Pessoas com resiliência emocional são as mais aptas a enfrentar desafios e ter desfechos positivos diante deles. Mas, na maioria das vezes, esta não é uma habilidade inata. Ao contrário, é algo que requer muito esforço para ser construído.
Até porque as reações mais comuns diante de momentos conturbados são o aumento do estresse e dos conflitos organizacionais. Ao mesmo tempo, a queda da produtividade, performances ineficazes e o não cumprimento de metas aparecem. Este não é o cenário que você quer na sua organização.
Por isso, ao invés de simplesmente esperar que todos os colaboradores sejam resilientes por natureza, é fundamental ajudá-los a desenvolver esta habilidade tão importante.
Neste artigo, você vai ver:
A resiliência emocional é uma das habilidades mais importantes para encarar desafios e superar problemas.
Mas existem muitos mitos e concepções erradas sobre essa soft skill. Por exemplo, ser resiliente não é simplesmente aguentar tudo e se manter imóvel. É o que você faz para conseguir se levantar o mais rápido possível depois de uma queda.
Até porque você não é uma rocha. Você é afetado constantemente por fatores externos, pelo que sente e pelo que ambos provocam no seu corpo. Reconhecer os seus limites, inclusive, é algo muito importante para que você seja resiliente.
A maneira mais fácil de entender esse conceito é olhar para um atleta. Pense num maratonista correndo. Ele fica cansado, mas não desiste. Ele fica com a respiração rápida e o coração acelerado, mas não desiste. Suas pernas começam a doer, mas ele não desiste.
Mas até correr a maratona ele se preparou muito bem. Foi disciplinado com a sua rotina de exercícios, contou com apoio físico e psicológico de profissionais da saúde e só então tentou, dia a dia, superar os seus limites.
A diferença é que, no caso da resiliência emocional, os desafios são psicológicos.
E eles podem ser consequência de um ambiente de trabalho desorganizado e que gera vários ruídos entre os colaboradores. Ou de uma organização que vive numa necessidade acelerada de resultados e acaba sobrecarregando os funcionários.
Estes contextos são, infelizmente, muito comuns, mas a reação de cada pessoa a eles pode ser muito diferente.
Desenvolvido pelo pediatra Ken Ginsberg, os 7Cs da resiliência são utilizados até hoje para ajudar pessoas de todas as dificuldades a desenvolver esta habilidade.
Veja a seguir:
Competência: a habilidade de resolver problemas com eficiência
Confiança: acreditar em si mesmo é o que permite ir além dos obstáculos
Conexão: uma premissa para a manutenção da saúde mental
Caráter: ser responsável por suas ações e seguir princípios éticos
Contribuição: entender que você faz parte do todo, portanto, deve doar-se para o bem comum
Combate: coragem para encarar os desafios
Controle: ter serenidade e paciência para fazer as melhores escolhas
Mesmo assim, é fundamental afirmar que ser resiliente e tolerar abusos são coisas completamente diferentes. Nenhum funcionário precisa tolerar assédios morais e sexuais, um ambiente tóxico ou pressões desmedidas. Isso não é resiliência, é rigidez.
É muito importante separar o que é responsabilidade do funcionário e o que é responsabilidade das empresas. Até porque viver sob altos níveis de estresse é o melhor caminho para direcionar qualquer pessoa ao Burnout.
E adoecimento psíquico não é uma meta. É algo que deve ser evitado a qualquer custo!
O próprio conceito de resiliência vem da física e é utilizado para explicar o fenômeno de corpos que voltam ao seu estado original sem sofrer danos. Já o que acontece quando você se mantém numa relação tóxica, seja na vida pessoal ou profissional, é a contínua destruição do seu bem-estar.
Ou seja, não são só comportamentos diferentes, mas opostos.
Treinar a resiliência emocional tem vantagens enormes tanto para o trabalho quanto para a vida pessoal.
Essa competência é especialmente visada por recrutadores e líderes porque significa flexibilidade aos cenários mais complexos, maturidade emocional e uma forte iniciativa para buscar resultados. Ou seja, características extremamente valiosas para as empresas.
Por causa disso, ter um profissional resiliente na equipe tem diversos benefícios, como os listados abaixo:
O estresse faz parte da rotina de quase todos os profissionais. Segundo uma pesquisa do ISMA, 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem com esta reação do organismo a situações desafiadoras.
E já que ele deixa as pessoas prontas para reagir, pode gerar inúmeros problemas no trabalho. Não só aumenta o número de conflitos interpessoais, mas pode prejudicar a tomada de decisão.
Assim, o autogerenciamento do estresse evita tudo isso e ainda contribui para a saúde mental e organizacional, além de aumentar a eficiência no ambiente profissional.
Esse autocontrole das emoções, junto à autoconfiança e vontade de buscar a melhor performance individual – ou do time, caso esse funcionário seja um líder – também ajudam muito a aumentar a produtividade.
Tudo isso aumenta a força mental e, consequentemente, o foco nas tarefas realizadas. Assim, o trabalho rende mais. Com mais disciplina, é possível realizar mais em menos tempo.
Porém, é importante não esquecer de fazer pausas. Mesmo que o profissional esteja “à todo vapor”. As pausas ajudam nessa regulação emocional e, por isso, é ainda mais provável que esta alta produtividade se mantenha.
Um dos maiores benefícios da resiliência emocional, sem dúvida, também é a construção de um ambiente profissional mais saudável.
Um colaborador resiliente já contribui nesse sentido, mas se for incentivado pela empresa, essa habilidade tende a ser desenvolvida em outras pessoas e as vantagens serão exponenciais!
Uma pessoa resiliente está à vontade com a sua vulnerabilidade. Como diz a pesquisadora e escritora Brené Brown: “Vulnerabilidade é nossa medida mais precisa de coragem.”
Como você viu, a coragem é uma das forças que compõem a resiliência emocional. Além disso, uma pessoa consciente de si, é menos insegura. Ela sabe que soft skills possui e quais ainda precisa desenvolver.
Por isso, através do autoconhecimento ela também aumenta a sua inteligência emocional e consegue tanto evitar conflitos quanto resolvê-los com mais facilidade.
Ela não tem medo de assumir quando está errada nem de buscar um diálogo saudável para solucionar qualquer questão que esteja provocando ruídos na relação com colegas ou líderes.
A capacidade de pensar e agir estrategicamente é muito valiosa nas organizações. Fazer isso significa ser mais assertivo, otimizar recursos, antecipar problemas, manter o foco nos resultados e estar constantemente alinhado com os objetivos da empresa.
E todos esses benefícios podem ser conquistados através da resiliência pela capacidade de autocontrole, maior clareza mental, serenidade e atenção à finalidade do trabalho.
Já mencionamos os 7Cs da resiliência emocional, que definem essa habilidade. Porém, vale a pena nos debruçarmos com mais detalhes sobre outras características que também contribuem muito para este processo.
Veja quais são elas:
A flexibilidade é uma característica fundamental para atingir a resiliência emocional. Talvez você já tenha ouvido o seguinte provérbio chinês: “Seja como o bambu, incline-se diante do vento, mas nunca se quebre”.
Essa habilidade não tem a ver com estar a todo momento em posição de ataque. Aliás, manter-se assim é algo que gera um estresse enorme, aumentando o nível de cortisol e adrenalina.
A ideia aqui é respeitar o movimento e adaptar-se a ele.
Num semestre, por exemplo, a empresa pode ter muitos lucros e os colaboradores podem ter que lidar com excesso de trabalho, mas, no semestre seguinte, pode ser necessário fazer cortes. São duas situações opostas, mas ambas exigem adaptação e maleabilidade mental.
Também é uma grande demonstração de resiliência e inteligência emocional, não reagir no calor do momento. A impulsividade, inclusive, pode gerar ainda mais problemas e isso te distancia ainda mais de uma postura resiliente.
Enfrentar desafios é a essência desta soft skill, mas isso é feito de uma maneira madura, responsável e racional.
Para isso, o primeiro passo não é “ir à luta”. É permitir-se processar o acontecimento, refletir sobre ele e, com a mente clara, chegar a uma estratégia de superação.
Num cenário de alta competitividade e necessidade de resultados pode ser difícil manter-se autoconfiante. E, enquanto essa postura é exigida no trabalho, muitas coisas podem estar acontecendo na vida pessoal de todos nós.
Mas autoconfiança também não é fingir que está tudo bem o tempo todo. Ao contrário disso, só é possível ser autoconfiante quando você sabe quais são seus limites, as questões que precisam ser melhoradas, mas mesmo assim sabe do seu potencial para realizar seus objetivos.
E esta é uma característica fundamental para a resiliência emocional. Afinal, sem acreditar que você consegue, é impossível resistir às adversidades.
Pessoas resilientes não demoram para se recuperar, porque não desistem no primeiro problema. Elas sabem que isso faz parte do processo, mas conseguem manter o equilíbrio porque o seu foco está lá na frente.
Faça um teste: veja quanto tempo você consegue se manter numa posição de yoga olhando para o chão. Depois faça a mesma coisa, mas com a coluna ereta e olhando para um ponto fixo diante de você.
Todas as pessoas precisam de uma rede de apoio, principalmente em crises e situações desafiadoras. A presença da família, amigos e até mesmo colegas de trabalho é imprescindível.
Isso não diminui em nada sua autonomia, sua liberdade e sua independência. Aliás, isso só acontece em relacionamentos abusivos. Mas, ao mesmo tempo, a manutenção da nossa saúde mental e neurológica requer a existência de outras pessoas na nossa vida.
Portanto, o ideal é ter relacionamentos próximos e saudáveis.
Ela é indispensável em todos os momentos da vida e não poderia ficar de fora quando o assunto é superação.
Por tudo o que já citamos aqui, você já percebeu que o autoconhecimento, a serenidade e o autocontrole são fundamentais para a criação de resiliência emocional. Aliás, esta relação é tão próxima que a saúde mental é extremamente beneficiada pela resiliência.
Podemos até entender ambas como sinônimos, uma vez que todas as capacidades envolvidas na construção desta habilidade, citadas neste artigo, também são as responsáveis pela manutenção da saúde mental.
Agora que você já conhece as imensas vantagens da resiliência emocional no trabalho, que tal pensar em ações estratégicas para desenvolvê-las nos colaboradores?
Listamos as ações abaixo para te ajudar!
Nada melhor que começar aprendendo com um profissional especializado, não é? Um evento como esse não vai só abordar a resiliência emocional na teoria, mas vai ensinar algumas práticas importantes aos colaboradores.
Também pode ser interessante fazer um workshop para os líderes e outro para os liderados. Assim, a aplicabilidade dos ensinamentos na prática será ainda mais certeira.
A resiliência é conquistada através do autoconhecimento. Não existe outro caminho. Mesmo com ações em grupo, é essencial que em algum momento os colaboradores possam ter esse acompanhamento individual.
Aprender a não bloquear as emoções e, além disso, questionar-se o porquê delas terem sido afloradas, por exemplo, são alguns comportamentos que podem virar a chave da maturidade emocional para muitos trabalhadores.
Na psicoterapia, ainda podem ser debatidos temas relacionados ao trabalho que poucos profissionais se sentem à vontade para expressar em eventos da empresa. Justamente por medo de represálias.
A psicoterapia tem inúmeros benefícios que vão para além da construção dessa soft skill, mas melhorar a saúde mental das pessoas como um todo e tem muitos outros benefícios além dos já citados aqui. Tanto para o paciente quanto para a empresa.
Já falamos que workshops específicos para a liderança podem ser importantes. Mas, além deste tipo de ação, um treinamento mais profundo, abrangente e, de preferência, com possibilidade de uma interação maior, faz toda a diferença.
Afinal, os líderes são aqueles que carregam o maior nível de pressão no trabalho. Como responsáveis pelo seu trabalho e também pela gestão dos colaboradores, são pessoas com muito mais tarefas a serem desempenhadas.
Num treinamento como esse, podem ser melhoradas as habilidades de comunicação, empatia, criatividade, gestão de crise, desempenho geral e todas as que já citamos relacionadas à resiliência.
O mindfulness, a respiração consciente e a meditação são práticas indispensáveis para a construção da resiliência. Todos estes ajudam na regulação emocional, fundamental para enfrentar os desafios de maneira mais equilibrada.
Além disso, o mindfulness e a meditação também contribuem para o aumento da consciência corporal, na redução de pensamentos negativos (muitas vezes fruto de níveis elevados de ansiedade), no aumento da concentração, na diminuição do estresse e melhora da saúde mental em geral.
Estabelecer uma prática no meio da manhã ou da tarde pode ajudar a obter todos esses benefícios.
A Vittude é uma empresa especializada em saúde mental corporativa.
Nosso portfólio de produtos possui soluções tanto para empresas, focadas em diagnóstico e educação, quanto para os colaboradores, com mais de 3.000 psicólogos que passaram por um processo de seleção altamente rigoroso.
Podemos te ajudar a aumentar a resiliência emocional da sua equipe através de workshops, rodas de conversa e treinamentos; além de atuarmos junto com a sua empresa na construção de um programa de saúde mental focado nas suas necessidades.
Para mudar o paradigma de saúde organizacional em que você e os colaboradores estão hoje, converse com um de nossos especialistas.
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