Medo de falar em público: 5 dicas para superar

De acordo com uma pesquisa realizada em 2015 pelo jornal britânico Sunday Times, o medo de falar em público é o maior temor das pessoas entrevistadas, estando inclusive acima de questões problemas financeiros, doenças e morte.

Nem todo mundo sabe, mas há até mesmo um nome para o medo irracional e desproporcional para falar diante de uma audiência: glossofobia.

A boa notícia é que é possível superar essa dificuldade. Ao longo da leitura deste artigo, além de aprender mais sobre os sintomas e causas do problema, você também terá acesso a dicas práticas para enfrentar o medo de falar em público. Vamos lá?

Glossofobia: entenda o que é o medo de falar em público

É normal ficar um pouco nervoso diante de uma situação como falar em público, no entanto, o problema acontece quando esse medo é tão grande que te impede de fazer o que precisa ser feito.

A glossofobia não é mais um medo normal e sim um transtorno psicológico, uma fobia. A sua principal característica é o fato de que a pessoa convive com um comportamento ansioso diante da possibilidade de se expor para um público.

Basta o pensamento sobre o assunto para que vários sintomas emocionais e físicos sejam desencadeados a ponto de que o indivíduo se sinta travado e não consiga realizar a sua apresentação ou reunião, seja de âmbito pessoal ou profissional.

Quais são os sintomas da glossofobia?

A glossofobia, assim como outras fobias e transtornos de ansiedade, pode se manifestar de diferentes formas em cada pessoa. 

Portanto, caso sinta que está com um problema maior do que consegue administrar, é fundamental buscar a ajuda de um profissional capacitado para a realização do diagnóstico e tratamento adequados.

Em seguida, confira quais são os principais sintomas:

1. Desconfortos físicos

Quem sofre com a glossofobia pode experienciar sintomas semelhantes aos que ocorrem em uma crise de ansiedade, por exemplo:

  • Boca seca;
  • Náuseas;
  • Dores de cabeça;
  • Sudorese excessiva;
  • Tremores;
  • Alteração de pressão
  • Taquicardia;
  • Tontura;
  • Voz trêmula e fraca.

2. Bloqueio mental

Também é comum que ocorra um bloqueio mental devido à ansiedade extrema. O indivíduo sofre dificuldades para organizar os seus pensamentos e se expressar, o que pode causar pausas prolongadas e a famosa “travada” de nervosismo.

3. Descontrole emocional

Sentir-se ansioso em alguns momentos é normal, faz parte do cotidiano de qualquer ser humano. No entanto, quando ela se torna incapacitante, em qualquer contexto que seja, é um sinal de alerta.

Quem sofre com o medo de falar em público tende a ficar muito ansioso diante desse tipo de situação, sofrendo com sintomas físicos e emocionais.

4. Ataques de pânico

Nos casos mais graves, a pessoa com glossofobia pode chegar a um estado de ansiedade tão extremo que a fobia se torna um ataque de pânico que pode ocorrer antes ou durante o momento de falar em público.

Ataques de pânico são caracterizados por episódios intensos de ansiedade, contemplando os desconfortos físicos citados acima, porém, mais fortes. Além disso, também é possível que o indivíduo sofra com uma sensação de medo e de perda de controle. 

Por que as pessoas têm medo de falar em público?

O medo de falar em público pode ter várias causas, combinando fatores genéticos, emocionais, biológicos, ambientais, emocionais e psicológicos.

Vale compreender também que esse medo surge de um instinto primitivo de autopreservação. Quando o ser humano é exposto a situações em que se sente ameaçado, o cérebro reage como se estivesse sendo atacado. Assim, são liberados neurotransmissores que são responsáveis por ativar o modo “luta” ou “fuga”.

O medo de falar em público, portanto, se trata de uma reação química do cérebro diante de um sentimento de insegurança em uma situação que é ameaçadora e inédita.

Conhecer as causas mais específicas do seu medo de falar em público é necessário para enfrentá-lo. Algumas das mais comuns são:

1. Medos durante a infância e a adolescência

O bullying pode gerar consequências graves nas crianças, como ansiedade e traumas que são carregados ao longo de toda a vida adulta.

Não é incomum que algumas crianças tenham medo de falar em público em situações em que precisam responder a perguntas na sala de aula, ler textos em voz alta ou apresentar trabalhos.

A falta de autoconfiança costuma ter raiz no medo do julgamento negativo ou de serem motivo de piada para os colegas de classe. Nem sempre as crianças têm clareza sobre esse medo, mas os sintomas estão presentes.

Na adolescência, também são frequentes os casos de insegurança para falar em público, principalmente se o jovem já foi ridicularizado em algum momento. 

Tudo isso, se não for tratado de maneira adequada, pode respingar na vida adulta e, em alguns casos, se tornar um caso de glossofobia.

2. Perfeccionismo

Não podemos nos enganar: a qualidade do resultado é importante, mas quando o padrão de perfeição é inatingível, deixa de ser saudável.

Muitas pessoas se cobram excessivamente e não admitem erros. As consequências desse perfeccionismo é a ansiedade e o medo de expor fraquezas nos momentos em que é necessário falar em público

3. Timidez

A timidez é bastante comum em pessoas introvertidas, mas não é uma regra, afinal, quem é extrovertido também pode ser tímido.

O que acontece em muitos casos é que a criança introvertida enfrenta maiores dificuldades para fazer amizades e falar em público. Os sintomas de ansiedade podem até mesmo começar vários dias antes da exposição.

Toda essa insegurança, se não for bem administrada, pode ser levada para a vida adulta também, gerando prejuízos de longo prazo.

As consequências do medo de falar em público

A partir do momento em que o medo se torna uma fobia, graves consequências podem ser geradas.

Não é novidade nenhuma que o ser humano vive em sociedade e, por isso, falar em público será necessário em determinados momentos de sua vida. Seja na escola, na universidade ou no trabalho, esta habilidade será exigida eventualmente.

Principalmente no âmbito profissional, quem sofre com a glossofobia pode perder oportunidades de emprego e ficar mais limitado na carreira.

Além disso, tudo o que envolve esse medo também é capaz de, aos poucos, desencadear transtornos de depressão e ansiedade, pois a pessoa se sente isolada e fracassada por não conseguir superar a dificuldade.

Como superar o medo de falar em público?

A boa notícia é que quem tem medo de falar em público pode se preparar para evitar os pensamentos negativos e, consequentemente, as reações intensas geradas no corpo e na mente devido à insegurança gerada pela situação.

Em seguida, confira algumas dicas para lidar com essa dificuldade:

1. Desenvolva habilidades de comunicação

Um curso de oratória, por exemplo, é uma ótima maneira de desenvolver habilidades importantes para se sentir mais confiante na hora de falar em público.

Tenha em mente que, quanto mais seguro você estiver antes de subir no palco ou realizar uma reunião, por exemplo, menores são as chances de perder o controle emocional.

Para isso, além de ter domínio técnico do conteúdo que será apresentado, também é necessário aprimorar suas habilidades sociais para se comunicar de maneira objetiva, clara e eficaz.

2. Tenha consciência sobre os sintomas que podem surgir

Não há nada pior do que “ser pego de surpresa” pelos sintomas físicos e emocionais da ansiedade, por isso, ter consciência sobre o que pode te atingir na hora de falar em público é uma ótima estratégia.

Caso note os sintomas listados anteriormente neste artigo, procure respirar fundo para tentar se acalmar e controlar a situação, inclusive para dominar os pensamentos automáticos que podem ser bastante prejudiciais.

3. Treine bastante

Se você enfrenta um nervosismo a mais para falar diante de uma plateia, é importante treinar muito antes do dia da apresentação.

Para isso, é recomendado falar em voz alta o conteúdo e, se possível, apresentar para amigos e colegas e até mesmo se gravar para, posteriormente, assistir e detectar pontos de melhorias.

Esse exercício de treino é fundamental para aprimorar a sua performance e ficar mais seguro e satisfeito com o resultado final.

4. Não busque pela perfeição

O perfeccionismo pode ser um dos seus grandes inimigos aqui, portanto, evite definir padrões inalcançáveis. Isso só vai aumentar a sua ansiedade.

Defina como objetivo dar o seu melhor, o que não necessariamente significa ser perfeito. Esse é um ótimo caminho para alcançar bons resultados sem sofrer com o nervosismo excessivo.

5. Faça psicoterapia

Em casos mais graves, pode ser necessário um tratamento mais intenso, por exemplo, por meio da psicoterapia.

O suporte de um(a) psicólogo(a) é importante porque, ao longo das sessões, você terá a oportunidade de compreender as possíveis causas do seu medo e trabalhar os gatilhos de maneira eficaz.

O autoconhecimento é essencial para compreender e dominar as suas emoções, o que garante maior controle sobre o que você está sentindo. Pode ter certeza de que isso irá te ajudar a ficar menos vulnerável aos ataques de ansiedade, contribuindo para ganhar mais autoconfiança e melhorar a sua comunicação.

A terapia de exposição, inclusive, é uma alternativa interessante no caso de fobias, pois consiste no enfrentamento da situação fóbica com o suporte de um profissional capacitado. O objetivo é reduzir a ansiedade e o medo da pessoa diante dos estímulos que geram perturbação.

Em certas situações, também pode ser necessário também consultar um médico psiquiatra para complementar o tratamento por meio do uso de medicamentos para aliviar os sintomas causados pela glossofobia.

Ao longo deste artigo, você aprendeu que sentir medo de falar em público é normal, mas é preciso ficar atento aos sinais caso a dificuldade seja tão intensa a ponto de gerar prejuízos para a qualidade de vida e o bem-estar.

Na dúvida, busque por um(a) psicólogo(a) capacitado para auxiliar na compreensão e superação dessa dificuldade.

Autor

Bruna Cosenza

ver outros conteúdos

Escritora, produtora de conteúdo freelancer e LinkedIn Top Voice 2019. Autora de "Sentimentos em comum" e "Lola & Benjamin", escreve para inspirar as pessoas a tornarem seus sonhos reais para que tenham uma vida mais significativa.