. 

Pilares da empregabilidade: quais são e o que fazer?

Segundo José Augusto Minarelli, que desenvolveu o conceito, a empregabilidade do colaborador é definida pelo seu nível de experiência e habilidades profissionais. 

Mas, como você já viu, ela é construída tanto pelo profissional quanto pela empresa onde ele está inserido. Por isso, nos pilares abaixo você vai ver recomendações para fortalecer essa parceria. 

Alinhamento vocacional

Não adianta procurar uma profissão super rentável e que é uma tendência do mercado se o profissional não tem nenhuma vocação para a área. 

Ele só vai se frustrar quando, depois de ter investido em cursos, mentorias e treinamentos, colocar a mão na massa e ver que aquilo não anda. E, no fundo, nem faz muito sentido. 

Por isso é tão importante trabalhar o autoconhecimento. Seja através de uma consultoria de carreira ou um processo psicoterapêutico, esse é o primeiro passo para fazer melhores escolhas profissionais.

Ao mesmo tempo, se a empresa está vendo, preferencialmente através de pesquisas e levantamentos de dados, que um funcionário não está rendendo na função que ocupa; a melhor coisa a fazer é conversar com ele e tentar realocá-lo em outro departamento. 

É claro que isso não vai ser feito de qualquer jeito. É preciso cuidado no tom dessa conversa, para que ela não seja muito agressiva e assuste o colaborador, mas ela precisa acontecer para manter a empregabilidade.

Saúde física e mental

Colaboradores produtivos e engajados, que tem satisfação em desenvolver seu trabalho e que estão em busca de crescimento profissional são colaboradores que estão com a saúde em dia. 

Atualmente, 4 em 5 brasileiros consideram mudar de carreira. Um cenário que parece ser uma tendência dos países latino americanos e o principal motivo é a busca por mais qualidade de vida. 

Por isso, se de um lado é função dos colaboradores manter em dia sua saúde física e mental em dia, é preciso que ele tenha condições de fazer isso. 

O acompanhamento psicoterapêutico, por exemplo, pode ser bastante oneroso e, caso ele precise fazer uma cirurgia ou ter algum acompanhamento mais especializado, talvez ele não consiga fazer isso pelo SUS. 

Atualmente, apenas 25% dos brasileiros têm plano de saúde, por exemplo. E, entre os 50 milhões de brasileiros que possuem, 75% só têm acesso porque é um benefício concedido pelas empresas – segundo a tabela da Anvisa

Mas, enquanto a maior parte das empresas já oferece benefícios de saúde, 82% dos trabalhadores brasileiros afirmaram, no Global Learner Survey,  que não têm nenhum benefício de saúde mental apesar de 92% deles priorizarem empresas que ofereçam este apoio psicológico. 

A mensagem é claríssima: deixar de cuidar da saúde mental dos seus funcionários não é mais uma opção. 

Competência profissional

A competência profissional pode ser medida pelas hard skills e soft skills de um colaborador. É vital para a manutenção do seu emprego que ele se mantenha atualizado em ambos os sentidos. 

Inclusive, vale a pena salientar que normalmente as habilidades técnicas são as que mais chamam a atenção, mas 80% dos executivos disseram que não contratariam profissionais que não tivessem habilidades técnicas exigidas na vaga.

Esse dado foi obtido através de um estudo da PageGroup, com o foco em salientar as habilidades comportamentais mais exigidas por líderes da América Latina.  E, de acordo com as respostas do mesmo estudo, as mais difíceis de encontrar são:

  • Inteligência emocional (42,9%)
  • Trabalho em equipe (38,4%)
  • Comunicação assertiva (31,1%)

Agora, o que as empresas podem fazer para ajudar o colaborador a desenvolver essas soft skills? Realizar eventos como palestras e workshops pode ser uma opção bastante interessante. 

Também vale a pena mencionar que, junto ao desenvolvimento das competências, o comprometimento com o trabalho é outro aspecto essencial para a empregabilidade.

Educação financeira

Fazer uma boa gestão das próprias finanças também é outro aspecto importantíssimo, já que os investimentos para se manter atualizado podem impactar bastante o orçamento do colaborador ou candidato. 

É bastante importante manter uma reserva de emergência que seja o suficiente para pagar as contas mensais num período de 6 meses a 1 ano. Dessa forma, é possível se prevenir de eventualidades na vida profissional ou pessoal. 

Por isso, uma ação muito interessante é organizar rodas de conversa para a conscientização do controle financeiro de cada um. Também é possível oferecer workshops para mostrar o passo-a-passo de como fazer isso. 

Relacionamentos interpessoais

Não é novidade para ninguém que um bom networking pode ajudar muito na empregabilidade. Conhecer pessoas pode gerar indicações para trabalhos e outras oportunidades profissionais que aconteceriam com muito mais dificuldade de outra forma. 

Afinal, o ser humano é um animal social e, resumidamente, gosta de estar entre os seus. Como vimos durante o período de isolamento, o convívio com outras pessoas faz muita falta. Não só para a regulação da nossa saúde mental, mas também da nossa saúde neurológica mesmo.

Um colaborador também pode se beneficiar muito de relacionamentos saudáveis à sua volta. Se ele é bem-visto na empresa e tem afinidade com colegas e líderes, as chances de conseguir uma promoção ou uma bonificação é maior. 

Além disso, ter uma rede de apoio pode ser muito importante para manter a motivação no trabalho. 

Saúde mental como diferencial competitivo na empregabilidade

O Brasil tem péssimos índices de saúde mental. Um dos mais alarmantes deles é que é o segundo país com mais diagnósticos de síndrome de Burnout no mundo todo. Sem contar a subnotificação de casos que ainda é muito comum. 

A pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, da consultoria Robert Half, mostrou alguns dados interessantes:

As ações mais comuns das empresas quando um funcionário tem síndrome de Burnout, são:

  • Estímulo ao cumprimento do expediente com respeito à pausa para almoço e desconexão
  • Oferta da possibilidade de consulta com um profissional da saúde mental quando necessário
  • Promoção de ações de conscientização sobre a síndrome

Ou seja, muito menos do que o suficiente para tratar uma síndrome extremamente complexa e com sintomas incapacitantes. 

Isso porque boa parte das pessoas diagnosticadas com a síndrome precisa ser afastada. Inclusive, os afastamentos por Burnout mais do que dobraram no Brasil segundo a ABRH

Além disso, a psicoterapia é obrigatória para a recuperação da saúde mental, além da necessidade de tratamento psiquiátrico e, em alguns casos, tratamento de sintomas e doenças físicas que a síndrome pode trazer também. 

As ações acima são insuficientes inclusive para avaliar o nível de saúde mental das equipes. Uma ação muito importante justamente para que as pessoas possam ser acompanhadas e, sendo o caso, diagnosticadas, o mais rápido possível.

E se parece que o tom dessa conversa é grave, é porque é mesmo. Mas isso não é tudo. 

Ainda segundo a pesquisa da Robert Half, para a maior parte dos líderes (60%) e liderados (56%), a liberdade para expor os sentimentos no ambiente corporativo se manteve a mesma. 

Assim como o nível de preocupação da empresa em relação à saúde mental para 41% dos liderados e 39% dos líderes.

Podemos perceber então que a falta de segurança psicológica, na prática, é a regra e não a exceção. Assim como o apoio à saúde mental. Tivemos, sim, um aumento da preocupação por parte das empresas nos últimos anos. Mas também aumentaram o número de pessoas com transtornos mentais no ambiente de trabalho: de 10% fomos para quase 30%, segundo um levantamento da VR com o Instituto Locomotiva

Como está o cenário na sua empresa?

A missão da Vittude é democratizar o acesso à saúde mental. Para nós, ela é inegociável. 

Sabemos que esse é um grande desafio para as organizações e é por isso que temos um portfólio de serviços personalizados com três pilares: diagnóstico, educação e psicoterapia. 

Somos a única empresa do mercado especializada em saúde mental corporativa no Brasil. A prova disso é nossa parceria de sucesso com  empresas como Grupo Boticário, Banco do Brasil, SAP, Telhanorte e L’Oreál.

Adaptamos os nossos serviços às suas necessidades para, juntos, construirmos um futuro melhor para a sua empresa e para a sociedade.

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Autor

Carol Motta

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Redatora sênior, especialista em SEO On Page, cientista social e com experiência em conteúdos de saúde e RH. Trabalha para viver num mundo em que as pessoas sejam mais saudáveis e as organizações, mais inclusivas.