Tristeza: o que pode causá-la e como superar esse sentimento
1 de novembro de 2019
Tempo de leitura: 9 minutosNem todo mundo sabe, mas a tristeza faz parte das emoções universais dos seres humanos. Além desta, há a alegria, o medo, o nojo e a raiva.
Se você já assistiu ao filme Divertida Mente, deve se lembrar de que dentro de cada pessoa há um personagem representando essas emoções. É uma maneira muito didática e interessante de entender como nos sentimos e funcionamos.
A primeira coisa que deve ficar clara é o fato de ser completamente normal, e até saudável em alguns momentos, se sentir triste. Apesar de vivermos em uma sociedade que prega o tempo todo a necessidade de ser feliz e aparentar tal felicidade nas redes sociais, todo mundo vive momentos de tristeza. Faz parte da evolução do ser humano.
Tristeza: o que é e suas causas
Dalai Lama, o famoso líder espiritual, criou há pouco tempo o Atlas das Emoções, um site interativo que tem como objetivo ajudar as pessoas a entenderem as 5 emoções universais e conseguirem lidar melhor com seus sentimentos.
É possível, por exemplo, explorar no site os diferentes estágios da tristeza , entendendo que ela vai de um nível menos intenso, o desapontamento, até o mais intenso, a angústia.
A tristeza, em seus diferentes níveis, é um estado de desânimo, cansaço, solidão e culpa decorrente de algum fator externo ou interno. A tristeza leve é comum e passageira, aparecendo em vários momentos ao longo da vida.
Normalmente, pode ser desencadeada por acontecimentos tristes como uma desilusão amorosa, problemas financeiros, traumas, descontentamento profissional/pessoal ou algum outro conflito interior. Não existem regras, cada pessoa pode reagir de uma forma em relação a determinado acontecimento, podendo sofrer em um nível mais ou menos intenso de tristeza.
Como diferenciar tristeza de depressão
É importante ficar atento quando a tristeza se torna frequente e impacta o dia a dia da pessoa, provocando dificuldade na realização de atividades como trabalhar e se relacionar com amigos e familiares. A depressão é um quadro de complicação da tristeza.
A tristeza, como citado anteriormente, faz parte da vida e dura um período relativamente curto. Caso se prolongue e se intensifique, significa que pode estar se agravando.
A depressão está associada a uma tristeza permanente, que consome a pessoa por muito tempo. Desanimada e negativa em relação a si mesmo e tudo que a cerca, quem tem depressão não acredita que coisas boas podem acontecer. Apesar do número de casos da doença só crescer, ainda existem certos tabus que tornam muito difícil para o paciente buscar ajuda.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é um transtorno mental que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo e a estimativa é de que será a doença que mais provoca incapacidade em 2020.
Vale ressaltar que é sempre primordial consultar um médico especialista caso considere necessário, mas aqui estão alguns dos sintomas mais comuns da depressão para você ficar de olho:
- Fadiga;
- Ganho ou perda de peso;
- Humor deprimido, baixa autoestima e sentimento de inutilidade;
- Mudanças de apetite;
- Mudanças no sono;
- Irritabilidade, ansiedade ou angústia;
- Diminuição do desejo e desempenho sexual;
- Dores e outros sintomas físicos sem causa: diarreia, dor de barriga, gases, tensão na nuca, dor de cabeça etc;
- Dificuldade de concentração;
- Perda de prazer em fazer coisas que gostava.
Uma vida saudável equilibra tristeza e felicidade
Para uma vida harmoniosa, felicidade e tristeza devem conviver em equilíbrio. Voltando ao exemplo do filme Divertida Mente, esse fato fica claro ao longo da narrativa.
Riley é uma garotinha muito feliz. Alegria é a emoção que comanda a sua vida. A Tristeza, por sua vez, é um sentimento excluído, sempre evitado. Ao longo da história, vemos que o objetivo da emoção Alegria é sempre manter Riley 100% feliz, no entanto, a mensagem final do filme aponta que não podemos nem devemos ser felizes o tempo todo.
A Alegria se dá conta de que em certos momentos Riley precisa sofrer. A Tristeza é imprescindível para o equilíbrio da vida. Além disso, é justamente a emoção triste que às vezes nos faz amadurecer e enxergar as situações de uma nova forma. Sabe aquele clichê que diz “sofrer faz crescer”? Então, é justamente isso!
Em alguns momentos, a tristeza cura. É preciso viver o momento de luto e aceitar esse sentimento. Além disso, por mais que não seja óbvio no início, toda tristeza traz um aprendizado e te faz valorizar mais a vida. Quando estamos felizes, nem sempre paramos para agradecer por tudo o que temos e somos. É nos momentos tristes que temos um olhar mais atento em relação à gratidão.
Dicas para superar a tristeza em momentos difíceis
Por mais que a tristeza faça parte do equilíbrio, não é saudável que dure muito tempo e se agrave. Para ajudar a sacudir a poeira e superar esse sentimento triste, listamos algumas dicas que têm como objetivo trabalhar a tristeza e superá-la no momento certo!
1.Exercite o autoconhecimento
O autoconhecimento é uma das ferramentas mais poderosas que existem. Quando você se conhece melhor, se aprofunda na sua história de vida e naquilo que sente, passando a reconhecer e controlar melhor as suas emoções.
Quanto mais experiências e trocas são vivenciadas, maior é o seu autoconhecimento. Isso é importante não apenas em momentos de tristeza, mas ao longo de toda a sua vida. Quanto mais autoconhecimento se tem, maiores são as chances de tomar boas decisões e viver de acordo com o que te faz bem!
2. Pratique meditação
A meditação é uma prática muito simples, que pode ser feita em qualquer lugar. Você pode começar com 5 ou 10 minutos por dia e ir aumentando o tempo.
Os benefícios são em longo prazo, então não vale desistir depois de uma semana. Aos poucos, você perceberá como os níveis de ansiedade e tristeza diminuem. Durante a meditação, você irá focar no presente e na sua respiração, trabalhando o relaxamento físico e mental. Uma dica é reservar horários pela manhã ou antes de dormir para a prática.
3. Escreva um diário
Nem todo mundo sabe, mas a escrita influencia diretamente a saúde mental e física. Um estudo publicado no periódico Advances in Psychiatric Treatment revelou que escrever sobre as suas emoções e situações de estresse pode ajudar a superar tais acontecimentos com maior facilidade.
Além disso, ao colocar os sentimentos no papel, seus pensamentos ficam mais claros. Uma dica é escrever cartas. Se tiver uma briga com o(a) namorado(a) e se sentir angustiado, escreva uma carta falando tudo o que sente. Não precisa entregar se não quiser, mas é garantia que apenas o fato de escrever já irá ajudar a tirar tudo do peito.
4. Faça exercícios
Além de todos os benefícios físicos, a prática regular de exercícios também tem impacto direto na saúde mental. Ao se exercitar, você: terá níveis de estresse reduzidos, liberação de hormônios ligados ao bem-estar, melhora na autoconfiança e motivação, alívio da ansiedade etc.
O mais importante é encontrar uma atividade que você goste e que seja prazerosa. Teste até achar aquilo que te deixa feliz e te motiva!
5. Tente ver o lado bom das coisas
Quando a tristeza te domina, é muito mais fácil enxergar o lado ruim das coisas. O negativismo, no entanto, pode ser nocivo e te fazer entrar em um looping eterno no qual você continua cultivando apenas pensamentos ruins.
O outro lado da moeda é que tudo o que é ruim tem algo de bom também. Por mais que não seja óbvio no início, com certeza há como aprender e evoluir com o que aconteceu.
A dica é viver o luto, principalmente porque nesse começo será mais difícil enxergar os ensinamentos. No entanto, assim que a dor mais aguda amenizar, comece a se questionar sobre as razões de ter passado pelo o que passou. É bastante interessante fazer esse exercício e se dar conta de que tudo o que acontece em sua vida traz junto um aprendizado. Esse é o lado bom da tristeza, ela sempre proporciona algo maior que nos torna mais fortes.
6. Faça terapia
A terapia pode ser muito interessante para fazer uma conexão mais profunda consigo mesmo e desenvolver a capacidade de compreender melhor quem você é, seus valores e objetivos. Junto de um profissional capacitado, o paciente faz um mergulho dentro de si mesmo e passa a dominar melhor os seus sentimentos.
Autoconhecimento, motivação, reconhecimento e administração das emoções são alguns dos inúmeros benefícios. Não são apenas pessoas com algum tipo de transtorno que buscam terapia. Você pode procurar um profissional especializado independentemente disso, pois todo mundo sempre têm muito a desenvolver nas sessões.
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