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Sustentabilidade empresarial: não é opção, mas necessidade

Os efeitos do impacto ambiental que causamos não são uma consequência que teremos que lidar no futuro. Não, estamos sofrendo com isso hoje. Tanto que já precisamos começar a falar até sobre refugiados climáticos.

O número de crianças que morrem precocemente por conta de doenças agravadas pelas mudanças climáticas é absurdo. 

E não dá para falar no assunto sem envolver as empresas, pois elas são uma das principais responsáveis pelo problema. Ele está tão grave que discutir sustentabilidade empresarial não é mais suficiente, as empresas precisam agir (e rápido), pois a sociedade está cobrando.

De acordo com a UNICEF, aproximadamente 2 bilhões de crianças e adolescentes vivem em áreas onde os níveis de poluição do ar excedem os padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e mais de meio milhão de crianças menores de 5 anos morrem de causas relacionadas à poluição do ar. 

Só de pneumonia, são aproximadamente 2.4 mil crianças morrendo diariamente em todo o mundo. 

Não dá para continuar sacrificando o presente e o futuro dessa geração (e também o nosso!). 

Se hoje tantas crianças estão sendo fatalmente afetadas pelo impacto ambiental que causamos, as que sobreviverem a este cenário desafiador, serão adultas em um mundo cada dia mais inóspito e perigoso. E muitos de nós ainda estaremos por aqui.

Sustentabilidade empresarial é uma necessidade tão urgente que para agirmos em tempo hábil, precisamos começar agora. 

Neste texto, você verá:

O que é sustentabilidade empresarial?

Nas empresas, a sustentabilidade empresarial envolve a criação de estratégias que promovam o crescimento do negócio com o menor risco socioambiental possível. Não estamos falando só de preservação do meio ambiente, mas de como não protegê-lo afeta a vida das pessoas e a economia como um todo.

A ideia é desenvolver modelos de crescimento organizacionais que possam se sustentar ao longo do tempo, com a utilização de recursos de maneira equilibrada. Além da promoção de ações com impacto social e econômico de longo prazo para a comunidade, incluindo os grupos minoritários.

Apesar de ainda precisarmos conscientizar as empresas, o assunto não é novidade. O conceito de sustentabilidade começou a ganhar destaque na década de 1980. 

O Relatório Brundtland (1987), também conhecido como “Nosso Futuro Comum”, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, desempenhou um papel crucial ao popularizar o conceito de desenvolvimento sustentável. 

O documento definiu sustentabilidade como “suprir as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as próprias necessidades”.

Uma das propostas era que as empresas passassem a adotar estratégias que considerassem não apenas o lucro, mas também o impacto social e ambiental de suas atividades. 

Em outras palavras, as empresas devem continuar a crescer mas sem comprometer o meio ambiente, tampouco o bem-estar social. 

Na prática, isso pode ser traduzido em: 

  • maior transparência sobre as ações e os processos da empresa;
  • ações mais efetivas de diversidade e inclusão; uso de tecnologia verde,
  • logística reversa e economia circular; valorização de mercados locais para o suprimento de matéria prima,
  • mão de obra e outros recursos;
  • iniciativas de educação e profissionalização de comunidades locais.

Infelizmente, o que as empresas têm feito até então ainda não é suficiente para o que precisamos.

A norma internacional ISO 14001 é uma das iniciativas criadas para ajudar as organizações a avançarem na implementação de sistemas e programas de gestão ambiental nas suas operações. 

Para ser uma empresa certificada ISO 14001, é preciso efetivar uma estrutura composta por seis etapas: 

  1. Definição de uma política ambiental,
  2. Identificação e avaliação dos aspectos ambientais,
  3. Definição de objetivos e metas ambientais,
  4. Elaboração de um programa de gestão ambientais,
  5. Implementação de um sistema de monitoramento
  6. Controle e revisão e melhoria contínua.

Além disso, é óbvio que a empresa precisa estar em dia com as regulamentações e legislações ambientais aplicáveis a seu segmento e porte.

Agora, entenda quais são os outros dois pilares da sustentabilidade empresarial!

Quais os pilares da sustentabilidade empresarial?

Você já deve ter ouvido falar em ESG. O termo, usado pela primeira vez em um relatório da ONU de 2004 intitulado “Who Cares Wins”, fundamenta as ações de sustentabilidade empresarial da atualidade. 

Ele funciona como um conjunto de parâmetros para verificar se uma empresa é ou não sustentável do ponto de vista dos três aspectos que engloba. Afinal, ESG é uma sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança.

Apesar de o ESG ter se popularizado nos anos 2000 e estar hoje fortemente relacionado com a sustentabilidade empresarial, muito antes disso já havia um trinômio utilizado para embasar o conceito. 

John Elkington, consultor britânico conhecido como um dos precursores da responsabilidade social e ambiental nas empresas, autor do best-seller Guia do Consumidor lançado em 1988, foi o criador do tripé da sustentabilidade, famoso no meio acadêmico. 

O tripé se refere aos resultados organizacionais medidos em termos sociais, ambientais e econômicos e tem uma relação conceitual com a mais recente sigla ESG.

Estamos trazendo esse histórico para você entender que a conversa sobre sustentabilidade empresarial não é nova do ponto de vista teórico. O que faltam são iniciativas que coloquem em prática de maneira efetiva tudo o que vem sendo discutido há pelo menos quatro décadas.

Veja agora o que significam os pilares da sustentabilidade empresarial:

Social

Diz respeito às práticas cujo objetivo é o desenvolvimento da sociedade, incluindo todos os públicos com que a empresa se relaciona: funcionários, comunidades, clientes. Inclui temas como diversidade e inclusão, direitos humanos, relações trabalhistas e responsabilidade social corporativa.

Econômica

Refere-se à estrutura de governança e práticas de gestão da empresa. Pode incluir transparência e ética nos negócios, independência do conselho, remuneração justa aos trabalhadores, combate à corrupção, entre outros temas.

Ambiental

Trata do impacto ambiental provocado pelas práticas da empresa, incluindo aspectos como,  mudança climática, gestão de resíduos, eficiência energética e conservação da biodiversidade.

O motivo de a sustentabilidade empresarial está sendo uma pauta central nos ambientes corporativos, ao menos do ponto de vista teórico, é que a sociedade está cada dia mais consciente da urgência climática que vivemos. 

Com isso, a cobrança para que as empresas transformem suas práticas para causar menos impactos socioambientais tem sido cada vez maior.

Qual a importância de ser sustentável?

Não podemos ser ingênuos de pensar que as empresas estão tomando consciência sobre seu papel socioambiental apenas porque entendem o quão grave é a situação que vivemos. 

Isso pode pesar, mas sabemos que, no final das contas, é a aprovação dos consumidores que elas buscam. 

Em um estudo da Cone, 92% dos consumidores afirmaram ser mais propensos a confiar em marcas que são ambientalmente ou socialmente conscientes e 88% deles afirmaram ser mais leais a empresas que apoiam questões sociais e ambientais. 

A maioria dos consumidores millennials (75%), nascidos entre o início da década de 80 e o final da década de 90, estão dispostos a pagar mais em um produto ambientalmente sustentável,segundo um estudo da GreenPrint. 

Ou seja, as empresas que desejam se sustentar ao longo do tempo, precisam se ajustar às demandas socioambientais que os consumidores trazem. Ou pagarão um custo muito mais alto do que o investimento necessário para se adequarem. 

Além disso, o uso de fontes de energia mais limpas e a criação de soluções operacionais sustentáveis também podem ser uma forma muito eficiente de diminuir custos. 

Certamente a criação e implantação de novas soluções demandará esforços e recursos iniciais consideráveis, mas o investimento é válido, pois o compromisso socioambiental se trata de uma questão crucial para que as empresas continuem existindo a longo prazo.  

E não estamos sendo exagerados. A adesão de grandes corporações demonstra que é uma atitude inteligente investir em sustentabilidade. 

Uma prova disso é o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), uma iniciativa criada em 2005 pela da B3, a Bolsa de Valores brasileira, que tem como objetivo avaliar o desempenho das empresas em termos de sustentabilidade corporativa. 

O ISE serve como uma referência para investidores interessados em empresas socialmente responsáveis e sustentáveis, proporcionando maior visibilidade e reconhecimento para aquelas que adotam práticas ESG em suas operações.

Percebe como a sustentabilidade empresarial é também um bom negócio? 

Como uma empresa pode se tornar sustentável?

Modificar as práticas e os processos da empresa para que se torne sustentável exige certo esforço e investimento. Não se trata apenas de realizar ações pontuais, mas de modificar toda a cultura organizacional. Isso demanda tempo, recursos humanos e também financeiros.

Mesmo assim, é algo que vale a pena, pois se reflete na imagem da marca, contribuindo para a competitividade da empresa no mercado, a retenção de talentos, o employer branding e a visibilidade da empresa junto a investidores.

Não faça greenwashing

Com todos esses atrativos para se tornar uma empresa sustentável, surgiram muitas iniciativas oportunistas, a que logo o mercado deu o nome de greenwashing. 

O greenwashing busca capitalizar a crescente preocupação ambiental, muitas vezes desviando a atenção de práticas empresariais não sustentáveis e maquiando ações pontuais para que pareçam mais relevantes do que realmente são.

Não faça greenwashing. É arriscado, pois quando descobertas, as empresas pagam um preço altíssimo. Além do mais, fazer isso é jogar contra si mesmo, pois sustentabilidade ambiental é sobre continuar sendo possível viver neste planeta, não é mesmo?

Adote a coleta seletiva na empresa

A implementação eficaz da coleta seletiva por parte das empresas envolve o desenvolvimento de um programa estruturado e a conscientização dos funcionários. 

Algumas etapas que as empresas podem seguir para estabelecer um sistema de coleta seletiva são: avaliação Inicial, educação e treinamento, instalação de infraestrutura, parceria com empresas de reciclagem e campanhas de conscientização, além monitoramento e avaliação para que o programa seja continuamente melhorado.

Implementar a coleta seletiva não apenas contribui para a sustentabilidade, mas também pode reduzir custos com gestão de resíduos.

Cuide da saúde mental dos colaboradores

No pilar social, que compõe o tripé da sustentabilidade corporativa, é imprescindível envolver o cuidado com a saúde mental dos colaboradores. Um estudo do HUBRH+ da Associação Paulista de Recursos Humanos e de Gestores de Pessoas (AAPSA), concluiu que a saúde mental dos trabalhadores continua sendo o principal desafio das empresas no pós-pandemia.

A situação é realmente crítica no nosso país. Somos o segundo com mais casos de Síndrome de Burnout no mundo e o primeiro com mais pessoas ansiosas.  

Isso nos leva a questionar que tipo de relações profissionais estamos estabelecendo e qual a qualidade dos ambientes de trabalho que estamos construindo. Pensar nesses aspectos é urgente e exige que as empresas tomem providências o quanto antes. 

Para as organizações em que a saúde e o bem-estar dos trabalhadores não são motivo suficiente para criar soluções, vale a pena considerar os impactos financeiros da saúde mental para o negócio.

Segundo a OMS, 322 milhões de pessoas no mundo sofrem com depressão, causando um impacto de US$1 trilhão por ano na economia global

Não dá mais para continuar reproduzindo as condições de trabalho que contribuem para esse cenário. Cuidar da saúde mental dos colaboradores é uma forma das empresas manterem também a saúde do negócio a longo prazo. 

Para isso, investir em programas de saúde mental, apoio para tratamento psicoterápico, bem como construir ambientes de trabalho com segurança psicológica são medidas fundamentais que já vêm sendo adotadas por algumas empresas. 

Mas é preciso que todas olhem para o problema e façam a sua parte. 

Priorize o relacionamento com outras organizações sustentáveis

Formar parcerias com outras organizações sustentáveis é uma forma de aprender com as práticas alheias e ampliar o alcance das próprias ações. 

Há diversas maneiras de encontrar essas empresas. É possível verificar as que são certificadas pelo ISO 1400, as que possuem o ISE  (o índice praticado pela Bolsa de Valores) e as que são signatárias do Pacto Global da ONU.

Desenvolva políticas para a igualdade de gênero

A desigualdade de gênero da nossa sociedade ainda é gritante e se revela fortemente no mercado de trabalho. Além dos obstáculos invisíveis que se colocam no caminho da ascensão das mulheres aos cargos de liderança, ainda convivemos com desigualdade salarial. 

Mulheres recebem o equivalente a 58% da renda dos homens, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2019 do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) e empresas que perpetuam práticas como essas dificilmente serão reconhecidas como sustentáveis.

Crie planos de carreira para os colaboradores

Falar em sustentabilidade empresarial é também contribuir com o desenvolvimento dos colaboradores. 

As práticas de ESG por si só já contribuem para a retenção de talentos, mas as empresas que criam bons planos de carreira para seus funcionários certamente estarão entre as mais cobiçadas pelos profissionais.

Invista em projetos educacionais

Investir em projetos educacionais objetivando a inclusão da comunidade local e de membros de grupos minoritários como, mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQIAPN+ é uma prática de sustentabilidade bastante valorizada. 

Isso porque a educação tem um impacto social fortíssimo. Projetos educacionais possibilitam que as pessoas tenham acesso a conhecimentos, oportunidades de trabalho e de geração de renda que podem representar maior autonomia para os participantes a médio e longo prazo. 

Para as empresas que buscam inspiração para construir seus próprios projetos educacionais, vale a pena pesquisar o trabalho de algumas fundações que atuam com educação e são mantidas por empresas. 

Também vale ir em busca de projetos educacionais já consolidados para conhecer e investir em práticas que tenham a ver com o propósito da organização. 

A Vittude é a líder do mercado em saúde mental corporativa. Acreditamos que não há futuro para as empresas sem cuidar da saúde mental dos seus colaboradores. 

Somos uma organização signatária do Pacto Global da ONU dentro de 4 ODS: Saúde e Bem-estar,  Educação de Qualidade, Igualdade de Gênero e Trabalho Decente e Crescimento Econômico e apoiamos as empresas que desejam criar ambientes de trabalho com segurança psicológica de verdade. 

Para isso, oferecemos um ecossistema de soluções que engloba diagnóstico, educação, psicoterapia e dados integrados.
Converse com um de nossos especialistas para entender melhor as vantagens de ser nosso parceiro!

Carol Motta

Redatora sênior, especialista em SEO On Page, cientista social e com experiência em conteúdos de saúde e RH. Trabalha para viver num mundo em que as pessoas sejam mais saudáveis e as organizações, mais inclusivas.

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