Felicidade no trabalho: por que é importante e como promover?

A felicidade no trabalho tem um peso grande para os profissionais continuarem ou desistirem de um emprego hoje em dia. Não estar feliz foi o principal motivo para os profissionais pedirem demissão do trabalho, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Robert Half em março de 2023. 

As empresas brasileiras que querem prosperar nos negócios deveriam estar atentas para isso e quem explica o motivo é a OMS.

Segundo a organização, somos o país mais ansioso do mundo, o segundo mais estressado e com casos de Burnout, além de sermos o quinto país mais depressivo do mundo.

A falta de felicidade no trabalho e as questões de saúde mental têm impactado fortemente a produtividade das corporações e por conta disso estão ocupando o centro de muitas discussões. 

Veja neste texto: 

O que é felicidade no trabalho?

Definir felicidade no trabalho não é coisa simples, pois cada profissional tende a valorizar aspectos diferentes. Mesmo assim, especialistas têm elaborado conceitos para contribuir com a melhoria dos ambientes de trabalho.

Emiliana Simon-Thomas, diretora de ciência do Greater Good Science Center da Berkeley, define assim:

 “Sentimento geral de prazer no trabalho; ser capaz de lidar normalmente com contratempos; conectar-se amigavelmente com colegas e clientes; e saber que seu trabalho é importante para você, sua organização e além”.


Segundo ela, a felicidade no trabalho está alinhada com aspectos materiais como, bons salários, benefícios e plano de carreira, e aspectos mais sutis como o senso de propósito. 

Na prática, o senso de propósito existe quando é possível realizar um trabalho com significado, que seja desafiador e que contribua para a melhoria da sociedade.

Se antes, encontrar felicidade no trabalho era uma responsabilidade solitária do profissional, hoje as empresas estão começando a perceber que também precisam fazer a sua parte, já que elas também obtém vantagens quando os colaboradores estão felizes. 

Quais os benefícios de ter colaboradores felizes?

Apesar de hoje parecer óbvia a relação entre a felicidade dos funcionários e os resultados de uma organização, nem sempre foi assim. 

Durante muito tempo acreditou-se que os trabalhadores performam melhor quando atuam sob pressão. Algo que, infelizmente, ainda acontece em boa parte das organizações. 

Mas muitos estudos provam que isso não é verdade. Além disso, eles ainda trazem dados importantes para demonstrar que uma cultura organizacional positiva traz grandes benefícios para as pessoas e para a organização.

Veja nos tópicos a seguir alguns desses dados. 

Aumento da produtividade e engajamento

De acordo com o Havard Business Review, colaboradores desengajados apresentam 37% mais ausências ao trabalho e 60% mais erros nas atividades. 

O resultado disso para as organizações é produtividade 18% menor e lucratividade 16% menor. 

Melhor relacionamento interpessoal

Profissionais felizes são mais propensos a desenvolver bons relacionamentos no ambiente de trabalho, o que resulta em maior engajamento. E, como vimos, em aumento da produtividade. 

O fator relacional se reflete também no atendimento a clientes e no trabalho em equipe. Colaboradores que encontram felicidade no trabalho costumam ser mais atenciosos e abertos para compreender e atender as demandas dos outros.

Maior retenção de talentos

Ainda de acordo com o relatório da escola de negócios de Harvard, citado anteriormente, o estresse no ambiente de trabalho leva a um aumento de quase 50% nos pedidos de demissão voluntária.  

Os custos relacionados à substituição de profissionais como, recrutamento, capacitação/adaptação, redução da produtividade e perda de conhecimento tácito, são altos. 

Inclusive, Instituto Center for American Progress estima que a substituição de um único funcionário custa aproximadamente 20% do seu salário.

Mais inovação e vendas

Há uma forte relação entre criatividade e felicidade, já que altos níveis de estresse parecem atrapalhar o funcionamento do cérebro. 

É como se os mecanismos de defesa estivessem sempre alerta, focados em disparar respostas básicas de sobrevivência, atrapalhando a capacidade plena da mente de formular respostas criativas. 

Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia identificou que funcionários felizes são, em média, 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e vendem 37% a mais em comparação com outros.

Prevenção ao Burnout

A probabilidade de mais funcionários serem afetados pelo esgotamento físico e mental causado pelo ambiente profissional, como também é conhecida a Síndrome de Burnout, se relaciona com a falta de felicidade no trabalho. 

Ou seja, estar satisfeito com o ambiente profissional  é um fator importante para a criação de resiliência e uma postura mais saudável diante desafios. Evitando, assim, doenças ocupacionais como a Burnout.

Como medir o nível de satisfação no ambiente profissional?

Prestar atenção ao nível de satisfação dos trabalhadores é tão importante para o resultado das empresas que hoje existe um campo de conhecimento voltado para otimizar a experiência no ambiente de trabalho. Estamos falando de employee experience.

A experiência do empregado envolve uma série de aspectos como remuneração, plano de carreira, benefícios, relacionamento com colegas e líderes, entre outros. Esses aspectos contribuem para que o funcionário tenha mais ou menos felicidade no trabalho.

Há várias maneiras de medir a felicidade no trabalho. Os diversos métodos podem se complementar e também serem aplicados de maneira independente, da forma que fizer mais sentido de acordo com a natureza do trabalho e o contexto organizacional. 

Índice de Satisfação de Funcionários (ESI)

O ESI (The Employee Satisfaction Index – índice de satisfação dos funcionários) é calculado a partir da aplicação de um questionário com as seguintes perguntas:

  • Quão satisfeito você está com seu local de trabalho?
  • Quão adequado o local de trabalho está às suas expectativas?
  • Quão próximo seu local de trabalho está do ideal?

Cada funcionário responde às questões acima em uma escala de 0 a 10. O índice é calculado a partir da fórmula: 

ESI = (resposta média das questões – 1) / 9

Por exemplo, se a média de resposta dos colaboradores para as três perguntas foi 8, o cálculo seria: 

  • (8 – 1) / 9 = 0,77
  • ESI = 0,77 ou 77%

Produtividade diária

Como sabemos que o nível de satisfação do colaborador tem grande impacto na sua produtividade, uma forma de medir a felicidade no trabalho é observando esse aspecto todos os dias. 

De acordo com o tipo de atividade desenvolvida, é possível observar como fatores de produtividade:

  • A quantidade e qualidade de produtos concluídos
  • O número de tarefas realizadas
  • A quantidade de erros e refações
  • A quantidade de entregas no prazo
  • A quantidade de vendas
  • A quantidade de leads
  • A quantidade de conversões

Esses são alguns exemplos de aspectos do que pode ser observado sobre a produtividade de um colaborador, mas cada atividade poderá apresentar outros além desses.

Escalas de Bem-Estar 

A Vittude desenvolveu a Escala de Estresse e Propensão à Síndrome de Burnout para ajudar empresas a atuarem de maneira preventiva. Por meio da ferramenta, elas podem entender o nível de estresse dos colaboradores e se antecipar à Síndrome do Burnout. 

A escala mede o nível de propensão ao Burnout, observando os três principais aspectos – esgotamento, baixa realização profissional e despersonalização – por meio de 28 perguntas, além das questões demográficas. 

A ferramenta pode ser aplicada digitalmente de maneira rápida e anônima entre os colaboradores da empresa com as propriedades psicométricas analisadas pelo corpo clínico da Vittude. 

Employee Net Promoter Score (eNPS)

Em uma escala de 0 a 10, o Employee Net Promoter Score (eNPS) avalia a satisfação dos funcionários, medindo a disposição deles para recomendar a empresa a terceiros. 

Os resultados são divididos em três categorias: detratores (0-6), neutros (7-8) e promotores (9-10). 

O eNPS é calculado subtraindo o percentual de detratores do percentual de promotores. Uma pontuação acima de 70% é geralmente considerada boa.

Caixa de sugestões

As caixas de sugestões são uma maneira bem comum e simples de colher informações sobre a satisfação dos colaboradores, uma vez que sugerimos mudanças quando há insatisfação. Concorda? 

Essa maneira é interessante, pois ao mesmo tempo que pode revelar aspectos de melhoria, já traz a proposição de solução por parte do colaborador. 

Para que seja realmente efetiva, é preciso criar alguns mecanismos como, prazo para colocação de sugestões, feedback sobre o andamento das sugestões apresentadas, conscientização sobre o propósito da ferramenta. 

Em muitos casos, é relevante que líderes e o RH realizem um momento para explicar o funcionamento da caixa de sugestões antes da aplicação da ferramenta.

Uma caixa de sugestões digital pode ser ainda mais interessante para englobar profissionais que trabalham presencial e remotamente, além de gerar mais segurança diante de possíveis represálias em empresas menos receptivas. 

Como promover felicidade no trabalho?

Para saber o que pode aumentar a satisfação dos colaboradores de uma empresa, é importante conhecê-los. Utilizar os resultados das pesquisas que citamos é uma boa maneira de realizar ações que fazem realmente sentido para os profissionais.

Uma pesquisa feita pela consultoria Robert Half para entender como os profissionais se sentem em relação ao trabalho mostrou como principais fatores para a felicidade no trabalho:

  • gostar muito da profissão (69%)
  • bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional (62%)
  • ser tratado com igualdade e respeito (58%)
  • sentir orgulho da organização (53%)
  • sentir-se realizado com o trabalho (51%)

Observando os resultados do estudo, traçamos algumas ações que podem fazer a diferença. 

Mas, lembre-se que para ser mais assertivo, é interessante medir o nível de satisfação dos colaboradores antes de decidir quais ações serão realizadas. Além disso, cada empresa apresenta uma realidade diferente, então pode ser preciso adaptar as sugestões de acordo com o seu contexto e suas necessidades.

Treinar os líderes

Um dos resultados da pesquisa da Robert Half, citada acima, aponta para o papel das lideranças na construção do sentimento de felicidade no trabalho. Dos profissionais entrevistados, quase todos (94%) afirmaram que a satisfação no trabalho é influenciada pela atuação dos líderes. 

Ao mesmo tempo, quem assume a função de liderança tem muitas responsabilidades diferentes e nem sempre consegue ter tempo para se debruçar sobre este tópico. 

Por isso, hoje é comum vermos, em empresas maiores e preocupadas com o bem-estar dos funcionários, um líder voltado exclusivamente para a promoção da felicidade nas empresas, o Chief Happiness Officer (CHO).

O CHO pode ajudar a empresa a criar um ambiente de segurança psicológica e a definir seu propósito, além de levantar o debate sobre temas importantes para um ambiente de trabalho mais feliz, como diversidade e inclusão.

Incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Está aqui mais uma atribuição para os líderes: observar o comportamento dos colaboradores, oferecendo suporte emocional e orientações para os que estiverem com dificuldades em equilibrar vida pessoal e profissional. 

Isso é importante, mais uma vez, para evitar a ocorrência de transtornos mentais e doenças ocupacionais, como a Burnout. Funcionários overachievers, ou seja, aqueles que entregam mais do que foi pedido, podem ser bem vistos em algumas empresas ainda.

Mas, eles também serão os primeiros a precisarem de afastamentos e mais cuidados com a saúde. No fim, o melhor para todos é cultivar o equilíbrio dentro e fora do trabalho. 

Valorizar os colaboradores

Reconhecer a contribuição individual e também coletiva é super importante para manter a motivação e o engajamento. 

É fácil identificar erros e cobrar melhorias, mas estar atento aos progressos é algo que costuma passar batido. 

Inclusive, é preciso dizer que não estamos falando apenas de elogios e tapinhas nas costas, mas de ações concretas que retribuam o esforço como promoções, bonificações e aumento de salário.

Além de oferecer bons benefícios, criar um bom clima organizacional e se preocupar, de maneira integral e constante, com a felicidade dos colaboradores.

Criar planos de carreira

Os bons profissionais estão cada vez mais preocupados com suas carreiras. Eles não pensam duas vezes antes de deixar um local de trabalho quando estão insatisfeitos. 

Por isso, as empresas que querem reter talentos devem pensar em planos de crescimento atrativos. Segundo uma pesquisa da Exame Academy, essa é uma das maiores prioridades dos funcionários. 

Oferecer bons salários e benefícios

Oferecer salários coerentes com o volume de trabalho, a responsabilidade e a bagagem do profissional é básico. Estamos combinados nisso? 

Mas se a empresa quiser ter colaboradores realmente satisfeitos, fortalecendo sua marca empregadora, precisará se esforçar um pouco mais e pensar em benefícios competitivos dentro do seu segmento.

Bons planos de saúde, vale refeição e alimentação, além de oferecer subsidiar sessões de psicoterapia é fundamental para atrair e reter talentos. 

Estruturar um programa de saúde mental

A saúde mental é um aspecto super importante para haver felicidade no trabalho. Ambientes tóxicos dificilmente terão funcionários felizes e satisfeitos. Aliás, os transtornos mentais estão entre as principais causas de afastamento no trabalho e queda de produtividade. 

As empresas que desejem evitar problemas do tipo, precisam olhar com atenção para a saúde emocional dos trabalhadores, investindo em um programa de saúde mental personalizado. 

A Vittude é a única empresa do mercado especializada em saúde mental corporativa, atuando como parceira na construção do programa de saúde mental ideal para cada organização. 

Faça com o grupo Boticário, a L’Oréal, a Telhanorte, a Olist e tantas outras empresas preocupadas com o bem-estar psicológico dos colaboradores. 

Conte conosco para estruturar um plano de ação assertivo para a saúde organizacional da sua empresa!

Consulte um dos nossos especialistas para traçar as melhores estratégias para seus colaboradores.

Autor

Carol Motta

ver outros conteúdos

Redatora sênior, especialista em SEO On Page, cientista social e com experiência em conteúdos de saúde e RH. Trabalha para viver num mundo em que as pessoas sejam mais saudáveis e as organizações, mais inclusivas.