É comum casos de pessoas que sofrem com ansiedade e depressão ao mesmo tempo, mas isso não é uma regra.
Entender as diferenças entre esses dois transtornos psiquiátricos é fundamental, pois apesar de algumas semelhanças, não são a mesma coisa.
Visto que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país mais ansioso do mundo e com a maior prevalência de depressão na América Latina, precisamos discutir o tema a fim de disseminar informações de qualidade para que mais pessoas possam procurar ajuda quando necessário.
Para tirar as suas dúvidas e entender como ansiedade e depressão se relacionam, continue a leitura!
A ansiedade se trata de uma reação normal diante de situações que geram dúvida, expectativa ou medo.
Isso significa que é completamente normal se sentir ansioso antes de uma prova importante, de uma viagem muito esperada ou de uma mudança, como o nascimento de um filho.
O problema é quando a ansiedade é tão grande a ponto de se tornar um transtorno que compromete a qualidade de vida e o bem-estar do indivíduo. Nesses casos, a pessoa tende a sofrer demasiadamente com o futuro, incertezas e imprevisibilidades.
Alguns dos principais tipos de transtornos de ansiedade são:
Os sintomas podem variar de acordo com o diagnóstico, mas, no geral, há alguns físicos e psíquicos bastante comuns, por exemplo:
A depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente, caracterizada por uma tristeza profunda e sem fim, associada a sentimentos de baixa autoestima, culpa e desesperança.
É fundamental pontuar que a depressão é diferente da tristeza transitória, que costuma ser provocada por acontecimentos difíceis, que fazem parte da vida, como a morte de uma pessoa próxima, a perda de emprego ou o término de um relacionamento.
Diante desse tipo de situação, é normal se sentir triste, mas quem não sofre depressão é capaz de encontrar maneiras de superar as dificuldades. Já quem tem a doença convive com uma tristeza que não desaparece e, muitas vezes, não tem causa aparente.
O humor permanece deprimido e desaparece o interesse por atividades que antes eram prazerosas. O quadro depressivo faz com que a pessoa sinta que não há o que possa ser feito para melhorar a sua situação, ou seja, há ausência de perspectivas positivas.
Além do estado deprimido e desinteresse pelo o que antes gerava alegria, a depressão também tem outros sintomas, como:
Ansiedade e depressão são transtornos mentais que podem sim estar relacionados, mas isso não é uma obrigatoriedade. Antes de nos aprofundarmos neste ponto, é válido entender as principais diferenças entre eles.
A ansiedade tem como sua principal característica a inquietação e a preocupação constantes. Quem sofre com o transtorno, pensa muito no futuro e os pensamentos tendem a ter um viés mais negativo.
É comum, portanto, que a pessoa antecipe o sofrimento de uma possível situação futura desagradável. Justamente pela hiper vigilância, o indivíduo presta atenção aos mínimos detalhes e comportamentos alheios para, posteriormente, ficar pensando sobre eles.
Por outro lado, a depressão é marcada pela tristeza constante, desesperança e o desinteresse súbito por aquelas atividades que antes geravam alegria.
Dessa forma, o portador da doença convive com o estado de humor deprimido e pessimista. Em casos mais graves, há a possibilidade de desenvolver pensamentos suicidas.
Percebe como são doenças que, apesar de poderem coexistir, têm características e sintomas diferentes?
É bastante frequente que a ansiedade e a depressão estejam presentes ao mesmo tempo no diagnóstico de algumas pessoas. Em certos casos, o indivíduo com depressão passa a apresentar sintomas ansiosos, e vice-versa.
Quem é muito ansioso, principalmente em quadros de ansiedade crônica e incapacitante, é comum que, com o tempo, se desenvolva também um quadro depressivo decorrente do desgaste emocional e físico.
A frustração causada pela ansiedade, por não se sentir bem para realizar as atividades do dia a dia e todas as limitações geradas pelo transtorno, pode ser um fator desencadeador para a depressão.
No entanto, não é apenas a ansiedade que é um aspecto de risco para a depressão, pois o contrário também acontece.
Além da questão genética, que pode contribuir para que uma pessoa desenvolva mais de um transtorno mental, é importante se lembrar de que há outros fatores que pesam na balança.
Aqui, estamos falando tanto de questões internas — traços de personalidade, por exemplo — como externas, ou seja, o ambiente no qual o indivíduo está inserido.
Todo tratamento de saúde mental deve ser individualizado de acordo com o quadro e as necessidades do paciente.
Há, por exemplo, vários tipos de transtornos de ansiedade, assim como a depressão também pode ter muitas ramificações e diferentes níveis de intensidade. Por isso, entender as particularidades de cada caso é o mais importante.
Um ponto fundamental, independentemente do diagnóstico, é que o paciente entenda sobre o seu transtorno e os sintomas. Primeiramente, para que possa aceitá-lo e eliminar qualquer estigma. E, em segundo lugar, para conseguir lidar melhor com os desafios e adversidades provocados pela doença.
No caso de uma crise de ansiedade, por exemplo, é importante saber como enfrentar os sintomas, que podem ser bem assustadores e paralisantes.
Além disso, no geral, os tratamentos para ansiedade e depressão podem incluir diversas estratégias, por exemplo:
O médico psiquiatra é o único que pode receitar medicamentos, se necessário.
Nem todos os casos precisam passar por esse tipo de avaliação e acompanhamento. Tudo vai depender de como os sintomas estão impactando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.
Além disso, a consulta a um médico é importante para excluir outras causas clínicas e possíveis doenças que possam estar contribuindo para os sintomas.
O uso de medicamentos, por sua vez, costuma ser recomendado em casos de sintomas graves e incapacitantes, que geram muitos prejuízos na vida da pessoa.
O suporte psicológico contínuo é fundamental em casos de ansiedade e depressão.
Os encontros semanais com um(a) psicólogo(a) têm como objetivo auxiliar a pessoa a lidar com pensamentos disfuncionais e emoções.
Além disso, é um espaço de acolhimento, no qual se pode desabafar, expressar sentimentos e aprofundar o autoconhecimento. Dessa forma, com o tempo são definidas estratégias para encarar melhor os gatilhos e sintomas das doenças.
No caso de transtornos de ansiedade, por exemplo, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem da psicologia muito recomendada por ter uma metodologia bastante prática.
Estas mudanças são muito particulares, de acordo com cada caso. No entanto, no geral é recomendado que o indivíduo adote um estilo de vida saudável por meio de:
Além disso, há vários estudos sobre outras ferramentas de autoconhecimento e autocuidado, como técnicas de mindfulness e meditação. Tudo isso também é capaz de contribuir para a melhora do quadro.
Os testes psicológicos costumam ser utilizados por profissionais da psicologia porque são ferramentas importantes para avaliar as características e a personalidade de um indivíduo.
Hoje, no entanto, há vários testes disponíveis gratuitamente na internet, como o DASS-21.
É importante ressaltar que mesmo quando o teste é renomado e preciso, não pode ser utilizado como um método de autodiagnóstico. Nada substitui a avaliação e o acompanhamento médico e psicológico, combinado?
O interessante é que ter ao seu alcance o DASS-21 permite que você pense sobre como está se sentindo e tenha em mãos um ponto de partida para cuidar da sua saúde mental com mais seriedade.
O DASS-21 é um teste de depressão, ansiedade e estresse, que mensura os níveis desses transtornos a partir de sensações e comportamentos vivenciados nos últimos sete dias. Com apenas 21 perguntas, pode ser preenchido em poucos minutos.
Apesar de contribuir para a avaliação da intensidade da ansiedade e/ou depressão vivenciada pela pessoa, o questionário não é uma ferramenta de diagnóstico e não pode ser analisado isoladamente.
Para ter um diagnóstico conclusivo e, se necessário, iniciar um tratamento adequado, converse com um psicólogo ou médico psiquiatra.
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