Organograma: como ficam as mudanças no mundo pós-pandemia

A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças drásticas para o dia a dia das empresas e acelerou tendências que ainda estavam engatinhando em alguns países. Tais transformações também têm impacto no organograma das empresas, ou seja, na estruturação dos colaboradores de toda a organização.

Novos formatos de trabalho, uma forte digitalização, novas oportunidades e necessidades de habilidades que antes não eram primordiais. As exigências que existiam dentro das empresas antes da pandemia mudaram, afinal, agora vivemos um contexto totalmente diferente.

Muitas organizações continuam com seus funcionários em total regime de home office. Outras precisaram rever estratégias de negócio para não sofrerem as graves consequências da pandemia.

A sua empresa, assim como todas as outras, está se transformando nesse cenário. Para entender as transformações na sua organização e no seu organograma, leia este artigo até o final para conferir as tendências e mudanças no mundo dos negócios!

O que é o organograma de uma empresa?

Antes de falarmos sobre as mudanças é importante ter clareza sobre o conceito de organograma. Trata-se de uma ferramenta que proporciona uma clara visualização sobre toda a estrutura de uma organização e, ao mesmo tempo, de todos os seus colaboradores.

É uma maneira visual de evidenciar a cadeia hierárquica da empresa, estabelecendo limites e responsabilidades entre os profissionais.

Garantir que a sua empresa tenha um organograma é importante porque esta ferramenta garante uma ágil identificação em relação aos responsáveis sobre cada projeto, o potencial de crescimento das áreas e como cada funcionário pode contribuir.

Por meio do esquema visual, todos dentro da empresa têm maior clareza sobre as responsabilidades de cada um, a rotina dos departamentos e a quem reportar problemas ou necessidades.

Para completar, outro benefício de um bom organograma é que ele também ajuda no direcionamento do plano de carreira, pois ajuda as pessoas a entenderem as possibilidades de crescimento dentro de cada área. Percebe-se, portanto, que os benefícios e a importância do organograma são muitos.

Pode até parecer uma ferramenta irrelevante, mas na realidade é essencial para um dia a dia mais ágil e organizado dentro das empresas.

Como a pandemia afetou os organogramas?

Os efeitos da pandemia no mundo corporativo foram muitos e afetaram não apenas o dia a dia de trabalho como também o perfil dos profissionais mais procurados e necessários a partir de agora.

Confira, em seguida, quais tendências já estão transformando o mundo corporativo e, consequentemente, os organogramas das empresas.

O home office ganha força

Não é mais novidade que boa parte das empresas adotaram o home office devido à pandemia. Esta era uma das tendências que ainda está engatinhando aqui no Brasil e, agora, de acordo com uma pesquisa da ISE Business School, 80% dos gestores das empresas brasileiras aprovaram este novo formato de trabalho.

O home office traz também outras exigências, afinal, trabalhar em casa e distante dos colegas é totalmente diferente de trabalhar todos os dias no escritório. O trabalho remoto exige profissionais mais preparados em relação à comunicação, disciplina e organização.

Além disso, ao abrir o leque de contratações para profissionais que não residem na mesma cidade em que fica o escritório, as empresas conseguem atrair um maior número de talentos.

Vale ressaltar que também com o objetivo de reduzir tempo e custo, os profissionais freelancers podem ser ainda mais procurados para projetos pontuais e para redução de custos.

Essas mudanças de formato de trabalho impactam diretamente o organograma de uma empresa, afinal, é possível reavaliar a organização das equipes conforme os novos parâmetros de recrutamento.

As soft skills são mais necessárias do que nunca

As soft skills, ou seja, as habilidades sociais já vinham ganhando cada vez mais espaço nos últimos anos. Agora, mais do que nunca, são essenciais e muito bem avaliadas ao longo de um processo de atração de talentos.

Isso porque com o contexto de desafios e adversidades da pandemia passou a ser ainda mais necessário para as empresas poderem contar com profissionais preparados para lidar com crises, dificuldades e que tenham fortes skills de comunicação, gestão de pessoas, negociação.

Cabe às empresas reavaliar com cuidado o perfil dos profissionais que já estão dentro de casa para ter certeza de que eles atendem às necessidades do contexto atual.

As lideranças com gaps de comunicação e gestão de pessoas, por exemplo, precisam de orientações e treinamentos em relação a estes pontos. Ter clareza sobre o organograma atual e como ele pode ser aprimorado neste contexto de crise é essencial para conseguir alocar os profissionais certos nas posições certas.

Aceleração da digitalização

A pandemia impulsionou a digitalização das empresas em diversas esferas. Muitas organizações que ainda não tinham o e-commerce forte e bem estabelecido precisaram repensar suas estratégias e focar no digital para continuarem vendendo.

Não é a toa que a pesquisa do Kantar apontou um crescimento na demanda por delivery no Brasil durante a pandemia. Mas se engana quem pensa que o delivery é apenas de comida — empresas de outros setores também estão investindo nas entregas como uma maneira de não perder vendas.

A digitalização acelerada não diz respeito apenas aos novos formatos de venda. Estamos falando também sobre outras áreas das empresas que precisaram se reinventar por meio da tecnologia para continuarem atuando.

Os Recursos Humanos, por exemplo, tem entre suas responsabilidades atrair talentos para uma empresa. Tais processos já vinham sofrendo transformações com a revolução da era do RH 4.0, mas tudo precisou ser acelerado para que durante a pandemia o recrutamento não ficasse estagnado.

Para isso, o organograma das empresas precisa ser revisitado, afinal, com a digitalização algumas funções puramente braçais podem ser substituídas pela tecnologia. Dessa forma, os profissionais de RH ficam mais focados nas questões mais estratégicas que precisam de cérebros humanos para continuarem rodando.

Em momentos de crise como o que passamos por conta do coronavírus é importante poder contar com profissionais analíticos e estratégicos, capazes de pensar fora da caixa, traçar e executar planos de ações eficientes.

Quais são as possíveis profissões do futuro?

Com todas as mudanças que o mercado está passando, é válido sempre ficar atento em relação às profissões mais requisitadas daqui para frente. Não há dúvidas de que áreas relacionadas à tecnologia e o universo digital estão ganhando cada vez mais espaço, portanto, estes podem ser os profissionais mais procurados a partir de agora.

Com a aceleração de processos de digitalização, as empresas passarão a buscar ainda mais profissionais especializados para os seus negócios.

A seguir, compilamos uma lista que contempla as apostas do relatório do Center for the Future of Work, estabelecido pela Cognizant Technology Solutions, no que diz respeito às 21 profissões do futuro. Confira a lista completa!

1. Detetive de dados

Profissional responsável por investigar o Big Data, ou seja, a área do conhecimento que trata, analisa e obtém informações a partir de dados muito grandes. Para isso, é necessário ter conhecimento em finanças, data science e matemática.

2. Facilitador de TI

Um facilitador de TI é responsável por mergulhar em tendências digitais com o objetivo de criar plataformas self-service automatizadas nas quais os usuários conseguem construir seus próprios ambientes colaborativos.

3. Oficial de ética de sourcing

Se você tem experiência com ética em ambientes corporativos, esta função pode ser ideal. Este profissional irá investigar, acompanhar e negociar acordos de bens de serviços com o objetivo de garantir que os gastos indiretos da empresa estejam alinhados com os padrões éticos dos stakeholders. Para isso, conhecimentos em negócios, leis e gestão pública são grandes diferenciais.

4. Gestor de desenvolvimento de negócios de inteligência artificial

A inteligência artificial já é o presente. Este profissional irá definir, desenvolver e implementar programas que sejam capazes de otimizar os negócios de IA.

5. Mestre de edge computing

Ficou assustado com nome desta profissão do futuro? Trata-se de um profissional responsável pela criação, manutenção e proteção do ambiente de edge computing. Exige doutorado na área ou em áreas relacionadas, ou seja, conhecimento bem técnico e profundo.

6. Walker/Talker

Este será um profissional autônomo que irá, por meio de uma plataforma online, passar tempo com clientes idosos conversando e dando atenção. Muito interessante, né?

7. Conselheiro de compromisso de saúde

Considere também que o futuro é promissor para quem deseja atuar remotamente oferecendo coaching individual e conselhos de bem-estar e saúde. Isso tudo para pessoas usuárias de pulseiras inteligentes que monitoram as atividades e sinais físicos.

8. Técnico de saúde assistida por inteligência artificial

Este profissional será responsável por examinar, diagnosticar e administrar tratamentos para pacientes com a ajuda da tecnologia, tudo remotamente. É importante, portanto, ter formação em enfermagem ou áreas similares e experiência anterior em saúde.

9. Analista de cybercidade

O analista de cybercidade garante a segurança e funcionalidade de uma cidade com o objetivo de garantir um fluxo de dados ambientais, populacionais etc. Ter qualificações em engenharia digital e conhecimentos específicos sobre circuitos eletrônicos, metodologias de startup e experiência com impressão 3D é imprenscindível.

10. Diretor de portfólio genômico

Responsável pela criação e execução de estratégias de um portfólio de produtos biotecnológicos.

11. Gerente de equipe humanos-máquinas

Uma posição muito interessante, que diz respeito ao desenvolvimento de sistemas de interação entre humanos e máquinas para que equipes híbridas sejam aprimoradas cada vez mais. Experiência em machine learning e áreas relacionadas é importante para essa função.

12. Coach de bem-estar financeiro

Para quem sente necessidade de compreender e organizar as suas atividades financeiras, o coach de bem-estar financeiro será essencial para isso. Este profissional deve ter formação em finanças ou negócios e experiência com análise de métricas financeiras.

13. Alfaiate digital

O alfaiate digital é um profissional que terá experiência com moda, artes ou design de interiores. Ele irá obter medidas precisas de seus clientes, coletando-as por meio de um sistema digital que faz ajustes necessários personalizados. Com toda a revolução digital que estamos vivendo, até a moda precisa se adaptar ao novo cenário.

14. Chief Trust Officer

Junto de times de relações públicas e finanças, é responsável por construir relações de confiança na área financeira, encorajando transparência e responsabilidade no mercado de criptomoedas. É necessário experiência e conhecimento específico sobre assuntos como bolsa de valores, blockchain etc.

15. Analista de quantum machine learning

Responsável por pesquisar e desenvolver soluções capazes de elevar a velocidade e performance de sistemas e algoritmos. Experiências com computação quântica, data science ou machine learning são importantes.

16. Guia de loja virtual

Mais uma profissão muito pautada no momento que estamos vivendo, que sofreu muitas influências do digital. O guia de loja virtual realizará um trabalho remoto por meio da realidade aumentada com o objetivo de atender seus clientes de maneira instantânea.

17. Corretor de dados pessoais

Responsável por monitorar e comercializar dados pessoais de clientes com o objetivo de maximizar os ganhos em bolsas dados internacionais e nacionais. Para isso, é importante ter um perfil analítico, além de conhecimento sobre o ambiente regulatório global.

18. Curador de memórias pessoais

Este profissional será responsável por entrar em contato com stakeholders, imprensa e outras fontes históricas a fim de recriar experiências passadas de clientes que perderam a memória. Para isso, utiliza-se a realidade virtual e é necessário ter altos níveis de criatividade e inteligência emocional.

19. Construtor de jornadas de realidade aumentada

Profissional responsável por escrever, criar, gamificar e construir diversas jornadas de realidade aumentada. É necessário ser criativo e ter experiência com jogos competitivos multiplayer.

20. Controlador de estradas

O controlador de estradas irá monitorar, regular, planejar e manipular estradas e espaços aéreos. Isso será realizado por meio da programação de plataformas automatizadas de Inteligência Artificial. É importante ter habilidades de comunicação, resolução de problemas e saber trabalhar sob pressão.

21. Oficial de diversidade genética

Este profissional irá facilitar a rentabilidade e produtividade de uma empresa por meio da criação de um ambiente mais inclusivo. As promessas de biotecnologia e biologia sintética desejam aprimorar o quadro de funcionários das organizações com profissionais geneticamente melhorados, ou seja, o oficial da diversidade genética deve identificar tais indivíduos e inseri-los na empresa.

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Por que continuar de olho nas tendências?

Estamos vivendo um momento atípico em que o mercado e o consumo sofrem muitas transformações o tempo todo. Para não ficar para trás é importante ficar sempre de olho nas tendências e entender como adaptar a realidade da sua empresa para as necessidades do presente e do futuro.

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Autor

Bruna Cosenza

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Escritora, produtora de conteúdo freelancer e LinkedIn Top Voice 2019. Autora de "Sentimentos em comum" e "Lola & Benjamin", escreve para inspirar as pessoas a tornarem seus sonhos reais para que tenham uma vida mais significativa.