O afastamento do trabalho de um funcionário pode acontecer por diversos motivos e nunca é vantajoso para a empresa que o seu colaborador se ausente das atividades, mesmo que temporariamente. Isso porque quando um trabalhador se afasta, é preciso substituí-lo e, com isso, pode acabar ocorrendo uma sobrecarga de demandas para outras pessoas.
Por isso, é muito importante entender as principais causas por trás do afastamento e como a empresa pode atuar para reduzir esses índices. Dessa forma, o dia a dia de trabalho e o clima organizacional se tornam mais saudáveis e produtivos.
Para entender tudo sobre afastamento do trabalho, os principais tipos e qual é o papel das organizações nesse tipo de contexto, continue a leitura. Todas as informações sobre o assunto estão aqui!
O afastamento do trabalho diz respeito a um período em que o funcionário se ausenta das suas atividades profissionais devido à impossibilidade de cumprir as suas responsabilidades.
Nesse meio tempo, ele continua recebendo o seu salário normalmente, portanto, não recebe descontos pelos dias que não compareceu ao serviço. No entanto, para que isso ocorra conforme a lei é preciso comprovar o motivo do afastamento do trabalho a partir das possibilidades que estão previstas na CLT, sob pena de falta injustificada.
Antes de conferir os tipos de afastamento do trabalho, é interessante ressaltar que, de acordo com a CLT, existem algumas situações de afastamento por um número determinado de dias em que o funcionário tem a falta justificada e não tem o dia abatido. São elas:
Dito isto, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê diversas situações em que o trabalhador tem o direito ao afastamento do trabalho, seja por razões de força maior ou por vontade própria também.
Trata-se de um benefício garantido na Constituição para as mulheres contribuintes da Previdência Social (INSS). Dessa forma, as mulheres gestantes têm o direito de se ausentar do trabalho, sem perdas salariais, pelo período de, no mínimo, 120 dias.
Neste contexto, a mulher pode deixar de comparecer às atividades a partir de 28 dias antes do parto ou fazer o pedido até 92 dias depois do nascimento da criança.
Para aquelas que trabalham em empresas privadas, os documentos devem ser entregues ao RH da empresa. Em outros casos, a gestante apresenta os documentos ao INSS.
Neste caso, o colaborador tem uma doença ou sofreu algum acidente que o impede de exercer as suas funções no trabalho. Dessa forma, a empresa é obrigada a cobrir o seu afastamento por um período de até 15 dias, sem descontos salariais.
Para isso, é necessário que o trabalhador envie um atestado médico que comprove que está impossibilitado de trabalhar, além de ser importante para indicar os dias necessários de afastamento.
Para períodos de afastamento maiores do que 15 dias, o funcionário precisa dar entrada no auxílio-doença do INSS, que é pago para quem está temporariamente incapaz de trabalhar. Para comprovar tal situação é preciso passar por uma perícia médica.
Por fim, o afastamento do trabalho por invalidez se trata de um benefício previdenciário devido à incapacidade total e permanente para o profissional que não é mais capaz de exercer as suas atividades.
Trata-se de um caso de afastamento bem extremo, pois a pessoa não tem mais perspectivas de voltar a trabalhar e, com isso, terá o seu contrato de trabalho suspenso. Assim, a responsabilidade de realizar o pagamento do salário nos anos seguintes passa a ser do INSS.
Vale pontuar que a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez só é possível se a perícia médica afirmar que a incapacidade do indivíduo se tornou permanente.
Nos últimos anos, cresceu significativamente o número de pedidos de afastamento do trabalho por saúde mental. O contexto da pandemia causada pelo novo coronavírus colocou no holofote a necessidade de se atentar aos efeitos dos distúrbios mentais no dia a dia de trabalho.
Em 2020, por exemplo, os pedidos de afastamento devido a transtornos mentais aumentaram 30% em relação a 2019. Entre os principais motivos, podemos listar:
Com isso, as pessoas ficaram mais ansiosas, depressivas e muitas acabaram precisando pedir afastamento do trabalho. Para cuidar dessa questão, cresceu o número de empresas em busca de serviços de psicoterapia para os colaboradores. Em tempos de isolamento social, se tornou uma necessidade ainda maior cuidar do equilíbrio mental e prestar atenção em como os transtornos mentais podem afetar a produtividade e motivação dos funcionários.
Diante deste contexto, é interessante pensar em como as empresas podem trabalhar para reduzir os índices de afastamento do trabalho, afinal, eles não são bons para os colaboradores nem para a própria organização.
Muitos afastamentos podem ser solicitados devido a alguma doença ou questão externa ao ambiente de trabalho, mas também é importante ficar atento a como o ambiente organizacional pode estar afetando a saúde física e mental dos colaboradores.
Em seguida, confira algumas das iniciativas que podem ser implementadas na sua empresa para reduzir os índices de afastamento no trabalho:
Um programa de qualidade de vida é essencial para cuidar do clima organizacional e da saúde dos colaboradores. Trata-se de um conjunto de técnicas e ações que tem como objetivo promover a satisfação e bem-estar dos colaboradores no meio corporativo.
Além do discurso, que deve valorizar os cuidados com corpo e mente, a empresa pode oferecer aulas de yoga, meditação e ginástica laboral durante o horário de trabalho. Garantir parcerias com academias e psicoterapia como benefício corporativo, por exemplo, também são ótimas maneiras de incentivar os cuidados com o físico e o mental.
O importante é ter clareza sobre quais são as principais necessidades do seu quadro de colaboradores e como o programa de qualidade de vida pode contribuir para tornar o dia a dia mais saudável e feliz.
Alguns dados apontam que uma das principais causas de afastamento do trabalho é a famosa dor nas costas. Algo aparentemente simples, mas que afeta muitas pessoas. Afinal, como a empresa pode ajudar a reduzir esse problema?
Investimento em ergonomia é a resposta. E isso vale tanto para o mobiliário no escritório como no home office. É importante garantir cadeiras, mesas e outros aparatos de qualidade e com foco na ergonomia para, assim, evitar problemas de saúde como o DORT (distúrbios osteomoleculares relacionados ao trabalho).
Em relação a atividades que vão além do escritório, também é necessário oferecer equipamentos individuais de segurança e manter uma fiscalização constante para ter certeza de que estão sendo utilizados da maneira correta.
A síndrome do burnout é um distúrbio psíquico de estresse físico e mental crônico provocado por condições de trabalho desgastantes. A sobrecarga de trabalho, metas inatingíveis e um ambiente tóxico podem contribuir significativamente para o desencadeamento desse tipo de distúrbio.
Por isso, garantir um dia a dia de trabalho saudável é essencial para que os colaboradores sejam mais produtivos, felizes e se sintam motivados. Uma empresa muito agressiva, com carga de horário de trabalho excessiva e metas inatingíveis pode acabar cultivando um ambiente com mais funcionários sofrendo da síndrome do burnout, ansiedade e outros problemas mentais.
E as consequências negativas de um cenário como este são muitas:
Como já citado anteriormente, muitos casos de afastamento do trabalho são causados por doenças físicas ou mentais. Portanto, oferecer benefícios voltados para essas duas esferas é importante para que os colaboradores tenham em mãos tudo o que precisam para cuidar da saúde.
O plano de saúde é um benefício essencial e valorizado por qualquer funcionário diante do sistema de saúde público do Brasil e os altos preços da iniciativa privada. Quando os colaboradores têm um plano de saúde empresarial, tem acesso mais rápido ao atendimento médico e, assim, são podem ser evitados problemas mais graves de saúde que poderiam desencadear no afastamento de trabalho.
A psicoterapia como benefício deve ser considerada. Ainda é um serviço elitizado no Brasil e, infelizmente, existe certo tabu em relação aos cuidados com a saúde mental. Quando há um incentivo por parte da empresa para que as pessoas busquem auxílio profissional psicológico, podem ser prevenidos e tratados distúrbios mentais que, posteriormente, também podem se tornar causas de afastamento.
Com todas essas informações em mãos, agora você já sabe o que é preciso ser feito para que sejam reduzidos os números de pedidos de afastamento do trabalho por questões de doenças ou invalidez. É claro que existem questões externas, mas tudo o que puder ser feito dentro do ambiente organizacional para amenizar essa questão, deve ser feito.
Toda e qualquer iniciativa em prol da saúde, qualidade de vida e segurança no trabalho são importantes para garantir funcionários mais felizes, saudáveis e produtivos. Todo mundo sai ganhando!
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